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Politica em comunidade : experiencia da participação Kaingang na implementação da politica publica da saude indigena

Meza, Humberto Mario, 1976- 07 February 2003 (has links)
Orientador: Valeriano Mendes Ferreira Costa / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas / Made available in DSpace on 2018-08-03T15:49:49Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Meza_HumbertoMario_M.pdf: 8260223 bytes, checksum: c4d0a30f763033a62ac7ddac31499773 (MD5) Previous issue date: 2003 / Resumo: A discussão desenvolvida nesse trabalho insere-se no atual modelo participativo de co-gestão Estado-Sociedade Civil, via conselhos gestores ou deliberativos de políticas públicas, convênios de cooperação com ONGs, entre outras experiências participativas. Modelo que, no entanto, também caracteriza as relações atuais do Estado com as comunidades indígenas brasileiras, visando ensaiar uma nova prática indigenista. Partindo desse entendimento, analisaremos as experiências participativas dos moradores da Terra Indígena Kaingáng da região norte do Paraná, no bojo da implementação da política pública de saúde indígena, apenas três anos depois de aprovada uma reforma que, entre outras transformações, demanda o traspasso de funções no campo sanitário da FUNAI para a FUNASA, alterando ao mesmo tempo, o cotidiano dos usuários indígenas. Tentaremos determinar o conteúdo das estratégias indígenas perante essa mudança, e ao mesmo tempo, perceber quanto de novo (ou apenas renovado) existe na prática indigenista do Estado brasileiro / Abstract: Discussion developed into this text takes place on current State- Civil Society model of shared management, through of deliberating publics politics spaces, cooperation councils with NGOs and others participative experiences. At the same time, this model characterizes current relationships between the State and the Brazilian Indigenous Population, pretending to try a new indigenism practice. From this perspective, we shall analyze the participative experiences of whose living in Kaingáng indigenous land at north of Paraná, inner implementation of public policy of indigenous health, only three years after approbation of a reform that asks for a transfer of functions of sanitary area from FUNAI to FUNASA, altering daily life of indigenous users. We will try to determinate the indigenous strategies content in spite of that change, and to perceive the new (or only the improvement) that exists in the indigenism practice of Brazilian State / Mestrado / Mestre em Ciência Política
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Selvagens e intrusos em seu próprio território: a expropriação do território Jê no Sul do Brasil (1808-1875)

Francisco, Aline Ramos 12 May 2006 (has links)
Made available in DSpace on 2015-03-03T19:26:25Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 12 / Universidade do Vale do Rio dos Sinos / Neste estudo procuramos ressaltar as circunstâncias do processo de ocupação e colonização ocidental de um ou vários territórios de populações Jê Meridionais. Estes grupos indígenas mantinham relações de amizade ou inimizades circunstanciais entre si que visavam, sobretudo, o domínio de um amplo território considerado necessário à manutenção de seu modo de exploração do ambiente.Durante o processo de ocupação e conseqüente expropriação dos territórios Jê do planalto sulino, no decorrer do século XIX, as relações intratribais, baseadas na boa convivência e na reciprocidade se transformaram, prevendo a inclusão de moradores e do poder público nestas alianças que mantiveram, contudo, sua principal motivação, a preservação, a garantia de circulação e de domínio sobre seu território tradicional.Não obstante a resistência ofensiva e a fuga, as alianças de certos grupos Kaingang com moradores e com o poder público estiveram inscritas nas práticas sociais dos Kaingang e decorreram do reconhecimento por parte destes da
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O "ser" e o "estar" índio : produção de identidades entre kaingang e krenak, em Vanuíre /

Cruz, Leonardo de Oliveira. January 2007 (has links)
Orientador: Claude Lépine / Banca: Sérgio Augusto Domingues / Banca: Niminon Suzel Pinheiro / Resumo: A discussão antropológica sobre a questão da identidade étnica e da etnicidade tem sido objeto de recentes trabalhos etnológicos, pois há um grande número de etnias indígenas que está reivindicando o seu papel dentro da sociedade envolvente. Estes índios são aqueles que ficaram ausentes dos estudos etnológicos e até mesmo de políticas governamentais, devido cair sobre eles o duro fardo de manterem relações constantes com o não-índio, tornando-se comum encontrarmos elementos da cultura ocidental no interior de sua organização social, o que para muitos seria o processo de integração e assimilação do índio à sociedade nacional. Porém, nas últimas quatro décadas, diferentes grupos indígenas vêm se organizando em torno de sua identidade, reforçando-a através de traços culturais recriados, reinventados ou retomados para marcar a sua diferença. É o que vem acontecendo com os índios Kaingang paulistas e os Krenak do Posto Indígena Vanuíre, localizado na cidade de Arco-íris na região oeste do estado de São Paulo, onde se relacionam e se organizam para fortalecer as suas diferenças. Desta forma, os indígenas de Vanuíre têm conquistado espaço e respeito pelos regionais, ao mesmo tempo em que fortalecem seus laços intra-aldeia e demarcam fronteiras culturais entre os dois grupos étnicos. A matéria-prima para o desenvolvimento da pesquisa foi uma bibliografia específica sobre a questão indígena no oeste paulista e de teorias sobre o conceito de cultura, identidade e etnicidade e pesquisa de campo. / Abstract: The anthropologic discussion about ethnic identity issues ethinicity has been subject of recent ethnological works, because there are great numbers of indigenous ethnic groups who are complaining their rules inside the compelling society. These natives are those who for a long time have stayed absent from ethinological studies and even from government policy. For them, it was hard to keep constant relations with non-native and it is common to find ocidental cultural elements inside their social organization that, for many people, it would be the integration and assimilation process of indians to be national society. However, in the last decades, different indigenous groups have been organizing according their identity, reinforcing them through some cultural traits recriated, reinvented or retaken to mark their diferences. It is happening to the Kaigang paulistas and to the Krenak indians who are living in Posto Indígena Vanuíre into Arco-íris city located in the west of São Paulo State. In this place, they keep in touch and they organize themselves to make their differences stronger. Thus, the native from Vanuíre has conquered space and respect by the people from that region and at the same moment, they strength their intravillage tie and limit cultural frontiers betwen who ethinical groups. A specified bibliography about indigenous issues was used as resource material into paulista west region and theories about the concept of culture, identity, ethinicity and a field research. / Mestre
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O ser e o estar índio: produção de identidades entre kaingang e krenak, em Vanuíre

Cruz, Leonardo de Oliveira [UNESP] 27 April 2007 (has links) (PDF)
Made available in DSpace on 2014-06-11T19:23:37Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2007-04-27Bitstream added on 2014-06-13T20:27:58Z : No. of bitstreams: 1 cruz_lo_me_mar.pdf: 2715907 bytes, checksum: d64abb7e5ef088175a5ff0214b84af58 (MD5) / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) / A discussão antropológica sobre a questão da identidade étnica e da etnicidade tem sido objeto de recentes trabalhos etnológicos, pois há um grande número de etnias indígenas que está reivindicando o seu papel dentro da sociedade envolvente. Estes índios são aqueles que ficaram ausentes dos estudos etnológicos e até mesmo de políticas governamentais, devido cair sobre eles o duro fardo de manterem relações constantes com o não-índio, tornando-se comum encontrarmos elementos da cultura ocidental no interior de sua organização social, o que para muitos seria o processo de integração e assimilação do índio à sociedade nacional. Porém, nas últimas quatro décadas, diferentes grupos indígenas vêm se organizando em torno de sua identidade, reforçando-a através de traços culturais recriados, reinventados ou retomados para marcar a sua diferença. É o que vem acontecendo com os índios Kaingang paulistas e os Krenak do Posto Indígena Vanuíre, localizado na cidade de Arco-íris na região oeste do estado de São Paulo, onde se relacionam e se organizam para fortalecer as suas diferenças. Desta forma, os indígenas de Vanuíre têm conquistado espaço e respeito pelos regionais, ao mesmo tempo em que fortalecem seus laços intra-aldeia e demarcam fronteiras culturais entre os dois grupos étnicos. A matéria-prima para o desenvolvimento da pesquisa foi uma bibliografia específica sobre a questão indígena no oeste paulista e de teorias sobre o conceito de cultura, identidade e etnicidade e pesquisa de campo. / The anthropologic discussion about ethnic identity issues ethinicity has been subject of recent ethnological works, because there are great numbers of indigenous ethnic groups who are complaining their rules inside the compelling society. These natives are those who for a long time have stayed absent from ethinological studies and even from government policy. For them, it was hard to keep constant relations with non-native and it is common to find ocidental cultural elements inside their social organization that, for many people, it would be the integration and assimilation process of indians to be national society. However, in the last decades, different indigenous groups have been organizing according their identity, reinforcing them through some cultural traits recriated, reinvented or retaken to mark their diferences. It is happening to the Kaigang paulistas and to the Krenak indians who are living in Posto Indígena Vanuíre into Arco-íris city located in the west of São Paulo State. In this place, they keep in touch and they organize themselves to make their differences stronger. Thus, the native from Vanuíre has conquered space and respect by the people from that region and at the same moment, they strength their intravillage tie and limit cultural frontiers betwen who ethinical groups. A specified bibliography about indigenous issues was used as resource material into paulista west region and theories about the concept of culture, identity, ethinicity and a field research.
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Trabalho assalariado na Terra Indígena Mangueirinha: análise das estratégias Guarani e Kaingang

Cavalheiro, Aline da Rocha 24 November 2015 (has links)
CAPES / Os povos indígenas do Brasil vêm passando por transformações desde o período de colonização, quando o contato com os europeus iniciou o processo de hibridação cultural, para ambas as culturas. Atualmente, o modo de vida tradicional tornou-se inviável aos indígenas, que passaram a buscar estratégias de resistência e conservação de sua identidade junto à sociedade envolvente. Neste novo formato econômico, em que os povos indígenas necessitam cada vez mais do uso do dinheiro, e, tendo em vista as poucas opções para obtenção de renda dentro da Terra Indígena (TI), o recurso mais comum tem sido buscar atividades rentáveis fora. Frente à realidade indígena contemporânea, o presente estudo teve por objetivo investigar e analisar as estratégias e consequências do processo de assalariamento dos povos Kaingang e Guarani da TI Mangueirinha – PR. Para tanto, a pesquisa buscou entrevistar os indígenas Guarani e Kaingang que estão inseridos no trabalho assalariado formal, bem como, as lideranças dos dois povos, alguns moradores da TI e representantes das empresas que contratam o trabalho assalariado indígena. Ao final, o estudo apontou para uma importância significativa das lideranças indígenas no processo do trabalho assalariado formal, assim como, identificou respostas distintas ao assalariamento entre os dois povos estudados, dadas essencialmente pelas diferenças culturais existentes entre eles. / The indigenous people of Brazil are undergoing transformations since the colonization period, when the contact with Europeans began the process of cultural hybridization, for both culture groups. Currently, the traditional way of life has become impossible to indigenous people who have pursued strategies of resistance and preservation of their identity to the surrounding society. In this new economic format, in which indigenous peoples increasingly need the use of money, and, given the few options for obtaining income within the Indigenous Land (IL), the most common feature has been seeking profitable activities outside. Faced with the contemporary indigenous reality, this study aimed to investigate and analyze the strategies and consequences of wage process of people Kaingang and Guarani IL Mangueirinha - PR. Therefore, the research sought to interview the Guarani and Kaingang Indians who are included in the formal wage labor as well as the leaders of the two peoples, some residents and representatives of IL companies that hire the indigenous swage labor. Finally, the study pointed to a significant importance of indigenous leaders in the formal wage labor process and identified different responses to wage between the two peoples studied, essentially given the cultural differences between them.
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Escola indígena e ensino de história : um estudo em uma escola Kaingang da terra indígena Guarita/RS

Medeiros, Juliana Schneider January 2012 (has links)
A educação escolar indígena específica e diferenciada vem sendo construída por diversos povos indígenas do país desde a promulgação da Constituição Federal (1988), marco de sua conquista pelo direito à diferença. A pesquisa aqui apresentada buscou investigar de que forma a escola kaingang vem se constituindo e, mais especificamente, como está ocorrendo o ensino de História. A investigação se realizou a partir de uma convivência com os Kaingang da Terra Indígena Guarita, tendo como cenário principal a escola indígena Toldo Campinas, no setor Estiva. Após um processo de Conquista, ocidentalização e mestiçagem (GRUZINKSI, 2001), que teve início no século XIX, os Kaingang mantiveram-se e mantêmse até hoje, conforme a dinâmica da tradição (BALANDIER, 1997). Considerando essa história de luta para permanecerem em seu estar indígena (KUSCH, 2009), procuro compreender a construção da escola kaingang específica e diferenciada. Centrada principalmente em uma metodologia etnográfica, procurei fazer uma descrição densa (GEERTZ, 1989) não só da escola e seus sujeitos, mas de seu entorno e de outras tantas pessoas implicadas no processo escolar. Além do diário de campo e de um caderno de notas, utilizei-me de outros recursos: entrevistas, questionários (a alunos e professores), atividades de aula, conversas com velhos “contadores de histórias”, cópias dos cadernos de alunos, documentos da escola, fotos. Descrevo o funcionamento da escola, com um enfoque especial na gestão escolar. Analiso as matérias específicas da escola (Kaingang, Artesanato e Valores Culturais), mostrando que, apesar de não serem responsáveis pela aprendizagem dos conhecimentos da tradição por parte das crianças, elas cumprem um papel importante na valorização desses saberes. Dedico um capítulo às aulas de História e a uma discussão acerca da relação entre os velhos e a escola. Explicito que o ensino de História na escola ainda está muito pautado pelo livro didático, mas aponto que há uma disposição do professor em ensinar uma outra história, a kaingang. Constato que as narrativas kaingang estão vivas, no entanto há pouco diálogo entre os velhos “contadores de histórias” e a escola. A partir destas “descobertas”, busco propor alguns caminhos para que a escola seja, de fato, de autoria indígena e para que as narrativas kaingang continuem sendo transmitidas. Mais do que isso, aponto questionamentos para que os próprios Kaingang reflitam sobre a educação escolar indígena que almejam. / A specific and differentiated indigenous school education is being developed and implemented by many of Brazil’s indigenous peoples since the Federal Constitution promulgation (1988), a landmark in the conquest of their right to be different. The present research has tried to investigate how the Kaingang school is being constituted and, more specifically, how History is being taught. The investigation was carried out in a Kaingang community in the Indigenous Reservation of Guarita, and the main setting for the study was the indigenous school Toldo Campinas. After processes of Conquest, westernization and mestizoization (GRUZINKSI, 2001), that began in the XIX century, the Kaingang people have maintained their identity, and still do until the present day, according to the dynamics of tradition (BALANDIER, 1997). Considering their history of struggle to maintain their indigenous being [estar indígena] (KUSCH, 2009), this work tries to understand the construction of the specific and differentiated kaingang school. Using ethnography, a thick description (GEERTZ, 1989) was built, not only of the school and its subjects, but also of its surroundings and of other people involved in the school’s educational processes. In addition to a field journal and a notebook, other resources were used: interviews, questionnaires (to students and teachers), classroom activities, talks to the elderly “story tellers”, copies of the students’ notebooks, school documents, photographs. The school dynamics, focusing on the management of the school, is described. The school’s specific disciplines are analyzed (Kaingang Language, Handicraft and Cultural Values), showing that despite the fact that they are not responsible for the students’ learning of the traditional knowledge, they fulfill an important role in highlighting that knowledge. One chapter is dedicated to the History classes and to a discussion on the relationship between the elderly and the school. The research shows that the teaching of History is still based on the regular textbook, but a willingness to teach another history, the Kaingang one, is noticed. Another conclusion is that the Kaingang narratives are still alive; however, there is little dialogue between the elderly “story tellers” and the school. Considering these “findings,” this work tries to propose ways for the school’s authorship to become indigenous, so that Kaingang stories continue to be transmitted. Above all, the sudy raises questions and urges the Kaingang themselves to reflect upon what indigenous shcool education they want and need.
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"Se nós não fosse guerreio nós não existia mais aqui"

Guerola, Carlos Maroto January 2017 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Linguística, Florianópolis, 2017. / Made available in DSpace on 2017-07-25T04:11:51Z (GMT). No. of bitstreams: 1 347122.pdf: 8827374 bytes, checksum: 93bf96ec16719bf3f0ddcf4ce4c00c00 (MD5) Previous issue date: 2017 / A presente pesquisa foi desenvolvida dentro da área de estudos da Linguística Aplicada indisciplinar, a partir da metodologia de pesquisa etnográfica, no âmbito do programa de formação continuada de professores indígenas Ação Saberes Indígenas na Escola (ASIE), criado a nível nacional pelo Ministério de Educação em 2013 e implementado em Santa Catarina pela UFSC entre 2015 e 2017. O trabalho tem como objetivo geral construir alternativas teóricas para o ensino-aprendizagem escolar das línguas guarani, kaingang e laklãnõ-xokleng, reinventadas enquanto processos sociais, visando o fortalecimento da luta dessas populações. Essas alternativas teóricas são construídas com base em discursos (dos quais se oferece registro audiovisual) enunciados por professores, lideranças e sábios durante os Grandes Encontros da ASIE em terras indígenas, assim como com base nas reflexões em torno das práticas materiais desses Grandes Encontros nas quais se constatou a enunciação natural, fácil, espontânea e abundante em línguas indígenas. Em prol da análise interpretativa desses discursos e práticas materiais, é tecida uma fundamentação teórica (que tem como insumo principal postulados de Mikhail Bakhtin e Michel Foucault) em torno do discurso, das línguas e do controle que se exerce sobre os mesmos por meio de procedimentos que buscam estabelecer regras, de acordo com geografias e economias políticas de verdade, para legitimar e privilegiar certos discursos e enunciadores, destacando o papel da instituição escolar nesse processo. Seguidamente, são problematizados os discursos que a tradição linguística e filológica ocidental tem privilegiado em relação às línguas, principalmente aqueles que as representam como sistemas autônomos de normas indestrutíveis. Caracterizando tais discursos sobre as línguas como invenções a serviço da dominação política e econômica colonial e neocolonial, com efeitos colaterais particularmente nocivos para os povos indígenas, aponta-se, posteriormente, para o modo em que esses discursos e consequências nocivas continuam vivas ainda hoje em práticas escolares, o que não é diferente em contextos indígenas. Em prol de contribuir para a reconfiguração dessa situação, criticada pelos participantes da pesquisa, propõe-se uma reinvenção das línguas com base nas teorizações do geógrafo David Harvey, que caracteriza os processos sociais como consistentes na articulação de seis momentos interdependentes, quais sejam, discurso, poder, instituições, práticas materiais, relações sociais e imaginário. A partir da interação entre a fundamentação teórica e os dados etnográficos, gerados ao longo de 34 meses de envolvimento em campo do pesquisador também enquanto supervisor da ASIE na UFSC, a análise se desenvolve em torno desses momentos e das categorias força, luta, sistema, papel, tempo e espaço. A partir da reflexão, com base nessas categorias, em torno das práticas materiais retratadas em relatos literário-fotográficos, propõe-se uma alternativa teórica para o ensino-aprendizagem escolar de línguas indígenas consistente em professores e estudantes participarem, em virtude da força e da luta indígena, em práticas de liberdade de educação escolar diferenciada, isto é, em práticas pautadas nas orientações dos mais velhos e desenvolvidas em espaços-tempos que favoreçam o estreitamento e fortalecimento da convivência, da prática, da oralidade e do movimento conjunto entre anciões, professores e estudantes, assim como as crenças, valores e desejos associados a esses tempos-espaços e relações sociais, dentro de uma temporalidade híbrida entre a temporalidade da educação indígena e a temporalidade da educação escolar.<br> / Abstract : This research was conducted in the field of indisciplinarian Applied Linguistics, following an ethnographic methodological approach, within the in-service indigenous teachers training program Ação Saberes Indígenas na Escola (ASIE), created at a national level by the Brazilian Department of Education in 2013 and implemented in the state of Santa Catarina by UFSC between 2015 e 2017. Its main goal is to build theoretical alternatives for teaching-learning Guarani, Kaingang and Laklãnõ-Xokleng languages, reinvented as social processes, at school, aiming at strengthening the struggle of those populations. These theoretical alternatives are built upon discourses (of which audiovisual register is offered) uttered by teachers, chiefs and sages during the Great Meetings of ASIE in indigenous lands, as well as upon reflections on the material practices of those Meetings in which natural, easy, spontaneous and abundant utterance in indigenous languages was witnessed. To serve the interpretive analysis of those discourses and practices, the theoretical background (that relies primarily on Mikhail Bakhtin e Michel Foucault) focuses on discourse, languages and how control is exerted over them through procedures that aim at establishing rules, grounded on geographies and political economies of truth, in order to legitimate and favor certain discourses and utterers, highlighting the role of schools within this process. Afterwards, the discourses on languages favored by Western linguistic and philological tradition are questioned, chiefly those that represent them as autonomous systems of indestructible rules. Characterizing those discourses on languages as inventions that serve the purposes of colonial and neo-colonial political and economic domination, with particularly harmful effects on indigenous populations, it is discussed next how those discourses and harmful effects are kept alive still today in school practices, also in those of indigenous contexts. In order to contribute to change that situation, criticized by the participants of the research, a reinvention of languages is proposed grounded on David Harvey?s theory that describes social processes as consisting in the articulation of six interdependent moments, i.e., discourse, power, institutions, material practices, social relations and imaginary. Through the interaction between the theoretical background and the ethnographic data, generated throughout 34 months during which the researcher was in the field also as supervisor of ASIE at UFSC, the analysis is carried out around those moments and the categories strength, struggle, system, paper, time and space. Upon the reflection, grounded on those categories, on the material practices portrayed in literary-photographic tales, a theoretical alternative is put forward to teach-learn indigenous languages as social processes at school that consists in teachers and students getting involved, by virtue of the indigenous strength and struggle, in differentiated school practices of freedom, that is, practices whose guidelines are provided by the elderly and are developed in times-spaces that favor the strengthening of the coexistence, the practice, the orality and the shared movement of the elderly, teachers and students, as well as the believes, values and desires associated to those times-spaces and social relationships, within a hybrid temporality between the temporality of indigenous education and the temporality of school education.
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Espititualidade e conhecimentos da mata na formação dos especialistas de cura Kaingang da terra indígena Xapecó/SC

Biazi, Adriana Aparecida Belino Padilha de January 2017 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2017. / Made available in DSpace on 2017-11-14T03:21:03Z (GMT). No. of bitstreams: 1 349154.pdf: 70276476 bytes, checksum: 896cc32913d6cf8653add9d40c3b7ac5 (MD5) Previous issue date: 2017 / Esta dissertação trata especificamente da cultura do meu povo Kaingang que envolve o xamanismo, cosmologia e religião. Aborda o complexo xamânico Kaingang, buscando relacionar a religião, a mata e a espiritualidade na formação dos especialistas Kaingang da Terra Indígena Xapecó: kujá, benzedor e remedieiro. A pesquisa foi realizada em quatro aldeias: Sede, Olaria, Baixo Samburá e Pinhalzinho. A partir da pesquisa bibliográfica e através de contínuos contatos com interlocutores indígenas, foram se delimitando os caminhos percorridos por temas que já haviam sido escritos por outros pesquisadores não-indígenas que analisaram o xamanismo Kaingang. No início da dissertação são apresentadas informações gerais sobre meu povo, através de informações da mitologia, história e arqueologia. Em seguida são apresentados os diferentes processos de formação de cada especialista, alguns exigem muito mais da espiritualidade e contato com seus guias espirituais jagre, e os espíritos da mata, ou seja, o dono da mata. Cada especialista quando vai à mata precisa pedir permissão ao dono para entrar, seja para coletar remédios do mato ou para se purificar. Cada um é escolhido para seguir o caminho da sabedoria, espiritualidade em relação aos costumes e tradições do povo Kaingang. E cada especialista possui a marca tribal Kame ou Kanhru, e precisa ter especialistas das duas marcas, assim se mantém em ordem o equilíbrio cosmológico. Os especialistas em cura kujá, benzedor e remedieiro possuem uma relação espiritual com a mata, dono da mata, venhkagta e jagre, a diferença na formação de cada um é a forma de escolha do especialista, o tempo de duração e as exigências que envolvem os processos de formação de cada um. O kujá é considerado o mais forte, pois, ele se prepara por muito mais tempo, através de onze etapas específicas, as ?correntes?. A formação do benzedor é diferente do kujá, esta pode durar no máximo 5 anos e somente alguns benzedores mencionaram que receberam guias espirituais. Os mestres que passam o conhecimento tradicional para o kujá e benzedor são especialistas mais velhos (kófa). Já a formação do remedieiro pode durar no máximo 3 anos e isso pode variar, pois estes especialistas não são escolhidos por outros especialistas junto com seus guias espirituais, sua formação depende da própria iniciativa da pessoa em querer aprender com os sábios Kaingang sobre o poder de cura que possui os remédios do mato. / Abstract : This thesis focuses specifically over the culture of Kaingang people, considering shamanism, cosmology and religion. It approaches the Kaingang shamanic complex, seeking to relate religion, the savage forest and the spirituality in the formation of the Kaingang specialists from the Xapecó's Indigenous Land: kujá, benzedor (blesser) and remedieiro (medicine man). The research was carried out in four villages: Sede, Olaria, Baixo Samburá and Pinhalzinho. Starting from the bibliographic research and through continuous contacts with indigenous interlocutors, following the paths already been written by other non-indigenous researchers who analysed the Kaingang shamanism. At the beginning of the thesis are presented general information about my people, through information from mythology, history and archaeology. Follow it we present the different processes of formation of each specialist, some them requiring much more of spirituality and contact with their spiritual guides jagre, and the spirits of the savage forest, that is, the owner of the bush. Every specialist who moves to the savage forest needs to ask permission of the owner to enter, whether to collect medicines from the bush or to purify. Each one is chosen to follow the path of wisdom, spirituality in relation to the customs and traditions of the Kaingang people. And each specialist has the tribal brand Kame or Kanhru, asking to have experts from both sides, so the cosmological balance is kept in order. The specialists in healing kujá, benzedor and remedieiro have a spiritual relation with the savage forest, with the owner of it, venhkagta and jagre, the difference in the formation of each one is the form of choice of the expert, the time of duration and the requirements that involve the processes of formation of each one. The kujá is considered the strongest, because it prepares for much longer, through eleven specific stages, the "correntes" (chains). The formation of the benzedor is different from the kujá, this can last for a maximum of five years and only a few benzedors mentioned that they received spiritual guides. The masters who teach the traditional knowledge to the kujá and to the benzedor are older specialists (kófa). The formation of the therapist can last for a maximum of 3 years and this may vary, since these specialists are not chosen by other specialists along with their spiritual guides, their formation depends on the person's own initiative to wish to learn from the Kaingang sages about the power of healing from the medicines from the savage forest.
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Uma abordagem relacional da atenção à saúde a partir da terra indígena Xapecó

Ghiggi Junior, Ari January 2015 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Florianópolis, 2015. / Made available in DSpace on 2016-10-19T12:53:31Z (GMT). No. of bitstreams: 1 339033.pdf: 5248546 bytes, checksum: da35344912e1691f0fa2410dab5c0c78 (MD5) Previous issue date: 2015 / Esta tese é uma etnografia sobre as dinâmicas terapêuticas no campo de atenção à saúde mapeadas a partir da Terra Indígena Xapecó (TIX), oeste de Santa Catarina ? uma região marcada pela violência estrutural que relega às populações autóctones posições subalternas em relação às condições básicas de cidadania e sobrevivência. A temática da atenção à saúde é tomada aqui como chave para, por um lado, demonstrar as condições de saúde dos Kaingang e, por outro, elucidar a riqueza de estratégias e práticas sociais que retratam o contato dos indígenas com as populações vizinhas. Além de um contexto interétnico, o campo da atenção à saúde que perpassa a TIX é uma zona intermédica marcada pela interpenetração de diferentes modelos de atenção à saúde e pelo hibridismo entre as tradições médicas presentes. A compreensão das dinâmicas terapêuticas neste campo foi tomada a partir de uma abordagem relacional que partiu de dois pontos de vista inter-relacionados: por um lado, valorizou as intencionalidades de procura e, por outro, as de oferta terapêutica. Com relação à procura terapêutica, a análise dos itinerários terapêuticos demonstrou a autonomia e o empoderamento dos sujeitos e grupos domésticos na articulação de diferentes formas de atenção à saúde utilizadas na atuação pragmática frente às enfermidades que vivenciam ? além do trânsito e circulação por diversas localidades da região e para além desta. Com relação à oferta terapêutica, foi possível reconhecer e explorar a pluralidade de recursos que guiam as escolhas dos Kaingang nos seus itinerários terapêuticos. Esta dimensão foi abordada a partir das quatro redes terapêuticas que perpassam a TIX: os crentes e as igrejas evangélicas, os católicos ?tradicionais", a pastoral da saúde e os serviços oficiais de saúde. A abordagem destas redes, tomadas como arranjos organizativos, enfatizou a atuação de agentes, a consolidação de espaços, rituais e práticas que transcendem os limites da TIX. Enfim, tomar os indígenas num contexto relacional teve como objetivo amplo subsidiar uma problematização sobre a Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI), mais especificamente, sobre o princípio da atenção diferenciada que indica o respeito às práticas tradicionais e a sua articulação com as rotinas dos serviços oficiais de saúde. Esta problematização investe contra uma noção essencializada de cultura e uma imagem do índio genérico e isolado, que impregnam concepções políticas e atitudes de profissionais na área da saúde e cerceiam seus direitos enquanto cidadãos brasileiros.<br> / Abstract : This ethnography follows the therapeutic dynamics of the healthcare field that originate in the Xapecó Indigenous Reservation (Terra Indígena Xapecó - TIX). Located in the west of the state of Santa Catarina, Brazil, it is in a region marked by structural violence that relegates the native population to a subaltern position in relation to the basic conditions of citizenship and survival. The theme of health care is here taken as a key for demonstrating the health conditions of the Kaingang people as well as for revealing the richness of strategies and social practices that portray the contact between indigenous people and the neighboring population. Besides one of interethnic context, the health care field found in the TIX is an intermedical zone marked by the interpenetration of different health care models and by hybridism between medical traditions. To understand the therapeutic dynamics in this field, a relational approach was used that began from two interrelated viewpoints: one the one hand, that which valued intentionality in the search and, on the other, that of the therapeutic offer. In the case of the search for therapy, the analysis of therapeutic itineraries showed autonomy and empowerment of the individuals and domestic groups in their articulation of the different forms of health care used in the pragmatic actions taken to resolve the illnesses they suffer ? in addition to their transit and circulation in various locations of the region and beyond. Regarding therapeutic offer, it was possible to identify and explore the plurality of resources that guide the choices of the Kaingang in their itineraries. This dimension was approached through four therapeutic networks found on the reservation: believers and the Evangelical churches, ?traditional? Catholics, Pastoral of Health assistance, and official health care services. The analysis of such networks, here understood as organizational arrangements, emphasized the agents? action and also the consolidation of spaces, rituals and practices that transcend the limits of the TIX. The analysis of Kaingang in a relational context had as a general purpose the problematization of Brazil?s National Policy for Indigenous Health Care (Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas ? PNASPI), focusing more specifically on the principle of the differentiated attention that calls for the respect for traditional practices and their articulation with the routines of the official health services. Such problematization counters the essentialized notion of culture and the image of a generic and isolated Indian that impregnate policymaking conceptions and attitudesof health care professionals, curtailing the rights of indigenous peoples as Brazilian citizens.
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Um outro olhar

Dill, Fernanda Machado January 2016 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, Florianópolis, 2016. / Made available in DSpace on 2017-04-11T04:13:23Z (GMT). No. of bitstreams: 1 344783.pdf: 37197122 bytes, checksum: 5c22a31b410981defe4014d89c43fda4 (MD5) Previous issue date: 2016 / As estruturas sociais se desenvolvem em relação aos aspectos espaciais que as envolvem, que são também produto das interações do homem no espaço, configurando a influência mutua entre esses dois fatores. Os aspectos espaciais considerados nesta pesquisa, dizem respeito às tipologias arquitetônicas predominantes e o arranjo físico-urbanístico elaborado por determinados grupos sociais no território que ocupam. Já a estrutura social aborda o conceito de sociedade, as relações dos homens entre si, a organização dessas relações, a língua, a cultura, enfim, seu modo de viver. Assim, o objetivo desta dissertação é analisar de que forma a estrutura social Kaingang se manifesta no Espaço Arquitetônico da Aldeia Kondá, Chapecó-SC. Para tanto a pesquisa foi dividida em três etapas: aproximação teórica, estudo de caso e discussão e síntese dos resultados obtidos. A primeira etapa consiste na apresentação do Panorama dos Povos Indígenas no cenário da América Latina, no Brasil e em Santa Catarina, bem como dos referenciais que conduzem a pesquisa baseados nos conceitos da História e Antropologia, na Psicologia ambiental e Sintaxe espacial. A segunda etapa consiste no estudo de caso, onde são aplicados os procedimentos metodológicos adotados na pesquisa a partir da abordagem multi métodos. A terceira etapa busca desenvolver, com base nas aproximações teóricas iniciais e no estudo de caso realizado, uma discussão em torno das relações encontradas entre a estrutura social da comunidade e aspectos espaciais da aldeia. Os resultados obtidos com esta pesquisa consistem em um panorama da configuração socioespacial da Aldeia Kondá a partir de quatro categorias de análise e reflexão: 1) A imagem do lugar apresenta as relações entre a complementaridade proposta pela cultura tradicional Kaingang e forma como o espaço da aldeia se configura. 2) O Arranjo físico e a relação público privado, relaciona aspectos espaciais com conceitos de apropriação, territorialidade e privacidade. 3) A arquitetura como identidade, evidencia o papel da forma e dos materiais empregados nas edificações nas ações de protagonismo indígena e 4) Comportamento socioespacial que discute o papel dos lugares nas relações humanas. A pesquisa destaca a necessidade dos profissionais que projetam o espaço estarem atentos às ações sociais de seus usuários contemplando-as em seus projetos e evidenciando a relação observada entre espaço e sociedade. Assim, é necessário entender aspectos sociais e culturais de comunidades específicas para que intervenções urbanísticas e arquitetônicas mais adequadas possam ser desenvolvidas.<br> / Abstract : The social structures develop in relation to the spatial aspects that surround them, which are also a product of the interactions of man in space, configuring the mutual influence between these two factors. The spatial aspects considered in this research concern the predominant architectural typologies and the physical-urban arrangement elaborated by certain social groups in the territory they occupy. The social structure, on the other hand, addresses the concept of society, the relations between men, the organization of these relations, language, culture, and finally, their way of living. Thus, the purpose of this dissertation is to analyze how the Kaingang social structure manifests itself in the Architectural Space of the Kondá Village, Chapecó-SC. For this the research was divided into three stages: theoretical approach, case study and discussion and synthesis of the obtained results. The first stage consists of the presentation of the Panorama of Indigenous Peoples in the Latin American scenario, in Brazil and in Santa Catarina, as well as the reference points that lead to research based on the concepts of History and Anthropology, Environmental Psychology and Spatial Syntax. The second stage consists of the case study, where the methodological procedures adopted in the research are applied using the multi-method approach. The third stage seeks to develop, based on the initial theoretical approaches and the case study carried out, a discussion about the relationships found between the social structure of the community and the spatial aspects of the village. The results obtained with this research consist of a panorama of the socio-spatial configuration of Aldeia Kondá from four categories of analysis and reflection: 1) The image of the place presents the relations between the complementarity proposed by the traditional culture Kaingang and how the space of the village Is configured. 2) Physical Arrangement and private public relation, relates spatial aspects with concepts of appropriation, territoriality and privacy. 3) Architecture as identity, evidences the role of form and materials used in buildings in the actions of indigenous protagonism and 4) Socio-spatial behavior that discusses the role of places in human relations. The research highlights the need of professionals who design space to be attentive to the social actions of its users contemplating them in their projects and showing the observed relationship between space and society. Thus, it is necessary to understand social and cultural aspects of specific communities so that more appropriate urban and architectural interventions can be developed.

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