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E por falar em povos indígenas... quais narrativas contam em práticas pedagógicas?Bonin, Iara Tatiana January 2007 (has links)
Este estudo dedica-se à análise de discursos sobre povos indígenas que, circulando em diferentes meios, são articulados em narrativas de estudantes do ensino superior. Para isso, investiguei narrativas produzidas por 68 estudantes de duas instituições situadas na Grande Porto Alegre, em cursos que preparam para o magistério. Foram realizados momentos específicos para a produção de narrativas, em quatro grupos distintos, sendo um organizado a partir de um curso de extensão e três outros, programados em momentos específicos, dentro do cronograma de disciplinas oferecidas nos cursos de Pedagogia. Considerei, nesta pesquisa, o conjunto de narrativas orais produzidas nos quatro grupos, os textos escritos e/ou desenhos feitos pelos estudantes e outros materiais trazidos para os encontros, bem como minhas anotações em um caderno de campo. As questões que mobilizaram o meu pensar durante esse processo de investigação foram as seguintes: quais discursos estão produzindo povos indígenas em narrativas de estudantes do ensino superior? Quais narrativas adquirem visibilidade para estes estudantes e que efeitos de verdade são produzidos? A partir de que fontes de informação e de que saberes os povos indígenas são nomeados e descritos no contexto escolar? Quais significados articulam-se nessas narrativas? Quais marcadores sociais são mobilizados e quais oposições binárias servem para caracterizar os povos indígenas? Como os estudantes se inserem e como são posicionados/ posicionam-se na produção dessas narrativas? Situo minha pesquisa na perspectiva dos Estudos Culturais pós-estruturalistas, problematizando práticas de significação que constituem e posicionam diferentemente os sujeitos em relações de poder/saber. Adquirem relevância, neste estudo, noções como cultura, linguagem, sujeito, poder, verdade, identidade e diferença, que problematizo tomando como referência estudos de Michel Foucault, Stuat Hall, Homi Bhabha, Zygmunt Bauman, Jacques Derrida, Jorge Larrosa, Carlos Skliar, Núria Ferre, Kathryn Woodward, Rosa Hessel Silveira, Tomaz Tadeu da Silva, Marisa Costa e Alfredo Veiga-Neto, entre outros. Tomando o conjunto de narrativas produzidas sobre povos indígenas na pesquisa, defini três eixos de análise: discursos que participam na produção de nacionalidades; discursos que produzem sujeitos em práticas escolarizadas e discursos que operam estratégias de narrar por estereótipos. Estas unidades serviram como pontos de convergência de sentidos e possibilitaram o exame de práticas diversas, ancoradas em determinados regimes deverdade. No primeiro eixo estabeleci algumas relações entre maneiras utilizadas pelos estudantes para narrar os povos indígenas e discursos históricos, literários, iconográficos, didáticos. Interessaram-me, nesta parte do trabalho, os efeitos da articulação entre povos indígenas e identidade nacional. Discuti também alguns deslocamentos nos sentidos de nação na atualidade. No segundo eixo examinei determinadas práticas institucionalizadas em currículos escolares para a abordagem da temática indígena. As práticas analisadas foram aquelas narradas pelos estudantes, especialmente nas experiências de escola básica, e meu interesse era investigar efeitos desses discursos, que conferem certo tipo de visibilidade aos povos indígenas. Chamou minha atenção a recorrência de relatos sobre a comemoração do Dia do Índio, abordagem da temática que adquire contornos específicos, colaborando para marcar o que deve ser lembrado e o que, em decorrência, deve ser esquecido. No terceiro eixo discuti a produção de estereótipos como estratégia discursiva ou seja, como uma forma de conhecimento e de identificação que imprime certa ordem, produzindo práticas e posicionando sujeitos. Analisei efeitos de articulações estabelecidas entre índio-natureza e entre práticas indígenas-pensamento mágico, abordando também maneiras de narrar a presença indígena em centros urbanos. A articulação produzida entre índio e natureza funciona como uma espécie de chave de leitura, sendo os povos indígenas narrados como habitantes naturais da floresta, lugar geográfico e social que produz também um conjunto de atributos, colados ao corpo, apresentados como sendo próprios da natureza indígena. É possível dizer que as narrativas estereotipadas sobre povos indígenas são movimentos de captura, para tornar a diferença semelhante, para marcá-la nos corpos, responsabilizando o outro pelo que nele se estranha e fixando atributos e lugares sociais. Argumento que, na produção de sujeitos indígenas e não-indígenas, operam discursos múltiplos que se enlaçam, se fortalecem, se opõem e, desse modo, constituem e engendram identidades e diferenças, em relações de poder e saber. Analisar as narrativas dos estudantes possibilitou entender identidades e diferenças como produções na cultura, operadas cotidianamente, no entrelaçamento de distintas práticas de significação, que fabricam, posicionam e governam sujeitos. Os significados são produzidos e se instituem em negociações, embates, jogos de força cotidianamente realizados. Nestas práticas, vão sendo construídos aqueles que são narrados, como também aqueles que narram. / This study is devoted to analysing discourses on Indigenous folks who, circulating in different environments, are articulated in higher education students’ narratives. So I investigated narratives by 68 students from institutions located in Porto Alegre City in courses preparing future teachers. There were special moments for the production of narratives in four different groups, in which one of them was organised from an extension course, and the other three were designed in specific moments within the curriculum provided by teaching courses. I considered in this research the set of oral narratives produced in all four groups, the written texts and/or drawings by students and other materials brought to the meetings as well as my notes in a field notebook. The issues caused me to ponder during this investigative process were the following: which discourses are producing Indigenous folks in higher education students’ narratives? Which narratives get visibility for these students and which true effects are produced? Which information and knowledge sources Indigenous folks are named and depicted from in the school context? Which meanings are articulated in these narratives? Which social markers are used and which binary oppositions characterise the Indigenous folks? How students are embedded and how they position/are positioned in producing these narratives? My research is located in the poststructuralist Cultural Studies perspective, problematising meaning making practices which constitute and position differently subjects in relation to power/knowledge. In this approach, notions such as culture, language, subject, power, truth, identity and difference are very important. Authors like Michel Foucault, Stuart Hall, Homi Bhabha, Zygmunt Bauman, Jacques Derrida, Jorge Larrosa, Carlos Skliar, Núria Ferre, Kathryn Woodward, Rosa Hessel Silveira, Tomaz Tadeu da Silva, Marisa Costa, Alfredo Veiga-Neto, among others, from their productions in this field, hep us to analyse. Taking into consideration the set of narratives about Indigenous folks in the research, I have defined three analysis axes: discourses shaping the nationalities; discourses inventing subjects in school practices and discourses operating narrating strategies by stereotypes. These units have been used as meaning convergence points and have allowed analysing many practices anchored in particular regimes of truth. In the first axis, I have established relationships between ways students have recounted Indigenous folks and historical, literary, iconographical and didactical discourses. In this part of the work I am concerned with the effects from the articulation between Indigenous folks and the national identity. I have also discussed some displacements in nation meanings in the globalisation era. In the second axis, I have examined particular established practices in curriculum to approach the Indigenous theme. The analysed practices were those recounted by students, especially in primary school experiences, and I have been concerned with effects of these discourses, which provide a kind of visibility for Indigenous folks. What has attracted my attention was recurrence of certain narratives about the Indigenous Day celebration, an approach of a theme having particular contours in classroom, helping to highlight what should be recollected and what should remain in oblivion. In the final axis, I have discussed stereotype making as a discursive strategy, that is, as a way of knowledge and identification that provides a particular order, producing practices and positioning subjects. I have analysed effects of articulations established between the Indigenous and nature, and between Indigenous practices and the magician thought, approaching also ways to recount the Indigenous presence in the urban centres. The articulation made between the Indigenous and nature works as a kind of reading key, the Indigenous folks being recounted as natural inhabitants from the forest, a social and geographical place also producing a set of characteristics, attached to the body, provided as belonging to the Indigenous nature. It is possible to say that stereotyped narratives about Indigenous folks are capturing movements to make difference similar, stamp it on the bodies, blaming on the other for what is strange in him/her and establishing characteristics and social places. I argue that in inventing Indigenous and non-Indigenous subjects, multiple discourses work by entwining, strengthening, resisting and so shaping and inventing identities and differences in power and knowledge relationships. Analysing the students’ narratives allowed understanding identities and differences as productions daily working in the culture, in the entwining of different meaning makings, which invent, position and govern subjects. Meanings are made and established in daily trades, clashes and power games. In these practices, those who are recounted and those who recount are both constructed.
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Jovens universitários e discursos sobre masculinidades contemporâneasVitelli, Celso January 2008 (has links)
Cette thèse s’occupe des transformations contemporaines du concept de masculinité, pris, dans ce travail, à l’intérieur du rapprochement entre corps, art, jeunesse et média. L’objectif de la recherche a été de problématiser les discours sur les masculinités de la jeunesse et sur les images des corps masculins, qui sont construits dans notre temps. Pour accomplir l’analyse des donnés – vingt entrevues semi-structurées réalisées avec jeunes de 18 à 30 ans, provenant de quatre universités, deux publiques et deux privées de la Grande Porto Alegre – on a utilisé la perspective théorique de Michel Foucault, Jurandir Freire Costa, Zygmunt Bauman, Robert Connell, entre autres, des auteurs qui ont permis de penser les concepts de corps, masculinités, art et média, en articulation avec les témoignages des étudiantes. Dans les entrevues, des reproductions des images des plusieurs artistes hommes ont été également utilisés ; des artistes qui ont produit des images sur les corps masculin. La recherche indique la présence de différentes masculinités, construites en relation avec ce groupe générationnel spécifique. En outre, la recherche montre un quotidien social dans lequel les masculinités des jeunes sont interpelés pour un discours hégémonique qui exerce une puissance (autorité) sur la construction des valeurs sociaux et culturelles aussi bien que des conceptions de genre. Il s’agit des valeurs et des conceptions produits et reproduits continuellement dans la culture et même entre ces jeunes universitaires, d’une façon spéciale. L’analyse a permis de conclure qu’il n’existe pas une masculinité solide et unique pour ces jeunes, une masculinité que lui offert une sorte de « garantie » en ce qui concerne aux modes d’être et d’exister ; au contraire, les témoignages montrent que ce concept remet aux pratiques que le caractérisent comme un concept pluriel, négociable et révocable. Finalement, ce travail a permis d’élargir l’univers des informations sur le public étudié, au même temps qu’il souligne la nécessité d’une révision plus attentive du domaine des Arts, au niveau académique, en considérant l’articulation productive entre les thématiques et les concepts de masculinité, arts, corps et média. / Esta tese trata das transformações contemporâneas no conceito de masculinidade, conceito aqui tomado no cotejo com questões relativas a corpo, arte, juventude e mídia. O objetivo principal do estudo foi problematizar os discursos sobre masculinidades jovens e sobre as imagens de corpos masculinos, que vêm sendo construídas em nosso tempo. Para a análise dos dados, colhidos por meio de vinte entrevistas semi-estruturadas (com jovens de 18 a 30 anos, de quatro universidades, duas da rede pública e duas da rede privada, da Grande Porto Alegre, RS), utilizou-se a perspectiva teórica de Michel Foucault, Jurandir Freire Costa, Zygmunt Bauman, Robert Connell, entre outros, autores que permitiram pensar os conceitos de corpo, masculinidades, arte e mídia, em articulação com os depoimentos dos estudantes. Nas entrevistas, foram também utilizadas reproduções de obras de artistas plásticos homens, com imagens relacionadas ao corpo masculino. O estudo aponta para a presença de diferentes masculinidades, constituídas em relação a esse grupo geracional específico. Além disso, revela um cotidiano social no qual as masculinidades dos jovens são interpeladas por um discurso hegemônico, que exerce força sobre a construção de valores sociais e culturais, além de concepções de gênero, produzidos e reproduzidos constantemente na cultura e de modo especial entre os jovens. A análise também permitiu concluir que não existe para esse grupo uma masculinidade sólida e única, que lhes ofereça uma espécie de “garantia” quanto aos modos de ser e existir; pelo contrário, os depoimentos mostram que esse conceito remete a práticas que o caracterizam como plural, negociável e mesmo revogável. Finalmente, a pesquisa permitiu ampliar o universo de informações sobre o público estudado, ao mesmo tempo que apontou para a necessidade de uma revisão mais cuidadosa do ensino de Artes, no nível universitário, de modo especial considerando a produtiva articulação possível, entre temáticas e conceitos relativos a masculinidades, arte, corpo e mídia. / Esta tesis trata del concepto de la masculinidad y de como éste se ha visto transformado en la actualidad en cuanto a cuerpo, arte, juventud y publicidad se refiere. El objetivo principal del estudio fue tratar de los discursos acerca masculinidades jovenes y acerca de las imagenes de cuerpos masculinos, que vienem siendo construídas en nuestro tiempo. Para la análisis de los datos cojidos por um medio de veinte entrevistas semiestructuradas (con jovenes de 18 a 30 años, de cuatro universidades, dos publicas y dos privadas, de Grande Porto Alegre, RS), se utilizó una perspectiva teorica de Michel Foucault, Jurandir Freire Costa, Zygmunt Bauman, Robert Connell, entre otros, autores que permitiron piensar los conceptos de cuerpo, masculinidades, arte y publicidad, en conjunto con los testimonios de los estudiantes. En las entrevistas tambien fueron utilizadas reproducciones de obras de artistas plasticos masculinos, con imagenes relacionadas con ele cuerpo masculino. El estudio apunta para la presencia de diferentes masculinidades construidas en relación a este grupo generacional especifico. Además, revela un ambito social cotidiano, en el cual las masculinidades de los jovenes han sido interpretadas por un discurso homogeneo que exerce fuerza sobre la construcción de valores sociales y culturales, además de concepciones de género, producidas y reproducidas constantemente en la cultura y de modo especial entre los jovenes. El análisis también permitió concluir que no existe para este grupo una masculinidad solida y unica que les ofrezca una especie de garantia en cuanto a los modos de ser y existir, por lo contrario, los testimonios muestran que este concepto remite a practicas que lo caracterizan como plural, negociable y igualmente revocable. Finalmente, el estudio permitió ampliar el universo de informaciones sobre el público entrevistado, al mismo tiempo que apunta para la necesidad de una revisión más cuidadosa de la enseñanza de artes a nivel universitario de modo especial considerando el conjunto productivo posible, entre tematicas y conceptos relativos a masculinidad, arte, cuerpo y publicidad.
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Narrativas da vivência juvenil feminina : histórias e poéticas produzidas por jovens de periferia urbana de Porto Alegre / Narrativas de la vivencia juvenil femenina: historias y poéticas producidas por jóvenes de periferia urbana de Porto AlegreSalva, Sueli January 2008 (has links)
Esse estudo apresenta reflexões a respeito de narrativas realizadas por algumas jovens mulheres e procura responder como elas, inseridas no contexto de periferia urbana de Porto Alegre, narram suas vivências cotidianas. É resultado de uma pesquisa qualitativa com bases epistemológicas do campo da educação e da sociologia da juventude e tem influência teórica da história cultural, da filosofia e da antropologia, apoiando-se nos estudos de: Alberto Melucci, Marilia Sposito, José Machado Pais, Maria Teresa Santos Cunha, Jorge Larrosa, Michel de Certeau, Zygmunt Bauman. Enseja compreender os percursos traçados através de discursos produzidos pelas próprias jovens, recorrendo, entre outros recursos de expressão, ao diário autobiográfico. Durante a execução, o diário utilizado com o objetivo de produção de dados se transformou em uma prática, instituindo-se como um potente artifício que colocou em prática uma experiência e um movimento para a produção de si, transitando pela dimensão política, cultural e subjetiva. Nas narrativas contidas nos diários, as jovens se posicionam diante no mundo, constroem um novo mundo pela incorporação de traços do existente, colocam em cena práticas discursivas. Por meio delas, revelam a trama de suas vidas, trafegam pelos tempos da memória, criam sentidos para suas vivências, buscam, no abismo de si mesmas, novos significados para sua história, produzem a si próprias, ao mesmo tempo que o texto as produz. A tentativa de separar a narrativa, ou seja, o como, da própria vida, o o que, se tornou uma tarefa inútil, pois no como criam a vida; no modo como narram, a vida se revela. A vida se mostra enredada no sistema patriarcal (cujos contornos já não são tão rígidos), imprevisível e limitada, principalmente em decorrência da precariedade das condições de sobrevivência que caracterizam sua contingência. Também se mostra potente, intensa, pois o que rege o movimento das jovens é inventar uma vida que valha a pena ser vivida. O status de jovem é conquistado por elas principalmente pela liberdade para sair, namorar, ficar e pela convivência intergeracional, respeitando um critério etário que predomina sobre os signos próprios da juventude. Pretende-se que os achados da pesquisa possam contribuir para a sociologia da juventude, uma vez que abordam a especificidade do sexo feminino e para a educação, já que possibilitam conhecer a quem a educação se destina, pois adentra em um universo pouco visível no espaço público, dando a conhecer os meandros da vida cotidiana de jovens mulheres, bem como os modos criativos que utilizam para inventar maneiras de fazer a partir do imprevisível revelado tanto no modo de produção das narrativas - por meio da linguagem escrita (diários), ou de imagens (fotografias) - quanto na própria vida, apesar da precariedade que a circunscreve. / Este estudio presenta reflexiones respecto de narrativas realizadas por jóvenes mujeres y busca responder cómo ellas, insertadas en el contexto de periferia urbana de Porto Alegre, narran sus vivencias cotidianas. Resulta de una investigación cualitativa con bases epistemológicas de los campos de la educación y sociología de la juventud y tiene influencia teórica de la historia cultural, filosofía y antropología, apoyándose en los estudios de: Alberto Melucci, Marilia Sposito, José Machado Pais, Maria Teresa Santos Cunha, Jorge Larrosa, Michel de Certeau, Zygmunt Bauman. Posibilita comprender los recorridos trazados a través de discursos producidos por las jóvenes mismas, valiéndose, entre otros recursos de expresión, del diario autobiográfico. Durante la realización, el diario utilizado con el objetivo de producción de datos se convirtió en una práctica, que se instituyó como un poderoso artificio que puso en práctica una experiencia y movimiento para la producción de sí, pasando por la dimensión política, cultural y subjetiva. En las narrativas contenidas en los diarios, las jóvenes se posicionan frente al mundo, construyen un nuevo mundo por la incorporación de rasgos del existente, ponen en escena prácticas discursivas. Por medio de estas, revelan el enredo de sus vidas, circulan por los tiempos de la memoria, crean sentidos para sus vivencias, buscan en el abismo de sí mismas nuevos significados para su historia, producen a sí mismas, al mismo tiempo que el texto las produce. El intento de separar la narrativa, es decir, el cómo, de la propia vida, el qué se transforma en una tarea inútil, pues, en el cómo, crean la vida; en el modo cómo narran, la vida se revela. La vida se muestra enredada en el sistema patriarcal (cuyos contornos ya no son tan rígidos), imprevisible y limitada, principalmente en consecuencia de la precariedad de las condiciones de supervivencia que caracterizan su contingencia. También se muestra poderosa, intensa, pues lo que rige el movimiento de las jóvenes es inventar una vida que valga la pena vivirse. El status de joven ellas lo conquistan principalmente por la libertad para salir, ligar, ennoviarse y por la convivencia intergeneracional, respetando al criterio etario que predomina sobre los signos propios de la juventud. Se pretende que los hallazgos de la investigación puedan contribuir para la sociología de la juventud, una vez que abordan la especificidad del sexo femenino, y para la educación, ya que posibilitan conocer a quienes la educación se destina, pues adentra en un universo poco visible en el espacio público. De esta manera, se da a conocer el enmarañamiento de la vida cotidiana de jóvenes mujeres, así como los modos creativos que utilizan para inventar formas de hacer a partir del imprevisible revelado tanto en el modo de producción de las narrativas -por medio del lenguaje escrito (diarios) o de imágenes (fotografías)- como en la vida misma, a pesar de la precariedad que la circunscribe.
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Jovens universitários e discursos sobre masculinidades contemporâneasVitelli, Celso January 2008 (has links)
Cette thèse s’occupe des transformations contemporaines du concept de masculinité, pris, dans ce travail, à l’intérieur du rapprochement entre corps, art, jeunesse et média. L’objectif de la recherche a été de problématiser les discours sur les masculinités de la jeunesse et sur les images des corps masculins, qui sont construits dans notre temps. Pour accomplir l’analyse des donnés – vingt entrevues semi-structurées réalisées avec jeunes de 18 à 30 ans, provenant de quatre universités, deux publiques et deux privées de la Grande Porto Alegre – on a utilisé la perspective théorique de Michel Foucault, Jurandir Freire Costa, Zygmunt Bauman, Robert Connell, entre autres, des auteurs qui ont permis de penser les concepts de corps, masculinités, art et média, en articulation avec les témoignages des étudiantes. Dans les entrevues, des reproductions des images des plusieurs artistes hommes ont été également utilisés ; des artistes qui ont produit des images sur les corps masculin. La recherche indique la présence de différentes masculinités, construites en relation avec ce groupe générationnel spécifique. En outre, la recherche montre un quotidien social dans lequel les masculinités des jeunes sont interpelés pour un discours hégémonique qui exerce une puissance (autorité) sur la construction des valeurs sociaux et culturelles aussi bien que des conceptions de genre. Il s’agit des valeurs et des conceptions produits et reproduits continuellement dans la culture et même entre ces jeunes universitaires, d’une façon spéciale. L’analyse a permis de conclure qu’il n’existe pas une masculinité solide et unique pour ces jeunes, une masculinité que lui offert une sorte de « garantie » en ce qui concerne aux modes d’être et d’exister ; au contraire, les témoignages montrent que ce concept remet aux pratiques que le caractérisent comme un concept pluriel, négociable et révocable. Finalement, ce travail a permis d’élargir l’univers des informations sur le public étudié, au même temps qu’il souligne la nécessité d’une révision plus attentive du domaine des Arts, au niveau académique, en considérant l’articulation productive entre les thématiques et les concepts de masculinité, arts, corps et média. / Esta tese trata das transformações contemporâneas no conceito de masculinidade, conceito aqui tomado no cotejo com questões relativas a corpo, arte, juventude e mídia. O objetivo principal do estudo foi problematizar os discursos sobre masculinidades jovens e sobre as imagens de corpos masculinos, que vêm sendo construídas em nosso tempo. Para a análise dos dados, colhidos por meio de vinte entrevistas semi-estruturadas (com jovens de 18 a 30 anos, de quatro universidades, duas da rede pública e duas da rede privada, da Grande Porto Alegre, RS), utilizou-se a perspectiva teórica de Michel Foucault, Jurandir Freire Costa, Zygmunt Bauman, Robert Connell, entre outros, autores que permitiram pensar os conceitos de corpo, masculinidades, arte e mídia, em articulação com os depoimentos dos estudantes. Nas entrevistas, foram também utilizadas reproduções de obras de artistas plásticos homens, com imagens relacionadas ao corpo masculino. O estudo aponta para a presença de diferentes masculinidades, constituídas em relação a esse grupo geracional específico. Além disso, revela um cotidiano social no qual as masculinidades dos jovens são interpeladas por um discurso hegemônico, que exerce força sobre a construção de valores sociais e culturais, além de concepções de gênero, produzidos e reproduzidos constantemente na cultura e de modo especial entre os jovens. A análise também permitiu concluir que não existe para esse grupo uma masculinidade sólida e única, que lhes ofereça uma espécie de “garantia” quanto aos modos de ser e existir; pelo contrário, os depoimentos mostram que esse conceito remete a práticas que o caracterizam como plural, negociável e mesmo revogável. Finalmente, a pesquisa permitiu ampliar o universo de informações sobre o público estudado, ao mesmo tempo que apontou para a necessidade de uma revisão mais cuidadosa do ensino de Artes, no nível universitário, de modo especial considerando a produtiva articulação possível, entre temáticas e conceitos relativos a masculinidades, arte, corpo e mídia. / Esta tesis trata del concepto de la masculinidad y de como éste se ha visto transformado en la actualidad en cuanto a cuerpo, arte, juventud y publicidad se refiere. El objetivo principal del estudio fue tratar de los discursos acerca masculinidades jovenes y acerca de las imagenes de cuerpos masculinos, que vienem siendo construídas en nuestro tiempo. Para la análisis de los datos cojidos por um medio de veinte entrevistas semiestructuradas (con jovenes de 18 a 30 años, de cuatro universidades, dos publicas y dos privadas, de Grande Porto Alegre, RS), se utilizó una perspectiva teorica de Michel Foucault, Jurandir Freire Costa, Zygmunt Bauman, Robert Connell, entre otros, autores que permitiron piensar los conceptos de cuerpo, masculinidades, arte y publicidad, en conjunto con los testimonios de los estudiantes. En las entrevistas tambien fueron utilizadas reproducciones de obras de artistas plasticos masculinos, con imagenes relacionadas con ele cuerpo masculino. El estudio apunta para la presencia de diferentes masculinidades construidas en relación a este grupo generacional especifico. Además, revela un ambito social cotidiano, en el cual las masculinidades de los jovenes han sido interpretadas por un discurso homogeneo que exerce fuerza sobre la construcción de valores sociales y culturales, además de concepciones de género, producidas y reproducidas constantemente en la cultura y de modo especial entre los jovenes. El análisis también permitió concluir que no existe para este grupo una masculinidad solida y unica que les ofrezca una especie de garantia en cuanto a los modos de ser y existir, por lo contrario, los testimonios muestran que este concepto remite a practicas que lo caracterizan como plural, negociable y igualmente revocable. Finalmente, el estudio permitió ampliar el universo de informaciones sobre el público entrevistado, al mismo tiempo que apunta para la necesidad de una revisión más cuidadosa de la enseñanza de artes a nivel universitario de modo especial considerando el conjunto productivo posible, entre tematicas y conceptos relativos a masculinidad, arte, cuerpo y publicidad.
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Narrativas da vivência juvenil feminina : histórias e poéticas produzidas por jovens de periferia urbana de Porto Alegre / Narrativas de la vivencia juvenil femenina: historias y poéticas producidas por jóvenes de periferia urbana de Porto AlegreSalva, Sueli January 2008 (has links)
Esse estudo apresenta reflexões a respeito de narrativas realizadas por algumas jovens mulheres e procura responder como elas, inseridas no contexto de periferia urbana de Porto Alegre, narram suas vivências cotidianas. É resultado de uma pesquisa qualitativa com bases epistemológicas do campo da educação e da sociologia da juventude e tem influência teórica da história cultural, da filosofia e da antropologia, apoiando-se nos estudos de: Alberto Melucci, Marilia Sposito, José Machado Pais, Maria Teresa Santos Cunha, Jorge Larrosa, Michel de Certeau, Zygmunt Bauman. Enseja compreender os percursos traçados através de discursos produzidos pelas próprias jovens, recorrendo, entre outros recursos de expressão, ao diário autobiográfico. Durante a execução, o diário utilizado com o objetivo de produção de dados se transformou em uma prática, instituindo-se como um potente artifício que colocou em prática uma experiência e um movimento para a produção de si, transitando pela dimensão política, cultural e subjetiva. Nas narrativas contidas nos diários, as jovens se posicionam diante no mundo, constroem um novo mundo pela incorporação de traços do existente, colocam em cena práticas discursivas. Por meio delas, revelam a trama de suas vidas, trafegam pelos tempos da memória, criam sentidos para suas vivências, buscam, no abismo de si mesmas, novos significados para sua história, produzem a si próprias, ao mesmo tempo que o texto as produz. A tentativa de separar a narrativa, ou seja, o como, da própria vida, o o que, se tornou uma tarefa inútil, pois no como criam a vida; no modo como narram, a vida se revela. A vida se mostra enredada no sistema patriarcal (cujos contornos já não são tão rígidos), imprevisível e limitada, principalmente em decorrência da precariedade das condições de sobrevivência que caracterizam sua contingência. Também se mostra potente, intensa, pois o que rege o movimento das jovens é inventar uma vida que valha a pena ser vivida. O status de jovem é conquistado por elas principalmente pela liberdade para sair, namorar, ficar e pela convivência intergeracional, respeitando um critério etário que predomina sobre os signos próprios da juventude. Pretende-se que os achados da pesquisa possam contribuir para a sociologia da juventude, uma vez que abordam a especificidade do sexo feminino e para a educação, já que possibilitam conhecer a quem a educação se destina, pois adentra em um universo pouco visível no espaço público, dando a conhecer os meandros da vida cotidiana de jovens mulheres, bem como os modos criativos que utilizam para inventar maneiras de fazer a partir do imprevisível revelado tanto no modo de produção das narrativas - por meio da linguagem escrita (diários), ou de imagens (fotografias) - quanto na própria vida, apesar da precariedade que a circunscreve. / Este estudio presenta reflexiones respecto de narrativas realizadas por jóvenes mujeres y busca responder cómo ellas, insertadas en el contexto de periferia urbana de Porto Alegre, narran sus vivencias cotidianas. Resulta de una investigación cualitativa con bases epistemológicas de los campos de la educación y sociología de la juventud y tiene influencia teórica de la historia cultural, filosofía y antropología, apoyándose en los estudios de: Alberto Melucci, Marilia Sposito, José Machado Pais, Maria Teresa Santos Cunha, Jorge Larrosa, Michel de Certeau, Zygmunt Bauman. Posibilita comprender los recorridos trazados a través de discursos producidos por las jóvenes mismas, valiéndose, entre otros recursos de expresión, del diario autobiográfico. Durante la realización, el diario utilizado con el objetivo de producción de datos se convirtió en una práctica, que se instituyó como un poderoso artificio que puso en práctica una experiencia y movimiento para la producción de sí, pasando por la dimensión política, cultural y subjetiva. En las narrativas contenidas en los diarios, las jóvenes se posicionan frente al mundo, construyen un nuevo mundo por la incorporación de rasgos del existente, ponen en escena prácticas discursivas. Por medio de estas, revelan el enredo de sus vidas, circulan por los tiempos de la memoria, crean sentidos para sus vivencias, buscan en el abismo de sí mismas nuevos significados para su historia, producen a sí mismas, al mismo tiempo que el texto las produce. El intento de separar la narrativa, es decir, el cómo, de la propia vida, el qué se transforma en una tarea inútil, pues, en el cómo, crean la vida; en el modo cómo narran, la vida se revela. La vida se muestra enredada en el sistema patriarcal (cuyos contornos ya no son tan rígidos), imprevisible y limitada, principalmente en consecuencia de la precariedad de las condiciones de supervivencia que caracterizan su contingencia. También se muestra poderosa, intensa, pues lo que rige el movimiento de las jóvenes es inventar una vida que valga la pena vivirse. El status de joven ellas lo conquistan principalmente por la libertad para salir, ligar, ennoviarse y por la convivencia intergeneracional, respetando al criterio etario que predomina sobre los signos propios de la juventud. Se pretende que los hallazgos de la investigación puedan contribuir para la sociología de la juventud, una vez que abordan la especificidad del sexo femenino, y para la educación, ya que posibilitan conocer a quienes la educación se destina, pues adentra en un universo poco visible en el espacio público. De esta manera, se da a conocer el enmarañamiento de la vida cotidiana de jóvenes mujeres, así como los modos creativos que utilizan para inventar formas de hacer a partir del imprevisible revelado tanto en el modo de producción de las narrativas -por medio del lenguaje escrito (diarios) o de imágenes (fotografías)- como en la vida misma, a pesar de la precariedad que la circunscribe.
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E por falar em povos indígenas... quais narrativas contam em práticas pedagógicas?Bonin, Iara Tatiana January 2007 (has links)
Este estudo dedica-se à análise de discursos sobre povos indígenas que, circulando em diferentes meios, são articulados em narrativas de estudantes do ensino superior. Para isso, investiguei narrativas produzidas por 68 estudantes de duas instituições situadas na Grande Porto Alegre, em cursos que preparam para o magistério. Foram realizados momentos específicos para a produção de narrativas, em quatro grupos distintos, sendo um organizado a partir de um curso de extensão e três outros, programados em momentos específicos, dentro do cronograma de disciplinas oferecidas nos cursos de Pedagogia. Considerei, nesta pesquisa, o conjunto de narrativas orais produzidas nos quatro grupos, os textos escritos e/ou desenhos feitos pelos estudantes e outros materiais trazidos para os encontros, bem como minhas anotações em um caderno de campo. As questões que mobilizaram o meu pensar durante esse processo de investigação foram as seguintes: quais discursos estão produzindo povos indígenas em narrativas de estudantes do ensino superior? Quais narrativas adquirem visibilidade para estes estudantes e que efeitos de verdade são produzidos? A partir de que fontes de informação e de que saberes os povos indígenas são nomeados e descritos no contexto escolar? Quais significados articulam-se nessas narrativas? Quais marcadores sociais são mobilizados e quais oposições binárias servem para caracterizar os povos indígenas? Como os estudantes se inserem e como são posicionados/ posicionam-se na produção dessas narrativas? Situo minha pesquisa na perspectiva dos Estudos Culturais pós-estruturalistas, problematizando práticas de significação que constituem e posicionam diferentemente os sujeitos em relações de poder/saber. Adquirem relevância, neste estudo, noções como cultura, linguagem, sujeito, poder, verdade, identidade e diferença, que problematizo tomando como referência estudos de Michel Foucault, Stuat Hall, Homi Bhabha, Zygmunt Bauman, Jacques Derrida, Jorge Larrosa, Carlos Skliar, Núria Ferre, Kathryn Woodward, Rosa Hessel Silveira, Tomaz Tadeu da Silva, Marisa Costa e Alfredo Veiga-Neto, entre outros. Tomando o conjunto de narrativas produzidas sobre povos indígenas na pesquisa, defini três eixos de análise: discursos que participam na produção de nacionalidades; discursos que produzem sujeitos em práticas escolarizadas e discursos que operam estratégias de narrar por estereótipos. Estas unidades serviram como pontos de convergência de sentidos e possibilitaram o exame de práticas diversas, ancoradas em determinados regimes deverdade. No primeiro eixo estabeleci algumas relações entre maneiras utilizadas pelos estudantes para narrar os povos indígenas e discursos históricos, literários, iconográficos, didáticos. Interessaram-me, nesta parte do trabalho, os efeitos da articulação entre povos indígenas e identidade nacional. Discuti também alguns deslocamentos nos sentidos de nação na atualidade. No segundo eixo examinei determinadas práticas institucionalizadas em currículos escolares para a abordagem da temática indígena. As práticas analisadas foram aquelas narradas pelos estudantes, especialmente nas experiências de escola básica, e meu interesse era investigar efeitos desses discursos, que conferem certo tipo de visibilidade aos povos indígenas. Chamou minha atenção a recorrência de relatos sobre a comemoração do Dia do Índio, abordagem da temática que adquire contornos específicos, colaborando para marcar o que deve ser lembrado e o que, em decorrência, deve ser esquecido. No terceiro eixo discuti a produção de estereótipos como estratégia discursiva ou seja, como uma forma de conhecimento e de identificação que imprime certa ordem, produzindo práticas e posicionando sujeitos. Analisei efeitos de articulações estabelecidas entre índio-natureza e entre práticas indígenas-pensamento mágico, abordando também maneiras de narrar a presença indígena em centros urbanos. A articulação produzida entre índio e natureza funciona como uma espécie de chave de leitura, sendo os povos indígenas narrados como habitantes naturais da floresta, lugar geográfico e social que produz também um conjunto de atributos, colados ao corpo, apresentados como sendo próprios da natureza indígena. É possível dizer que as narrativas estereotipadas sobre povos indígenas são movimentos de captura, para tornar a diferença semelhante, para marcá-la nos corpos, responsabilizando o outro pelo que nele se estranha e fixando atributos e lugares sociais. Argumento que, na produção de sujeitos indígenas e não-indígenas, operam discursos múltiplos que se enlaçam, se fortalecem, se opõem e, desse modo, constituem e engendram identidades e diferenças, em relações de poder e saber. Analisar as narrativas dos estudantes possibilitou entender identidades e diferenças como produções na cultura, operadas cotidianamente, no entrelaçamento de distintas práticas de significação, que fabricam, posicionam e governam sujeitos. Os significados são produzidos e se instituem em negociações, embates, jogos de força cotidianamente realizados. Nestas práticas, vão sendo construídos aqueles que são narrados, como também aqueles que narram. / This study is devoted to analysing discourses on Indigenous folks who, circulating in different environments, are articulated in higher education students’ narratives. So I investigated narratives by 68 students from institutions located in Porto Alegre City in courses preparing future teachers. There were special moments for the production of narratives in four different groups, in which one of them was organised from an extension course, and the other three were designed in specific moments within the curriculum provided by teaching courses. I considered in this research the set of oral narratives produced in all four groups, the written texts and/or drawings by students and other materials brought to the meetings as well as my notes in a field notebook. The issues caused me to ponder during this investigative process were the following: which discourses are producing Indigenous folks in higher education students’ narratives? Which narratives get visibility for these students and which true effects are produced? Which information and knowledge sources Indigenous folks are named and depicted from in the school context? Which meanings are articulated in these narratives? Which social markers are used and which binary oppositions characterise the Indigenous folks? How students are embedded and how they position/are positioned in producing these narratives? My research is located in the poststructuralist Cultural Studies perspective, problematising meaning making practices which constitute and position differently subjects in relation to power/knowledge. In this approach, notions such as culture, language, subject, power, truth, identity and difference are very important. Authors like Michel Foucault, Stuart Hall, Homi Bhabha, Zygmunt Bauman, Jacques Derrida, Jorge Larrosa, Carlos Skliar, Núria Ferre, Kathryn Woodward, Rosa Hessel Silveira, Tomaz Tadeu da Silva, Marisa Costa, Alfredo Veiga-Neto, among others, from their productions in this field, hep us to analyse. Taking into consideration the set of narratives about Indigenous folks in the research, I have defined three analysis axes: discourses shaping the nationalities; discourses inventing subjects in school practices and discourses operating narrating strategies by stereotypes. These units have been used as meaning convergence points and have allowed analysing many practices anchored in particular regimes of truth. In the first axis, I have established relationships between ways students have recounted Indigenous folks and historical, literary, iconographical and didactical discourses. In this part of the work I am concerned with the effects from the articulation between Indigenous folks and the national identity. I have also discussed some displacements in nation meanings in the globalisation era. In the second axis, I have examined particular established practices in curriculum to approach the Indigenous theme. The analysed practices were those recounted by students, especially in primary school experiences, and I have been concerned with effects of these discourses, which provide a kind of visibility for Indigenous folks. What has attracted my attention was recurrence of certain narratives about the Indigenous Day celebration, an approach of a theme having particular contours in classroom, helping to highlight what should be recollected and what should remain in oblivion. In the final axis, I have discussed stereotype making as a discursive strategy, that is, as a way of knowledge and identification that provides a particular order, producing practices and positioning subjects. I have analysed effects of articulations established between the Indigenous and nature, and between Indigenous practices and the magician thought, approaching also ways to recount the Indigenous presence in the urban centres. The articulation made between the Indigenous and nature works as a kind of reading key, the Indigenous folks being recounted as natural inhabitants from the forest, a social and geographical place also producing a set of characteristics, attached to the body, provided as belonging to the Indigenous nature. It is possible to say that stereotyped narratives about Indigenous folks are capturing movements to make difference similar, stamp it on the bodies, blaming on the other for what is strange in him/her and establishing characteristics and social places. I argue that in inventing Indigenous and non-Indigenous subjects, multiple discourses work by entwining, strengthening, resisting and so shaping and inventing identities and differences in power and knowledge relationships. Analysing the students’ narratives allowed understanding identities and differences as productions daily working in the culture, in the entwining of different meaning makings, which invent, position and govern subjects. Meanings are made and established in daily trades, clashes and power games. In these practices, those who are recounted and those who recount are both constructed.
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E por falar em povos indígenas... quais narrativas contam em práticas pedagógicas?Bonin, Iara Tatiana January 2007 (has links)
Este estudo dedica-se à análise de discursos sobre povos indígenas que, circulando em diferentes meios, são articulados em narrativas de estudantes do ensino superior. Para isso, investiguei narrativas produzidas por 68 estudantes de duas instituições situadas na Grande Porto Alegre, em cursos que preparam para o magistério. Foram realizados momentos específicos para a produção de narrativas, em quatro grupos distintos, sendo um organizado a partir de um curso de extensão e três outros, programados em momentos específicos, dentro do cronograma de disciplinas oferecidas nos cursos de Pedagogia. Considerei, nesta pesquisa, o conjunto de narrativas orais produzidas nos quatro grupos, os textos escritos e/ou desenhos feitos pelos estudantes e outros materiais trazidos para os encontros, bem como minhas anotações em um caderno de campo. As questões que mobilizaram o meu pensar durante esse processo de investigação foram as seguintes: quais discursos estão produzindo povos indígenas em narrativas de estudantes do ensino superior? Quais narrativas adquirem visibilidade para estes estudantes e que efeitos de verdade são produzidos? A partir de que fontes de informação e de que saberes os povos indígenas são nomeados e descritos no contexto escolar? Quais significados articulam-se nessas narrativas? Quais marcadores sociais são mobilizados e quais oposições binárias servem para caracterizar os povos indígenas? Como os estudantes se inserem e como são posicionados/ posicionam-se na produção dessas narrativas? Situo minha pesquisa na perspectiva dos Estudos Culturais pós-estruturalistas, problematizando práticas de significação que constituem e posicionam diferentemente os sujeitos em relações de poder/saber. Adquirem relevância, neste estudo, noções como cultura, linguagem, sujeito, poder, verdade, identidade e diferença, que problematizo tomando como referência estudos de Michel Foucault, Stuat Hall, Homi Bhabha, Zygmunt Bauman, Jacques Derrida, Jorge Larrosa, Carlos Skliar, Núria Ferre, Kathryn Woodward, Rosa Hessel Silveira, Tomaz Tadeu da Silva, Marisa Costa e Alfredo Veiga-Neto, entre outros. Tomando o conjunto de narrativas produzidas sobre povos indígenas na pesquisa, defini três eixos de análise: discursos que participam na produção de nacionalidades; discursos que produzem sujeitos em práticas escolarizadas e discursos que operam estratégias de narrar por estereótipos. Estas unidades serviram como pontos de convergência de sentidos e possibilitaram o exame de práticas diversas, ancoradas em determinados regimes deverdade. No primeiro eixo estabeleci algumas relações entre maneiras utilizadas pelos estudantes para narrar os povos indígenas e discursos históricos, literários, iconográficos, didáticos. Interessaram-me, nesta parte do trabalho, os efeitos da articulação entre povos indígenas e identidade nacional. Discuti também alguns deslocamentos nos sentidos de nação na atualidade. No segundo eixo examinei determinadas práticas institucionalizadas em currículos escolares para a abordagem da temática indígena. As práticas analisadas foram aquelas narradas pelos estudantes, especialmente nas experiências de escola básica, e meu interesse era investigar efeitos desses discursos, que conferem certo tipo de visibilidade aos povos indígenas. Chamou minha atenção a recorrência de relatos sobre a comemoração do Dia do Índio, abordagem da temática que adquire contornos específicos, colaborando para marcar o que deve ser lembrado e o que, em decorrência, deve ser esquecido. No terceiro eixo discuti a produção de estereótipos como estratégia discursiva ou seja, como uma forma de conhecimento e de identificação que imprime certa ordem, produzindo práticas e posicionando sujeitos. Analisei efeitos de articulações estabelecidas entre índio-natureza e entre práticas indígenas-pensamento mágico, abordando também maneiras de narrar a presença indígena em centros urbanos. A articulação produzida entre índio e natureza funciona como uma espécie de chave de leitura, sendo os povos indígenas narrados como habitantes naturais da floresta, lugar geográfico e social que produz também um conjunto de atributos, colados ao corpo, apresentados como sendo próprios da natureza indígena. É possível dizer que as narrativas estereotipadas sobre povos indígenas são movimentos de captura, para tornar a diferença semelhante, para marcá-la nos corpos, responsabilizando o outro pelo que nele se estranha e fixando atributos e lugares sociais. Argumento que, na produção de sujeitos indígenas e não-indígenas, operam discursos múltiplos que se enlaçam, se fortalecem, se opõem e, desse modo, constituem e engendram identidades e diferenças, em relações de poder e saber. Analisar as narrativas dos estudantes possibilitou entender identidades e diferenças como produções na cultura, operadas cotidianamente, no entrelaçamento de distintas práticas de significação, que fabricam, posicionam e governam sujeitos. Os significados são produzidos e se instituem em negociações, embates, jogos de força cotidianamente realizados. Nestas práticas, vão sendo construídos aqueles que são narrados, como também aqueles que narram. / This study is devoted to analysing discourses on Indigenous folks who, circulating in different environments, are articulated in higher education students’ narratives. So I investigated narratives by 68 students from institutions located in Porto Alegre City in courses preparing future teachers. There were special moments for the production of narratives in four different groups, in which one of them was organised from an extension course, and the other three were designed in specific moments within the curriculum provided by teaching courses. I considered in this research the set of oral narratives produced in all four groups, the written texts and/or drawings by students and other materials brought to the meetings as well as my notes in a field notebook. The issues caused me to ponder during this investigative process were the following: which discourses are producing Indigenous folks in higher education students’ narratives? Which narratives get visibility for these students and which true effects are produced? Which information and knowledge sources Indigenous folks are named and depicted from in the school context? Which meanings are articulated in these narratives? Which social markers are used and which binary oppositions characterise the Indigenous folks? How students are embedded and how they position/are positioned in producing these narratives? My research is located in the poststructuralist Cultural Studies perspective, problematising meaning making practices which constitute and position differently subjects in relation to power/knowledge. In this approach, notions such as culture, language, subject, power, truth, identity and difference are very important. Authors like Michel Foucault, Stuart Hall, Homi Bhabha, Zygmunt Bauman, Jacques Derrida, Jorge Larrosa, Carlos Skliar, Núria Ferre, Kathryn Woodward, Rosa Hessel Silveira, Tomaz Tadeu da Silva, Marisa Costa, Alfredo Veiga-Neto, among others, from their productions in this field, hep us to analyse. Taking into consideration the set of narratives about Indigenous folks in the research, I have defined three analysis axes: discourses shaping the nationalities; discourses inventing subjects in school practices and discourses operating narrating strategies by stereotypes. These units have been used as meaning convergence points and have allowed analysing many practices anchored in particular regimes of truth. In the first axis, I have established relationships between ways students have recounted Indigenous folks and historical, literary, iconographical and didactical discourses. In this part of the work I am concerned with the effects from the articulation between Indigenous folks and the national identity. I have also discussed some displacements in nation meanings in the globalisation era. In the second axis, I have examined particular established practices in curriculum to approach the Indigenous theme. The analysed practices were those recounted by students, especially in primary school experiences, and I have been concerned with effects of these discourses, which provide a kind of visibility for Indigenous folks. What has attracted my attention was recurrence of certain narratives about the Indigenous Day celebration, an approach of a theme having particular contours in classroom, helping to highlight what should be recollected and what should remain in oblivion. In the final axis, I have discussed stereotype making as a discursive strategy, that is, as a way of knowledge and identification that provides a particular order, producing practices and positioning subjects. I have analysed effects of articulations established between the Indigenous and nature, and between Indigenous practices and the magician thought, approaching also ways to recount the Indigenous presence in the urban centres. The articulation made between the Indigenous and nature works as a kind of reading key, the Indigenous folks being recounted as natural inhabitants from the forest, a social and geographical place also producing a set of characteristics, attached to the body, provided as belonging to the Indigenous nature. It is possible to say that stereotyped narratives about Indigenous folks are capturing movements to make difference similar, stamp it on the bodies, blaming on the other for what is strange in him/her and establishing characteristics and social places. I argue that in inventing Indigenous and non-Indigenous subjects, multiple discourses work by entwining, strengthening, resisting and so shaping and inventing identities and differences in power and knowledge relationships. Analysing the students’ narratives allowed understanding identities and differences as productions daily working in the culture, in the entwining of different meaning makings, which invent, position and govern subjects. Meanings are made and established in daily trades, clashes and power games. In these practices, those who are recounted and those who recount are both constructed.
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Jovens universitários e discursos sobre masculinidades contemporâneasVitelli, Celso January 2008 (has links)
Cette thèse s’occupe des transformations contemporaines du concept de masculinité, pris, dans ce travail, à l’intérieur du rapprochement entre corps, art, jeunesse et média. L’objectif de la recherche a été de problématiser les discours sur les masculinités de la jeunesse et sur les images des corps masculins, qui sont construits dans notre temps. Pour accomplir l’analyse des donnés – vingt entrevues semi-structurées réalisées avec jeunes de 18 à 30 ans, provenant de quatre universités, deux publiques et deux privées de la Grande Porto Alegre – on a utilisé la perspective théorique de Michel Foucault, Jurandir Freire Costa, Zygmunt Bauman, Robert Connell, entre autres, des auteurs qui ont permis de penser les concepts de corps, masculinités, art et média, en articulation avec les témoignages des étudiantes. Dans les entrevues, des reproductions des images des plusieurs artistes hommes ont été également utilisés ; des artistes qui ont produit des images sur les corps masculin. La recherche indique la présence de différentes masculinités, construites en relation avec ce groupe générationnel spécifique. En outre, la recherche montre un quotidien social dans lequel les masculinités des jeunes sont interpelés pour un discours hégémonique qui exerce une puissance (autorité) sur la construction des valeurs sociaux et culturelles aussi bien que des conceptions de genre. Il s’agit des valeurs et des conceptions produits et reproduits continuellement dans la culture et même entre ces jeunes universitaires, d’une façon spéciale. L’analyse a permis de conclure qu’il n’existe pas une masculinité solide et unique pour ces jeunes, une masculinité que lui offert une sorte de « garantie » en ce qui concerne aux modes d’être et d’exister ; au contraire, les témoignages montrent que ce concept remet aux pratiques que le caractérisent comme un concept pluriel, négociable et révocable. Finalement, ce travail a permis d’élargir l’univers des informations sur le public étudié, au même temps qu’il souligne la nécessité d’une révision plus attentive du domaine des Arts, au niveau académique, en considérant l’articulation productive entre les thématiques et les concepts de masculinité, arts, corps et média. / Esta tese trata das transformações contemporâneas no conceito de masculinidade, conceito aqui tomado no cotejo com questões relativas a corpo, arte, juventude e mídia. O objetivo principal do estudo foi problematizar os discursos sobre masculinidades jovens e sobre as imagens de corpos masculinos, que vêm sendo construídas em nosso tempo. Para a análise dos dados, colhidos por meio de vinte entrevistas semi-estruturadas (com jovens de 18 a 30 anos, de quatro universidades, duas da rede pública e duas da rede privada, da Grande Porto Alegre, RS), utilizou-se a perspectiva teórica de Michel Foucault, Jurandir Freire Costa, Zygmunt Bauman, Robert Connell, entre outros, autores que permitiram pensar os conceitos de corpo, masculinidades, arte e mídia, em articulação com os depoimentos dos estudantes. Nas entrevistas, foram também utilizadas reproduções de obras de artistas plásticos homens, com imagens relacionadas ao corpo masculino. O estudo aponta para a presença de diferentes masculinidades, constituídas em relação a esse grupo geracional específico. Além disso, revela um cotidiano social no qual as masculinidades dos jovens são interpeladas por um discurso hegemônico, que exerce força sobre a construção de valores sociais e culturais, além de concepções de gênero, produzidos e reproduzidos constantemente na cultura e de modo especial entre os jovens. A análise também permitiu concluir que não existe para esse grupo uma masculinidade sólida e única, que lhes ofereça uma espécie de “garantia” quanto aos modos de ser e existir; pelo contrário, os depoimentos mostram que esse conceito remete a práticas que o caracterizam como plural, negociável e mesmo revogável. Finalmente, a pesquisa permitiu ampliar o universo de informações sobre o público estudado, ao mesmo tempo que apontou para a necessidade de uma revisão mais cuidadosa do ensino de Artes, no nível universitário, de modo especial considerando a produtiva articulação possível, entre temáticas e conceitos relativos a masculinidades, arte, corpo e mídia. / Esta tesis trata del concepto de la masculinidad y de como éste se ha visto transformado en la actualidad en cuanto a cuerpo, arte, juventud y publicidad se refiere. El objetivo principal del estudio fue tratar de los discursos acerca masculinidades jovenes y acerca de las imagenes de cuerpos masculinos, que vienem siendo construídas en nuestro tiempo. Para la análisis de los datos cojidos por um medio de veinte entrevistas semiestructuradas (con jovenes de 18 a 30 años, de cuatro universidades, dos publicas y dos privadas, de Grande Porto Alegre, RS), se utilizó una perspectiva teorica de Michel Foucault, Jurandir Freire Costa, Zygmunt Bauman, Robert Connell, entre otros, autores que permitiron piensar los conceptos de cuerpo, masculinidades, arte y publicidad, en conjunto con los testimonios de los estudiantes. En las entrevistas tambien fueron utilizadas reproducciones de obras de artistas plasticos masculinos, con imagenes relacionadas con ele cuerpo masculino. El estudio apunta para la presencia de diferentes masculinidades construidas en relación a este grupo generacional especifico. Además, revela un ambito social cotidiano, en el cual las masculinidades de los jovenes han sido interpretadas por un discurso homogeneo que exerce fuerza sobre la construcción de valores sociales y culturales, además de concepciones de género, producidas y reproducidas constantemente en la cultura y de modo especial entre los jovenes. El análisis también permitió concluir que no existe para este grupo una masculinidad solida y unica que les ofrezca una especie de garantia en cuanto a los modos de ser y existir, por lo contrario, los testimonios muestran que este concepto remite a practicas que lo caracterizan como plural, negociable y igualmente revocable. Finalmente, el estudio permitió ampliar el universo de informaciones sobre el público entrevistado, al mismo tiempo que apunta para la necesidad de una revisión más cuidadosa de la enseñanza de artes a nivel universitario de modo especial considerando el conjunto productivo posible, entre tematicas y conceptos relativos a masculinidad, arte, cuerpo y publicidad.
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Narrativas da vivência juvenil feminina : histórias e poéticas produzidas por jovens de periferia urbana de Porto Alegre / Narrativas de la vivencia juvenil femenina: historias y poéticas producidas por jóvenes de periferia urbana de Porto AlegreSalva, Sueli January 2008 (has links)
Esse estudo apresenta reflexões a respeito de narrativas realizadas por algumas jovens mulheres e procura responder como elas, inseridas no contexto de periferia urbana de Porto Alegre, narram suas vivências cotidianas. É resultado de uma pesquisa qualitativa com bases epistemológicas do campo da educação e da sociologia da juventude e tem influência teórica da história cultural, da filosofia e da antropologia, apoiando-se nos estudos de: Alberto Melucci, Marilia Sposito, José Machado Pais, Maria Teresa Santos Cunha, Jorge Larrosa, Michel de Certeau, Zygmunt Bauman. Enseja compreender os percursos traçados através de discursos produzidos pelas próprias jovens, recorrendo, entre outros recursos de expressão, ao diário autobiográfico. Durante a execução, o diário utilizado com o objetivo de produção de dados se transformou em uma prática, instituindo-se como um potente artifício que colocou em prática uma experiência e um movimento para a produção de si, transitando pela dimensão política, cultural e subjetiva. Nas narrativas contidas nos diários, as jovens se posicionam diante no mundo, constroem um novo mundo pela incorporação de traços do existente, colocam em cena práticas discursivas. Por meio delas, revelam a trama de suas vidas, trafegam pelos tempos da memória, criam sentidos para suas vivências, buscam, no abismo de si mesmas, novos significados para sua história, produzem a si próprias, ao mesmo tempo que o texto as produz. A tentativa de separar a narrativa, ou seja, o como, da própria vida, o o que, se tornou uma tarefa inútil, pois no como criam a vida; no modo como narram, a vida se revela. A vida se mostra enredada no sistema patriarcal (cujos contornos já não são tão rígidos), imprevisível e limitada, principalmente em decorrência da precariedade das condições de sobrevivência que caracterizam sua contingência. Também se mostra potente, intensa, pois o que rege o movimento das jovens é inventar uma vida que valha a pena ser vivida. O status de jovem é conquistado por elas principalmente pela liberdade para sair, namorar, ficar e pela convivência intergeracional, respeitando um critério etário que predomina sobre os signos próprios da juventude. Pretende-se que os achados da pesquisa possam contribuir para a sociologia da juventude, uma vez que abordam a especificidade do sexo feminino e para a educação, já que possibilitam conhecer a quem a educação se destina, pois adentra em um universo pouco visível no espaço público, dando a conhecer os meandros da vida cotidiana de jovens mulheres, bem como os modos criativos que utilizam para inventar maneiras de fazer a partir do imprevisível revelado tanto no modo de produção das narrativas - por meio da linguagem escrita (diários), ou de imagens (fotografias) - quanto na própria vida, apesar da precariedade que a circunscreve. / Este estudio presenta reflexiones respecto de narrativas realizadas por jóvenes mujeres y busca responder cómo ellas, insertadas en el contexto de periferia urbana de Porto Alegre, narran sus vivencias cotidianas. Resulta de una investigación cualitativa con bases epistemológicas de los campos de la educación y sociología de la juventud y tiene influencia teórica de la historia cultural, filosofía y antropología, apoyándose en los estudios de: Alberto Melucci, Marilia Sposito, José Machado Pais, Maria Teresa Santos Cunha, Jorge Larrosa, Michel de Certeau, Zygmunt Bauman. Posibilita comprender los recorridos trazados a través de discursos producidos por las jóvenes mismas, valiéndose, entre otros recursos de expresión, del diario autobiográfico. Durante la realización, el diario utilizado con el objetivo de producción de datos se convirtió en una práctica, que se instituyó como un poderoso artificio que puso en práctica una experiencia y movimiento para la producción de sí, pasando por la dimensión política, cultural y subjetiva. En las narrativas contenidas en los diarios, las jóvenes se posicionan frente al mundo, construyen un nuevo mundo por la incorporación de rasgos del existente, ponen en escena prácticas discursivas. Por medio de estas, revelan el enredo de sus vidas, circulan por los tiempos de la memoria, crean sentidos para sus vivencias, buscan en el abismo de sí mismas nuevos significados para su historia, producen a sí mismas, al mismo tiempo que el texto las produce. El intento de separar la narrativa, es decir, el cómo, de la propia vida, el qué se transforma en una tarea inútil, pues, en el cómo, crean la vida; en el modo cómo narran, la vida se revela. La vida se muestra enredada en el sistema patriarcal (cuyos contornos ya no son tan rígidos), imprevisible y limitada, principalmente en consecuencia de la precariedad de las condiciones de supervivencia que caracterizan su contingencia. También se muestra poderosa, intensa, pues lo que rige el movimiento de las jóvenes es inventar una vida que valga la pena vivirse. El status de joven ellas lo conquistan principalmente por la libertad para salir, ligar, ennoviarse y por la convivencia intergeneracional, respetando al criterio etario que predomina sobre los signos propios de la juventud. Se pretende que los hallazgos de la investigación puedan contribuir para la sociología de la juventud, una vez que abordan la especificidad del sexo femenino, y para la educación, ya que posibilitan conocer a quienes la educación se destina, pues adentra en un universo poco visible en el espacio público. De esta manera, se da a conocer el enmarañamiento de la vida cotidiana de jóvenes mujeres, así como los modos creativos que utilizan para inventar formas de hacer a partir del imprevisible revelado tanto en el modo de producción de las narrativas -por medio del lenguaje escrito (diarios) o de imágenes (fotografías)- como en la vida misma, a pesar de la precariedad que la circunscribe.
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A trajetoria do estranho : percepção e compreensão do estranho na teoria social contemporaneaFrey, Luci Ribeiro 25 February 2003 (has links)
Orientador : Josue Pereira da Silva / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Filosofia e Ciencias Humanas / Made available in DSpace on 2018-08-03T01:20:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2003 / Resumo: Esta dissertação tem como tema a transformação da percepção do estranho na teoria social contemporânea ao longo do século xx. As abordagens do estranho na atualidade evidenciam que a exclusão social, o preconceito e a intolerância são os problemas mais agudos enfrentados pelos estranhos no mundo contemporâneo. Através de um mapeamento das abordagens de autores como Georg Simmel, Alfred SChütz, Norbert Elias e Zygmunt Bauman este trabalho mostra as variações da percepção do estranho. Nas abordagens do início do século XX, o lugar do estranho poderia ser facilmente distinguido, ao passo que as abordagens no final do século XX atestam uma generalização da condição do estranho no mundo globalizado. Simultaneamente, se constatou que as reivindicações com relação ao lugar do estranho na sociedade se deslocaram cada vez mais da questão da igualdade de direitos, para a questão do reconhecimento e da valorização das diferenças em uma sociedade crescentemente multicultural / Abstract: The subject of this thesis is the transformation of the perception of the stranger in modem social theory during the 20th century. Current approaches about the stranger show that social exclusion, prejudice and intolerance are the main challenges for strangers in our contemporary world. By mapping approaches of authors like Georg Simmel, Alfred Schütz, Norbert Elias e Zygmunt Bauman the differences of the perception of the stranger could be demonstrated, reaching from approaches at the outset of the 20th century, in which the stranger occupied a place clearly separated from society, to approaches at the end of the 20th century, which recognize a certain generalisation of the condition of the stranger in our globalised world. Simultaneously, it could be observed that claims regarding the place of strangers in society have been more and more shifted from the question of equality of rights to the question of recognition and valuation of differences in an increasingly multicultural society / Mestrado / Mestre em Ciências Sociais
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