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Sentidos do trabalho e formas de participação : o caso da Cooperares - Cooperativa de Produtores Rurais de Agrobiodiversidade Ares do Campo, Assentamento Mário Lago, Ribeirão Preto-SPMelo, Thainara Granero de 10 March 2015 (has links)
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Previous issue date: 2015-03-10 / Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) / The problem of participation is constantly discussed in the studies about self-managed
cooperatives. The participation in rural settlements was studied by different points of view,
more or less optimistic, but either consensual or conclusive. In any case in the literature
review we verified multiple factors that contribute for workers difficult to truly participate in
this organizations, particularly because the access to credit lines and public policies to
familiar agriculture are conditioned to cooperatives creation. The goal of this master’s
research was think about this problem by the study of the meanings assigned by rural workers
of Cooperares, a cooperative in the Mario Lago Rural Settlement, city of Ribeirão Preto, state
of Sao Paulo, Brazil. In qualitative perspective, the empiric research was built by three
different moments: theoretical, bibliographic and documental surveying data; cooperative
meetings observation; and semistructure interviews with ten workers and two mediators, one
of the Landless Workers Movement (MST) and one of the settlement’s technical assistance.
The analysis was made by the triangulation of different data sources. From the relational point
of view, we identified that the instrumental participation in the cooperative was produced by a
pool of psychosocial forces that reinforced institutional and symbolic dependencies. Also the
senses about the cooperative has not connection with the meanings of self-management work.
On the other hand, the cooperative assumed recognition and belonging functions for the
workers, bounded by evangelic values. This different forces revealed that the way which
development rural policies in Brazil were conceived and applied reinforce an occasional
cooperativism by the need to access public policies, whose participation meaning also is
misused by the State to control the workers and strengthen hegemonic interests. / O problema da participação é tema recorrente nos estudos sobre cooperativas
autogestionárias. Nos assentamentos rurais a participação foi estudada sob diferentes pontos
de vista, mais ou menos otimistas a respeito do papel das cooperativas, cujas conclusões não
são consensuais ou conclusivas. De todo modo, a literatura constatou que há uma ordem de
fatores que contribuem para a dificuldade de participação real dos trabalhadores nestas
organizações, especialmente porque o acesso de linhas de crédito e políticas da agricultura
familiar estão condicionados a criação de cooperativas. O objetivo desta pesquisa de mestrado
foi pensar neste problema por meio do estudo dos sentidos atribuídos por trabalhadores da
Cooperares, cooperativa localizada no Assentamento Mário Lago, em Ribeirão Preto, estado
de São Paulo. A pesquisa empírica, de perspectiva qualitativa, foi construída por três
momentos distintos e complementares: o levantamento teórico/bibliográfico/documental, as
observações das reuniões da cooperativa e entrevistas semiestruturadas com dez cooperados, e
dois mediadores – um representante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra
(MST) e um representante do serviço de assistência técnica e extensão rural do assentamento.
A análise se deu pela triangulação entre as diferentes fontes de informações. Do ponto de
vista relacional, identificou-se que a participação instrumental dos sujeitos na cooperativa era
produzida por uma conjunção de forças psicossociais que reforçavam dependências
institucionais e simbólicas do grupo. Também os sentidos atribuídos à cooperativa não tinham
ligação com o sentido de trabalho preconizado pela autogestão. Por outro lado, a cooperativa
cumpria função de reconhecimento e pertencimento para os sujeitos, ligados pelos valores da
religião evangélica. Estas diferentes forças revelaram, no plano institucional, que o modo
como as políticas de desenvolvimento rural tem sido pensadas e praticadas no país reforçam
um cooperativismo por ocasião das necessidades de acessar políticas públicas, e cujo sentido
de participação também é instrumentalizado pelo Estado a fim de controlar os trabalhadores e
reafirmar interesses hegemônicos.
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