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Agricultura urbana como ativismo na cidade de São Paulo: o caso da Horta das Corujas / Urban agriculture as activism in Sao Paulo city: the case of Corujas Community Garden

Nagib, Gustavo 26 July 2016 (has links)
A agricultura urbana encontra-se presente em diversas civilizações e períodos da História. Entretanto, é na segunda metade do século XX, no contexto dos movimentos contraculturais (com início nos anos 1960/1970), que ela se materializará enquanto resultado de ativismos urbanos, destacadamente via guerrilha verde/guerrilla gardening, ou seja, mediante ações em terrenos públicos ou privados sem permissão prévia. Com isso, hortas comunitárias se tornaram símbolos da luta pela reestruturação do espaço urbano e ampliaram as reflexões sobre a apropriação do espaço público, a origem e qualidade dos alimentos, a cooperação cidadã e o direito à cidade. Esta dissertação tem por objetivo principal melhor compreender a agricultura urbana enquanto expressão ativista, destacadamente na cidade de São Paulo, onde ela se tornou mais evidente a partir da segunda década do século XXI, sobretudo com a emergência da rede Hortelões Urbanos e com a materialização da Horta das Corujas (horta comunitária em praça pública no território da Subprefeitura de Pinheiros), que também ajudaram a impulsionar mudanças legislativas e na composição de conselhos participativos. A partir de um recorte histórico-temporal adequado, empreendeu-se uma análise referente às dinâmicas da metrópole; atentou-se à problemática socioambiental; e regataram-se diferentes conceituações de agricultura urbana, evidenciando suas múltiplas soluções para a questão urbana. A partir da metodologia da pesquisa-ação, desenvolveu-se, por fim, o estudo de caso da Horta das Corujas, apresentando os seus diferentes aspectos socioespaciais vividos e percebidos cotidianamente. Na utopia das revoluções tranquilas, a referida horta comunitária sinaliza outra maneira de se apropriar do espaço público e de viver a cidade, pautada na experiência comunitária de caráter solidário. / Urban agriculture can be found in different civilizations and historical periods. However, it was not until recent times, from the countercultural movements of the 1960s and 70s onwards, that it became associated with \"green guerrilla\" or \"guerrilla gardening\", an activity that includes political actions in publicly or privately-owned land without prior permission. The resulting community gardens came to symbolise the struggle for the re-organisation of the urban space, including the reflection on the uses of public space, the origin and quality of food, the citizens\' rights to cooperate and intervene in the city. This dissertation will focus on urban agriculture as an activist expression, notably in Sao Paulo city, where it has experienced a remarkable development in the last two decades, especially with the emergence of the \"Hortelões Urbanos\" (Urban Gardeners) network and the founding of the Corujas Community Garden on a public square in the subprefecture of Pinheiros, which has contributed to legislative changes and to the reorganisation of participatory councils. My approach will question the adequacy of the historical approach, proposing instead an analysis based on the dynamics of the metropolis, the evaluation of environmental problems and of the different concepts of urban agriculture. Multiple solutions to urban issues will be suggested along the way. Guided by the methodology of the action research, the last section will be devoted to the case study of the Corujas Community Garden, giving pride of place to its socio-spatial aspects as perceived in daily life. I will conclude by addressing the utopia of the \"peaceful revolution\", i.e., the possibility that community gardens can provide a better kind of relationship with the public space and urban life, based on the communal sharing of assets and experiences.
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Agricultura urbana como ativismo na cidade de São Paulo: o caso da Horta das Corujas / Urban agriculture as activism in Sao Paulo city: the case of Corujas Community Garden

Gustavo Nagib 26 July 2016 (has links)
A agricultura urbana encontra-se presente em diversas civilizações e períodos da História. Entretanto, é na segunda metade do século XX, no contexto dos movimentos contraculturais (com início nos anos 1960/1970), que ela se materializará enquanto resultado de ativismos urbanos, destacadamente via guerrilha verde/guerrilla gardening, ou seja, mediante ações em terrenos públicos ou privados sem permissão prévia. Com isso, hortas comunitárias se tornaram símbolos da luta pela reestruturação do espaço urbano e ampliaram as reflexões sobre a apropriação do espaço público, a origem e qualidade dos alimentos, a cooperação cidadã e o direito à cidade. Esta dissertação tem por objetivo principal melhor compreender a agricultura urbana enquanto expressão ativista, destacadamente na cidade de São Paulo, onde ela se tornou mais evidente a partir da segunda década do século XXI, sobretudo com a emergência da rede Hortelões Urbanos e com a materialização da Horta das Corujas (horta comunitária em praça pública no território da Subprefeitura de Pinheiros), que também ajudaram a impulsionar mudanças legislativas e na composição de conselhos participativos. A partir de um recorte histórico-temporal adequado, empreendeu-se uma análise referente às dinâmicas da metrópole; atentou-se à problemática socioambiental; e regataram-se diferentes conceituações de agricultura urbana, evidenciando suas múltiplas soluções para a questão urbana. A partir da metodologia da pesquisa-ação, desenvolveu-se, por fim, o estudo de caso da Horta das Corujas, apresentando os seus diferentes aspectos socioespaciais vividos e percebidos cotidianamente. Na utopia das revoluções tranquilas, a referida horta comunitária sinaliza outra maneira de se apropriar do espaço público e de viver a cidade, pautada na experiência comunitária de caráter solidário. / Urban agriculture can be found in different civilizations and historical periods. However, it was not until recent times, from the countercultural movements of the 1960s and 70s onwards, that it became associated with \"green guerrilla\" or \"guerrilla gardening\", an activity that includes political actions in publicly or privately-owned land without prior permission. The resulting community gardens came to symbolise the struggle for the re-organisation of the urban space, including the reflection on the uses of public space, the origin and quality of food, the citizens\' rights to cooperate and intervene in the city. This dissertation will focus on urban agriculture as an activist expression, notably in Sao Paulo city, where it has experienced a remarkable development in the last two decades, especially with the emergence of the \"Hortelões Urbanos\" (Urban Gardeners) network and the founding of the Corujas Community Garden on a public square in the subprefecture of Pinheiros, which has contributed to legislative changes and to the reorganisation of participatory councils. My approach will question the adequacy of the historical approach, proposing instead an analysis based on the dynamics of the metropolis, the evaluation of environmental problems and of the different concepts of urban agriculture. Multiple solutions to urban issues will be suggested along the way. Guided by the methodology of the action research, the last section will be devoted to the case study of the Corujas Community Garden, giving pride of place to its socio-spatial aspects as perceived in daily life. I will conclude by addressing the utopia of the \"peaceful revolution\", i.e., the possibility that community gardens can provide a better kind of relationship with the public space and urban life, based on the communal sharing of assets and experiences.

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