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O dualismo na teologia cristã: a deformação da antropologia bíblica e suas conseqüênciasWanderley Pereira da Rosa 23 February 2010 (has links)
A pesquisa se propõe averiguar algumas das conseqüências práticas para a história do Cristianismo em face do influxo do dualismo platônico sobre a teologia cristã. Sobretudo, no que diz respeito à relação da Igreja com o mundo da cultura. Parte-se do princípio que a combinação destes dois elementos deu origem a uma teologia platonizada o que causou uma deformação da antropologia bíblica. Esta deformação não passou impune. Ao contrário, a partir daí a Igreja percorreu caminhos que, em grande medida, desconstruíram sua face mais evangélica. O primeiro capítulo faz considerações acerca do pensamento platônico a respeito da dicotomia espírito-matéria, adentra-se pelo período patrístico e as primeiras formulações teológicas dos Pais da Igreja já sob a influência do pensamento helênico. Daí, uma rápida panorâmica sobre a Idade Média. Constatado o problema, pergunta-se pelas suas conseqüências. O segundo capítulo concentra-se na colonização ibérico-católica na América Latina seguida do genocídio dos povos ameríndios e, ato contínuo, dos povos afros escravizados. Sugere-se que esta teologia surgida da assimilação do dualismo platônico serviu como justificativa para a dominação, demonização e massacre desses povos, uma vez que se o corpo era mal, poderia ser destruído. A Teologia da Libertação surge como uma proposta de superação desta visão dicotômica do ser humano. O terceiro capítulo foca em um exemplo do Cristianismo em sua versão protestante, a saber: a inserção do protestantismo no Brasil e sua notória resistência às manifestações culturais populares do povo brasileiro. Para isto, analisa-se antes a identidade do missionário evangélico que veio para o Brasil. Esta identidade foi forjada desde o início da Reforma no século XVI percorrendo, sobretudo, um determinado tipo de protestantismo que, iniciando com os anabatistas, passa pelos puritanos, pietistas, metodistas, avivalistas, ortodoxos, fundamentalistas e pentecostais. Caso a parte é a assimilação da religiosidade popular por parte dos movimentos neopentecostais. Finalmente, o quarto capítulo aborda a visão bíblica do ser humano em sua inteireza. Analisando os principais termos bíblicos que se referem à antropologia, verifica-se que a visão bíblica do ser humano é libertadora e promotora de novas relações com o mundo ao redor em suas dimensões política, social, econômica, cultural, religiosa, estética, etc
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