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As implicações socioespaciais da instalação de fábricas de calçados em Itapetinga- BA, Nova Serrana-MG e São João Batista-SCNery, Maria Goreth e Silva 29 June 2016 (has links)
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Maria_Goreth_E_Silva_Nery_Tese_Final.pdf: 7402153 bytes, checksum: 4b1fac398cb447f92a41630c3384e846 (MD5) / O objetivo desta tese foi analisar as principais implicações socioespaciais e
produtivas: da instalação de uma grande fábrica de calçados em Itapetinga-BA, da
aglomeração de fábricas de calçados em Nova Serrana-MG e em São João Batista-
SC. Os aglomerados calçadistas de Nova Serrana-MG e São João Batista-SC foram
sendo constituídos a partir do saber fazer na fabricação de calçados cujo processo
data dos primeiros anos do século XX. A localização das unidades produtivas
espraia-se pela cidade em meio aos espaços onde se “misturam” fábricas,
residências e comércio. Em Itapetinga-BA a instalação de uma única fábrica de
calçados baseou-se na politica de incentivos fiscais e creditícios implementada pelo
Governo do estado da Bahia sob uma agressiva ação de atração de empresas no
âmbito da “guerra fiscal”. Esta ação atraiu quase uma centena de estabelecimentos
sediados em 50 municípios baianos sem formar uma cadeia produtiva adensada. A
“guerra fiscal” através dos benefícios concedidos atraiu para Itapetinga-BA o grupo
empresarial calçadista Vulcabrás/Azaleia, que desde 1998 implantou a sede de
produção no distrito industrial e 18 filiais foram instaladas em dez municípios no
entorno de Itapetinga-BA formando uma base de produção calçadista cuja
articulação se dava apenas entre a sede e as filiais. Esta estrutura organizacional da
empresa Vulcabrás/Azaleia permaneceu até 2012, com aproximadamente 13.000
postos de trabalho que geravam por mês uma massa salarial de R$ 7.896.912,00 e
uma produção de 18 milhões/pares/ano de calçados. A partir desse período foram
desativadas as 18 filiais nos municípios adjacentes a Itapetinga-BA. Essa
desativação acarretou a demissão de mais de 8.000 empregados, o que resultou em
uma grave crise econômica local/regional. A empresa Vulcabrás/Azaleia paga aos
empregados salário mínimo, enquanto em nos estados do Rio Grande do Sul e São
Paulo pagam aos operários, pelo mesmo trabalho executado cerca de 23,1% e
19,0% a mais do que pagam na Bahia. Acrescentam-se a elevada rotatividade do
emprego e a baixa representatividade sindical facilita a acumulação capitalista sem
maiores constrangimentos entre capital/trabalho. Conclui-se que as implicações
socioespaciais provenientes da instalação e operação da empresa
Vulcabrás/Azaleia em Itapetinga-BA resultam num “crescimento econômico precário”
por ser incerto, vulnerável e com “prazo de validade”. Em que pese a geração de
empego e renda em larga escala a maneira como se processa a atração e
permanência dessas empresas na Bahia não promove a emancipação/autonomia
socioeconômica do trabalhador, e nem possibilita para o desenvolvimento
local/regional apregoado pelo discurso governamental, em razão da economia de
enclave criada por não haver sinergias produtivas. / ABSTRACT
The objective of this study was to analyze the main socio-spatial and productive
implications of the installation of a large shoe factory in Itapetinga- state of Bahia
(BA), the agglomeration of shoe factories in Nova Serrana, state of Minas Gerais
(MG) and São João Batista- state of Santa Catarina (SC). The footwear industries of
Nova Serrana and São João Batista were created from the know-how of shoes
manufacturing which process is related to the early twentieth century. The location of
production units spreads through the city, between regions which mix factories,
residences and commerce. In Itapetinga, the installation of a single shoe factory was
based on the policy of tax and credit incentives implemented by the Government of
Bahia state that acted aggressively to attract companies under the "fiscal war". This
action attracted nearly a hundred establishments based in 50 municipalities in that
state, without forming a dense production chain. Tax competition through the benefits
guaranteed by the Government brought to Itapetinga, the footwear business group
Vulcabrás/Azaleia. This group, since 1998, implemented the headquarters of
industries in the industrial district of the municipality, and other 18 branch industries
were installed in municipalities next to Itapetinga, forming a base of footwear
production whose articulation happened only between headquarters and branch
offices. This organizational structure of Vulcabrás /Azaleia group remained active
until 2012, with approximately 13.000 jobs per month that generated a payroll of R$
7.896.912,00 and a production of 18 million / pairs of shoes / year. From this period,
the others 18 branch industries were disabled in the adjacent municipalities to
Itapetinga-BA. The decommissioning of these industries led to the dismissal of more
than 8.000 employees, which resulted in a severe local / regional and economic
crisis. The company Vulcabrás / Azaleia pays the minimum wage fixed in Brazil to its
workers in the state of Bahia, while it pays for the same working process about
23.1% and 19.0% more in states like Rio Grande do Sul e São Paulo. Adding to the
high job turnover and to the low union representation, the capital accumulation
without major constraints between capital and labor. The conclusion is that the sociospatial
implications from the installation and operation of the company Vulcabrás /
Azaleia in Itapetinga-BA resulted in a "precarious economic growth" which is also
uncertain, vulnerable and shows "an expiration date". Despite the generating of jobs
and income on a large scale, the way the attraction and retention of these companies
happens in the state of Bahia does not promote the socioeconomic emancipation and
autonomy of the worker. And also it does not promote the local/ regional
development proclaimed by the government discourse, due to the enclave economy
created from the missing of productive synergies.
Keywords: Shoe industries. Tax-credit incentives. Industrial location. Precarious
economic growth.
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