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O centauro e a pena : Luiz Carlos Barbosa Lessa (1929-2002) e a invenção das tradições gaúchasZalla, Jocelito January 2010 (has links)
A presente pesquisa visa a construir uma biografia histórico-intelectual do folclorista, militante tradicionalista e escritor sul-rio-grandense Luiz Carlos Barbosa Lessa (1929-2002). O objetivo do trabalho é analisar sua trajetória intelectual e sua obra para acessar o processo de construção/atualização das representações sociais sobre a figura do gaúcho pampiano e a elaboração de projetos coletivos de identidade regional e de “invenção de tradições” nela baseados, desenvolvidos, principalmente, na segunda metade do século XX. Apresento, primeiramente, algumas considerações sobre o “tripé” teórico que baliza a análise: o conceito de representação, segundo as considerações de Pierre Bourdieu e Roger Chartier, fundamenta a forma de ler a construção social da realidade; a noção de tradição, a partir da avaliação da proposta de Eric Hobsbawm, ilumina o papel dos símbolos e dos ritos neste processo; o termo projeto, seguindo a formulação de Gilberto Velho, liga vida e obra, trajetória e teoria, política e identidade. As conclusões mostram que as respostas de Barbosa Lessa, nos anos 1950, para as críticas da geração “realista” de escritores regionalistas à literatura romântica precedente conciliam ambas as posições no desenho do novo “gaúcho a cavalo”, possibilitando, de um lado, o “resgate” do mito como base para a reivindicação do amparo social governamental ao campesino rio-grandense e, de outro, o apelo ao “popular” como foco da ritualização efetivada nos palcos dos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs). Em sua intervenção no debate identitário local, Barbosa Lessa incorpora outros sujeitos em sua narrativa sobre a formação social do Rio Grande do Sul e dá voz àqueles grupos calados ou marginalizados, como o negro, a mulher (inventada como “prenda”, na ética e na estética tradicionalista), o índio e o imigrante. Se o gaúcho pampiano continua sendo o centro de suas atenções, ele acaba costurado e reconfigurado por elementos culturais de origem social e mesmo étnica diversa. Nos final dos anos 1970, inicia-se uma tensão, nas diretrizes da Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo do Estado (SCDT), sob direção de nosso personagem, e, a seguir, em seus escritos, entre essa perspectiva agregadora, de inspiração folclorista, e outra tradicional e “lusitanista”, de inspiração historiográfica. Sua resolução, em favor do primeiro pólo, só se dá com a intervenção de Lessa nos debates internos do tradicionalismo e na defesa do gauchismo em geral das críticas acadêmicas, nos anos 1980. Busco, nesse sentido, atentar para as especificidades do discurso memorialista, que possibilitaram enunciações carregadas de afetividade na conciliação de tradicionalistas com os dissidentes nativistas e na contenda com os intelectuais universitários. Assim, de um Rio Grande luso e brasileiro "agauchado" pelo meio, chegamos, em seu projeto, a outro Rio Grande plenamente "gaúcho" porque cindido pela diversidade e pela mudança. / This work aims to construct an intellectual biography of the folclorist, tradicionalist movement‟s activist and writer Luiz Carlos Barbosa Lessa (1929-2002). It is our objective to analyze his trajectory and his written production to access the process of construction of the social representations about the brazilian gaucho and the collective projects of regional identity and “invention of traditions” in Rio Grande do Sul (Brazil) during the second half of the twentieth century. First of all, I introduce some theoretical considerations about: a) the social construction of reality through the concept of “representation”, according to Pierre Bourdieu and Roger Chartier; b) the role of symbols and rituals in this process through Eric Hobsbawm‟s notion of “invention of tradition”; c) the connection between life and literature, trajectory and theory, politics and identity provide by Gilberto Velho‟s concept of “project”. The findings show Barbosa Lessa‟s answers to the contests in regionalist literature during the 1940‟s harmonize romantic and realistic positions to fabricate a new pattern of “gaucho on horseback”. His perspective enables the use of this myth to reclaim State social support to the “rio-grandense” peasant. To the other side, it allows the popular appeal in the construction of symbols and rituals for the gaucho traditionalist movement. In his intervention in the regional identity debate, Barbosa Lessa adds, in his narrative about the social formation of Rio Grande do Sul, another subjects and groups symbolically marginalized, like African element, women (invented as “prenda”) and immigrants. Whether the gaucho continues in the center of attention of Lessa, his new model is set of cultural elements with diverse social, and including ethnic, origin. In the late 1970‟s, a tension starts, in the guidelines of the Rio Grande do Sul‟s State Secretary of Culture, under his direction, and, later, in his writings, between this open perspective, inspired in folklore, and another more traditional, inspired in historiography. The resolution in favor of the first pole of the tension just happens when Barbosa Lessa intermediates the internal dispute in traditionalist movement and defends the “gauchismo”, in general, criticized by a new generation of university intellectuals, in the 1980‟s. So, I intend to show the specificities of the memorials‟ discourse that enable emotional enunciations in the reconcilement of traditionalist activists and the dissidence “nativista” and, either, in his controversy with academic professors. Thus, the image of “Rio Grande do Sul” changes from a Portuguese and Brazilian State turned gaucho by the characteristics of the environment to another absolutely gaucho because of his cultural variety and transformation condition.
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Tradição e cibercultura: a cultura gaúcha no ciberespaçoPereira, Heloisa Prates 06 June 2008 (has links)
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Previous issue date: 2008-06-06 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / This research deals with the transformation of the relationship between individuals and space in cyberculture, emphasizing a regional cultural movement: the gaucho traditionalism. It inquires how come the tradition can remain strong in this new historical context and which changes in the internal dynamics of this movement let it actualize itself. As we can not think about the culture unlinked to the interaction with the media, the study of traditionalism in cyberspace tried to understand the relevance of the tradition appeal and its role as an opposition to the idea that regional tends to be overcame by media cultural patterns. The research also watched the online performance of the movement, aimed at strengthening cultural identities. Therefore, identity and space had to be thought not in a pure form, but as hybridization between local and global -, which justifies the category of glocal then used.
Based on the concept of querência term which marks the connection of gaucho culture and territory -, we ve developed a reflection on the cultural disterritorialization. The power of traditional speech and the building of identities, such as the resizing of both in post-modernity, were inspired by contemporary authors such as Pierre Bourdieu and Manuel Castells. Also, the study dispended attention to Zigmunt Bauman, Eugênio Trivinho and Nilda Jacks, among other theorics who dedicates thoughts to communication, the post-modern social and cyberculture.
The corpus of research was composed by websites and virtual communities of relationships linked to gaucho culture. The methodology combined, in addition to literature review and analysis of these online universes, interviews with traditionalist gauchos, most of them active in cyberspace.
Reached conclusions permit to classify the gaucho traditionalism as a social movement, representative of the current concerns of its members, and as a glocalized cultural manifestation, in which global and local are experienced simultaneously by technologic-mediatic interaction (verified by the mode of action of the movement or by the mediated way to experience the world in which their members fit) / A pesquisa trata das transformações da relação do indivíduo com o espaço na cibercultura, com foco em um movimento cultural regional: o tradicionalismo gaúcho. Questiona-se como a tradição pode permanecer forte nesse novo contexto histórico e quais transformações na dinâmica interna desse movimento lhe possibilitam atualizar-se. Como não se pode pensar a cultura desvinculada da interação com os media, o estudo do tradicionalismo no ciberespaço buscou compreender a pertinência do apelo às tradições e o papel destas como contraponto à idéia de que o regional tende a ser sobrepujado por padrões culturais mediaticamente veiculados. A pesquisa ateve-se também à atuação online do movimento, destinada a fortalecer identidades culturais. Para isso, identidade e espaço tinham de ser pensados não de forma pura, mas como hibridação entre global e global , o que justifica a categoria do glocal, então utilizado.
Com base na noção de querência marco da ligação da cultura gaúcha com o território , desenvolveu-se uma reflexão sobre a desterritorialização cultural. O poder do discurso tradicionalista e a formação de identidades, bem como o redimensionamento de ambos na pós-modernidade foram inspirados em autores contemporâneos, como Pierre Bourdieu e Manuel Castells. Igualmente, o estudo buscou fundamentos em Zigmunt Bauman, Eugênio Trivinho e Nilda Jacks, entre outros teóricos da comunicação, do social pós-moderno e da cibercultura.
O corpus da pesquisa foi composto por sites e comunidades virtuais de relacionamento ligados à cultura gaúcha. A metodologia conjugou, além da revisão bibliográfica e da análise desses universos online, entrevistas com tradicionalistas gaúchos, a maioria atuante no ciberespaço.
As conclusões alcançadas permitem classificar o tradicionalismo gaúcho como movimento social representativo dos anseios atuais de seus integrantes e também como manifestação cultural glocalizada, na qual global e local são vividos simultaneamente, via interação tecnológico-mediática, seja pelo modo de atuação do movimento, seja pela forma mediatizada de experimentar o mundo em que estão inseridos os membros desse movimento
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O centauro e a pena : Luiz Carlos Barbosa Lessa (1929-2002) e a invenção das tradições gaúchasZalla, Jocelito January 2010 (has links)
A presente pesquisa visa a construir uma biografia histórico-intelectual do folclorista, militante tradicionalista e escritor sul-rio-grandense Luiz Carlos Barbosa Lessa (1929-2002). O objetivo do trabalho é analisar sua trajetória intelectual e sua obra para acessar o processo de construção/atualização das representações sociais sobre a figura do gaúcho pampiano e a elaboração de projetos coletivos de identidade regional e de “invenção de tradições” nela baseados, desenvolvidos, principalmente, na segunda metade do século XX. Apresento, primeiramente, algumas considerações sobre o “tripé” teórico que baliza a análise: o conceito de representação, segundo as considerações de Pierre Bourdieu e Roger Chartier, fundamenta a forma de ler a construção social da realidade; a noção de tradição, a partir da avaliação da proposta de Eric Hobsbawm, ilumina o papel dos símbolos e dos ritos neste processo; o termo projeto, seguindo a formulação de Gilberto Velho, liga vida e obra, trajetória e teoria, política e identidade. As conclusões mostram que as respostas de Barbosa Lessa, nos anos 1950, para as críticas da geração “realista” de escritores regionalistas à literatura romântica precedente conciliam ambas as posições no desenho do novo “gaúcho a cavalo”, possibilitando, de um lado, o “resgate” do mito como base para a reivindicação do amparo social governamental ao campesino rio-grandense e, de outro, o apelo ao “popular” como foco da ritualização efetivada nos palcos dos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs). Em sua intervenção no debate identitário local, Barbosa Lessa incorpora outros sujeitos em sua narrativa sobre a formação social do Rio Grande do Sul e dá voz àqueles grupos calados ou marginalizados, como o negro, a mulher (inventada como “prenda”, na ética e na estética tradicionalista), o índio e o imigrante. Se o gaúcho pampiano continua sendo o centro de suas atenções, ele acaba costurado e reconfigurado por elementos culturais de origem social e mesmo étnica diversa. Nos final dos anos 1970, inicia-se uma tensão, nas diretrizes da Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo do Estado (SCDT), sob direção de nosso personagem, e, a seguir, em seus escritos, entre essa perspectiva agregadora, de inspiração folclorista, e outra tradicional e “lusitanista”, de inspiração historiográfica. Sua resolução, em favor do primeiro pólo, só se dá com a intervenção de Lessa nos debates internos do tradicionalismo e na defesa do gauchismo em geral das críticas acadêmicas, nos anos 1980. Busco, nesse sentido, atentar para as especificidades do discurso memorialista, que possibilitaram enunciações carregadas de afetividade na conciliação de tradicionalistas com os dissidentes nativistas e na contenda com os intelectuais universitários. Assim, de um Rio Grande luso e brasileiro "agauchado" pelo meio, chegamos, em seu projeto, a outro Rio Grande plenamente "gaúcho" porque cindido pela diversidade e pela mudança. / This work aims to construct an intellectual biography of the folclorist, tradicionalist movement‟s activist and writer Luiz Carlos Barbosa Lessa (1929-2002). It is our objective to analyze his trajectory and his written production to access the process of construction of the social representations about the brazilian gaucho and the collective projects of regional identity and “invention of traditions” in Rio Grande do Sul (Brazil) during the second half of the twentieth century. First of all, I introduce some theoretical considerations about: a) the social construction of reality through the concept of “representation”, according to Pierre Bourdieu and Roger Chartier; b) the role of symbols and rituals in this process through Eric Hobsbawm‟s notion of “invention of tradition”; c) the connection between life and literature, trajectory and theory, politics and identity provide by Gilberto Velho‟s concept of “project”. The findings show Barbosa Lessa‟s answers to the contests in regionalist literature during the 1940‟s harmonize romantic and realistic positions to fabricate a new pattern of “gaucho on horseback”. His perspective enables the use of this myth to reclaim State social support to the “rio-grandense” peasant. To the other side, it allows the popular appeal in the construction of symbols and rituals for the gaucho traditionalist movement. In his intervention in the regional identity debate, Barbosa Lessa adds, in his narrative about the social formation of Rio Grande do Sul, another subjects and groups symbolically marginalized, like African element, women (invented as “prenda”) and immigrants. Whether the gaucho continues in the center of attention of Lessa, his new model is set of cultural elements with diverse social, and including ethnic, origin. In the late 1970‟s, a tension starts, in the guidelines of the Rio Grande do Sul‟s State Secretary of Culture, under his direction, and, later, in his writings, between this open perspective, inspired in folklore, and another more traditional, inspired in historiography. The resolution in favor of the first pole of the tension just happens when Barbosa Lessa intermediates the internal dispute in traditionalist movement and defends the “gauchismo”, in general, criticized by a new generation of university intellectuals, in the 1980‟s. So, I intend to show the specificities of the memorials‟ discourse that enable emotional enunciations in the reconcilement of traditionalist activists and the dissidence “nativista” and, either, in his controversy with academic professors. Thus, the image of “Rio Grande do Sul” changes from a Portuguese and Brazilian State turned gaucho by the characteristics of the environment to another absolutely gaucho because of his cultural variety and transformation condition.
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O centauro e a pena : Luiz Carlos Barbosa Lessa (1929-2002) e a invenção das tradições gaúchasZalla, Jocelito January 2010 (has links)
A presente pesquisa visa a construir uma biografia histórico-intelectual do folclorista, militante tradicionalista e escritor sul-rio-grandense Luiz Carlos Barbosa Lessa (1929-2002). O objetivo do trabalho é analisar sua trajetória intelectual e sua obra para acessar o processo de construção/atualização das representações sociais sobre a figura do gaúcho pampiano e a elaboração de projetos coletivos de identidade regional e de “invenção de tradições” nela baseados, desenvolvidos, principalmente, na segunda metade do século XX. Apresento, primeiramente, algumas considerações sobre o “tripé” teórico que baliza a análise: o conceito de representação, segundo as considerações de Pierre Bourdieu e Roger Chartier, fundamenta a forma de ler a construção social da realidade; a noção de tradição, a partir da avaliação da proposta de Eric Hobsbawm, ilumina o papel dos símbolos e dos ritos neste processo; o termo projeto, seguindo a formulação de Gilberto Velho, liga vida e obra, trajetória e teoria, política e identidade. As conclusões mostram que as respostas de Barbosa Lessa, nos anos 1950, para as críticas da geração “realista” de escritores regionalistas à literatura romântica precedente conciliam ambas as posições no desenho do novo “gaúcho a cavalo”, possibilitando, de um lado, o “resgate” do mito como base para a reivindicação do amparo social governamental ao campesino rio-grandense e, de outro, o apelo ao “popular” como foco da ritualização efetivada nos palcos dos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs). Em sua intervenção no debate identitário local, Barbosa Lessa incorpora outros sujeitos em sua narrativa sobre a formação social do Rio Grande do Sul e dá voz àqueles grupos calados ou marginalizados, como o negro, a mulher (inventada como “prenda”, na ética e na estética tradicionalista), o índio e o imigrante. Se o gaúcho pampiano continua sendo o centro de suas atenções, ele acaba costurado e reconfigurado por elementos culturais de origem social e mesmo étnica diversa. Nos final dos anos 1970, inicia-se uma tensão, nas diretrizes da Secretaria de Cultura, Desporto e Turismo do Estado (SCDT), sob direção de nosso personagem, e, a seguir, em seus escritos, entre essa perspectiva agregadora, de inspiração folclorista, e outra tradicional e “lusitanista”, de inspiração historiográfica. Sua resolução, em favor do primeiro pólo, só se dá com a intervenção de Lessa nos debates internos do tradicionalismo e na defesa do gauchismo em geral das críticas acadêmicas, nos anos 1980. Busco, nesse sentido, atentar para as especificidades do discurso memorialista, que possibilitaram enunciações carregadas de afetividade na conciliação de tradicionalistas com os dissidentes nativistas e na contenda com os intelectuais universitários. Assim, de um Rio Grande luso e brasileiro "agauchado" pelo meio, chegamos, em seu projeto, a outro Rio Grande plenamente "gaúcho" porque cindido pela diversidade e pela mudança. / This work aims to construct an intellectual biography of the folclorist, tradicionalist movement‟s activist and writer Luiz Carlos Barbosa Lessa (1929-2002). It is our objective to analyze his trajectory and his written production to access the process of construction of the social representations about the brazilian gaucho and the collective projects of regional identity and “invention of traditions” in Rio Grande do Sul (Brazil) during the second half of the twentieth century. First of all, I introduce some theoretical considerations about: a) the social construction of reality through the concept of “representation”, according to Pierre Bourdieu and Roger Chartier; b) the role of symbols and rituals in this process through Eric Hobsbawm‟s notion of “invention of tradition”; c) the connection between life and literature, trajectory and theory, politics and identity provide by Gilberto Velho‟s concept of “project”. The findings show Barbosa Lessa‟s answers to the contests in regionalist literature during the 1940‟s harmonize romantic and realistic positions to fabricate a new pattern of “gaucho on horseback”. His perspective enables the use of this myth to reclaim State social support to the “rio-grandense” peasant. To the other side, it allows the popular appeal in the construction of symbols and rituals for the gaucho traditionalist movement. In his intervention in the regional identity debate, Barbosa Lessa adds, in his narrative about the social formation of Rio Grande do Sul, another subjects and groups symbolically marginalized, like African element, women (invented as “prenda”) and immigrants. Whether the gaucho continues in the center of attention of Lessa, his new model is set of cultural elements with diverse social, and including ethnic, origin. In the late 1970‟s, a tension starts, in the guidelines of the Rio Grande do Sul‟s State Secretary of Culture, under his direction, and, later, in his writings, between this open perspective, inspired in folklore, and another more traditional, inspired in historiography. The resolution in favor of the first pole of the tension just happens when Barbosa Lessa intermediates the internal dispute in traditionalist movement and defends the “gauchismo”, in general, criticized by a new generation of university intellectuals, in the 1980‟s. So, I intend to show the specificities of the memorials‟ discourse that enable emotional enunciations in the reconcilement of traditionalist activists and the dissidence “nativista” and, either, in his controversy with academic professors. Thus, the image of “Rio Grande do Sul” changes from a Portuguese and Brazilian State turned gaucho by the characteristics of the environment to another absolutely gaucho because of his cultural variety and transformation condition.
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