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Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade: um caso clínico ou invenção pedagógica? / Disorder of attention deficit with hyperactivity of: a clinical case or an invention pedagogic?

Souza, Warley Carlos de 13 May 2009 (has links)
O presente trabalho procurou confrontar a produção acadêmica sobre transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, e os desdobramentos do laudo, no contexto familiar, escolar e da saúde. Para conhecer melhor os critérios de elaboração dos laudos do transtorno, foram realizadas leituras de prontuários, seguida de entrevista junto aos profissionais responsáveis pela elaboração do diagnóstico. No contexto escolar, a pesquisa se desenvolveu tendo como base primeiramente a observação dos alunos diagnosticados com o transtorno. Tal observação foi seguida de entrevista junto aos professores que atuavam diretamente com os alunos. Junto às famílias, a pesquisa se desenvolveu por meio de entrevista com os responsáveis juridicamente pelas crianças. O objeto de nosso estudo foi o atendimento que as crianças diagnosticadas com o transtorno do déficit de atenção recebem nos segmentos mencionados, ou seja, a família, a saúde e a educação. Dessa forma, a pesquisa incide no atendimento que é destinado a essa criança. No contexto educacional, com o intuito de perceber se o princípio de educação para todos é assegurado de fato, para tanto, quais ações são realizadas no interior das unidades de ensino a fim de assegurar tal princípio. No contexto da saúde, conhecer quais os critérios são utilizados na elaboração do laudo do transtorno e as bases de um possível tratamento. Nesse conjunto, entre as famílias, conhecer como as mesmas lidam com o transtorno em face aos esclarecimentos fornecidos tanto pelo serviço médicos, tanto pelos profissionais da educação. Enfim, qual a relação entre saúde, educação e família, na possibilidade de acesso, permanência e possível sucesso desse aluno no contexto escolar. Nos contextos pesquisados, é premente encaminhar a necessidade de uma formação educacional em que os professores, com seus respectivos conteúdos estejam no centro das ações desempenhadas pelos sistemas educacionais. Ainda, que ocorra maior aproximação entre os segmentos pesquisados, ou seja, que o conhecimento médico, não seja reinante aos demais segmentos (família e escola), que as praticas medicas não sejam hipervalorizadas, como sendo a única capaz de reconhecer, lidar e curar as crianças com o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade. / This study sought to compare the academic production on the disorder of attention deficit with hyperactivity, and the ramifications of the report, in the family, school and health. To know the criteria for preparing reports of the disorder, there were readings from charts, followed by interviews with professionals responsible for preparing the diagnosis. In the school context, the research was developed based on the first observation of students diagnosed with the disorder. This observation was followed by interviews with the teachers who worked directly with students. Along with the families, the survey was developed through interviews with those responsible legally for the children. The object of our study was the care that children diagnosed with the disorder of the lack of attention given in the mentioned segments, in other words, the family, health and education. This away, the research focuses on the care that is intended for that child. In the educational context in order to understand the principle of education for all is achieved in fact, for both, what actions are performed within the units of instruction to ensure this principle. In the context of health, know what criteria are used in the reports of the disorder and the basis for a possible treatment. In all, between the families, know how they deal with the disorder in relation to information supplied by both the medical service, both for professional education. Finally, what the relationship between health, education and family, the possibility of access, retention and possible success of this student in the school. In the contexts studied, is pressing forward the need for an education in which teachers, with their contents are at the heart of actions performed by the educational systems. Also, closer to occur between the segments surveyed, that the medical knowledge, is not prevalent to the other segments (family and school), that medical practices are not over rated, as the only able to recognize, cope and cure \"children with the disorder of attention deficit with hyperactivity.
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Da infância inventada à infância medicalizada: considerações psicanalíticas / From invented childhood to the medicalized childhood: psychoanalytical considerations

Tácito Carderelli da Silveira 23 November 2015 (has links)
Nesta pesquisa pretendemos demonstrar que o processo de patologização e medicalização da infância não é um fenômeno isolado nem tampouco recente, mas está profundamente enredado a diversos fatores históricos e contemporâneos. Neste sentido, o esforço para compreender os fatores que o antecederam nos permitiu identificar sua filiação ao processo de medicalização do espaço social, iniciado ainda no século XIX, que estabeleceu a saúde da criança escolarizada como um de seus principais objetivos. Sua vinculação às (re)formulações conceituais produzidas pelos postulados psiquiátricos e psicopatológicos no campo da chamada saúde mental, principalmente a partir da publicação, em 1980, da terceira edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-III). E sua forte expansão a partir da parceira estabelecida entre setores da psiquiatria e as indústrias farmacêuticas transnacionais, empenhada em massificar a produção e o consumo dos psicofármacos. Com relação à conjuntura propriamente contemporânea, concluímos que este processo também se conecta a questões que são muito características desta cultura tecnocientífica e consumista na qual estamos todos inseridos. Onde, considera-se que ao invés de investigarmos as questões familiares, escolares etc. para podermos entender o que de fato está se passando com as crianças que apresentam dificuldades em suas aprendizagens e/ou comportamentos, deveríamos admitir que estes sintomas seriam decorrentes de um transtorno (neuro)psiquiátrico, cuja resposta mais efetiva para tratá-lo seria através do consumo de psicofármacos. / In this research we intend to demonstrate that the process of pathologization and medicalization of childhood is not an isolated nor recent phenomenon, but is deeply entangled to the various historical and contemporary factors. In this sense, the effort to understand the factors that preceded it allowed us to identify their affiliation to the medicalization process of social space, already started in the nineteenth century, which established the health of school-age children as one of its main objectives. Their relation to conceptual (re)formulations produced by the psychiatric and psychopathological postulates in the field of so-called mental health, especially since the publication in 1980 of the third edition of the Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM-III). And its strong expansion from the partnership established between sectors of psychiatry and the transnational pharmaceutical companies, committed to popularize the production and consumption of psychotropic drugs. With respect to proper contemporary context, we conclude that this process also connects to issues that are very characteristic of this techno-scientific and consumer culture in which we are all inserted. Where, it is considered that rather than investigating about the family, school etc. issues to understand what is going on with children in their learning and/or behavior difficulties, we should admit that these symptoms would be due to a (neuro)psychiatric disorder, whose most effective response to treat it would be through the use of psychotropic drugs.
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Pára quieto menino, presta atenção!! proposições para um outro olhar sobre o corpo atendo

Mayer, Valéria Neves Kroeff January 2007 (has links)
Nos dias atuais, uma atenção que não seja seletiva, focal, sustentada e voluntária é tratada como desatenção. Neste contexto, a hipercinesia do corpo é entendida, muitas vezes, como um sintoma passível de medicalização. Mas existe uma relação direta entre a quietude do corpo e o estar atento do sujeito? Na busca por respostas para este e outros questionamentos, foi realizada uma pesquisa de campo onde se observou a dinâmica de um grupo de crianças no ambiente escolar, nos seus dois primeiros anos do Ensino Fundamental de nove anos. O material empírico compôs-se de registros realizados durante os anos de 2006 e 2007, através de caderno de campo, fotografias, filmagens, entrevistas semi-estruturadas com pais, educadores e crianças, bem como análise de documentos escolares, a fim de poder relacionar dinâmica corporal e o funcionamento da atenção de um grupo de crianças em diferentes atividades. A análise dos dados foi realizada apoiada na perspectiva teóricometodológica proposta pela Rede de Significações - RedSig (2004) e a mulher rendeira, suas almofadas, alfinetes, linhas e bilros foram as metáforas usadas para descrever o percurso metodológico. Assim sendo, foi na relação entre “pesquisadora-rendeira” e seus bilros (crianças, educadoras, pais e contextos) que esta pesquisa aconteceu, ou numa outra escrita, se fizeram os fios para a tecitura desta renda de bilros. Buscou-se assim, com os fios encontrados, tecer por meio destes corpos/ sujeitos e que agora se fazem bilro, uma renda de relações que possibilitasse um outro olhar sobre o corpo e sua motricidade no estar atento da criança em diferentes atividades. Esta pesquisa aponta para o fato de que “atenção” é uma palavra com muitos significados e também que o que se entende por atenção, pode ser diferente do que se percebe no sujeito atento. E propõe também a existência de duas manifestações involuntárias na dinâmica do corpo, que podem sugerir um estar atento à tarefa ou situação, são elas: o tônus atencional e as sincinesias. Lembramos, no entanto, que estas (in)conclusões surgiram à partir da convivência com muitos sujeitos, em diferentes contextos. E também, que o que se fez aqui não foi uma correlação direta entre símbolo e significado, pois acreditamos que o linguajar do corpo se faz na relação com o outro. / Nowadays, an attention which is not selective, focal, sustained and voluntary is deemed as inattention. In this context the body hyperkinesis is understood, many times, as a symptom susceptible to medicalization. Is there a direct connection between the body quietude and the ‘be attentive’ state of the subject? In search for answers for this and other questions, a field survey was done where the corporal dynamics of a group of children in the school environment was observed in the first two years out of nine of the Elementary School. The empirical material is constituted of registrations done during the years of 2006 and 2007, through a field registration book, photos, video recordings, a semi-structured interview with parents, educators and children, as well as school documents analysis with the intention to be able to relate the corporal dynamics and the attention functioning of a group of children in different activities. The data analysis was done supported in the theory-methodology perspective proposed by the Rede de Significações – RedSig (2004) and the lacemaker, her cushions, pins, threads and bobbin laces were the metaphors used to describe the methodological route. Therefore, it was in the relation between “surveyor-lacemaker” and her bobbin laces (children, educators, parents and contexts) that this survey took place, or in other words, the threads were made for the braiding of this bobbin lace. The endeavour was to, with the threads found, braid through these bodies/subjects that now are turned into bobbin laces, a lace of relations that make possible a new view about the body and its motricity in the being attentive of a child in different activities. The survey indicated the fact that “attention” is a word with many meanings and also what is understood as attention may be different from what is perceived in the ‘be attentive’ state of the subject. It also proposes the existence of two involuntary manifestations in the body dynamics, that might suggest a state of being attentive to the task or situation which are: the attentional tonus and the synkinesis. Reminding although that these (in)conclusiveness came from the closeness with many subjects in different contexts. Also, what was done here was not a direct correlation between symbol and meaning, because we believe the body language is done in relation with the other.
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Metilfenidato causa alterações neuroquímicas e comportamentais em ratos

Scherer, Emilene Barros da Silva January 2010 (has links)
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade é um transtorno prevalente e debilitante, diagnosticado com base em persistentes níveis de hiperatividade, desatenção e impulsividade. Fármacos estimulantes têm sido eficazes no tratamento desse transtorno, sendo que o metilfenidato é o agente terapêutico mais prescrito. Semelhante às ações celulares e comportamentais dos estimulantes cocaína e anfetamina, o metilfenidato aumenta a liberação e bloqueia a recaptação de dopamina e noradrenalina no cérebro de mamíferos. Milhares de crianças são tratadas com o metilfenidato para o déficit de Atenção/Hiperatividade, mas as consequências neuroquímicas desse tratamento a longo prazo, ainda não estão completamente elucidadas. No presente trabalho nós investigamos os efeitos do metilfenidato sobre alguns parâmetros bioquímicos e comportamentais em ratos. Considerando que os efeitos do metilfenidato sobre o metabolismo do sistema nervoso central são pouco conhecidos e que a Na+,K+-ATPase é essencial para o funcionamento normal do cérebro, inicialmente avaliamos o efeito desse psicoestimulante (1,0, 2,0 e 10,0 mg/kg) sobre a atividade dessa enzima em cérebro de ratos jovens (25 dias de idade) e adultos (60 dias). Resultados mostraram que a administração aguda de metilfenidato aumentou a atividade da Na+,K+-ATPase em hipocampo, córtex pré-frontal e estriado de ratos jovens e adultos. A administração crônica de metilfenidato a ratos jovens também estimulou a Na+,K+-ATPase em hipocampo e córtex pré-frontal, mas não em estriado. Em ratos adultos, o metilfenidato estimulou a Na+,K+-ATPase em todas as estruturas cerebrais estudadas, sugerindo que a ativação dessa enzima pode ser resultado dos efeitos do metilfenidato sobre o desenvolvimento do cérebro e excitabilidade neuronal. Considerando que estudos recentes têm indicado que o metilfenidato pode causar alterações no comportamento de animais, também investigamos o efeito da administração crônica de metilfenidato (2,0 mg/Kg) sobre a memória espacial em ratos jovens (15 dias). O imunoconteúdo do fator neurotrófico derivado do encéfalo (BDNF) e a atividade da acetilcolinesterase (AChE) em hipocampo e córtex pré-frontal de ratos também foram avaliados. Os resultados mostraram que os animais tratados com metilfenidato apresentaram prejuízo na memória espacial na tarefa do labirinto aquático de Morris. Observamos também uma redução no imunoconteúdo de BDNF e aumento na atividade da AChE no córtex pré-frontal, mas não em hipocampo de ratos tratados com metilfenidato. Nossos resultados sugerem que o déficit na memória espacial pode estar relacionado com a diminuição nos níveis de BDNF e aumento da AChE no córtex pré-frontal de ratos jovens submetidos à administração de metilfenidato. Os resultados desse trabalho, em conjunto, mostraram que o metilfenidato causa alterações neuroquímicas e comportamentais em animais, que podem ser prejudiciais ao desenvolvimento do cérebro. / Attention-deficit hyperactivity disorder is a prevalent and debilitating disorder diagnosed on the basis in persistent levels of overactivity, inattention and impulsivity. Stimulant medications have been effective for the treatment of this disorder, and the methylphenidate is the most prescribed therapeutic agent. Similar to the cellular and behavioral actions of the stimulants cocaine and amphetamine, the methylphenidate enhances the release and blocks the reuptake of dopamine and norepinephrine in mammalian brain. Thousands of children receive methylphenidate for attention deficit/hyperactivity disorder, yet the long-term neurochemical consequences of treatment are unknown. In the present work we investigate the effects of methylphenidate on some biochemical and behavioral parameters in rats. Considering that methylphenidate effects on central nervous system metabolism are poorly known and that Na+,K+-ATPase is essential to brain normal function, we initially evaluated the effect of this psychostimulant (1.0, 2.0 or 10.0 mg/Kg) on Na+,K+-ATPase activity in the cerebrum of young (25 days old) and adult (60 days old) rats. Our results showed that acute methylphenidate administration increased Na+,K+-ATPase activity in hippocampus, prefrontal cortex, and striatum of young and adult rats. Chronic administration of methylphenidate to young rats also increased Na+,K+-ATPase activity in hippocampus and prefrontal cortex, but not striatum. In adult rats, methylphenidate increased the Na+,K+-ATPase activity in all cerebral structures studied, suggesting that the activation of this enzyme might be the result of the effects of methylphenidate on brain development and neuronal excitability. Considering that recent studies have indicated that methylphenidate causes behavior alterations in animals, also investigated the effect of chronic methylphenidate (2.0 mg/Kg) administration to young rats (15 days old) on spatial memory. Brain-derived neurotrophic factor immunocontent (BDNF) and acetylcholinesterase (AChE) activity in hippocampus and prefrontal cortex were also evaluated. Results showed that methylphenidate-treated rats presented impaired performance on Morris water maze task. We also observed reduction on BDNF immunocontent and increased AChE activity in prefrontal cortex, but not in hippocampus of rats treated with methylphenidate. Our results suggested that the deficit in spatial memory may be related to decreased BDNF immunocontent and increased AChE in prefrontal cortex of young rats subjected to methylphenidate administration. The results of this work, together, showed that the methylphenidate causes neurochemical and behavioral changes in animals, which can be harmful to brain development.
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Avaliação do efeito do metilfenidato na deambulação de camundongos em campo aberto

Silveira, Miriam Moschen January 2007 (has links)
Neste estudo, analisaram-se os efeitos do Cloridrato de Metilfenidato administrado em camundongos em tarefas comportamentais no espaço de campo aberto, utilizando estímulos variados. Quando o estímulo se encontrava no centro do campo aberto, o metilfenidato diminuiu a busca pelo estímulo. Quando o estímulo se encontrava distribuído nos 4 cantos do campo aberto, o metilfenidato aumentou a busca pelo estímulo. Estes resultados sugerem que o metilfenidato tem efeitos diferentes dependendo do estímulo, problematizando o uso do fármaco por crianças e adolescentes de forma generalizada. Este trabalho não questiona o uso do mesmo por pessoas que apresentam o diagnóstico de transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH). / In this study, it was evaluated the effect of Methylphenidate (Ritalin®) orally administrated in mice in behavioral open field task, using varied stimulus. When stimulus is placed in the center of the open field, methylphenidate decreased stimulus search. When stimulus was distributed in the four corners of the open field, methylphenidate increased stimulus search. These results suggest methylphenidate has different effects depending on stimulus, problematizing the use of this drug by children and teenagers in a generalized way. This dissertation does not question methylphenidate use for those who show an attentiondeficit/ hyperactivity disorder (ADHD) diagnostic.
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Avaliação da densidade do transportador da dopamina em adolescentes com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade

Silva Junior, Neivo da January 2011 (has links)
O Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDAH) é um transtorno comportamental caracterizado por desatenção e/ou hiperatividade, impulsividade causando prejuízo funcional em múltiplos ambientes. Anormalidades no circuito frontoestriatal, o qual é modulado pela dopamina, têm sido relatadas em pacientes com TDAH. Estudos estruturais e funcionais demonstram redução de tamanho e diminuição do fluxo sanguíneo cerebral (FSC) em áreas relacionadas à rede atencional como o lobos frontal, parietal e temporal, estriado e cerebelo. Da mesma forma, a maioria dos estudos que utilizaram radiofármacos seletivos para o transportador da dopamina (DAT), o qual tem um papel importante no metabolismo da dopamina, mostraram maior densidade de DAT estriatal em pacientes com TDAH em comparação com grupo controle. Devido ao fato de algumas pesquisas terem sugerido que anormalidades no fluxo sanguíneo cerebral em estruturas cortico-subcorticais poderiam estar relacionadas a mudanças no sistema dopaminérgico, decidimos investigar a relação entre a densidade do transportador da dopamina no estriado e a perfusão cerebral total. Foi utilizado, para avaliação do DAT, o radiofármaco Tc-99m TRODAT-1 com técnica tomográfica em SPECT e para avaliação da perfusão 99mTc- ECD. Dez adolescentes, diagnosticados com TDAH pelos critérios do DSM-IV, foram avaliados. A análise, através do SPM5, mostrou correlação negativa entre a densidade de DAT no estriado e o fluxo sanguíneo cerebral em cíngulo, frontal, temporal e cerebelo (pFDR<0,01). Buscando entender, um pouco mais, sobre a disponibilidade de DAT e o TDAH, desenvolvemos outra linha de pesquisa que teve como objetivo avaliar a densidade do DAT em indivíduos com TDAH usuários de substâncias psicoativas. O transtorno de uso de substâncias psicoativas (TUSP) é uma comorbidade frequente em adolescentes com TDAH. Crianças com TDAH, acompanhadas durante a transição para a adolescência, demonstram maior uso de drogas psicoativas que o grupo controle com crianças sem TDAH. Embora alguns estudos tenham demonstrado alterações na disponibilidade do DAT em indivíduos com TUSP pouco se sabe sobre a base neurobiológica da comorbidade. Muitas teorias tentam explicar o maior risco de TUSP em pacientes com TDAH. Alguns autores têm sugerido que indivíduos com TDAH fazem uso de drogas, como cocaína e maconha, na tentativa de minimizar os sintomas do TDAH. Indivíduos com TDAH têm disfunções que sugerem o envolvimento do sistema dopaminérgico, principalmente, os núcleos da base e córtex frontal. A literatura tem demonstrado que muitas drogas de abuso afetam tanto o córtex pré-frontal como estruturas subcorticais, apresentando alterações no sistema dopaminérgico. Assim, nós decidimos avaliar a densidade do DAT, utilizando SPECT com 99mTc- TRODAT-1, em adolescentes com TDAH, sem tratamento prévio com metilfenidato, que tinham a comorbidade de uso de substâncias psicoativas (cocaína e maconha) (TDAH+TUSP) e em adolescentes com TDAH sem a comorbidade (TDAH) e comparar com grupo controle sem TDAH e sem TUSP (controle) e grupo apenas com TUSP, sem comorbidade com TDAH (TUSP). Sessenta e dois indivíduos foram avaliados. TDAH (n=11), TDAH+TUSP (n=18), TUSP (n=14) e controle (n=19). A análise semi-quantitativa do potencial de ligação do 99mTc- TRODAT-1 mostrou que o grupo TDAH tinha aumento significativo da densidade de DAT em estriado em comparação aos outros três grupos. O grupo TDAH+TUSP, apesar de mostrar diminuição significativa da densidade de DAT em relação ao grupo TDAH, apresentou maior densidade em relação ao grupo somente TUSP sem que houvesse diferenças significativas em relação ao grupo controle (sem TDAH sem TUSP). Com base nestes achados, poderíamos especular que o uso de maconha e cocaína poderia ser a causa responsável por reduzir a densidade de DAT em indivíduos do grupo TDAH+TUSP e que esses resultados poderiam ajudar a entender a base da teoria de automedicação. / Attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD) is a behavioral disorder characterized by marked symptoms of inattention and hyperactivity, impulsivity causing significant functional impairment in multiple settings (e.g., school and home). Abnormalities of frontostriatal circuits, which are modulated by dopamine, have been found by imaging studies in patients with ADHD. Structural and functional studies have demonstrated reduction in size and decrease in the cerebral blood flow (CBF) in regions related to attentional networks such as frontal lobe, striatum, parietal and temporal lobes and cerebellum. In the same way, studies using special radiolabeled ligands selective of the dopamine transporter (DAT), which has a key function in dopamine metabolism, have showed higher striatal DAT availability in untreated patients with ADHD compared with controls. Due to the fact that some investigations have suggested that CBF abnormalities in cortical-subcortical structures may reflect responses associated with dopaminergic changes, we decided evaluate the relationship between dopamine transporter density in striatum and cortical-subcortical impairment in cerebral blood flow. 99mTc- TRODAT-1 SPECT was used to evaluated DAT density and 99mTc- ECD SPECT to assess brain perfusion. Ten adolescents diagnosed with ADHD according to DSM-IV criteria were investigated. Analysis with SPM5 showed a significant negative correlation between DAT density in the striatum and cerebral blood flow in the cingulate gyrus, frontal lobe, temporal lobe and cerebellum (pFDR<0.01). Seeking to understand more about the availability of DAT and ADHD, we developed another investigation that aimed to evaluate the density of DAT in individuals with ADHD and substance use disorder. Substance use disorder (SUD) is a common comorbidity of ADHD, frequently seen during adolescence. Children with ADHD monitored up to adolescence have significantly greater psychoactive drug use than children without ADHD. Although several studies have shown changes in DAT in these disorders, little is known about the neurobiological basis of the comorbidity. Several theories have been proposed to explain the increased risk for SUD in patients with ADHD. Some authors suggested that patients with ADHD use addictive substances in an attempt to self-medicate the symptoms of the disorder. Children with ADHD have dysfunctions suggesting the involvement of the dopaminergic circuits, mainly in the basal ganglia and frontal cortex. It is well documented that many drugs of abuse affect both prefrontal and subcortical areas resulting in alterations in the dopaminergic system too. Thus, we decided to evaluate striatal DAT density with 99mTc- TRODAT-1 in treatment-naive ADHD adolescents with SUD (ADHD+SUD) and without SUD (ADHD), compared to SUD adolescents without ADHD (SUD) and healthy control subjects (HC). Sixty two male age-matched subjects diagnosed with DSM-IV criteria were included: ADHD (n=11), ADHD+SUD (n=18); SUD (n=14) and HC (n=19). The ADHD group presented significantly higher striatal DAT density compared with ADHD+SUD, SUD and HC groups. Adolescents with ADHD+SUD had significantly lower DAT density than those with ADHD, but significantly higher DAT density than those with SUD only and no significant difference from the healthy control group. Our results might suggest that the use of cannabis and cocaine are responsible for the lower striatal DAT density in the ADHD+SUD compared to the ADHD group which would help to understand the neurobiological basis for the self-medication theory.
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A apercep??o familiar em crian?as com ou sem transtornos de d?ficit de aten??o/hiperatividade, transtorno de conduta e transtorno desafiador opositivo

Nunes, Maura Marques de Souza 23 March 2007 (has links)
Made available in DSpace on 2015-04-14T13:22:23Z (GMT). No. of bitstreams: 1 389349.pdf: 1847403 bytes, checksum: cb4fafc7f82ead756c1aea7df652692e (MD5) Previous issue date: 2007-03-23 / O Transtorno de D?ficit de Aten??o/Hiperatividade (TDAH) e o Transtorno de Conduta (TC) repercutem na vida da crian?a e do adolescente de forma invasiva, rompendo com o desenvolvimento esperado para esta faixa et?ria. Os preju?zos causados ocorrem em diversas ?reas (rela??es interpessoais, inser??o social) gerando problemas familiares e pessoais. Por outro lado, muitas circunst?ncias familiares adversas podem estar associadas a problemas de comportamento nas crian?as e adolescentes. Com base nisso, esta disserta??o aborda estes t?picos em duas se??es, uma te?rica e outra, emp?rica. O estudo te?rico, atrav?s de uma revis?o da literatura, faz refer?ncia ao papel do ambiente familiar e escolar na forma??o dos sujeitos, tanto no aspecto ps?quico, como social e emocional, tendo em vista o desenvolvimento global, saud?vel, da crian?a e do adolescente. Exp?e as caracter?sticas associadas dos transtornos de d?ficit de aten??o/hiperatividade e de conduta, destacando os fatores do ambiente familiar e escolar que podem favorecer para acentuar ou minimizar as manifesta??es cl?nicas dos mesmos. O estudo emp?rico, responde ao projeto de pesquisa que deu origem a esta disserta??o, e teve como objetivo verificar se crian?as que apresentam Transtorno de Conduta, Transtorno Desafiador Opositivo e Transtorno de D?ficit de Aten??o/Hiperatividade tendem a dar, quando testadas com o Teste de Apercep??o Familiar (FAT), mais respostas que denotem a apercep??o de um funcionamento familiar mais conflitivo ou disfuncional do que as respostas dadas por crian?as sem estes transtornos. Participaram 32 crian?as dos sexos masculino e feminino, com idades entre 06 e 11 anos, divididas em dois grupos (G1 cl?nico e G2 n?o cl?nico) de 16 sujeitos. Os instrumentos utilizados foram: uma ficha de dados sociodemogr?ficos, a Child Behavior Checklist CBCL, o Teste Matrizes Progressivas Coloridas de Raven Escala Especial e o FAT. Os resultados mostraram associa??o significativa entre o tipo de grupo n?o-cl?nico e a categoria de resposta conflito para as l?minas 4 (da loja, p=0,028), 11 (do atraso, p=0,017) e 18 (da viagem, p=0,003). Constata-se nas l?minas 7 (da cozinha, p=0,020), 9 (das tarefas escolares, p=0,019), 11 (da hora de dormir, p=0,031) e 18 (da viagem, p<0,001), que o grupo n?o-cl?nico encontrou mais solu??es positivas para seus conflitos, em compara??o com o grupo cl?nico. Nos resultados para as categorias, imposi??o de limites, fronteiras e tipo de sistema n?o foi identificada associa??o com signific?ncia estat?stica.
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Hiperatividade e d?ficit de aten??o : um olhar psicanal?tico

Tuchtenhagen, Maria Beatriz Peixoto 22 March 2007 (has links)
Made available in DSpace on 2015-04-14T13:22:35Z (GMT). No. of bitstreams: 1 390598.pdf: 264079 bytes, checksum: 64ca9968f98889472a26774d97edf267 (MD5) Previous issue date: 2007-03-22 / Este estudo busca analisar as manifesta??es de hiperatividade e de d?ficit de aten??o t?o popularizadas em nossos dias, sob a luz da psican?lise. Para tal foram elaborados dois artigos um te?rico e um emp?rico. O primeiro, Hiperatividade e D?ficit de Aten??o: um olhar psicanal?tico, ? uma revis?o da literatura sobre o assunto e visa situar esta tem?tica a partir do paradigma neurobiol?gico e do paradigma psicanal?tico. A revis?o te?rica sobre o tema aborda diferentes autores que trabalham esta problem?tica a partir de uma perspectiva psicanal?tica baseada nos aportes te?ricos de Freud a autores mais contempor?neos, que fazem uma releitura dos conceitos fundamentais da psican?lise como Jean Laplanche e S?lvia Bleichmar. Neste artigo ressalta-se a contribui??o que um olhar psicanal?tico pode proporcionar na compreens?o destas manifesta??es. Com o segundo artigo, Desaten??o e Hiperatividade: Destinos do sujeito?, busca-se destacar, atrav?s da ilustra??o de duas situa??es cl?nicas, a import?ncia que um diagn?stico metapsicol?gico tem para o entendimento destas manifesta??es comportamentais e sua compreens?o dos poss?veis sentidos que elas podem ter em cada situa??o. Este estudo demonstrou a import?ncia que uma abordagem que considera o sujeito em sua subjetividade e em sua singularidade pode oferecer para a compreens?o dos comportamentos de desaten??o e hiperatividade, e abrir as possibilidades de interven??o nestas situa??es.
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O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) : estudo funcional e de associação com o gene DRD4

Baumont, Angélica Cerveira de January 2011 (has links)
O transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) é um dos transtornos psiquiátricos mais freqüentes da infância e adolescência, sendo caracterizado por sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade. A contribuição genética na etiologia do TDAH é uma das mais altas já verificadas para transtornos psiquiátricos, com herdabilidade média estimada de 76%. Dentre os fatores genéticos que contribuiriam para o desenvolvimento da doença, genes que codificam componentes do sistema dopaminérgico estão entre os principais candidatos. Entre estes, o gene que codifica o receptor D4 de dopamina (DRD4) é o loco mais intensamente investigado nos estudos moleculares com o TDAH. O polimorfismo mais estudado no DRD4 é um VNTR de 48 pb localizado no exon 3; porém outros polimorfismos, localizados na região promotora do gene – uma duplicação de 120pb e os SNPs -521C>T e - 616C>G – também vêm sendo propostos como polimorfismos de suscetibilidade ao TDAH. Além desses, novas variantes em regiões regulatórias do gene, os SNPs rs11246227 e rs11246228, foram observados recentemente em associação com sintomas de desatenção do TDAH. O objetivo geral do presente trabalho foi aumentar a compreensão acerca da participação do gene DRD4 na etiologia do TDAH na nossa população Para tanto, foi testada inicialmente a possibilidade de associação do SNP rs11246227, sendo em seguida investigado o significado funcional dos SNPs rs11246227 e rs11246228, e sua possível relação com a doença, através de ferramentas de bioinformática. O estudo de associação foi realizado em uma amostra composta por 478 pacientes com TDAH, diagnosticados segundo os critérios do DSM-IV, e seus pais biológicos. O rs112466227 foi investigado por abordagens baseada em família (FBAT) e dimensional (PBAT, ANOVA). A possibilidade de desequilíbrio de ligação (DL) com polimorfismos previamente investigados na presente amostra foi estimada pelo programa MLocus. A análise in silico foi realizada utilizando diferentes bases de dados genômicos e programas de predição de sítios alvo para miRNAs e de funcionalidade. A análise pelo FBAT mostrou um desvio significativo da transmissão do alelo C nos pacientes do subtipo desatento. Foram observadas evidências de DL com a duplicação de 120bp e com o VNTR do exon 3. As análises de bioinformática mostraram que os SNPs rs11246227 e rs11246228 estão localizadas na região 3’ do gene DRD4, e não na região 5’, como previamente descrito. Diferenças entre os alelos, com perda ou ganho de sítios de ligação para diferentes miRNAs, foram detectados em ambos os SNPs pelos programas MicroInspector, 5 smiRNAdb e miRecords, e apenas no rs11246227 pelos programas Human miRNA Target e Mirò. A grande variabilidade e a complexidade genética marcante do gene DRD4 aliada à heterogeneidade fenotípica do TDAH provavelmente contribuíram para nossos resultados de associação, divergentes dos descritos na literatura, os quais necessitam de replicação em estudos futuros. Nossos achados em bioinformática sugerem um possível envolvimento dos SNPs investigados com a ligação de miRNAs relacionados aos processos de neurogênese e neuroplasticidade. Genes envolvidos com estes processos vêm sendo identificados nos genome-wide association studies realizados com o TDAH, o que apóia nossos resultados in silico. Entretanto, mais estudos funcionais são necessários, tanto in silico como in vitro, para esclarecer o envolvimento dos polimorfismos analisados na regulação da expressão do gene DRD4 via miRNAs e, consequentemente, do possível efeito desses elementos na etiologia da doença. / Attention-deficit/hyperactivity disorder (ADHD) is one of the most common psychiatric disorders of childhood and adolescence, characterized by inattentive, hyperactive and impulsive symptoms. Genetic contribution to ADHD etiology is one of the highest ever recorded for psychiatric disorders, with a mean heritability of 76%. Among genetic factors that could contribute to disorder development, genes encoding components from dopaminergic system are the main candidate. Of these, the dopamine D4 receptor gene (DRD4) is the most extensively investigated locus in molecular studies of ADHD. The most studied polymorphism in DRD4 gene is a variable number of tandem repeats (VNTR) of 48bp, located at exon 3, although other polymorphisms, located in promoter region – a 120bp duplication and the SNPs -521C> T and-616C> G – have also been proposed as susceptibility polymorphisms for ADHD. In addition, new variants in regulatory regions, the SNPs rs11246227 and rs11246228, have recently been associated with inattentive symptoms of the disorder. The overall objective of this study was to increase the understanding on the involvement of DRD4 gene in ADHD etiology in our population For this purpose, the possibility of association with the SNP rs11246227 was initially tested, being afterwards investigated the functional effect of both rs11246227 and rs11246228 and their possible relation to ADHD through bioinformatics approach. The association study was performed in a sample composed by 478 ADHD patients, diagnosed according to DSM-IV criteria, and their biological parents. The rs112466227 was investigated by both family-based (FBAT) and dimensional (PBAT, ANOVA) approaches. The possibility of linkage disequilibrium (LD) with polymorphisms previously investigated in the present sample was estimated by MLocus software. In silico analysis was conducted using different genomic databases and programs to predict miRNA target sites and functionality. FBAT analysis showed a significant excess of C allele transmission in inattentive subtype patients. Evidences of LD with both 120bp tandem duplication and exon 3 VNTR were observed. Bioinformatics analyses showed that both SNPs rs11246227 and rs11246228 are located in the 3' region of DRD4 gene, and not at 5’ region, as previously described. Differences between alleles, with loss or gain of binding sites, were detected in both SNPs by MicroInspector, smiRNAdb and miRecords, and only in rs11246227 by Human miRNA Targets and miRò DRD4 huge variability and marked genetic complexity allied to ADHD phenotypic heterogeneity might have contributed to our 7 association results, distinct from the ones reported in literature, what needs to be replicated in future studies. Our bioinformatics findings suggest a possible involvement of investigated SNPs in binding properties of miRNAs related to processes of neurogenesis and neuronal plasticity. Genes involved in these processes have been identified in ADHD genome-wide association studies, reinforcing our in silico results. However, new functional studies, using both in silico and in vitro approaches, are needed to clarify the involvement of the investigated polymorphisms in DRD4 expression control mediated by miRNAs and, consequently, the possible effect of these elements in ADHD etiology.
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Variabilidade genética e resposta ao tratamento em adultos com Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade

Contini, Verônica January 2011 (has links)
O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) é comum em adultos e caracteriza-se por sintomas persistentes de desatenção, hiperatividade e impulsividade. Clinicamente, o TDAH é um fenótipo bastante heterogêneo e, frequentemente, encontra-se associado a diversos outros transtornos psiquiátricos. A contribuição genética é substancial no TDAH e diversos genes de pequeno efeito têm sido associados com o desenvolvimento do transtorno. O metilfenidato (MPH) representa o principal agente farmacológico usado no tratamento e seu mecanismo de ação parece envolver a potencialização da transmissão catecolaminérgica no córtex pré-frontal. Estudos farmacogenéticos têm investigado o papel de diversas variantes genéticas, principalmente em sistemas de neurotransmissão, na resposta ao tratamento com MPH. No entanto, esses estudos têm focado quase que exclusivamente no tratamento de crianças com TDAH. No presente trabalho foi investigada a associação entre 17 polimorfismos genéticos, em nove genes candidatos (DAT1, ADRA2A, 5-HTT, HTR1B, TPH2, DBH, DRD4, COMT e SNAP25), e a resposta ao tratamento com MPH. A amostra foi composta de 165 adultos com TDAH, diagnosticados de acordo com os critérios do DSM-IV. A gravidade dos sintomas dos pacientes foi avaliada antes e após um mês de uso de MPH através da aplicação das subescalas SNAP-IV e da escala CGI-S. Também avaliamos uma amostra de 136 dependentes de álcool e 237 controles, em um estudo de associação envolvendo o gene HTR1B. A resposta ao MPH foi analisada através de avaliações categórica e dimensional da redução nos sintomas após o uso de MPH. Foi observada uma redução significativa nos escores de gravidade total dos sintomas após o tratamento, sendo que 83% dos pacientes foram classificados como respondedores e 17% como não respondedores. Interpretamos a dificuldade de identificar variantes genéticas envolvidas na resposta ao tratamento como o reflexo da complexidade clínica e etiológica do TDAH. Exemplo disso é o fato de que o gene HTR1B, que apresenta resultados positivos para associação com o TDAH em meta-análises e em um estudo com crianças da nossa população, não se mostrou associado com o TDAH em adultos ou com a resposta ao MPH, mas sim com o alcoolismo nesse estudo. Novas investigações, em amostras maiores, serão necessárias para que seja alcançado maior sucesso nos estudos farmacogenéticos envolvendo o MPH ou outros fármacos no tratamento do TDAH. / Attention deficit/hyperactivity disorder (ADHD) has a high prevalence in adults and it is characterized by pervasive symptoms of inattention, hyperactivity and impulsivity. Clinically, ADHD is a very heterogeneous disorder frequently associated with other psychiatric conditions. The genetic contribution in ADHD is substantial and several genes of small effect have been associated with ADHD susceptibility. Methylphenidate (MPH) is the primary agent used in pharmacological intervention for ADHD. Its mechanism of action is believed to potentiate catecholamine transmission in the pre-frontal cortex. Pharmacogenetic studies have been investigating the role of genetic variants in the response to the treatment with MPH. However, previous studies have focused almost exclusively in the treatment of children with ADHD. In this study, we investigated the association between 17 polymorphisms, in 9 candidate genes (DAT1, ADRA2A, 5- HTT, HTR1B, TPH2, DBH, DRD4, COMT and SNAP25), and the response to MPH. The sample comprised 165 adults with ADHD diagnosed according to DSMIV criteria. We also evaluated a sample of 136 alcohol dependents and 237 control subjects, in an association study involving the HTR1B gene. The response to MPH was assessed by both categorical and dimensional approaches through the SNAP-IV sub-scales and the CGI-S scale, applied at the beginning and after the 30th day of treatment. We detected a significant reduction in SNAP-IV total scores during the follow-up period. According to the categorical definition of MPH response, 83% of the patients were classified as responders and 17% were classified as non-responders. Our results indicated that none of the investigated variants showed significant effects on the MPH response. We interpret the difficulty of identifying genetic variants involved in response to treatment as a reflection of the clinical and etiological complexity of ADHD. For example, we did not find association of the HTR1B gene with ADHD nor with treatment response to MPH in our adult sample, but it was in fact associated with alcohol dependence. However, this gene has previously shown positive results for association with children ADHD in meta-analysis and also in a study with children of the same population of the current work. More investigations with larger sample sizes will be need to achieve greater success in pharmacogenetic studies involving the MPH or other drugs used in the treatment of ADHD.

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