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Marcel Martiny: eugenia e biotipologia na França do século XXThomaz, Luciana Costa Lima 09 December 2011 (has links)
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Previous issue date: 2011-12-09 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / The traditional approach to medicine in the West was grounded on the
classification of the endless human diversity in classes (complexions). With the rise
of modern science, the focus of medicine gradually shifted to the physical and
chemical processes proper to living matter. Consequently, the practice of medicine
became dependent on the diagnosis of clinical entities, which were classified
according to their etiopathogenic mechanisms, in turn dependent of biomolecular
phenomena.
Despite this mainstream direction, countless typological classifications burst
out in the first decades of the 20th century in a wide range of contexts anthropology,
criminology, psychology, education, etc. including medicine. To understand this
phenomenon, this study focused on biotypological theories grounded on the
assertion that there is an intrinsic relationship between human types and
embryological layers, the work by Marcel Martiny (1897-1982) in particular.
Analysis carried out within three overlapping spheres addressing sociohistorical,
epistemological and historiographical aspects allowed identifying strong
eugenic element in biotypological theory as formulated in the first half of the 20th
century within the context known as medical Holism . This was also the background
for Martiny, whose experimental work is restricted to anthropometric measurements
that then were related with physiological and biomolecular phenomena exclusively
by way of analogy.
After World War I biotypological theory was depurated from all eugenic
elements, whereas its lack of any empirical foundation was neglected and despite its
contradictions, it is discussed even in our own days as if it were sound science / A medicina tradicionalmente vigente no Ocidente se baseava na classificação
da heterogeneidade humana em diversos tipologias (compleições). Com a
formulação da ciência moderna, gradualmente, a base da medicina passou a focar
os fenômenos físicos e químicos que ocorrem na matéria viva. Assim, a prática
clínica passa a depender do diagnóstico de entidades nosológicas, classificadas
segundo seu mecanismo etiopatogênico, por sua vez, dependente de mecanismos
biomoleculares.
No entanto, nas primeiras décadas do século XX acontece uma explosão de
classificações tipológicas numa variedade de contextos antropologia, criminologia,
psicologia, pedagogia, etc. incluindo a medicina. Para abordar esse fenômeno,
focou-se as teorias que afirmavam uma relação intrínseca entre as tipologias
humanas e os folhetos embrionários, em particular, a obra de Marcel Martiny (1897-
1982).
A análise realizada em três esferas superpostas, levando em conta aspectos
histórico-sociais, epistemológicos e historiográficos, permitiu identificar fortes
componentes eugenistas nas biotipologias desenvolvidas na primeira metade do
séculos XX, dentro do chamado holismo médico . Esse é também o pano de fundo
do trabalho de Martiny, que utiliza como método, basicamente, medições
antropométricas, cuja vinculação aos fenômenos fisiológicos e biomoleculares é
realizada de maneira puramente analógica.
Depois da Segunda Guerra Mundial, a teoria das biotipologias foi depurada
de seus elementos eugenistas, sua falta de fundamentação empírica foi omitida e,
apesar de todas suas contradições, continua a ser apresentada como ciência
provada em diversos contextos, especialmente, nas abordagens médicas holistas
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