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O significado da sífilis no universo masculino : um estudo de representações sociaisMauch, Sandra Duarte Nobre 09 May 2011 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Departamento de Psicologia Social e do Trabalho, 2011. / Submitted by Eduardo Pinheiro Morbeck (eduardomorbeck@gmail.com) on 2011-06-20T21:46:27Z
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2011_SandraDuarteNobreMauch.pdf: 2988818 bytes, checksum: 4e62f95ec896df0dd962038f9877dde6 (MD5) / Foi objeto desta pesquisa, estudar a sífilis no pensamento social dos homens, tendo como referencial teórico a Teoria das Representações Sociais. O objetivo era conhecer as representações sociais da sífilis no universo masculino. Para viabilizar a pesquisa foram realizados dois estudos empíricos. No primeiro: "O que os homens pensam sobre a sífilis?" foram realizadas entrevistas estruturadas com 720 homens para verificar se eles tinham informações sobre a sífilis. Realizou-se análises estatísticas descritivas, análise de conteúdo clássica e aplicou-se o teste Qui-Quadrado com apoio do software SPSS para análise dos dados. No segundo: "As Representações Sociais da Sífilis", aplicou-se um instrumento de evocação a partir do termo indutor sífilis a 265 homens, utilizando-se a técnica de associação livre. Realizou-se análises estatísticas descritivas, análise lexical do conteúdo das representações sociais com apoio do software ALCESTE, análise da estrutura das representações sociais com apoio do software EVOC e aplicou-se o teste de centralidade dos elementos de representação a partir da queda de freqüência das palavras consideradas principais pelos entrevistados. Para análise dos resultados, foram estabelecidos dois eixos de análise: o Eixo Informacional e o Eixo Representacional. No Eixo Informacional encontrou-se que os homens tinham como principais informações que a sífilis era uma doença de caráter sexual, cuja forma de prevenção era o uso de preservativos. Avaliou-se o grau de informação dos sujeitos, encontrando-se que 80,4% destes homens tinham ao menos algum nível de informação sobre a sífilis. Quanto às fontes de informação, encontrou-se que 52% dos entrevistados obtiveram as informações sobre a sífilis por meio da categoria educação e 34,5% pelos meios de comunicação. No Eixo Representacional, encontrou-se na análise lexical duas grandes matrizes de sentido, denominadas A Doença e A Doença Sexual. Na matriz A Doença aparece a fala de homens mais jovens e mais escolarizados, uma fala mais próxima do que é divulgado pelo meio científico, que se traduziu na prevenção e tratamento da doença. A matriz A Doença Sexual traz uma fala permeada de crendices e superstições, ligando a doença a práticas sexuais consideradas impuras, sendo mais própria de homens adultos e menos escolarizados. Na estrutura das representações sociais apareceram como elementos centrais DST, sexual, tratamento, preservativo, prevenção, sangue e perigosa. Constatou-se, da mesma forma que no Eixo Informacional, a visão da sífilis como doença de caráter sexual. Entende-se que há contradições presentes nestas representações sociais, as quais as comportam plenamente. Tais contradições se referem à presença de elementos mais recentes como tratamento, prevenção e preservativos, convivendo com elementos mais arcaicos como sangue e perigosa. Conclui-se que as representações sociais da sífilis parecem estar passando por um processo de transformação, influenciado por fenômenos sociais densos como aqueles que resultam do Movimento Feminista, da Reforma Sanitária, do aparecimento da aids e da ampliação do acesso à educação em especial para a população mais jovem. _________________________________________________________________________________ ABSTRACT / The object of this research was to study the social thought of syphilis in men, with the
theoretical framework of the Social Representation Theory. The objective was to identify the social representations of syphilis in the male universe. To make viable the research were performed two empirical studies. At first, "What do men think about syphilis?" structured
interviews were conducted with 720 men to check if they had information about syphilis.
Descriptive statistical analyzes were conducted, classical content analysis, and the chi-square test was applied with SPSS software support for data analysis. In the second, "The Social Representations of Syphilis", it was applied an instrument of evocation from the inductive term syphilis to 265 men, using the technique of free association. It was carried out descriptive statistical analyzes and lexical analysis of the social representations content with
the software ALCESTE support, analysis of the social representations structure with the
software EVOC support, and it was applied the test of the centrality of representation
elements from the decrease frequency of the main words considered by the interviewees. To
analyze the results, two lines of analysis were established: the informational axis and the representational axis. On Informational axis was found that the men had as main information that syphilis was a disease of a sexual nature, and the form of prevention was the use of condoms. It was evaluated the subjects' degree of information, finding that 80.4% of men had at least some level of information about syphilis. Considering the sources of information, it was found that 52% of interviewees obtained information about syphilis through the education category and 34.5% through the media. On representational axis, it was found in
lexical analysis two major matrixes of significance, called The Disease and The sexual disease. On matrix The Disease comes the speak of younger and more educated men, a closer speech than is disclosed by the scientific community, which resulted in the prevention and treatment of the disease. The matrix The Sexual Disease brings a speech permeated by superstitions and beliefs, linking the disease to sexual practices considered impure, and this speak is more typical of adult men and less educated. In the structure of social representations
appeared as central elements: STDs, sex, treatment, condom, prevention, blood and
dangerous. The vision of syphilis as a disease of sexual character was certified, just as on informational axis. It is understood that there is a presence of contradictions in these social representations, which include them fully. These contradictions are related to the presence ofmore recent elements such as treatment, prevention and condoms, living with more archaic elements as blood and dangerous. It can be concluded that the social representations of syphilis seem to be undergoing a transformation process, influenced by dense social phenomenons as those that result from the Feminist Movement, Health Reform, the onset of AIDS and increasing access to education, especially for younger population.
Key words: social representation; syphilis; masculinity.
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Gênero, sofrimento e virilidade : psicodinâmica do adoecimento no trabalho dos guardas civis metropolitanos de GoiâniaSouza, Ronaldo Gomes 08 December 2017 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Psicologia, Programa de Pós-graduação em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações, 2017. / Submitted by Raquel Almeida (raquel.df13@gmail.com) on 2018-03-12T21:48:58Z
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Previous issue date: 2018-03-13 / O objetivo desta tese é relacionar organização do trabalho, sofrimento e estratégia defensiva individual e coletiva da virilidade utilizada pelos guardas civis metropolitanos de Goiânia do gênero masculino com a negação do adoecimento no trabalho. Para tanto, é utilizado as orientações da psicodinâmica do trabalho, que permite aprofundar nas lacunas que existem entre o trabalho prescrito e o trabalho real, bem como as relações de prazer/sofrimento e saúde/doença no trabalho. A segurança pública do município, assumido pela Guarda Civil Metropolitana de Goiânia, enfrentou e enfrenta diferentes desafios sociais para combater a violência, manter a ordem e segurança das pessoas, bens, serviços e patrimônios públicos locais. Estudos, no Brasil, mostram que há uma desvalorização dessa profissão, que é exercida, historicamente, em sua grande maioria, por homens. Eles enfrentam problemas constrangedores causados pela organização do trabalho como falta de equipamentos e treinamentos, falta de reconhecimento por parte da própria instituição, da população e, até, de familiares e da mídia/imprensa. Questiona-se, então, como esses profissionais lidam com essas fontes de sofrimento, as defesas que eles usam e o impacto que a variável gênero masculino/virilidade tem nesse processo, mais especificamente aqueles que adoeceram no trabalho. Assim, tem-se como tese que os guardas civis metropolitanos de Goiânia, homens, para confrontar o sofrimento originado nos constrangimentos da organização do trabalho, usam as estratégias defensivas individual e coletiva de virilidade, que é reforçada pelo gênero e produtora da ideologia da negação do adoecimento no trabalho da categoria. Na literatura, encontra-se que o homem, histórica, cultural e socialmente, é tido como forte, valente, corajoso, ágil, deve proteger, principalmente, as crianças, mulheres, idosos, os mais fracos, etc..., defendendo uma imagem de virilidade, algo que está entre o ser homem, homem de verdade, e o ser o super-homem, o herói. Como a profissão de segurança pública é tipicamente masculina e a organização do trabalho articula prescrições, desejos, demandas e necessidades para os guardas ocuparem o lugar do herói, quando ele é impossibilitado de ocupar esse lugar, aciona suas defesas para se protegerem do sofrimento. A literatura também aponta que o homem tem a tendência de se fazer de forte e negar o processo de sofrimento e adoecimento. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e é dividida em pré-pesquisa e a pesquisa propriamente dita. A pré-pesquisa é feita por uma entrevista coletiva semiestruturada com 4 guardas e uma observação não participativa com 9 guardas adoecidos, além de conversas informais e análises documentais. E, na pesquisa, foram realizadas 15 entrevistas individuais, constituídas por 2 grupos: um com os participantes adoecidos (6) e outro com os não adoecidos (9), que passaram pela Análise de Conteúdo (AC). Os temas gerados pela AC, as falas e relatos tanto na pré-pesquisa quanto na pesquisa, corroboram com os achados na literatura, pesquisas, e a tese em questão. Conclui-se que a toda a configuração social e cultural que constitui a história da guarda, envolve: falta de treinamento e equipamentos de segurança, defesa e/ou armamento; a base da hierarquia que os GCMs ocupam na relação de poder dentre os demais profissionais de segurança pública no Brasil; menosprezo, desqualificação, desrespeito e a falta de reconhecimento pelos demais profissionais de segurança pública (policiais), pela imprensa (mídia) e pela população, as mudanças e novas exigências, leis, normas, regras, prescrições da GCM de Goiânia; interferem na psicodinâmica do adoecimento dos guardas, principalmente porque esse cenário, dentre outros fatores, acionam as defesas individual e coletiva da virilidade, que é atravessada e agravada pelo gênero masculino. / The aim of this thesis is to relate the work organization, suffering and individual and collective defensive strategy of virility used by the male metropolitan civil guards of Goiânia with the denial of illness at work. Therefore, the guidelines of the work psychodynamics are used, which allows to deepen the gaps that exist between the prescribed work and the real work, as well as the relations of pleasure / suffering and health / illness in the work. The public security of the municipality, assumed by the Metropolitan Civil Guard of Goiânia, faces and faced different social challenges to combat violence, maintain order and security of people, goods, services and local public assets. Studies in Brazil show there is a devaluation of this profession, which is practiced, historically, for the most part, by men. They face embarrassing problems caused by work organization such as lack of equipment and training, lack of recognition on the part of the institution itself, the population, and even family members and the media. It is questioned, then, how these professionals deal with these sources of suffering, the defenses they use, and the impact that the male gender / virility has on this process, more specifically those who become illness work. Thus, the thesis is: the metropolitan civil guards of Goiânia, men, to confront the suffering originated in the constraints of the organization of work, use the individual and collective defensive strategies of virility, which is reinforced by the gender and producer of the denial ideology illness in the category. In the literature, it is found that man, historically, culturally and socially, is considered as strong, brave, courageous, agile, must protect, especially, children, women, the elderlies, the weak ones, etc ..., defending an image of virility, something that is between being a man, a real man, and being the superman, the hero. Because the public safety profession is typically male and the work organization articulates prescriptions, wills, demands and needs for guards to take the place of the hero, when he is unable to occupy that place, he triggers his defenses to protect himself from suffering. The literature also points out that man tends to become strong and deny the process of suffering and illness. It is a qualitative research and is divided into pre-research and research itself. The pre-research is made by a semi-structured collective interview with 4 guards and a non-participatory observation with 9 guards who are ill, as well as informal conversations and documentary analyzes. In the research, 15 individual interviews were carried out, consisting of two groups: one with the participants who were ill (6) and the other with the non-sick (9), who underwent Content Analysis (CA). The themes generated by CA, the speeches and reports in both pre-research and research, corroborate with findings in the literature, research, and this thesis. It is concluded that the whole social and cultural configuration that constitutes the history of the guard, involves: lack of training and equipment of security, defense and / or weaponry; the basis of the hierarchy that the GCMs occupy in the relation of power among the other professionals of public security in Brazil; disregard, disqualification, disrespect and lack of recognition by other public security professionals (police), by the press (media) and by the population, changes and new requirements, laws, norms, rules, prescriptions of Goiânia's MCG; interfere in the psychodynamics of guards' illness, mainly because this scenario, among other factors, trigger the individual and collective defenses of virility, which is crossed and aggravated by the male gender.
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Homem Preto do Gueto: um estudo sobre a masculinidade no Rap brasileiroRosa, Waldemir 21 November 2006 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Sociais, Departamento de Antropologia, Programa de Pós-graduação em Antropologia Social, 2006. / Submitted by mariana castro (nanacastro0107@hotmail.com) on 2009-12-16T13:22:12Z
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Previous issue date: 2006-11-21 / A presente dissertação analisa a masculinidade negra a partir das letras de Rap brasileiro. O trabalho teve como fonte principal letras das músicas gravadas entre os anos de 1990 a 2005 por grupos dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Goiás, além do Distrito Federal. A narrativa existente nas letras possibilitou visualizar como os termos da masculinidade e as representações de gênero são utilizados para explicar e exercer controle sobre a realidade social. As dimensões sociais da masculinidade negra e o papel do racismo na conformação dos papéis de gênero nos indicam para a limitação da virilidade como elemento explicativo do comportamento masculino. _______________________________________________________________________________ ABSTRACT / The present dissertation analyzes the black masculinity from the letters of Brazilian Rap. The work had as principal source letters of recorded musics between the years of 1990 the 2005 for groups of the states of São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul and Goiás, beyond the Distrito Federal. The existing narrative in the letters made possible to visualize as the terms of the maleness and the gender representations are used to explain and to exert control on the social reality. The social dimensions of the black maleness and the paper of racism in the conformation of the papers of sort in indicate them for the limitation of the virility as clarifying element of the masculine behavior.
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Tornar-se homem: O projeto masculino na perspectiva de gêneroMaciel Junior, Plínio de Almeida 10 November 2006 (has links)
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Previous issue date: 2006-11-10 / The present research aims to describe and discuss how different male
attributes are critical for the definition of the self of specific men, and how it
refers to a process that is negotiated at different stages of one s life cycle.
This study sought to understand this negotiation process from the
perspective of interpersonal relationships and their intersection with the
prerogatives of the hegemonic masculinity. The research included four men aged
35-45, of middle class and high middle class backgrounds, living in cities and
drawn from a non-clinical population.
Two theoretical approaches formed the basis for the conceptual
framework of the investigation: critical studies on men and masculinity and gender
perspective.
The results show the advantages of using these men s life stories as an
intermediary for male studies. Masculinity (being a male), far from being cast in
concrete, is something that is defined and negotiated over time in different arenas
and with different partners. The family (especially the father and the mother) is coparticipant
in the construction of the gender order at birth, during childhood and
adolescence. The process of embodiment of the hegemonic masculinity is often
associated with heterosexuality, strength, endurance, hardness and physical
competence. It is possible to think of male hegemony as fluid, fragile, subject to
being threatened and continually guaranteed. Men define themselves in relation to
other men, while women are seen as playing a supporting role. This may cause
others to perceive them as being subordinate, which expresses the notion of how
invisible male privilege can be, and therefore, how difficult it is to reckon with it / Esta pesquisa teve como objetivo descrever e discutir como diferentes
atributos da masculinidade são centrais para definição do eu de homens
específicos e como se trata de um processo negociado em diferentes
momentos do ciclo vital.
Buscou-se compreender esse processo de negociação dos
relacionamentos e sua intersecção com as prerrogativas da masculinidade
hegemônica.
Foram utilizadas histórias de vida de quatro homens entre 35 e 45 anos
pertencentes à camada média ou média-alta urbana de uma população não
clínica.
Dois aportes teóricos teceram a rede conceitual que deu suporte à
investigação: os estudos críticos sobre homens e masculinidades e a perspectiva
de gênero.
Os resultados revelam as vantagens do uso da história de vida como
intermediário para os estudos com homens. A masculinidade (ser homem), longe
de ser algo fixo, é definida e negociada ao longo do tempo, em diferentes arenas
e com diferentes parceiros. A família (especialmente o pai e a mãe) é co-partícipe
na construção da ordem de gênero no nascimento, na infância e na adolescência.
O processo de corporalização da masculinidade hegemônica está associado à
heterossexualidade, à força, resistência, dureza e competência física. É possível
pensar que a hegemonia é fluida, frágil, passível de ameaça e deve ser
continuamente garantida. Os homens se definem em relação aos outros homens,
enquanto as mulheres são coadjuvantes no relato, sendo que, no todo, isso pode
conduzir a vê-las como subordinadas, o que reafirma como o privilégio masculino
é invisível e, portanto, como é difícil dar conta do mesmo
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Homens invisíveis: identidades de homens atendidos pelas políticas sociais de atenção às famílias em situação de vulnerabilidade socialSouza, Paulo Fernando Pereira de 02 June 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009-06-02 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / This dissertation aimed at understanding the identity of men benefited
from social policies destined to the families in situation of social vulnerability.
This study, of qualitative base, used the resource of the history of life and
focused on subjects benefited from the Programa Ação Família (Family Action
Program) of the Municipal City Hall of São Paulo, in the period from 2005 to
2008, and chose to deepen in the history of life of one of the subjects, which
presented emblematic possibilities of configurations of masculinity and
paternity. Ciampa s (1996) concept of identity and Connel s (1995) concept of
masculinities were used as a support for the process of understanding. The
contextualization required an explicitation of the data collection process,
research concerning paternity, poor/migrant families and social policies directed
at the families. Special emphasis was given to the social problem that consists
in the absence of men, especially of fathers, in the social accompaniments to
the families in situation of vulnerability; an absence which presents itself in spite
of the fact that most of the benefited families are composed by men
(IBGE/PNAD/2007). The difficulties of men in providing support and the
absence of expectations that they may have a positive participation in the family
be among the elements that allow them to be little considered by the social
policies directed at the families in situation of vulnerability. The analysis of the
history of life showed mobility in the way that the subject understands and
exercises his masculinity, allowing new configurations of affective relationships
and the incorporation of activities previously seen as women s responsibility. It
also showed how paternity exerted by a poor father can expand itself and
incorporate direct and affectionate care for the sons, as well as the exercise of
citizenship / Esta dissertação buscou compreender a identidade de homens
atendidos pelas políticas sociais de atenção às famílias em situação de
vulnerabilidade social. O estudo, de base qualitativa, utilizou-se do recurso à
história de vida e focalizou sujeitos atendidos pelo Programa Ação Família , da
Prefeitura Municipal de São Paulo, no período de 2005 a 2008, tendo sido
escolhido o aprofundamento na história de vida de um dos sujeitos, que
apresentou possibilidades emblemáticas de configurações de masculinidade e
de paternidade. Foram utilizados os conceitos de identidade de Ciampa
(1996) e de masculinidades de Connel (1995) como suporte para o trabalho
de compreensão. A contextualização requereu explicitação do processo de
coleta de dados, pesquisa sobre paternidade, sobre famílias pobres/migrantes
e sobre políticas sociais dirigidas às famílias. Foi dado especial destaque ao
problema social que consiste na ausência dos homens, em especial dos pais,
nos acompanhamentos sociais às famílias em situação de vulnerabilidade;
ausência que se dá apesar de a maioria das famílias atendidas apresentar
homens em sua composição (IBGE/PNAD/2007). As dificuldades dos homens
em prover e a ausência de expectativas de que eles tenham participação
positiva na família estão entre os elementos que permitem que eles sejam
pouco considerados pelas políticas sociais de atenção às famílias em situação
de vulnerabilidade. A análise da história de vida mostrou mobilidade na
maneira de o sujeito entender e exercitar sua masculinidade, permitindo novas
configurações de relações afetivas e a incorporação de atividades
anteriormente entendidas como de responsabilidade da mulher. Mostrou,
também, como a paternidade exercida por um pai pobre pode expandir-se e
incorporar cuidados diretos e afetuosos com os filhos, bem como o exercício de
cidadania
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Homens no cenário da Lei Maria da Penha: entre (des)naturalizações, punições e subversões / Men in the scene of Maria da Penha law: between (de)naturalizations, punishments and subversionsLIMA, Maria Lúcia Chaves January 2008 (has links)
Submitted by Cleide Dantas (cleidedantas@ufpa.br) on 2014-03-25T12:19:37Z
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Previous issue date: 2008 / O presente trabalho visou estudar o lugar ocupado pelos homens no contexto da violência
contra a mulher, mais precisamente no atual cenário circunscrito pela Lei Maria da Penha. Tal
legislação traz várias modificações quanto às estratégias para “combater” à violência contra a
mulher. A novidade mais comentada é a severidade na punição aos considerados
“agressores”. Então, almejando conhecer os sentidos que circulam sobre os homens nesse
atual contexto, essa pesquisa foi realizada a partir de duas etapas fundamentais. A primeira
consistiu em um levantamento de todos os serviços voltados aos casos de violência contra a
mulher na cidade de Belém, Brasil. Nesse momento se constatou a ausência de qualquer
serviço de atenção ao homem envolvido em situação de violência. Uma vez que a Delegacia
da Mulher se apresentou como a organização de maior referência sobre o tema em Belém,
iniciou-se a segunda etapa da pesquisa, subdividida em três estratégias metodológicas:
observação no cotidiano da delegacia, conversas com as pessoas que transitavam naquele
local e entrevistas com os seus funcionários. As informações obtidas pelos dois recursos
iniciais mostraram que a Delegacia da Mulher é um lugar com pretensões de ser acolher, mas
acaba por se revelar um ambiente violento, seja por sua arquitetura, seja pelo atendimento
prestado. Já nas entrevistas foi possível acompanhar algumas concepções sobre os homens (e
também sobre as mulheres) que circulavam em tal delegacia. O ponto-chave dessa discussão
está em torno de uma nova naturalização dos homens que cometem violência contra a mulher:
da “essência” violenta para a socialização violenta. Apesar da consideração de que esses
homens sejam produzidos por uma “educação machista”, todos os entrevistados indicam a
prisão como a punição mais adequada aos denunciados por agressão contra a mulher.
Entretanto, como a prisão é reconhecida como incapaz de promover mudanças “positivas”, é
recomendado que a ela seja acrescido algum tipo de tratamento psicológico. Percebe-se que
há um discurso de “tratamento” para esses homens. Porém, este se configura como uma
maneira de tentar “regenerá-los” para posteriormente serem “devolvidos” ao chamado
“convívio social”. Considera-se que esta abordagem só aumenta a intolerância para com os
homens que cometem violência, uma vez que os coloca estigmatizados como a parte da sociedade
que deve ser saneada, formatada e, posteriormente, devolvida a “acolhedora sociedade”. Por fim,
mais do que um “tratamento”, proponho que seja criado um espaço de escuta capaz de instaurar a
dúvida sobre as certezas a respeito das relações de gênero que produzem e mantêm as situações de
violência contra a mulher. / This work intended to study the place occupied by men in the context of violence against
women - more precisely on nowadays scene placed by Maria da Penha law. This law brings
several modifications concerning the strategies to “combat” violence against women. The
most commented one is the severity when punishing those considered “aggressors”. In order
to do that, learning the possible conceptions about men that circulate in this recent context,
two fundamental steps were taken. The first one consisted of making a list of all the services
provided in cases of violence against women at the city of Belém, Brazil. That was a moment
on which we noticed the lacking of any service concerning the men involved in violence
situation. Once Women's Police Station has presented itself as the most important reference
about the subject at Belém, we began the second part of this research, which was divided on
three methodological strategies: observation of its everyday life and interviews with its
employees and people that used to go there. The information obtained showed that although
Women's Police Station is a place that intends to give support to those that look for help, it
reveals itself a violent ambient, something exemplified either by its architecture and by the
kind of service provided there. Besides, it was possible to apprehend some suggestive
conceptions of those men (and women) usually presented there. The main point of our
discussion refers to a new naturalization of men that commit violence against woman: from a
violent “essence” to a violent socialization. Here, although the people interviewed consider
these men as products of a “sexist education”, they indicate prison as the adequate
punishments in those cases. On the other hand, once prison is recognized as incapable of
promoting “positive” changes, it is recommended to add some psychological treatment. It is
possible to realize that there is a “treatment” speech about these men that tries to “regenerate”
them and lately give them “back to society”. Nevertheless, we consider that this approach
only increases the intolerance against men that commit violence, once it stigmatizes them as
the part of society that must be cured, formatted and lately “given back”. In conclusion, more
than a “treatment” we propose the creation of a space of listening that can put in check the
certainties about the type of gender relations that produce and maintain situations of violence
against women.
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