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Dádivas, afetos e trocas sociais no cotidiano de sujeitos permeados por vivências psicossociais em Pelotas - RS / Donations, affections and social exchanges in the daily life of subjects permeated by psychosocial experiences in Pelotas - RS / Donaciones, afectos e intercambios sociales en el cotidiano de sujetos permeados por vivencias psicosociales en Pelotas -

Farias, Izamir Duarte de 09 October 2017 (has links)
Submitted by Aline Batista (alinehb.ufpel@gmail.com) on 2018-04-25T22:42:16Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Tese_Izamir_Duarte_de_Farias.pdf: 6600926 bytes, checksum: 437c31a47ade95798bcce931e2909102 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-04-27T20:15:28Z (GMT). No. of bitstreams: 2 Tese_Izamir_Duarte_de_Farias.pdf: 6600926 bytes, checksum: 437c31a47ade95798bcce931e2909102 (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Previous issue date: 2017-10-09 / Sem bolsa / A presente tese é resultado do estudo realizado à partir do cotidiano de sujeitos permeados por vivências psicossociais na cidade de Pelotas – RS. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com dados coletados à partir da observação participante e entrevista semiestruturada, com abordagem etnográfica, realizados entre setembro de 2016 e maio de 2017. Seu objetivo geral é compreender as trocas sociais presentes no cotidiano de pessoas que frequentaram oficinas em um Centro de Atenção Psicossocial II no processo de reorganização (ressignificação) de suas vidas. A análise dos dados foi realizada à luz do ensaio sobre a dádiva proposto por Marcel Mauss e a Teoria Interpretativa da Cultura de Clifford Geertz. Contou-se com cinco sujeitos participantes que mantém vinculo com a Associação de Usuários de Serviços de Saúde Mental de Pelotas, os quais foram selecionados pelo método bola de neve. Respeitaram-se todos os princípios éticos orientados pela Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Foram apresentados os seguintes pressupostos para este estudo: As oficinas se constituem como ferramenta para o processo de construção e/ou reconstrução de interações saudáveis entre usuários do CAPS e seus familiares bem como com a sociedade, sendo uma estratégia necessária para projetar uma melhor qualidade de vida para as pessoas quando não mais estiverem na condição de usuários; Após passarem pelo CAPS, as pessoas incorporam em suas vidas saberes, práticas, trocas e significados que foram terapêuticos quando vivenciados nas oficinas, as quais são rememoradas como importantes; Há uma ressignificação na vida das pessoas quando deixam de ser usuários do CAPS, de maneira que seu círculo de amizades e seus valores são reconstruídos a partir do sofrimento psíquico e das suas experiências com o modo psicossocial de cuidado. Os resultados comprovam os pressupostos apresentados, apontando para a importância de trocas sociais, amizades e afetos na vida dos sujeitos. Estas relações estão permeadas por significados e sentimentos atribuídos pelos sujeitos, mostrando-se fundamentais para seu fortalecimento individual e coletivo, manifestando-se por intermédio de ações cotidianas nos Universos Subjetivos Plurais. As amizades e as trocas sociais constituem-se como o principal mecanismo para o fortalecimento pessoal, revelando superações, afetos e consciência de responsabilidade e cidadania, bem como alteridade e sensibilidade diante do outro. Tais elementos desvelados durante o acompanhamento dos sujeitos e dos seus universos relacionais mostram-se fundamentais para a manutenção da reabilitação psicossocial. Emerge a tese de que a pessoa, uma vez envolvida pelo modo psicossocial de cuidado, pode ressignificar sua vida e suas relações interpessoais, havendo, consequentemente a ampliação do seu universo relacional. A valorização do outro e o sentimento de alteridade passam a fazer parte do seu cotidiano, movendo-a a valorização das amizades e prática de trocas sociais – dando, recebendo e retribuindo – fortalecendo-se como sujeito, podendo tornar-se cuidador a partir da sua expertise por experiência. O Centro de Atenção Psicossocial e as oficinas são apresentados como marco transformador nas vidas, de modo que aprendizados e ressignificações ocorrem a partir da passagem por este serviço e mantém-se como processo autogestionado articulados por Universos Subjetivos Plurais pelos Universos Subjetivos Singulares. Curatelas, preconceitos e estigmas são apresentados como aspectos limitadores da autonomia, cujas ocorrências se dão de modo velado nas famílias como forma de cuidado e proteção, muito embora, outros modos de autonomia e empoderamento se constituem e mantém a partir do fortalecimento proporcionado pelos Universos Subjetivos Plurais. / The present thesis is the result of the study carried out from the daily life of subjects permeated by psychosocial experiences in the city of Pelotas - RS. This is a qualitative research with data collected from the participant observation and semi-structured interview, with ethnographic approach, carried out between September 2016 and May 2017. Its general objective is to understand the social exchanges present in the daily life of people who attended workshops in a Psychosocial Care Center II in the process of reorganization (resignification) of their lives. Data analysis was carried out in the light of the essay on the donation proposed by Marcel Mauss and Clifford Geertz's Interpretative Theory of Culture. There were five participants who had a link with the Association of Pelotas Mental Health Services Users, who were selected by the snowball method. All the ethical principles guided by Resolution No. 466/2012 of the National Health Council were respected. The following assumptions were made for this study: The workshops constitute a tool for the construction and / or reconstruction of healthy interactions among users of the CAPS and their families as well as with society, being a strategy necessary to design a better quality of life for people when they are no longer in the condition of users; After passing through the CAPS, people incorporate into their lives knowledge, practices, exchanges and meanings that were therapeutic when lived in the workshops, which are remembered as important; There is a re-signification in people's lives when they cease to be CAPS users, so that their circle of friends and their values are rebuilt from psychic suffering and their experiences with the psychosocial mode of care. The results confirm the assumptions presented, pointing to the importance of social exchanges, friendships and affections in the subjects' lives. These relationships are permeated by meanings and feelings attributed by the subjects, proving to be fundamental for their individual and collective strengthening, manifesting themselves through daily actions in the Plural Subjective Universes. Friendships and social exchanges constitute the main mechanism for personal strengthening, revealing surpasses, affections and awareness of responsibility and citizenship, as well as otherness and sensitivity before the other. Such elements revealed during the follow-up of subjects and their relational universes are fundamental for the maintenance of psychosocial rehabilitation. The thesis emerges that the person, once involved in the psychosocial way of care, can re-signify his life and his interpersonal relationships, and consequently the expansion of his relational universe. The valorization of the other and the feeling of otherness become part of their daily life, moving it to the appreciation of friendships and the practice of social exchanges - giving, receiving and giving back - strengthening as a subject, being able to become caretaker from the experience. The Center for Psychosocial Attention and workshops are presented as transformative milestone in lives, so that learning and re-signification occur from the passage through this service and remains as a self-managed process articulated by Plural Subjective Universes by the Singular Subjective Universes. “Curatelas”, prejudices and stigmas are presented as limiting aspects of autonomy, whose occurrences occur veiled in families as a form of care and protection, although other modes of autonomy and empowerment are constituted and maintained by the strengthening provided by the Subjective Universes Plurals. / La presente tesis es el resultado del estudio realizado a partir del cotidiano de sujetos permeados por vivencias psicosociales en la ciudad de Pelotas - RS. Se trata de una investigación cualitativa con datos recogidos a partir de la observación participante y entrevista semiestructurada, con abordaje etnográfico, realizados entre septiembre de 2016 y mayo de 2017. Su objetivo general es comprender los intercambios sociales presentes en el cotidiano de personas que frecuentan talleres en un Centro de Atención Psicosocial II en el proceso de reorganización (resignificación) de sus vidas. El análisis de los datos se realizó a la luz del ensayo sobre la donación propuesto por Marcel Mauss y la Teoría Interpretativa de la Cultura de Clifford Geertz. Se contó con cinco sujetos participantes que mantienen vinculo con la Asociación de Usuarios de Servicios de Salud Mental de Pelotas, los cuales fueron seleccionados por el método bola de nieve. Se respetaron todos los principios éticos orientados por la Resolución 466/2012 del Consejo Nacional de Salud. Se presentaron los siguientes supuestos para este estudio: Los talleres se constituyen como herramienta para el proceso de construcción y / o reconstrucción de interacciones saludables entre usuarios del mismo, CAPS y sus familiares así como con la sociedad, siendo una estrategia necesaria para proyectar una mejor calidad de vida para las personas cuando ya no estén en la condición de usuarios; Después de pasar por el CAPS, las personas incorporan en sus vidas saberes, prácticas, intercambios y significados que fueron terapéuticos cuando vivenciados en los talleres, los cuales son rememorados como importantes; Hay una resignación en la vida de las personas cuando dejan de ser usuarios del CAPS, de manera que su círculo de amistades y sus valores son reconstruidos a partir del sufrimiento psíquico y de sus experiencias con el modo psicosocial de cuidado. Los resultados demuestran los supuestos presentados, apuntando a la importancia de intercambios sociales, amistades y afectos en la vida de los sujetos. Estas relaciones están permeadas por significados y sentimientos atribuidos por los sujetos, mostrándose fundamentales para su fortalecimiento individual y colectivo, manifestándose por intermedio de acciones cotidianas en los Universos Subjetivos Plurales. Las amistades y los intercambios sociales se constituyen como el principal mecanismo para el fortalecimiento personal, revelando superaciones, afectos y conciencia de responsabilidad y ciudadanía, así como alteridad y sensibilidad ante el otro. Estos elementos desvelados durante el seguimiento de los sujetos y de sus universos relacionales se muestran fundamentales para el mantenimiento de la rehabilitación psicosocial. Es la tesis de que la persona, una vez involucrada por el modo psicosocial de cuidado, puede resignificar su vida y sus relaciones interpersonales, habiendo, consecuentemente, la ampliación de su universo relacional. La valorización del otro y el sentimiento de alteridad pasan a formar parte de su cotidiano, moviéndola a la valorización de las amistades y práctica de intercambios sociales - dando, recibiendo y retribuyendo - fortaleciéndose como sujeto, pudiendo tornarse cuidador a partir de la edad su experiencia por experiencia. El Centro de Atención Psicosocial y los talleres se presentan como marco transformador en las vidas, de modo que los aprendizajes y las resignaciones ocurren a partir del paso por este servicio y se mantiene como proceso autogestionado articulados por Universos Subjetivos Plurales por los Universos Subjetivos Singulares. Curatelas, preconceptos y estigmas se presentan como aspectos limitadores de la autonomía, cuyas ocurrencias se dan de modo velado en las familias como forma de cuidado y protección, aunque otros modos de autonomía y empoderamiento se constituyen y mantienen a partir del fortalecimiento proporcionado por los Universos Subjetivos Plurales.

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