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A nação brasileira em cena

Sá, Jussara Bittencourt de January 2005 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Literatura. / Made available in DSpace on 2013-07-16T02:20:28Z (GMT). No. of bitstreams: 0 / Esta tese tem como objetivo apresentar uma análise das concepções de nação e de nacionalidade em peças do teatro brasileiro, circunscritas à segunda metade do século XIX e à primeira década do século XX. Procura-se, em suma, evidenciar que o teatro cumpriu papel essencial para a representação/ constituição da Nação, colocando em cena diferentes concepções sobre a própria nacionalidade, através das falas, ambientações e representações dos tipos sociais que compunham a sociedade brasileira da época. Em confronto/ diálogo com a cena brasileira, buscou-se, também, perseguir, nas peças, a representação que se faz do estrangeiro, seja do estrangeiro que para cá se desloca a negócios, seja do estrangeiro que para cá vem como imigrante. A presença do estrangeiro no teatro brasileiro do século XIX e início do século XX foi, aliás, um dado essencial no recorte que se fez no corpus do teatro brasileiro em estudo: procurou-se a presença do "Outro" para refletir-se sobre a representação da própria Nação. Tanto que, quando da elaboração da pesquisa bibliográfica, em cerca de setenta e quatro peças editadas no referido período, utilizou-se como critério de seleção para a análise das dezoito peças aqui discutidas justamente a presença de personagens estrangeiras. No teatro, e essa é uma afirmação que destaca a produção teatral das demais, o estrangeiro é, em suma, e a meu ver, peça fundamental para a própria demarcação do nacional. A presença de estrangeiros, em confronto, conflito, negociações com o elemento nacional, este visto em suas diferentes dimensões de classe, constitui-se, nesse sentido, em chave essencial para a compreensão do imaginário sobre a nação que se coloca em cena.
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Clarice Lispector e Franz Kafka

Adam, Marcia Regina Cândido Otto January 2005 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Literatura. / Made available in DSpace on 2013-07-16T02:56:33Z (GMT). No. of bitstreams: 1 221951.pdf: 583680 bytes, checksum: 964a689fcbe08b1f8658381bcda3d258 (MD5) / Neste trabalho privilegio o argumento de que as personagens de Clarice entram repentina, estranha e surpreendentemente num estado de revelação de seu ser, ganhando assim, existência de humanos. Na busca dessa existência, Clarice assimilou a herança kafkiana que se refere a um mundo de opressão e angústia. Clarice e Kafka, através do poder narrativo projetam suas inquietações, externam seus anseios e compõem sua visão de mundo, sempre em busca do mistério, da essência, por meio das indagações sobre a vida e a morte em si mesmos. Porém, numa fração de segundo, seus personagens deparam-se com uma revelação fulminante capaz de os arrancar da inércia, do contato frio com o miserável cotidiano. O caminho percorrido nesse trabalho passa inicialmente pelo momento inaugural de Clarice Lispector e pela forma como foi recebida pela crítica nacional e estrangeira, bem como pelo fato de a escritora também ter se dedicado à pintura como forma de reproduzir a realidade no desenho. Em seguida, percorro a trilha das singularidades entre Kafka e Clarice: o primeiro cresceu sob as influências de três culturas: a judaica, a tcheca e a alemã. Clarice era ucraniana-judia e escrevia em português, deste modo toda a sua obra ergue-se num espaço entre sua origem judaica e sua condição de brasileira. Ainda seguindo a trilha das singularidades entre os dois escritores, aparece a função da animalidade como meio de contraste com a existência humana. Na última parte alguns contos de Clarice e Kafka são analisados para comprovar que através da linguagem acontece o mergulho, a viagem apenas de ida para Kafka e de ida e volta para Clarice.
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Two different looks at the past

Collares, Maria Teresa January 2006 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Letras/Inglês e Literatura Correspondente / Made available in DSpace on 2012-10-22T10:06:33Z (GMT). No. of bitstreams: 0 / Esta pesquisa investiga as diferenças entre os filmes A Missão e Hábito Negro, focando em como cada um deles representa a história. A análise se baseia, principalmente, nos conceitos de texto realista clássico e revolucionário formulada por MacCabe, na discussão de White sobre relatos ficcionais de eventos históricos, na definição do gênero de filmes ficcionais históricos de Grindon e na fenomenologia do épico desenvolvida por Sobchack. A importância da pesquisa está calcada na idéia de que a cada representação da história corresponde um sentido, ou seja, uma maneira diferente de ver o presente e como ele é influenciado pelo passado. A dissertação apresenta um capítulo introdutório teórico, dois capítulos com uma análise cuidadosa de cada filme separadamente e, após isso, a comparação dos resultados. A tese é que A Missão se trata de um filme progressista que tem suas origens no épico e apresenta distinção entre elementos ficcionais e históricos. Além disso, propõe um argumento histórico universal. Já Hábito Negro trata-se de um filme revolucionário que foca nos detalhes e representa o evento histórico à semelhança de um trauma. Além do mais, convida o/a espectador/a a olhar para as especificidades da situação que narra. In this research, I investigate the differences between the films The Mission and Black Robe focusing in their representation of history. I analyze those films drawing mainly on the concepts of the classic realist and revolutionary texts formulated by MacCabe, on White's discussion about fictional accounts of history, on the definition of the historical fiction film genre by Grindon, and on Sobchack's phenomenology of the epic. The importance of the research is based on the idea that each representation of history implies a particular meaning, that is, a particular way to see the present and how it is influenced by the past. The thesis presents a theoretical introductory chapter, two separate chapters with a close analysis of each film separately and, afterwards, a comparison of the results. My thesis is that The Mission is a progressive film that stems from the epic and presents a distinction between fictional and historical elements. Moreover, it proposes a more universal historical argument. Black Robe, on the other hand, is a volutionary film that focuses on detail and represents the historical event as analogous to a trauma. Furthermore, it invites the spectator to look at the specificities of the situation it narrates.
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As rosas de Clarice Lispector

Ribeiro, Maria José January 2006 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Literatura / Made available in DSpace on 2012-10-22T10:33:49Z (GMT). No. of bitstreams: 0 / As rosas de Clarice Lispector: travessia e transfiguração - investiga o espaço entre a personagem e seu Outro, na obra da autora. O Outro em questão é a rosa, que surge como individualidade nos textos estudados. Nesse espaço marcado pelo movimento, ergue-se uma abordagem dos problemas sociais, um olhar para o mundo, na obra de Lispector. Defende-se que esse pensamento voltado para o mundo pode ser observado ao longo de toda a sua trajetória literária longa travessia -, até a publicação de A hora da estrela, seu último romance, com temática nitidamente social. O encontro com a flor é sempre marcante para os personagens, levando-os, às vezes, à transformação do ser em rosa. Entre eles e a flor, a autora edifica a realidade. Clarice Lispector s roses: passage and transformation - analyzes the space between the personage and the Other, in the work of the author. The Other is the rose, that grows up as a personality in these texts. In this moving space, appears an approaching of the society problems, a look to the world, in Lispector s work. This look exists during all Lispector s literary trajectory long passage -, till the publication of The Hour of the Star, Lispector s last romance, with social thesis. The encounter with the flower is always important to the personage, sometimes leading him till the transformation in the rose. Between the personage and the rose, the author edifies the reality.
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"O privilégio de reinventar a poesia" : vanguarda pop e reestruturação do tempo histórico na arte em New York nas décadas de 1960 e 1970

Araujo, Marina Corrêa da Silva de January 2015 (has links)
O presente trabalho tem o objetivo de analisar uma cena de poesia experimental desenvolvida em Nova York, na parte sul de Manhattan, especificamente o East Village, entre meados dos anos 1960 e meados dos anos 1970. Neste contexto, surgiram algumas comunidades poéticas que se caracterizavam por experimentalismos linguísticos, valorização da vida cotidiana na lírica poética, projetos de leitura e performance poética e formalismo linguístico, que visava alcançar uma nova vanguarda literária. Esta análise divide-se em três momentos, que procuram abarcar este fenômeno histórico: em primeiro lugar, trato dos primeiros movimentos desta cena de poesia, conhecido como New York School of Poets, que se organizou, ainda no final dos anos 1950, em torno dos poetas John Ashberry, Frank O´Hara, Kenneth Koch e James Schuyler, que organizaram a primeira revista independente e mimeografada, chamada Locus Solus, entre 1961 e 1962. Esta geração de poetas, seguindo o estilo francês do início do século, aproximava-se esteticamente da escola de pintores em voga da época, que no caso nova-iorquino, era o expressionismo abstrato. O segundo momento trata de meados dos anos 1960 até o final desta década, quando a comunidade de poetas localizados à margem do mainstream das publicações estabelecidas, multiplicou-se no East Village. Esta geração, leitora ávida dos poetas da New York School, auto-intitulou-se Second Generation New York School of Poets. Liderados pela poeta Anne Waldman e contando com a participação de poetas consagrados como Tom Clark (editor da revista Paris Review), formalistas, como Clark Coolidge e experimentais como Vito Acconci e Bernadette Mayer, esta geração teve um impacto definidor no que seria considerado como a poesia eminentemente nova-iorquina dos anos 1960. Embora tivessem relação com poetas beats que viviam ou frequentavam Nova York neste período, como Allen Ginsberg e William Burroughs, a segunda geração de poetas nova-iorquinos não compartilhava dos pressupostos estéticos e políticos dos beats. Não se alinhava aos valores hippies, não era adepta ao uso de drogas alucinógenas, e não acreditava em uma espécie de transcendência que pudesse modificar a realidade capitalista, massificada e envolta na guerra fria deste período. A poesia da escola de Nova York era urbana, cotidiana, desencantada em relação ao futuro e ácida e cínica com qualquer tipo de utopias ou novas formas de consciência. O artista plástico Andy Warhol estava no ápice do desenvolvimento da pop art neste momento em Nova York, criticando veladamente a sociedade de consumo e tensionando ao máximo a capacidade de entretenimento que o cinema, as celebridades, o rock and roll etc poderiam proporcionar. A Factory, seu mitológico estúdio, era repleto de superstars que beiravam o puro sarcasmo: travestis, junkies, modelos decadentes, poetas famintos etc. Nesse contexto de virada dos anos 1960 e 1970, surge em Nova York uma nova personagem, um quase herói dandy no sentido de Baudelaire de Benjamin. São jovens poetas que, confrontados com o estabelecimento da poesia em Nova York, veem a oportunidade (e obrigação) de fazer uma nova poesia, como quer a tradição modernista e vanguardista. A segunda geração dos poetas nova-iorquinos é fechada, por laços comunitários e de amizade, reunida em torno do St. Mark’s Church Poetry Project, onde poucos e selecionados poetas são escolhidos para as disputadas readings. Para publicar nas revistas, é necessário o mesmo estatuto simbólico. Há uma geração mais nova que, a partir do ano de 1968, não necessariamente acha que a posição mais vanguardista é publicar na revista Angel Hair, de Waldman, The World, do St. Mark Church Project, ou na 0-9, de Bernadette Mayer. Para eles, a vanguarda mais radical a ser feita na produção da poesia, política e esteticamente, é mesclar lírica poética com performance pop. Essa, portanto, é a terceira parte do meu estudo. Elegi quatro poetas que se dedicaram a produzir poesia que tivesse traços e genética pop. Ou que a própria performance pop fosse uma manifestação poética. E entendo aqui performance pop como um show de rock and roll, uma dança sado masoquista em um happening de Andy Warhol, o modo de vestir-se, o uso de drogas (e a escolha de drogas – no caso de Nova York, heroína e cocaína ao invés de alucinógenos) etc. Os poetas escolhidos neste trabalhos são, portanto: Richard Hell, nascido Richard Meyers, poeta e criador de revistas e livros de poesia antes de tornar-se músico de bandas de rock and roll e idealizador do estilo punk no início dos anos 1970; Patti Smith, poeta e performer nos 1970 e música e criadora de uma das primeiras bandas de punk rock nos anos 1970; Gerard Malanga, poeta ligado à segunda geração de poetas nova-iorquinos desde os anos 1960, assistente de Andy Warhol em seus filmes experimentais, “superstar dançarino” em seus hapennings e talentoso fotógrafo de estrelas de rock and roll; e Jim Carroll, poeta também ligado às publicações de Anne Walman nos anos 1960 e assistente de Andy Warhol nos mais diversos projetos e autor de dois diários aclamados sobre a vida junkie em Nova York nos anos 1960 e 1970. Trato aqui destes poetas a partir dos termos vanguarda pop e presentismo para analisar suas escolhas artísticas a partir da ótica da inovação vanguardista surgida a partir da mudança de uma concepção de tempo histórico. Estes poetas queriam colocar-se no limiar da revolução das artes, e para isso utilizaram-se da cultura pop, massificada. Para eles, essa era a nova e mais legítima vanguarda. Isso explica-se por um sentimento presentista, ou seja, uma sensação de que passado e futuro foram incorporados no presente: o passado não ensina nada, não serve de exemplo; no máximo, de ornamento. O futuro é apocalíptico. A única forma de representar esta sensação é com o imediatismo da performance. / This thesis analyses a specifically experimental poetry scene in East Village, Southern Manhattan, between the 1960´s and 70´s. In this context, some poetic communities were born, characterized by linguistic experimentalisms, the value of the daily life in the poetic lyric, reading projects and poetic performance and linguistic formalism, which aimed to reach a new literary vanguard. This analysis is divided in three moments, aiming to embrace that historical phenomenon: initially, the first movements in this poetry scene, known as New York School of Poets, organized in the end of the 1950´s, surrounded poets John Ashberry, Frank O’Hara, Kenneth Koch and James Schuyler, who organized the first independent and mimeographed magazine, called Locus Solus, between 1961 and 1962. This generation of poets, following the French style from the beginning of the century, was esthetically close to the famous painters from that time, which in the New Yorker case, was the abstract expressionism. The second moment discusses the mid 1960´s until the end of the decade, when the outsider community of poets boomed in the East Village. This generation, voracious readers of the poets from the New York School, was self-entitled Second Generation New York School of Poets. Lead by the poet Anne Waldman and with the participation of famous poets like Tom Clark (editor of the Paris Review magazine), formalists like Clark Coolidge and experimental ones like Vito Acconci and Bernadette Mayer, this generation had a serious impact in which would be considered the prominently New York poetry from the 1960´s. Although they had had some connections to the beat poets who lived in New York at that time, like Allen Ginsberg and William Burroughs, the second generation of New Yorker poets didn´t share the esthetically and political assumptions of the beats. They didn´t have the hippie values, they weren´t into hallucinogens type of drugs and didn´t believe in a kind of transcendence that could change the capitalist, massive and smashing cold war reality from that period. The poetry from the New York School was urban, ordinary, disenchanted in relation to the future, acid and cynical with any type of utopias or new forms of conscience. The artist Andy Warhol was in the apex of the pop art development in that moment in New York, criticizing surreptitiously the consumer society and exploring entertainment potential of movies, celebrities and rock and roll to a greater degree. The Factory, his mythological studio, was full of superstars who were on the brink of pure sarcasm: travesties, junkies, decadent models, hungry poets etc. In the turn of the 1960´s to the 70´s, a new character arises in New York, almost a dandy hero in the sense of Baudelaire or Walter Benjamin. They were very young poets who, when confronted with the establishment of the poetry in New York, saw the opportunity (and obligation) to make new poetry, according to the needs of the modernist tradition. The second generation of New Yorkers poets was closed in a community of friendship ties, united around St. Mark´s Church Poetry Project, where few and selected poets were chosen for the disputed readings. To publish in the magazines, it was necessary the same symbolic status. There was a younger generation that, from 1968 on, didn´t think the most avant garde position was to publish in Waldman´s Angel Hair, St. Mark Church Project´s The World, or in Bernadette Mayer´s 0-9 Magazines. For them, the most extreme vanguard to be seen in the poetry production, not only politically as esthetically, was mixing poetic lyric with pop performance. So, this is the third part of my study. I chose four poets who dedicated themselves to make poetry that had pop traces and genetics. Better yet, the pop performance on its own was a poetic manifestation. And pop performance, in that context, would be a rock concert, a Sadomasochist dance or an Andy Warhol´s happening, the way of dressing, the drug use ( and the drugs of choice, in the case of New York, was heroin and cocaine instead of hallucinogens) etc. The chosen poets for this paper are: Richard Hell, born Richard Meyers, poet and creator of poetry magazine and books before becoming a rock and roll musician and mastermind of the punk style in the beginning of the 1970´s; Patti Smith, poet and performer in the 1970´s, musician and creator of one of the first punk rock bands in the 70´s; Gerald Malanga, poet connected to the second generation of New Yorker poets since 1960´s, Andy Warhol´s assistant in his experimental movies, “superstar dancer” in his happenings and talented photographer of rock stars; and Jim Carroll, poet also connected to Anne Waldman´s publications in the 1960´s and 70´s, Warhol´s assistant in several projects and author of two acclaimed diaries about the junkie life in New York during that time. When talking about these poets, I use terms as pop avant garde and presentism to analyze their artistic choices from the eyes of the vanguard innovation born from a conception of historical time. These poets would like to be on the arts revolution threshold, and to that end, used pop massive culture. To them, this was the new and realest vanguard. This is explained in the context of a very peculiar presentism feeling, a sensation that the past and future were incorporated in the present; the past teaches nothing, it is not an example, maybe only an ornament. The future is apocalyptical. The only way to represent this feeling is with the performance immediacy.
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Entre o utilitário-pedagógico e o poético-emancipatório: o diabo dos irmãos Grimm e suas projeções sobre o leitor

Pfützenreuter, Filipe Marchioro January 2014 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2014. / Made available in DSpace on 2015-02-05T20:59:37Z (GMT). No. of bitstreams: 1 332276.pdf: 6572511 bytes, checksum: d89cb87eb16960599dbf59cb0833a5a6 (MD5) Previous issue date: 2014 / O histórico conflito entre bem e mal é uma presença constante nas obras da Literatura infantil. Na história do mundo ocidental, marcada pela forte influência do Cristianismo, este confronto é frequentemente associado pelo imaginário popular a uma batalha envolvendo Deus e o Diabo, os quais seriam e representariam duas realidades antagônicas. Se, entre os cristãos, propagou-se a imagem do Diabo enquanto representante do mal; na Literatura, essa nem sempre foi a tônica. A presença deste personagem também em obras da Literatura infantil, o fato de estas obras terem historicamente explorado a dimensão utilitário-pedagógica da Literatura, assim como a pouca existência de pesquisas se debruçando sobre o Diabo enquanto personagem neste contexto, serviram de motivação para a produção da presente tese. Desse modo, seu objetivo foi o de investigar a composição do personagem Diabo nos contos clássicos dos irmãos Jacob e Wilhelm Grimm, extraídos da coletânea Contos Maravilhosos infantis e domésticos (1812-1815), e a sua implicância na relação que eles estabelecem com o leitor infantil. Visando a este objetivo, chegou-se à conclusão de que o Diabo dos Grimm não surge como um personagem com contornos bem ou previamente definidos ? a reprodução exata do seu arquétipo ? e, ao contrário daquilo que se imagina para a produção da época, não atende aos propósitos de uma literatura de viés utilitário-pedagógico, tampouco ao dogma cristão. Eis a tese que se pretendeu sustentar. Para tanto, a linha de pesquisa adotada foi a Teopoética, conforme definição de Karl-Josef Kuschel, a qual lida com os estudos comparados entre Teologia e Literatura. Dentro da Teopoética, esta pesquisa priorizou dois dos cincos eixos de investigação discriminados por Antonio Carlos Magalhães: 1º) o que explora o aspecto religioso de obras literárias, ainda que estas tenham sido escritas por autores assumidamente ateus; 2º) o que explora a presença da religião na Literatura. Os referenciais teóricos escolhidos assim o foram por atenderam a três necessidades da pesquisa: 1ª) compreender a Teopoética enquanto linha de pesquisa; 2ª) compreender o Diabo enquanto personagem que extrapola os limites das religiões institucionalizadas; 3ª) compreender a Literatura que se apresenta como ?infantil?. Sendo assim, destacam-se os seguintes autores: da Teopoética, o citado Kuschel e Northrop Frye; dos estudos sobre o personagem Diabo, Alberto Cousté e Giovanni Papini; da Literatura, Maria Antonieta Antunes Cunha e Nelly Novaes Coelho.<br> / Abstract : The historical confront between the goodness and the badness is frequently explored by the works of the Children´s Literature. In the history of the western world, which is strongly influenced by the Christianism, this conflict is often related to a battle between God and Devil by the popular imagination. In this case, these two characters are supposed to represent two antagonistic realities. If among Christians the Devil has been recognized as the commissary of the badness; in the Literature, it has not always happened the same way. The presence of this character also in works of the Children´s Literature, the fact of these works have historically explored the instrumental-pedagogical dimension of the Literature and the lack of studies focusing on the Devil as a character of this context were the factors that motivated the present thesis. Considering this, its objective was to analyze the composition of the character of the Devil in the classical tales of Grimm brothers, which were extracted from the compilation Contos Maravilhosos infantis e domésticos (1812-1815), and also to find out the impacts that the way this character is built promotes to the children-readers. Facing this objective, it was concluded that the Devil by the Grimm brothers is not a well defined or a previously defined character ? as the Christian archetype is ? and, unlike it is thought for the literary production of that period, the Devil by the Grimm brothers is not used to create an instrumental-pedagogical Literature, not even to sustain the Christian dogma. That is the thesis which is aimed to sustain here. As a line of research, it was chosen the Theopoetics, by Karl-Josef Kuschel, which deals with comparative studies between Theology and Literature. Inside the Theopoetics, this research focused on two of the five areas of study according to the definition by Antonio Carlos Magalhães: 1st) the one which explores the religious aspects of literary works, even when they have been written by atheist authors; 2nd) the one which explores the presence of religion in Literature. The bibliography was chosen considering three needs of the research: 1st) to understand Theopoetics as a line of research; 2nd) to understand the Devil as a character who does not belong to the institutionalized religious exclusively; 3rd) to understand the literature which is called ?Children´s Literature?. Considering this, it can be enhanced the following authors: from the Theopoetics, Kuschel and Northrop Frye; from the studies about the Devil, Alberto Cousté and Giovanni Papini; from the Literature, Maria Antonieta Antunes Cunha and Nelly Novaes Coelho.
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Cesário Verde e Jorge Luis Borges: perspectivas literárias de cidade

Sachet, Patrícia Floriani January 2014 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2014. / Made available in DSpace on 2015-02-05T20:59:41Z (GMT). No. of bitstreams: 1 331132.pdf: 1653447 bytes, checksum: 44b4016d481d0ed451c3e4eecd2b678a (MD5) Previous issue date: 2014 / A partir da noção de cidade, considerando a relação que há entre o sujeito e a sua polis, propomos uma travessia pelos poemas de Cesário Verde, poeta português, e pelas três primeiras obras poéticas de Jorge Luis Borges, poeta argentino, com o intuito de apontar as convergências e as divergências que podem ser percebidas nos poemas. O modo como a simbolização das transformações em direção ao moderno perpassam os poemas dos autores, mostra-nos que as cidades em questão, Lisboa e Buenos Aires, estão longe de serem cidades perfeitas. A presença de dois olhares distintos em relação ao mesmo foco, a cidade, nos levou a pensar sobre o sentimento do sujeito em relação à sua cidade e ao seu sentimento de pertença a um espaço sempre mutável.<br> / Abstract : From the concept of city, taking into account the relation between the subjects and their polis, this paper proposes a journey through the poems of Cesário Verde, a Portuguese poet, and the three first poems of Jorge Luis Borges, an Argentinian poet, with the purpose to show the convergences and divergences that can be noticed through such poems. The way how the symbolization of transformations towards modernity permeates these authors? poems shows us that the cities under consideration (Lisbon and Buenos Aires) are far away from being perfect cities. The presence of two distinct views about the same focus, the city, took us to think over the subjects? feelings in relation to the city and their feeling of belonging to a constantly changing space.
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Jogaretê: atravessar a travessia

Azevedo, Raquel de January 2015 (has links)
Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2015. / Made available in DSpace on 2015-04-29T21:09:54Z (GMT). No. of bitstreams: 1 333083.pdf: 808977 bytes, checksum: 8a9590459d0d9ce169f2870c59fa7aa0 (MD5) Previous issue date: 2015 / Este trabalho é um experimento com o conto Meu tio o Iauaretê, de Guimarães Rosa, semelhante ao de Lévi-Strauss com o mito do desaninhador de pássaros em O cru e o cozido: toma-o como um conjunto de mitemas, matemas ou literatemas que põe em contato e contágio outros fragmentos dos manuscritos e da prosa rosiana. Mas trata-se, aqui, de testar a hipótese contrária ao que diz Lévi-Strauss em A origem dos modos à mesa: experimentar partir da literatura, do encontro do onceiro com Maria-Maria, para chegar a esse elemento irredutível das composições de mitemas que é a diferença. A hipótese é que Meu tio o Iauaretê só pode ser lido em multidão, à deriva. Seria preciso, portanto, multiplicar o jogo de espelhos que aparece no conto através do uso do travessão, da supressão das conjunções, da embriaguez da escrita - experiência estética que Rosa irá repetir em Grande Sertão: Veredas. Eu - Macuncôzo é a última operação de espelhamento do onceiro, um ponto em que não há formação de imagens, de indecidibilidade entre natureza e cultura, de máxima indissociabilidade entre os afetos e a política.<br> / Abstract : This work is an experiment with the story Meu tio o Iauaretê, from Guimarães Rosa, similar to Lévi-Strauss' with the myth of the bird-nester in The Raw and the Cooked, which means to take it as a set of mythemes, mathemes or literathemes that puts in touch other fragments from Rosa's manuscripts and prose. However the matter of this work is to test the opposite hypothesis to what says Lévi-Strauss in The Origin of Table Manners: to get from literature, from the meeting of the jaguar hunter with Maria-Maria, to the irreducible element of the compositions of mythemes that is difference. The hypothesis is that Meu tio o Iauaretê can only be read in multitude, drifting. It would be therefore necessary to multiple the game of mirrors that appears in the story through the use of dash, abolition of conjunctions, drinking writing - aesthetic experience that Rosa will repeat in The Devil to Pay in the Backlands. I - Macuncôzo is the last mirroring operation from the jaguar hunter, a point where there is no imaging, a point of undecidability between nature and culture, of maximum inseparability between affects and politics.
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Estesia em tese: a nacionalização musical de Mário de Andrade

Breunig, Tiago Hermano January 2015 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2015. / Made available in DSpace on 2015-09-22T04:10:36Z (GMT). No. of bitstreams: 1 334238.pdf: 14936163 bytes, checksum: 1e031535b62ca07849129d07b5a0d77c (MD5) Previous issue date: 2015 / A nacionalização musical proposta pelo modernismo brasileiro por meio da apropriação erudita de elementos do cancioneiro popular e do folclore implica a identificação com uma musicalidade nacional. A afirmação de uma sensibilidade moderna, pressuposta pela referida identificação, subentende a construção de um sentido e de um sentimento nacional no interior de uma arte caracterizada, segundo uma concepção kantiana, pelo desinteresse e pela ininteligibilidade. Objetivamos compreender, a partir da nacionalização musical proposta por Mário de Andrade, as implicações do conceito de estesia, entendida como os efeitos sobre o corpo produzidos pelo contato com a arte. Em Andrade, a estesia recupera a etimologia de ?aisthesis? contra a sua subordinação ao modelo da representação e da contemplação, evidenciando a sensibilidade e, por conseguinte, o corpo. Como recusa da representação e da contemplação, a estesia designa uma reconciliação da arte com a vida, revelando, ao fim, um interesse eminentemente social. Ao propor um senso de comunidade, Andrade contraria tanto a ontologia nacional sustentada em teorias raciais positivistas, quanto o nacionalismo oficial do Estado Novo. Para tanto, revisamos os caracteres musicais de sua nacionalização musical em contraste com toda uma tradição ocidental, observando como as suas concepções musicais convergem, nos anos 1940, em um teatro cantado coletivo. Café, que representa um complemento para o poeta, permaneceria incompleto, no entanto, uma vez que os compositores Francisco Mignone e Camargo Guarnieri, que se responsabilizaram por sua musicalização, nunca o concluiriam. A tarefa caberia, ironicamente, a H. J. Koellreutter, acusado, desde que aportou no Brasil nos anos 1930, de formalista, sectarista e elitista, por empregar o atonalismo. No contexto de uma disputa de sentido em que as concepções musicais de Andrade serviriam para a legitimação e autorização do nacionalismo musical, de um lado, e o universalismo associado com o decadentismo da burguesia capitalista, de outro, o presente trabalho investiga, por fim, a busca de Koellreutter por uma interlocução com a obra de Andrade, que se consagra com a musicalização, nos anos 1990, do teatro cantado inacabado.<br> / Abstract : The musical nationalization proposed by Brazilian modernism through the appropriation of musical elements of popular music and folklore by classical composers implies an identification with national musicality. The affirmation of a modern sensibility, presupposed by such identification, involves the construction of a national sense and sensation through an art considered to be unintelligible and disinterested since Kantian aesthetics. Our goal, regarding Mário de Andrade?s musical nationalization proposal in particular, is to understand the implications of the concept of aesthesis, understood as contact with a work of art and its effects on the body. On Andrade?s work, aesthesis recovers the etymological sense of ?aisthesis?, going against its subordination to the model of representation and contemplation, highlighting the sensitivity and, consequently, the body. When refusal of representation and contemplation, aesthesis also names a reconciliation between art and life, revealing a social interest. Andrade?s musical nationalization therefore proposes a concept of community, contradicting both the national ontology sustained by positivist racial theories as a basis for the national State, and the official nationalism of the state from the Brazilian Revolution of 1930 forward, especially concerning its relation with the body. Therefore, we review the musical characters of Andrade?s nationalization and observe how his musical conceptions converge in Café. Conceived in the 1940s, the opera considered by the author to be his most socialist work and a complement of himself would remain incomplete, since Brazilian composers as Francisco Mignone and Camargo Guarnieri would never musicalize it. Ironically, H. J. Koellreutter, who has been accused of formalist, sectarian and elitist since he arrived in Brazil in the 1930s, would accomplish the task in the 1990s. In the context of a hegemonic dispute in which Andrade?s musical conceptions would serve to legitimize and authorize the musical nationalism discourse, on one hand, and the universalism connected to the decadence of the capitalist bourgeoisie, on the other, we investigate Koellreutter persuit for a dialogue with Andrade?s work, consolidated with his musical composition of Andrade?s opera in the 1990s.
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A obra literária de Javier Cercas

Silva, Marcos Roberto da January 2016 (has links)
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2016. / Made available in DSpace on 2017-06-27T04:12:21Z (GMT). No. of bitstreams: 1 345848.pdf: 2582428 bytes, checksum: 4f2359f6a3c828ff3ef2c62666e032bb (MD5) Previous issue date: 2016 / A composição da obra literária de Javier Cercas pode ser compreendida como romances que participam do gênero autoficção, isto é certo, mas não dá conta da problemática que o autor suscita com seus textos. Pois em Cercas, mesmo o que aparentemente não se adequa ao gênero ficcional pode, em certa medida, ser atribuído à sua obra literária. Exemplo disso são suas crônicas e ensaios, que reclamam a participação em mais de um gênero. É nesse movimento que o autor funde a dimensão romanesca à histórica e à jornalística. Para acomodar essa promiscuidade genérica, mas já desacomodando com isso seu leitor, Cercas desenvolve o conceito de ?relato real?, que tem como ponto de partida o real e como princípio a verdade fatual, no entanto o ?relato real? não está isento de ficção. E é essa ambiguidade que perpassa a obra de Javier Cercas permitindo que outros gêneros, tidos como não literários, conformem sua obra literária. Como um autor de autoficção, Cercas é personagem de si mesmo e assim performa suas criações fora do espaço ficcional dando uma dimensão literária à sua vida. Nesta tese problematizo a diluição das fronteiras, que nunca desaparecem por completo, entre os gêneros literários e procuro estabelecer a ideia de gênio à função autor-escritor, que oferece subsídios para que determinado texto seja lido com vistas à dissolução dos gêneros, buscando, assim, sustentar a ideia de que o gênero depende de como se lê e de como se escreve. Na mesma proporção está a fundição entre vida e literatura e entre vida e crítica.

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