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Resposta neuroendócrina aguda ao citalopram e resposta terapêutica no transtorno obsessivo-compulsivo / Acute neuroendocrine response to citalopram and therapeutic response in obsessive-compulsive disorder

Corregiari, Fabio Moraes 05 March 2007 (has links)
INTRODUÇÃO: Testes provocativos com drogas serotonérgicas não apresentaram resultados consensuais em pacientes com TOC, sugerindo que a atividade serotonérgica seja heterogênea neste transtorno. É possível que a disfunção serotonérgica se relacione à resistência ao tratamento com inibidores de recaptura de serotonina (IRS) neste transtorno. O objetivo deste estudo foi comparar a atividade serotonérgica em pacientes com TOC resistente e responsivo ao tratamento com IRS e voluntários normais através de teste provocativo com citalopram. MÉTODOS: Foram estudados 30 pacientes com TOC resistente a IRS (RT), 30 pacientes com TOC respondedor (RP) e 30 voluntários sem transtorno mental (CN) pareados por sexo e idade. Cada indivíduo recebeu 20 mg de citalopram intravenoso. Foram dosados: prolactina, cortisol, hormônio de crescimento no plasma e serotonina em plasma rico em plaquetas nos seguintes tempos: -20, 0, 20, 40, 60, 80, 100, 120, 140 e 160 minutos. Como medidas da variação hormonal foram comparadas a variação percentual máxima (delta%) e a área sob a curva da variação. RESULTADOS: O citalopram não induziu sintomas ansiosos ou piora dos sintomas obsessivo-compulsivos nos pacientes. Também não houve mudanças significativas na concentração periférica de serotonina e na concentração de GH. A droga induziu um pico de secreção de prolactina no grupo controle (delta%=65,76 ± 105,1) maior que nos grupos RT e RP (RT delta%=17,41 ± 31,06; RP delta%=15,87 ± 31,71; p<0,05 em relação ao grupo controle). A secreção de cortisol mostrou-se atenuada apenas no grupo RT: (RT delta%=20,98 ± 58,14; RP delta%= 47,69 ± 66,94; CN delta%= 63,58 ± 88,4; p<0,05). CONCLUSÕES: Tanto pacientes resistentes como respondedores ao tratamento com IRS apresentaram resposta atenuada de prolactina ao citalopram em comparação a voluntários saudáveis, mas apenas pacientes resistentes apresentaram também resposta atenuada de cortisol, sugerindo maior disfunção serotonérgica neste grupo. / INTRODUCTION: Serotonergic pharmacological challenge tests have failed to produce consensual results in patients with OCD diagnosis, suggesting a heterogeneous 5-HT activity in this disorder. It is possible that serotonergic dysfunction is related with inadequate response to treatment with serotonin reuptake inhibitors (SRI). The aim of this study was to compare the neuroendocrine response to a serotonergic challenge in serotonin reuptake inhibitors treatment resistant and responders OCD patients and healthy volunteers. Methods: Thirty OCD resistant patients, 30 responders patients and 30 healthy volunteers, age and sex matched, were included. Each subject received 20 mg of intravenous citalopram. Prolactin, cortisol, growth hormone and serotonin were determined at the following times after the onset of citalopram infusion: -20, 0, 20, 40, 60, 80, 100, 120, 140 and 160 minutes. The maximal percentage variation (delta%) and area under the curve were compared as measures of hormonal variation. RESULTS: Citalopram has not induced any worsening of anxious or obsessive-compulsive symptoms among patients. No significant changes were observed either at platelet rich plasma serotonin concentration or at plasma growth hormone concentration. Citalopram has induced an increase in prolactin secretion in the control group (delta%=65.76 ± 105.1) while RT and RP groups showed blunted prolactin response (RT delta%=17.41 ± 31.06; RP delta%=15.87 ± 31.71; p<0.05). The cortisol response to citalopram was attenuated only in the RT group: (RT delta%=20.98 ± 58.14; RP delta%= 47.69 ± 66.94; CN delta%= 63.58 ±88.4; p<0.05). CONCLUSIONS: We concluded that either treatment resistant as responders patients have blunted prolactin response to citalopram, but only resistant patients also show an attenuated cortisol response, suggesting a more disrupted central serotonergic transmission in this group.
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Análise morfométrica voxel-a-voxel de estudos de ressonância magnética do crânio em transtornos psiquiátricos e neurológicos: implementação e otimização de métodos / Voxel-based morphometry analysis of brain magnetic resonance studies in psychiatry and neurologic disorders: implementation and optimization of methods

Duran, Fabio Luis de Souza 03 September 2008 (has links)
INTRODUÇÃO: O processamento de imagens de ressonância magnética (RM) estrutural tem sido amplamente utilizado em pesquisas neuro-psiquiátricas. Os métodos mais usados para este fim são a volumetria manual por regiões de interesse (regions of interest - ROIs) e a morfometria baseada no voxel (Voxel-based morphometry - VBM). Nesta tese, foi usado um banco de imagens de pacientes diagnosticados com transtorno-obsessivo compulsivo (TOC) (n=19) e controles saudáveis (n=15), as quais foram processadas nas duas técnicas de análise morfométrica denominadas VBM padrão e VBM otimizado. Foram comparados os resultados obtidos com tais métodos automatizados de VBM versus método de ROIs, e comparou-se também a incidência de artefatos de normalização espacial e segmentação entre o VBM padrão e o otimizado. MÉTODOS: As imagens foram processadas usando VBM com o programa Statistical Parametric Mapping (SPM), e ROIs foram desenhadas sobre as regiões cerebrais adjacentes aos ventrículos laterais usando o programa MRIcro. O processamento pelo VBM padrão incluiu normalização das imagens para um molde anatômico pré-definido, segmentação em compartimentos de substância cinzenta, branca e líquor, suavização com filtro gaussiano (12mm), e comparações estatísticas usando o modelo linear geral. Para o VBM otimizado, foram construídos moldes customizados para o próprio estudo. Utilizando estes moldes, as imagens foram segmentadas e normalizadas para cada compartimento cerebral, gerando parâmetros para que a imagem original pudesse ser normalizada de forma mais precisa. Após esta segunda normalização as imagens foram segmentadas, moduladas pelo determinante jacobiano, suavizadas com filtro gaussiano (12mm), e comparadas estatisticamente. As ROIs foram desenhadas seguindo padrões estabelecidos na literatura internacional. RESULTADOS: Para as regiões cerebrais nas quais se previa a priori a presença de anormalidades associadas ao TOC, o VBM otimizado mostrou alterações volumétricas de substância cinzenta no grupo de pacientes com TOC comparados a controles, incluindo redução volumétrica no giro do cíngulo anterior, e aumento em córtex orbito-frontal e giro parahipocampal. Na mesma análise com VBM padrão, foi detectado apenas aumento volumétrico em sujeitos com TOC no giro parahipocampal. Já correlacionando o volume de substância cinzenta com escores em escala de gravidade de sintomas, o VBM otimizado detectou correlação significante negativa na adjacência do tálamo dorso-medial com expansão para ventrículo lateral, expansão esta muito mais ampla quando a análise foi feita com VBM padrão. Já na análise de substância branca, apenas o VBM otimizado mostrou uma correlação positiva significante com gravidade de sintomas numa região na qual se xvi previa a priori a presença de anormalidades no grupo com TOC (corona radiata e cápsula interna). Houve consistência entre os achados de alterações de substância cinzenta subcortical e líquor obtidos com VBM otimizado e achados de volumes alterados obtidos com ROIs. CONCLUSÕES: Em comparação com o VBM padrão, o método otimizado se mostrou mais sensível para identificar alterações volumétricas em regiões cerebrais de substância cinzenta e branca nas quais se previa a priori a presença de anormalidades volumétricas no grupo de sujeitos com TOC. Além disso, as técnicas de VBM e ROIs foram relativamente equiparáveis para a avaliação volumétrica de regiões subcorticais. Por fim, verificou-se que ambos os métodos de VBM padrão e otimizado são sujeitos a artefatos causados por dilatação ventricular, mas de menor intensidade com o VBM otimizado / INTRODUCTION: Processing methods for magnetic resonance imaging (MRI) brain data have been largely used in research studies of psychiatric disorders. The techniques most widely used for this purpose are manual volumetry using regions of interest (ROIs) and voxel-based morphometry (VBM). In this thesis, images from a databank of patients diagnosed with obsessive-compulsive disorder (OCD) (n=19) and healthy controls (n=15) were processed using the two VBM methods, namely standard and optimized VBM. The results obtained with those two automated methods were compared to the ROI approach, and the presence of artifacts of spatial normalization and image segmentation were also compared between standard and optimized VBM. METHODS: Image processing using VBM was conducted with the Statistical Parametric Mapping (SPM) program, and the ROIs were drawn over the brain regions adjacent to the lateral ventricles using the MRIcro program. The standard VBM processing included normalization of images to a pre-defined template, segmentation in gray matter, white matter and cerebrospinal fluid compartments, gaussian smoothing (12mm), and statistical comparisons using the general linear model. For optimized VBM, customized templates were built specifically for the study. Using these templates, images were segmented and spatially normalized for each brain compartment, generating parameters that allowed spatial normalization of images with greater precision. After such second normalization, images were segmented, modulated using the jacobian determinants, smoothed with a gaussian filter (12mm), and compared statistically. The ROIs were built using guidelines established in the previous international literature. RESULTS: For the brain regions in which abnormalities in association with OCD were predicted a priori, optimized VBM showed gray matter changes in the OCD group relative to controls, including reduced volume of the anterior cingulate gyrus, and increased volume of the orbitofrontal córtex and parahippcocampal gyrus. The same analysis using standard VBM detected only increased volume in OCD patients in the parahippocampal gyrus. When correlations between gray matter volumes and scale scores of obsessive-compulsive severity were investigated, the optimized VBM approach revealed a significant negative correlation in the adjacency of the dorso-medial thalamus, extending towards the lateral ventricle. Such ventricular extension was much greater when the same analysis was conducted using standard VBM. In regard to the white matter compartment, only the optimized VBM analysis showed a significant positive correlation with symptom severity in a region where OCD-related abnormalities had been predicted a priori, namely the corona radiata and internal capsula. Results regarding to the gray matter and cerebrospinal fluid xviii comparments were relative consistent between the optimized VBM and ROI analyses. CONCLUSIONS: In comparison to standard VBM, the optimized VBM method showed greater sensitivity to identify volumetric alterations in gray and white matter brain regions in which OCD-related changes had been predicted a priori. Also, the optimized VBM and ROI techniques were comparable for the evaluation of subcortical structures. Finally, both the standard and optimized VBM methods were prone to artifacts caused by ventricle enlargement, but with lesser intensity when the optimized VBM approach was employed
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Relação entre a concentração de serotonina no plasma rico em plaquetas e a resposta à terapia comportamental baseada em exposição com prevenção de resposta no transtorno obsessivo-compulsivo / Relationship between platelet serotonin concentration and exposure with response prevention-based therapy response in obsessivecompulsive outpatients

Sampaio, Thiago Pacheco de Almeida 14 December 2007 (has links)
INTRODUÇÃO: Entre os tratamentos existentes para o transtorno obsessivocompulsivo (TOC) os mais eficazes são o farmacológico, com inibidores de recaptura de serotonina (IRS; inibidores seletivos de recaptura de serotonina [ISRS] e clomipramina), e o comportamental, baseado na técnica de exposição com prevenção de resposta (EPR). Ambas apresentam eficácia semelhante para os sintomas obsessivo-compulsivos e estudos demonstram que a EPR produz modificações neurobiológicas semelhantes às provocadas pelo tratamento com ISRS. Essas evidências sugerem que a resposta clínica à EPR está diretamente relacionada a um aumento da biodisponibilidade de 5HT no cérebro. A concentração de 5HT no sangue periférico é uma medida representativa do sistema serotonérgico central, e é utilizada como um marcador biológico indireto. O objetivo deste estudo foi comparar a concentração serotonérgica (basal e variação em 8 semanas) e a resposta à terapia comportamental baseada em EPR. MÉTODOS: Foram incluídos nesse estudo 30 pacientes com diagnóstico operacional de TOC. Destes, 29 iniciaram o tratamento, 27 chegaram até a quarta semana e 24 completaram o protocolo padronizado com 16 sessões (8 semanas) de terapia. As dosagens de 5-HT foram feitas nas semanas 0 e 8 e as avaliações clínicas pelas escalas Y-BOCS e CGI, bem como medidas de sintomas secundários (depressão, ansiedade e incapacidade) nas semanas 0, 4 e 8. RESULTADOS: Encontrou-se correlação positiva entre a concentração basal de 5HT e a resposta clínica em quatro semanas de EPR (p<0,05).Observouse maior concentração basal e maior redução em 8 semanas nos níveis de 5HT em pacientes respondedores comparados aos não respondedores. Entretanto não houve significância estatística. CONCLUSÃO: Na amostra estudada os dados sugerem que a alta concentração basal de 5-HT é um marcador biológico preditor de boa resposta clínica a quatro semanas de EPR. Amostras maiores talvez mostrassem a concentração de 5-HT no plasma rico em plaquetas como um preditor de resposta a 8 semanas de EPR. Protocolos com amostras maiores e com grupos controle são necessários para confirmar esses achados / INTRODUCTION: Both gold standard treatments for obsessive-compulsive disorder (pharmacotherapy with serotonin reuptake inhibitors, and behavioral with exposure and response prevention [ERP]) are equally effective. Studies have demonstrated similar neurobiological changes elicited by these different treatments in OCD patients. These findings are suggestive that the clinical response to ERP is directly related to an increase of the 5-HT concentration in the brain. The platelet 5-HT concentration have been shown as a representative measure of central serotonergic system and used as a biological marker of the synaptic transmition. OBJECTIVE: To compare the platelet 5-HT concentration (basal and variation in 8 weeks) and the clinical response to ERP treatment. METHODS: 30 OCD patients were included and 29 started the treatment. 27 patients compleated at list 4 weeks and 24 completed all 8 weeks (16 sesions) ERP protocol. Patients had the basal and final (after 8 weeks) platelet 5-HT concentrations dosed and the clinical response measured by Y-BOCS, CGI and measures of secondary symptoms as well (depression, anxiety and disability). RESULTS: Data shows a positive correlation between the basal concentration of 5-HT and the 4 week ERP response (p<0,05). There were higher basal concentration and reduction in 8 weeks of platelet 5-HT concentration in the responders group compared with non-responders. Nevertheless, this differences was not significant (p>0,05). CONCLUSION: In the studied sample data suggest that high basal 5-HT platelet concentration is a biologic predictor of fast onset (4 weeks) of clinical response to ERP. Probably larger samples would show the basal 5-HT platelet concentration as a predictor of 8 weeks ERP outcome. Controlled trials are needed to confirm these findings
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Fatores preditivos de resposta ao tratamento em pacientes com transtorno obsessivo-compulsivo / Predictive factors or treatment response in patients with obsessive-compulsive disorder

Shavitt, Roseli Gedanke 28 August 2002 (has links)
O objetivo deste estudo foi estudar fatores preditivos de respostas ao tratamento farmacológico do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). Os fatores investigados foram a idade de início dos sintomas, gênero, presença de transtornos de tiques, presença de comordidades psiquiátricas, e experiências subjetivas associadas aos comportamentos repetitivos. Houve interesse particular nos fatores associados aos dois subtipos de TOC melhor caracterizados até o momento, que são o TOC associado a tiques e o TOC de início precoce. Todos receberam tratamento exclusivo com clomipramina por 14 semanas com dose máxima de 250mg/dia. Concluiu-se que a presença de fenômenos sensoriais precedendo ou acompanhando os comportamentos repetitivos e estar casado ou cohabitando foram fatores preditivos de boa resposta ao tratamento do TOC com clomipramina no curto prazo. / This study investigated predictive factors of treatment response in Obsessive Compulsive Disorder (OCD). Forty-one adults with OCD received exclusively clomipramine for 14 weeks. OCD symptoms and phenomenology of compulsions were assessed by the Yale-Brown Obsessive Compulsive Scale (YBOCS) and the USP-Harvard Repetitive Behaviors Interview, respectively. Response, in terms of percent decrease of the initial YBOCS score, was rated blind to the investigated factors. By the end of a linear regression model, the presence of sensory phenomena preceding the compulsions and being married/cohabiting were associated with a greater response to clomipramine
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Capsulotomia ventro-capsular e ventro-estriatal por raios gama no transtorno obsessivo-compulsivo: avaliação inicial da eficácia e perfil de eventos adversos / Ventral capsular and ventral striatal gamma capsulotomy in obsessive-compulsive disorder: initial assessment of efficacy and profile of adverse events

Lopes, Antonio Carlos 29 August 2007 (has links)
Inúmeros estudos têm demonstrado que o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) costuma cursar com uma taxa de resposta a tratamentos variando entre cerca de 60 a 80% dos casos, por meio do emprego de medicamentos inibidores de recaptação de serotonina, ou da terapia comportamental. Encontramos, no entanto, uma parcela de indivíduos portadores desta enfermidade os quais não respondem às opções terapêuticas clássicas, evoluindo com grave comprometimento psicossocial. Radiocirurgias estereotáxicas, como a capsulotomia anterior por raios gama, são uma opção terapêutica para estes pacientes. Recentemente, um aperfeiçoamento da capsulotomia anterior por raios gama foi desenvolvido na Universidade de Brown, denominado capsulotomia ventro-capsular e ventro-estriatal por raios gama, utilizando-se de lesões menores e tendo melhor perfil de eventos adversos. Faltam no entanto estudos detalhando a eficácia e o perfil de eventos adversos desta técnica. O objetivo deste estudo foi determinar se a capsulotomia ventro-capsular e ventro-estriatal por raios gama no TOC é eficaz quanto à redução de sintomas obsessivo-compulsivos e melhora clínica global e qual o perfil de eventos adversos, e de alterações neuropsicológicas e de personalidade do procedimento. Selecionaram-se 14 pacientes com TOC refratário, e que foram submetidos a esta técnica cirúrgica no país, cinco dos quais fizeram parte de um estudo piloto inicial. Os outros nove pacientes participaram de um ensaio clínico randomizado, duplo-cego, no qual um grupo se submeteu a radiocirurgia verdadeira (grupo ativo), enquanto o outro grupo recebeu uma falsa radiocirurgia (grupo placebo). Anteriormente ao procedimento, todos realizaram uma detalhada avaliação clínica/psiquiátrica, além de uma extensa bateria de instrumentos de diagnóstico psiquiátrico, gravidade e evolução do TOC, melhora clínica global, sintomas depressivos/ansiosos, e alterações neuropsicológicas e de personalidade. Os indivíduos foram periodicamente avaliados e acompanhados durante o período mínimo de um ano. Relativo ao estudo piloto, dois em cinco pacientes (40%) responderam ao tratamento após um ano de seguimento, ou três em cinco (60%) em até três anos de seguimento. No grupo ativo, um entre quatro pacientes (25%) respondeu ao tratamento em até um ano de seguimento, ou três entre quatro (75%) no período entre 12 e 24 meses de seguimento. No grupo placebo, nenhum dos cinco pacientes respondeu à falsa radiocirurgia. O evento adverso mais grave foi o desencadeamento de um episódio maníaco de curta duração, em apenas um paciente da amostra total. Alterações indesejáveis neuropsicológicas ou da personalidade não foram observadas neste estudo. Concluindo, este estudo sugere que a capsulotomia ventro-capsular e ventro-estriatal é relativamente eficaz, com poucos eventos adversos. / Several studies have demonstrated that good treatment responses in obsessive-compulsive disorder (OCD) are often obtained in 60 to 80 % of patients, whether employing serotonin reuptake inhibitors or behavior therapy. However, a subgroup of these patients does not respond to the conventional therapeutic options. Severe psychosocial impairments are meanwhile observed. Stereotactic radiosurgeries, such as Gamma Knife anterior capsulotomy is a treatment option for these subjects. A smaller Gamma Knife capsulotomy technique, termed ventral capsular and ventral striatal gamma capsulotomy, has been recently developed at Brown University, with few adverse events. On the other hand, there is a lack of studies describing the efficacy and adverse events associated to this new technique. The aim of this study was to determine whether ventral capsular and ventral striatal gamma capsulotomy is efficacious in terms of obsessive-compulsive symptoms reductions and clinical global improvements, as well as to report the profile of adverse events, and neuropsychological and personality changes associated to this procedure. Fourteen refractory OCD patients were selected to be submitted to this new radiosurgical technique. Five subjects were operated in an open, pilot study. The other nine patients took part in a double-blind, randomized controlled trial, consisting of an active group (which received true radiosurgery) and a placebo group (with sham radiosurgery patients). All subjects were previously evaluated by a preliminary clinical/psychiatric interview, as well as by extensive specific instruments regarding psychiatric diagnosis, OCD evolution and severity, clinical global improvements, anxiety/depression symptoms, and neuropsychological and personality changes. All patients were offered periodical follow-up visits for a minimum of one year. Regarding the pilot study, two of five patients (40%) responded to treatment after one year of follow-up, while three of five (60%) responded after three years of follow-up. In the active group, one out of four patients (25%) responded to treatment until one year of follow-up, while three out of four subjects (75%) responded in the period between 12 and 24 months of follow-up. None of the five patients in the placebo group had responded to the false radiosurgery. The most serious adverse event was the development of a short-term, manic episode, in only one patient. Adverse neuropsychological and personality changes were not observed in this study. In conclusion, this study suggests that ventral capsular and ventral striatal gamma capsulotomy is a relatively efficacious procedure, with few adverse events.
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Revisão de literatura sobre fenômenos sensoriais e validação preliminar da escala para avaliação de fenômenos sensoriais da Universidade de São Paulo (USP-SPS) no transtorno obsessivo-compulsivo / Review of literature on sensory phenomena and preliminary validation of the sensory phenomena scale of the University of São Paulo (USP-SPS) on obsessive-compulsive disorder

Prado, Helena da Silva 12 September 2007 (has links)
Introdução: O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) acomete cerca de 1% da população mundial, independente de sexo, raça ou religião. Representa uma preocupação de saúde pública significativa, pois comumente interfere no funcionamento social e vocacional, estando associado a um risco até quatro vezes maior de desemprego. O TOC é considerado um transtorno heterogêneo e tem sido enfatizada a necessidade de identificar subgrupos mais homogêneos de pacientes com o intuito de desvendar fatores etiológicos e estabelecer estratégias terapêuticas mais eficazes. Algumas características têm se mostrado promissoras na tentativa de determinar fenótipos mais homogêneos de pacientes com TOC. Entre elas, podemos citar a idade de início precoce dos sintomas obsessivo-compulsivos (SOC) e a presença de comorbidade com os transtornos de tiques (TT). Outra característica psicopatológica proposta para avaliar pacientes com TOC associado ou não a tiques é a presença de experiências subjetivas tais como incômodo, desconforto ou mal-estar que podem preceder ou acompanhar os comportamentos repetitivos, sejam eles tiques ou compulsões. A avaliação dessas experiências tem sido limitada pela diversidade de conceitos e pela ausência de um instrumento válido para a investigação dessas experiências subjetivas. Objetivos e Hipóteses: O presente estudo teve como objetivos principais: 1) Realizar uma revisão da literatura sobre os diversos tipos de experiências subjetivas relatadas pelos pacientes como precedendo e/ou acompanhando os tiques e as compulsões; 2) Determinar as propriedades psicométricas iniciais da Escala para Avaliação da Presença e Gravidade de Fenômenos Sensoriais da Universidade de São Paulo (USP-SPS). Material e métodos: Para a revisão de literatura, foram utilizadas as seguintes bases de dados: Cochrane Library; base de dados da National Library of Medicine dos Estados Unidos, PubMed; e a base de dados da American Psychological Association (PsycLit/PsycINFO). Para a validação preliminar foram avaliados 47 pacientes consecutivos adultos. Os pacientes foram submetidos a um protocolo de avaliação detalhado em que foram coletadas informações demográficas, histórico escolar e profissional, histórico médico e sobre classificação sócio-econômica. Este protocolo utilizou uma entrevista clínica semi-estruturada, a Entrevista Clínica Semi-estruturada do DSM-IV - Eixo 1 - Edição Transtorno/Pacientes (SCID-I/P, Versão 2.0), e seis escalas de avaliação: Yale-Brown Obsessive-Compulsive Scale (Y-BOCS); Escala Dimensional para Avaliação da Gravidade dos Sintomas Obsessivo- Compulsivos (Dimensional Yale-Brown Obsessive-compulsive Scale - DYBOCS); Yale Global Tic Severity Scale (YGTSS); Inventário Beck de Depressão (Beck-D); Inventário Beck de Ansiedade (Beck-A) e a Escala para Avaliação de Presença e Gravidade de Fenômenos Sensoriais da Universidade de São Paulo (USP-SPS). Resultados: A revisão da literatura demonstrou ser possível agrupar os diferentes conceitos envolvendo experiências subjetivas relacionados sob a denominação de Fenômenos Sensoriais. Dentre os pacientes entrevistados, 31 (66%) relataram a presença de FS, sendo que 21 (44,7%) tiveram início precoce. A regressão linear entre os escores de gravidade da USP-SPS e os escores de gravidade das escalas DY-BOCS Y-BOCS, YGTSS, Beck-D e Beck-A não revelou associação com nenhuma destas escalas com exceção para a Dimensão da DY-BOCS de Simetria/Ordem, Arranjo e Contagem. Ou seja, quanto maior a gravidade dos FS, maior a gravidade dos sintomas obsessivo-compulsivos nesta Dimensão, demonstrando que os FS se constituem como um construto independente e que a USP-SPS é um instrumento válido para avaliar a presença e gravidade dos FS. A comparação entre os dados obtidos a partir da auto-aplicação e as escalas aplicadas por entrevistador da USP-SPS revelou uma baixa concordância. Entretanto, é importante ressaltar que apesar de ter havido mudanças consideráveis nas respostas dos pacientes após as explicações, isto não ocorreu para a presença de FS com um todo (p=0,343). Conclusões: A investigação dos Fenômenos Sensoriais é relevante para o aprofundamento do conhecimento sobre pacientes com TOC e ST; os dados preliminares para a validação da Escala para Avaliação da Presença e Gravidade de Fenômenos Sensoriais da Universidade de São Paulo (USP-SPS) indicam que se trata de um instrumento válido para a avaliação da presença e gravidade de Fenômenos Sensoriais, que, no entanto, não é auto-aplicável. / Introduction: Obsessive-Compulsive Disorder (OCD) affects 1% of the world population, regardless of gender, race or religion. It represents a significant public health concern, since it interferes in the social and vocational functioning of affected individuals, and is associated with a risk of unemployment four times higher than average. OCD is considered a heterogeneous disorder, and the need for identifying more homogeneous subgroups has been emphasized in order to unveil etiological factors and develop more efficient therapeutic strategies. Some characteristics have been promising in the attempt to determine more homogeneous subgroups of OCD patients. Among them we may cite an early onset of Obsessive- Compulsive Symptoms (OCS) and the presence of co-morbidity with tic disorders (TD). Another characteristic proposed to evaluate OCD patients associated or not with tics is the presence of subjective experiences such as the discomfort or uneasiness that may precede or accompany repetitive behaviors. The evaluation of those experiences has been limited by the diversity of the definitions and the absence of structured instruments to evaluate these subjective experiences. Goals and Hypothesis: The present study had two main goals: 1) To make a review of the literature on subjective experiences reported by patients as preceding and/or accompanying the tics and compulsions; 2) To determine the preliminary psychometric properties of the University of São Paulo\'s Evaluation Scale for the Presence and Severity of Sensory Phenomena (USP-SPS). Materials and Methods: For the literature review the used databases were: the Cochrane Library; the United States National Library of Medicine, \"PubMed\"; and the American Psychological Association (PsycLit/PsycINFO). For the preliminary validation 47 consecutive adult OCD patients were evaluated at the Obsessive- Compulsive Spectrum Disorders (PROTOC). The patients were comprehensively evaluated with the following instruments: the Structured Clinical Interview for DSM-IV Axis I Disorders-Patient Edition (SCID-I/P, Version 2.0); the Yale-Brown Obsessive-Compulsive Scale (Y-BOCS); the Dimensional Yale-Brown Obsessive-Compulsive Scale (DY-BOCS); Yale Global Tic Severity Scale (YGTSS); Beck Depression Inventory (Beck-D); Beck Anxiety Inventory (Beck-A); and University of São Paulo\'s Evaluation Scale for the Presence and Severity of Sensory Phenomena (USP-SPS). Results: The literature review demonstrated that it is possible to group the different definitions of these subjective experiences under the name Sensory Phenomena (SP). Among the 47 patients interviewed, 31 (66%) related the presence of SP, and 21 (44,7%) had early-onset. In the linear regression between the scores of severity of USP-SPS and scores of severity of the DY-BOCS, Y-BOCS, YGTSS, Beck-D and Beck-A did not reveal association with these scales with an exception for DY-BOCS of Simetry/Orderring/Arranging and Counting Dimension. In other words, the worse the SP severity, the worse the severity of the obsessive-compulsive symptoms in this Dimension. The comparison among data obtained from the self-reported and the USP-SPS administered by an interviewer revealed a low concordance. However, it is important to note that even having considerable changes in the patients\' answers after the explanations, this did not occur for the presence of SP it self. (p=0,343). Conclusions: The investigation of Sensory Phenomena is relevant for a better understanding of OCD and TD patients; the preliminary data for the validation of the USP-SPS indicated that it is a valid instrument for evaluating the presence and severity of Sensory Phenomena. Key words: Obsessive-Compulsive Disorder; Tic Disorder; Sensory Phenomena; University of São Paulo\'s Evaluation Scale for the Presence and Severity of Sensory Phenomena; Literature review; Preliminary validation.
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Jogo Patológico e suas relações com o espectro impulsivo-compulsivo. / Pathological gambling and its relation to the impulsive-compulsive spectrum of disorders.

Tavares, Hermano 28 November 2000 (has links)
Jogo Patológico é um transtorno psiquiátrico ao qual se reputa importante participação de fatores de personalidade. Jogo Patológico tem sido associado com dependências de substâncias e especula-se uma relação com Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC). Alguns propõem que seja visto como uma dependência não química, outros recusam esta designação argumentando que o termo dependência deveria ser reservado ao uso abusivo de substâncias psicoativas e que JP estaria mais próximo de transtornos do humor e ansiosos. Jogo patológico já foi classificado como comportamento compulsivo, como dependência e, atualmente, encontra-se entre os 'Transtornos do Controle dos Impulsos Não Classificados em Outro Local' no DSM-IV, e entre os 'Transtornos de Hábitos e Impulsos' na CID-10. A relativa juventude do Jogo Patológico, enquanto categoria diagnóstica operacionalmente definida, talvez explique a imprecisão em sua caracterização fenomenológica e clínica. Os objetivos desta tese foram comparar Jogo Patológico e TOC, quanto às características de curso clínico e comorbidade e comparar jogadores patológicos, portadores de TOC e controles normais quanto a traços de personalidade com enfoque específico em impulsividade e compulsividade. Foram selecionados 40 jogadores patológicos, 40 portadores de TOC e 40 controles normais, pareados por gênero, idade e nível educacional. Os instrumentos utilizados foram o SCAN (Schedules for Clinical Assessment in Neuropsychiatry), para investigação de curso e comorbidade; o Tridimensional Personality Questionnaire; a Barrat Impulsiveness Scale versão 11 e uma versão adaptada da Yale Brown Obsessive Compulsive Scale para investigação de compulsividade. Observou-se que os portadores de TOC apresentaram início mais precoce, curso mais insidioso e menor freqüência de períodos livres de sintomatologia. Jogo Patológico e TOC apresentaram elevada comorbidade com transtornos ansiosos e depressão, porém Jogo Patológico apresentou uma associação significativamente maior com alcoolismo e tabagismo, enquanto TOC apresentou maior freqüência de transtornos somatoformes. Jogadores pontuaram em média significativamente mais que portadores de TOC e controles normais nas medidas de impulsividade. Portadores de TOC pontuaram mais que jogadores e controles normais em compulsividade. Jogadores pontuaram mais que controles normais em compulsividade. Conclui-se que Jogo Patológico e TOC guardam alguma semelhança no tocante à elevada comorbidade com depressão e ansiedade. Contudo, o curso clínico do Jogo Patológico, marcado por exacerbações paroxísticas e períodos de abstinência, além da elevada comorbidade com alcoolismo e tabagismo, reforçam suas semelhanças com as dependências. Em relação à personalidade, o traço mais saliente dos jogadores foi a impulsividade, justificando sua classificação como um transtorno do impulso. / Pathological Gambling (PG) is a psychiatric disorder in which personality features are considered essential for its development. In addition, it has been associated to Substance Dependence and a relationship to Obsessive-Compulsive Disorder (OCD) has been proposed. Some authors conceptualize it as a non-chemical dependence; others refuse this concept, arguing that the term dependence should be used exclusively to the misuse of psychoactive substances, and that PG would be closer to anxiety and affective disorders. PG has been classified as a compulsive behavior, as a dependence, and presently it is classified among the Impulse Control Disorders Not Elsewhere Classified in the DSM-IV, and 'Habit and Impulse disorders' in the ICD-10. PG's relative youth as a diagnostic category may explain the inaccuracy of its phenomenology and clinical characterization. The objectives of this study were: to compare PG and OCD regarding clinical course and psychiatric comorbidity; to compare pathological gamblers, obsessive-compulsive patients, and normal controls regarding personality features, specifically focussing impulsivity and compulsivity. Forty pathological gamblers, 40 obsessive-compulsive patients, and 40 normal control volunteers, matched by gender, age, and educational level were included. They were assessed through the Schedules for Clinical Assessment in Neuropsychiatry for evaluation of course of illness and psychiatric comorbidity; the Tridimensional Personality Questionnaire; the Barratt Impulsiveness Scale version 11, and an adapted version of the Yale Brown Obsessive Compulsive Scale for investigation of compulsivity. It was observed that OCD patients were younger at illness onset, had a more insidious course of the illness, with less frequent symptom free periods. PG and OCD presented high comorbidity with anxiety and depressive disorders, but PG presented a higher association to alcoholism and tobacco dependence as compared to OCD, while OCD presented a higher association to somatoform disorders as compared to PG. Pathological gamblers scored significantly higher than OCD patients and normal controls on impulsivity measures. OCD patients scored higher than pathological gamblers and normal controls on impulsivity. Pathological gambler scored higher than normal controls on compulsivity. It was concluded that PG and OCD have similarities regarding their high comorbidity to depression and anxiety. Nevertheless, PG's clinical course, characterized by recurrent symptomatic periods and symptom free periods, in addition to the high comorbidity with alcoholism and tobacco dependence, reinforces its resemblance to the dependencies. Regarding personality, impulsivity was the most salient feature found among pathological gamblers, thus supporting PG's classification as an impulsive control disorder.
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Características fenotípicas do transtorno obsessivo-compulsivo com idade de início precoce dos sintomas / Clinical features of obsessive-compulsive disorder with early age at onset

Mathis, Maria Alice Simões de 29 November 2007 (has links)
Introdução: O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é reconhecido como um transtorno heterogêneo. Esta heterogeneidade dificulta a interpretação dos resultados dos estudos. A descrição de grupos de pacientes mais homogêneos pode facilitar a identificação desta busca, já que pode identificar fenótipos que sejam hereditários e válidos do ponto de vista genético. A abordagem categorial e dimensional são estratégias reconhecidas para a identificação de subgrupos mais homogêneos de pacientes. Dentro da abordagem categorial, o subgrupo de pacientes com início precoce dos sintomas obsessivo-compulsivo (SOC), e o subgrupo de TOC associado a transtorno de tiques apresentam características clínicas semelhantes, com evidências de sobreposição destas características entre os dois grupos. Os objetivos deste estudo foram: investigar características demográficas e clínicas dos pacientes com TOC de início precoce (GP) e TOC de início tardio (GT); e pesquisar características demográficas e clínicas dos pacientes com TOC de início precoce (GP) com tiques e pacientes com TOC de início precoce (GP) sem tiques. Metodologia: Trezentos e trinta pacientes com diagnóstico de TOC de acordo com o DSM-IV foram avaliados diretamente com os seguintes instrumentos: Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-IV - Transtornos do Eixo I; Escala Yale-Brown de Sintomas Obsessivo-Compulsivos - Y-BOCS; Escala Dimensional para Avaliação de Presença e Gravidade de Sintomas Obsessivo-Compulsivos DY-BOCS; Escala de Avaliação Global de Tiques desenvolvida pelo Yale Child Study Center - YGTSS. Foi considerado TOC de início precoce se os sintomas dos pacientes tiveram início até os 10 anos de idade (160 pacientes). Os pacientes com início de sintomas entre 11 e 17 anos (95 pacientes) foram denominados grupo intermediário, enquanto aqueles após os 17 anos foram chamados grupo de início tardio (75 pacientes). Resultados: os pacientes do GP se diferenciaram dos pacientes do GT por apresentar maior freqüência do sexo masculino; maior freqüência de história familiar de SOC em familiares de primeiro grau; maiores escores da escala Y-BOCS para compulsões e Y-BOCS total; maior chance de ter obsessões de contaminação; maior chance de ter compulsões de repetição, colecionismo, diversas e compulsões do tipo tic-like; menor chance de ter compulsões de contagem; maior chance de apresentar sintomas da dimensão de \"colecionismo\"; maior gravidade nas dimensões de \"agressão/violência\", \"diversas\" e escore global da escala DY-BOCS; maior número médio de comorbidades; maior probabilidade de ocorrência de transtorno de ansiedade de separação, fobia social, transtorno dismórfico corporal e transtorno de tiques; menor chance de apresentar transtorno de estress pós-traumático; e maior chance de ter redução de 35% dos sintomas na escala Y-BOCS. O GP com tiques se diferenciou do GP sem tiques por apresentar maior prevalência de fenômenos sensoriais; menor chance e menor gravidade de ter a dimensão de \"contaminação/limpeza\" e menor gravidade no escore global da escala DY-BOCS; menor chance de apresentar transtorno de humor, transtorno unipolar, transtornos ansiosos, fobia social e skin picking, e maior a chance de apresentar diminuição de 35% dos sintomas na escala Y-BOCS. Os resultados sugeriram que as diferenças encontradas entre os grupos precoce, intermediário e tardio foram devidas à própria idade de início, e outras diferenças foram devidas à presença de tiques. / Introduction: Obsessive-compulsive disorder (OCD) is recognized as a heterogeneous condition. This heterogeneity obscures the interpretation of the results of the studies. The description of more homogeneous groups of patients can facilitate the identification of this search, since it can identify phenotypes that are hereditary and valid to the genetic point of view. Categorical and dimensional approaches are recognized strategies for the identification of more homogeneous subgroups of patients. Regarding the categorical approach, the subgroup of patients with early age at onset of the obsessive-compulsive symptoms (OCS), and the tic-related-OCD subgroup present similar clinical characteristics, with evidences of an overlap of these characteristics between the two groups. The aims of this study were: to investigate clinical and demographic characteristics of the early age at onset subgroup (EO), compared to the late onset subgroup (LO); and to investigate demographic and clinical characteristics of early age at onset OCD patients, with and without comorbid tic disorders. Methodology: Three hundred and thirty patients with the diagnosis of OCD according to the DSM-IV were directly assessed with the following instruments: Structured Clinical Interview for DSM-IV Axis I Disorders-patient edition - SCID-I/P; Yale-Brown Obsessive-Compulsive Scale - Y-BOCS; Dimensional Yale-Brown Obsessive-Compulsive Scale - DY-BOCS and Yale Global Tics Severity Scale - YGTSS. We considered early age at onset when OCS began before the age of 10 (160 patients). Patients with age at onset between 11 and 17 years old were termed intermediate group (95 patients), whereas those with age at onset after 17 years old were designated as late onset OCD (75 patients). Results: EO patients differed from LO patients in terms of presenting higher frequency of the male gender; higher frequency of a family history of OCS; higher Y-BOCS for compulsions and total Y-BOCS scores; higher chance of presenting contamination obsessions, repeating, hoarding, miscellaneous and tic-like compulsions; lower chance of having counting compulsions; higher probability of presenting symptoms of \"hoarding\" dimension; higher severity in \"aggression/violence\" and \"miscellaneous\" dimensions and global DY-BOCS scale score; higher mean number of comorbidities; higher probability of presenting separation anxiety disorder, social phobia, body dysmorphic disorder and tic disorders; lower chance of presenting posttraumatic stress disorder; and a higher chance of having a 35% reduction on the Y-BOCS scale. The EO subgroup with tic disorders differed from the EO without tics for presenting higher chance of having sensory phenomena, somatic obsessions; lower chance and lower score in the DY-BOCS scale; lower chance of presenting mood disorder, depressive disorder, anxiety disorders, social phobia and skin picking; higher chance of having a 35% reduction on the Y-BOCS scale. Results suggested that the differences found among early, intermediated and late onset groups with early onset were secondary to the own age at onset, and other differences were secondary to the presence of tics.
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Avaliação neuropsicológica de crianças e adolescentes com TOC: comparação com controles saudáveis e desfechos pós-tratamento / Neuropsychological evaluation of children and adolescents with OCD: comparison with healthy controls and post-treatment outcomes

Souza, Marina de Marco e 28 November 2018 (has links)
Até o momento, são escassos os estudos que se propuseram a investigar o funcionamento cognitivo das crianças e adolescentes com Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). Os estudos disponíveis apontam que essa população apresenta pior desempenho nos testes neuropsicológicos que avaliam as funções executivas, a memória não-verbal, o funcionamento visuoespacial e a velocidade de processamento, em comparação aos sujeitos saudáveis. Mesmo com esses achados, poucos autores averiguaram a influência dos tratamentos de primeira linha para o TOC [Terapia Cognitivo- Comportamental (TCC) e inibidores de recaptura de serotonina (IRS)] na cognição. Vale ressaltar que tais estudos expressam resultados divergentes, não havendo um consenso sobre a melhora ou manutenção dos déficits no desempenho dos jovens após o tratamento. Diante deste contexto, o presente estudo teve como objetivos: A) Comparar as características sociodemográficas e clínicas e o funcionamento cognitivo de uma amostra pediátrica com TOC e sujeitos saudáveis; B) Verificar as modificações no funcionamento cognitivo do grupo TOC após 14 semanas de tratamento farmacológico ou psicoterápico. Para isso, foram avaliados 82 crianças e adolescentes com TOC e 82 controles saudáveis, com idades entre 6-17 anos, com questionários para avaliação de sintomas psiquiátricos e uma bateria de testes neuropsicológicos. Todos os participantes do estudo foram submetidos às avaliações na linha de base. Os pacientes, após randomização para TCC em grupo ou fluoxetina (FLX), foram reavaliados findadas 14 semanas de tratamento. A análise dos dados indicou que os pacientes apresentam desempenho cognitivo global pior que os controles, havendo diferenças significativas no QI de execução, nas habilidades visuoconstrutivas, na memória episódica não verbal e na flexibilidade mental. Variáveis clínicas, como idade de início dos sintomas, gravidade dos sintomas do TOC, dimensões dos sintomas obsessivo-compulsivos e comorbidades, não correlacionaram com o pior desempenho dos pacientes nos diferentes testes neuropsicológicos. Após 14 semanas de tratamento, embora os pacientes tenham apresentado melhora clínica dos sintomas obsessivo-compulsivos, o mesmo não ocorreu com as diferentes funções neuropsicológicas, mesmo naquelas que estavam prejudicadas na linha de base. De acordo com os resultados do presente estudo, as crianças e adolescentes com TOC apresentam pior desempenho cognitivo global em provas neuropsicológicas quando comparados aos controles saudáveis. O fato da melhora dos sintomas não ser acompanhada da melhora do desempenho neuropsicológico dos pacientes, sugere que as alterações cognitivas observadas no grupo TOC sejam relacionadas à própria neurobiologia do transtorno, independentemente da gravidade dos sintomas. Futuros estudos longitudinais serão necessários para aumentar a compreensão do funcionamento cognitivo dos jovens com TOC e as implicações do tratamento na sua cognição no longo prazo / To date, only a few studies have investigated the cognitive functioning of children and adolescents with Obsessive-Compulsive Disorder (OCD). These studies indicate that youth with OCD present a worse performance in neurocognitive tests that assess the executive functions, nonverbal memory, visuospatial functioning and processing speed. Despite these findings, only a few authors have investigated the influence of Cognitive-Behavioral Therapy (CBT) and selective serotonin reuptake inhibitors (SSRIs) on the cognition of youth with OCD. It is worth noting that these studies express divergent results, and there is no consensus on the improvement or maintenance of the cognitive deficits after treatment. In this context, the present study aimed: A) To compare the sociodemographic/ clinical characteristics and the cognitive functioning of youth with OCD and healthy controls; B) To verify the changes in cognitive functioning of children and adolescents with OCD after 14 weeks of randomized pharmacological or cognitive-behavioral treatment. Eighty-two children and adolescents with OCD and 82 healthy controls, aged between 6 and 17 years, were evaluated by means of structured questionnaires and a battery of neuropsychological tests. All participants underwent assessments at baseline. The OCD group, after being randomized to group CBT or Fluoxetine (FLX), was re-evaluated after 14 weeks of treatment. Data analyses indicated that patients presented a worse cognitive performance when compared to the healthy controls, with significant differences in performance IQ, visuoconstructive skills, nonverbal memory, and mental flexibility. Clinical variables, such as age of onset, severity of OCD symptoms, OCD dimensions and comorbidities, did not correlate with poorer performance on neuropsychological tests. Although patients had clinical improvement after 14 weeks of treatment, the same did not occur with the cognitive performance, even in those functions which were impaired at baseline. According to the results of the present study, youth with OCD present a worse cognitive performance when compared to controls. The fact that the improvement of the symptoms is not followed by the improvement of the neuropsychological performance suggests that the cognitive deficits observed in the OCD group may be related to the neurobiology of the disorder, regardless of the symptom severity. Future longitudinal studies will be needed to further clarify the cognitive functioning of youth with OCD and the implications of treatment on their cognition in the long run
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The sense of agency

Gentsch, Antje 05 September 2012 (has links)
Das Gefühl die eigenen Handlungen selbst zu verursachen und deren Konsequenzen zu kontrollieren, ist ein wesentlicher Bestandteil unserer Selbstwahrnehmung und wird als Erleben von Urheberschaft oder Autorenschaft bezeichnet. Die zugrunde liegenden neurokognitiven Mechanismen sind bislang nur unzureichend verstanden. In zwei Experimenten zur Handlungswahrnehmung wurde bei gesunden Probanden mittels Elektroenzephalogramm (EEG) die Hirnaktivität auf visuelles Handlungsfeedback erfasst. Reduzierte neuronale Aktivität (sensorische Attenuierung) auf selbst versus extern generiertes Feedback wurde als implizites Maß für das Erleben von Urheberschaft verwendet. Die Ergebnisse zeigten, dass das Ausmaß der neuronalen Attenuierung stärker von der Präsenz einer Handlung sowie vorausgehenden Hinweisreizen abhing, als von präzisen Vorhersagen durch spezifische Kontingenzregeln. Die explizite Beurteilung der eigenen Urheberschaft dagegen beruhte primär auf hoher Kontingenz von Handlung und Feedback, während externe Hinweisreize nur in Kontexten herangezogen wurden, in denen Kontingenzinformationen nicht ausreichten. Eine dritte EEG Studie untersuchte Patienten mit Zwangsstörung, welche durch abweichendes Erleben der Vollendung und Urheberschaft für Handlungsergebnisse gekennzeichnet ist. Die Ergebnisse zeigten eine fehlende neuronale Attenuierung selbst generierter Handlungskonsequenzen bei Zwangspatienten. Verkörperte Signale wurden dabei weniger stark genutzt für Vorhersagen des Handlungsfeedbacks. Zusammenfassend trägt die vorliegende Arbeit zur Validierung der sensorischen Attenuierung als implizites Maß des Erlebens von Urheberschaft bei. Die Ergebnisse zeigen, dass das Erleben von Urheberschaft auf einer Integration multipler verkörperter und externer, kontextueller Hinweisreize beruht. Dieser Integrationsmechanismus scheint bei Zwangspatienten gestört zu sein und führt möglicherweise zu dem mangelnden Gefühl von Handlungsabschluss und Urheberschaft. / The experience of causing and controlling one s own actions and their consequences is a major aspect of our self-awareness, which has been termed sense of agency or experience of authorship. The underlying neural and cognitive mechanisms are still not well understood. In two consecutive experiments on action awareness, the electroencephalogram (EEG) of healthy participants was recorded to measure brain activity related to the perception of visual feedback. Reduced neuronal activity (sensory attenuation) in response to self- versus externally generated feedback was taken as an implicit measure for the sense of agency. The results showed that the amount of sensory attenuation was primarily determined by the mere presence of an action and external cues independent of highly precise predictions based on specific contingency rules. Explicit judgments of agency, in contrast, were mainly determined by high degrees of contingency between action and feedback, and external cues had an influence only in ambiguous contexts where contingency information was not reliable enough. A third EEG study investigated patients suffering from obsessive-compulsive disorder (OCD). OCD is characterized by lacking a sense of completion and agency for action outcomes. The results of this study revealed that OCD patients fail to suppress the consequences of their own action. Embodied signals were used less by patients for making specific predictions of the action feedback. In conclusion, the present work offers validation of sensory attenuation as an implicit measure of non-conceptual agency experience, and provides evidence that the sense of agency is based on an optimal integration of multiple embodied and external, contextual cues. Moreover, the present research reveals for the first time, to our knowledge - reduced gating of extracorporeal sensory action consequences in patients suffering from OCD, which may explain aberrant feelings of action completion and agency in these patients.

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