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Controle gerencial como prática social e organizacional: análise crítica a partir de três paradigmas de pesquisa / Management control as social and organizational practice: a critical analysis from three research paradigmsNascimento, Artur Roberto do 10 May 2011 (has links)
A tese investiga controle gerencial como prática social e organizacional a partir de três paradigmas de pesquisa. Foi realizada etnografia em empresa brasileira, utilizando-se de shadowing, teoria fundamentada, entrevistas, observação, análise retórica, de documentos e visuais. No paradigma neofuncionalista, desenvolve teoria fundamentada construcionista para entender como controles sociotécnicos interagem com socioideológicos. Apesar de possuir tecnologias sociotécnicas, tais como \"custeio baseado em atividades\", \"balanced scorecard\", \"orçamento empresarial\", \"planejamento\", elas não são utilizadas como previsto na literatura gerencialista. Ao invés disso, formas sutis de controles socioideológicos, como retórica, políticas de recrutamento, controles sociais, liderança carismática, combinadas com tecnologia de controle híbrida desenvolvida pela empresa, fazem com que funcionários avaliem, implicitamente, custos e viabilidade econômica de suas ações. Essa tecnologia foi apresentada, inicialmente, como ferramenta de inovação, mas no estudo revelou-se como um controle totalizante, mais rígido do que os existentes na literatura. O papel gerencial da contabilidade é fornecido pela demonstração de resultados societária sintética para análise da participação nos lucros. Desse modo, controles socioideológicos substituem contabilidade gerencial. Desenvolveram-se três categorias conceituais para explicação dos achados: equifinalidade de custos e gestão econômica, tecnologia de controle híbrida e estruturas de consciência econômica. Os paradigmas remanescentes estudam a tecnologia híbrida. No interpretativista, a teoria da prática de Schatzki, investiga como funcionários realizam as práticas, identificando-se aprendizado, arranjos, memórias, regras e direcionamento para a ação. No crítico, o paradigma pós-estruturalista analisa política, história, instituições, poder e conflito, com a teoria pós-estruturalista do discurso de Laclau e Mouffe, baseada em psicanálise lacaniana, linguística, ideologia, estruturalismo, desconstrução, genealogia e teoria crítica. Através da lógica da explicação crítica de Glynos e Howarth, desenvolvem-se três grupos de lógicas. Nas lógicas políticas, identifica-se como a empresa converteu um canal de comunicação na década de 1980, em tecnologia de controle nos anos 2000. Desenvolve-se o conceito de instituições políticas de controle, para relatar o cenário político, macroeconômico, institucional e regulatório do Brasil entre 1980 a 2010. Identificou-se sua relação com controle gerencial e como gestores utilizaram discursos universais como \"qualidade\" e \"inovação\", em ações para legitimar a tecnologia híbrida, tornando-os significantes vazios. Nas lógicas sociais, emergiram as lógicas da coletividade, produtividade criativa, controle descentrado, competição e econômica. Nas lógicas fantasmáticas, as fantasias do consumo, fetiche dos prêmios, modismos gerenciais, do herói, família, cuidados e atenção pelos superiores explicam o porquê da tecnologia ser bem-sucedida. Ao final, realiza-se intertextualidade entre paradigmas. O trabalho acrescenta à literatura internacional lacunas de abordagens institucionais e da prática, como a teorização do sujeito e o relacionamento entre universal e particular, introduzindo novas tipologias e questionando a capacidade destas abordagens de explicar processo. Além disso, adiciona conceitos à literatura e contesta pesquisas anteriores sobre o tema. Contribui com a pesquisa no Brasil, discutindo paradigmas alternativos ao positivismo e funcionalismo, permitindo o desenvolvimento de linhas de pesquisa. Os conceitos e categorias gerados possibilitam generalização teórica a partir da noção de \"semelhanças de família\" de Wittgeinstein. Desenvolvem-se três tipologias para pesquisas. O estudo demonstra a necessidade da academia se engajar em debate crítico sobre modismos gerenciais, teoria da contabilidade gerencial, gerencialismo dos livros-textos e aspectos humanos e sociais da contabilidade. / The thesis investigates management control as social and organizational practice from three paradigms of research. Ethnography in a Brazilian company was carried out by using shadowing, grounded theory, interviews, observation, rhetoric analysis, documents and visual analysis. In the neo-functionalist paradigm develops grounded theory on constructionist in order to understand how socio-technical controls interact with socio-ideological. Despite having socio-technical technologies, such as \"activity-based costing\", \"balanced scorecard\", \"budget\", \"strategic planning\", which are not used as provided in managerial literature. Instead, subtle forms of socio-ideological controls, like rhetoric, recruiting policies, social controls, charismatic leadership, aligned with technology of hybrid control developed by company, enables employees to evaluate implicitly costs and economic feasibility of their actions. This technology was first introduced as an innovation tool; nevertheless, no study has revealed as a totalizing control, more rigid than the ones existing in literature. The management role of accounting is given by corporate statements results summarized for the analysis of participation over profits. Thus, socio-ideological controls replace management accounting. Three conceptual categories were developed to explain the research findings: equifinality of costs and economic management, hybrid control technology and structures of economic consciousness. The remaining paradigms study the hybrid technology. In the interpretivist paradigm, the theory of Schatzki´s practice investigates how employees perform the practices, by identifying the learning, arrangements, memories, rules and guidance for action. In the critical, the post-structuralist paradigm analysis political, historical, institutions, power and conflict with the post-structuralist discourse theory of Laclau and Mouffe, based on Lacan´s psychoanalysis, linguistics, structuralism, deconstruction, genealogy and critical theory. Three groups of logics were developed through the logic of Glynos and Howarth critical explanation. In the political logics, it is possible to identify how a company converted a channel of communication in the 1980s into technology of control in the 2000s. The concept of political institutions of control is being developed, as to relate to political, macroeconomics, institutional and regulatory Brazilian scenario between 1980 to 2010. Its relation with management control was identified and, as managers, used universal discourses such as \"quality\" and \"innovation\", in actions to legitimate the hybrid technology, turning them significantly without meaning. In social logics, the logics of collectivity, creative productivity, decentralized control, competition and economic came up. In the fantasmatic logics, consume fantasy, awards fetishes, management fashions, of the hero, family, care and attention by the superiors explain the reason why technology is well-succeed. Summarizing, intertextuality among paradigms is accomplished. The thesis also adds to international literature gaps of institutional and practice approaches, such as theorization of the subject and the relationship between universal and particular, introducing new typologies and questioning the capacity of those process explanation approaches. Besides that, it adds up the concepts to literature and challenges previous studies on the subject. It contributes with the research in Brazil, discussing alternative paradigms to positivism and functionalism, allowing the development of research lines. The concepts and categories generated enable theoretical generalization from the notion of \"family resemblances\" of Wittgeinstein. Three typologies for researches are developed. The study illustrates the need of the academia to engage in a critical debate about management fashions, theory of management accounting, the managerialism of textbooks as well as social and human aspects of the accounting.
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Controle gerencial como prática social e organizacional: análise crítica a partir de três paradigmas de pesquisa / Management control as social and organizational practice: a critical analysis from three research paradigmsArtur Roberto do Nascimento 10 May 2011 (has links)
A tese investiga controle gerencial como prática social e organizacional a partir de três paradigmas de pesquisa. Foi realizada etnografia em empresa brasileira, utilizando-se de shadowing, teoria fundamentada, entrevistas, observação, análise retórica, de documentos e visuais. No paradigma neofuncionalista, desenvolve teoria fundamentada construcionista para entender como controles sociotécnicos interagem com socioideológicos. Apesar de possuir tecnologias sociotécnicas, tais como \"custeio baseado em atividades\", \"balanced scorecard\", \"orçamento empresarial\", \"planejamento\", elas não são utilizadas como previsto na literatura gerencialista. Ao invés disso, formas sutis de controles socioideológicos, como retórica, políticas de recrutamento, controles sociais, liderança carismática, combinadas com tecnologia de controle híbrida desenvolvida pela empresa, fazem com que funcionários avaliem, implicitamente, custos e viabilidade econômica de suas ações. Essa tecnologia foi apresentada, inicialmente, como ferramenta de inovação, mas no estudo revelou-se como um controle totalizante, mais rígido do que os existentes na literatura. O papel gerencial da contabilidade é fornecido pela demonstração de resultados societária sintética para análise da participação nos lucros. Desse modo, controles socioideológicos substituem contabilidade gerencial. Desenvolveram-se três categorias conceituais para explicação dos achados: equifinalidade de custos e gestão econômica, tecnologia de controle híbrida e estruturas de consciência econômica. Os paradigmas remanescentes estudam a tecnologia híbrida. No interpretativista, a teoria da prática de Schatzki, investiga como funcionários realizam as práticas, identificando-se aprendizado, arranjos, memórias, regras e direcionamento para a ação. No crítico, o paradigma pós-estruturalista analisa política, história, instituições, poder e conflito, com a teoria pós-estruturalista do discurso de Laclau e Mouffe, baseada em psicanálise lacaniana, linguística, ideologia, estruturalismo, desconstrução, genealogia e teoria crítica. Através da lógica da explicação crítica de Glynos e Howarth, desenvolvem-se três grupos de lógicas. Nas lógicas políticas, identifica-se como a empresa converteu um canal de comunicação na década de 1980, em tecnologia de controle nos anos 2000. Desenvolve-se o conceito de instituições políticas de controle, para relatar o cenário político, macroeconômico, institucional e regulatório do Brasil entre 1980 a 2010. Identificou-se sua relação com controle gerencial e como gestores utilizaram discursos universais como \"qualidade\" e \"inovação\", em ações para legitimar a tecnologia híbrida, tornando-os significantes vazios. Nas lógicas sociais, emergiram as lógicas da coletividade, produtividade criativa, controle descentrado, competição e econômica. Nas lógicas fantasmáticas, as fantasias do consumo, fetiche dos prêmios, modismos gerenciais, do herói, família, cuidados e atenção pelos superiores explicam o porquê da tecnologia ser bem-sucedida. Ao final, realiza-se intertextualidade entre paradigmas. O trabalho acrescenta à literatura internacional lacunas de abordagens institucionais e da prática, como a teorização do sujeito e o relacionamento entre universal e particular, introduzindo novas tipologias e questionando a capacidade destas abordagens de explicar processo. Além disso, adiciona conceitos à literatura e contesta pesquisas anteriores sobre o tema. Contribui com a pesquisa no Brasil, discutindo paradigmas alternativos ao positivismo e funcionalismo, permitindo o desenvolvimento de linhas de pesquisa. Os conceitos e categorias gerados possibilitam generalização teórica a partir da noção de \"semelhanças de família\" de Wittgeinstein. Desenvolvem-se três tipologias para pesquisas. O estudo demonstra a necessidade da academia se engajar em debate crítico sobre modismos gerenciais, teoria da contabilidade gerencial, gerencialismo dos livros-textos e aspectos humanos e sociais da contabilidade. / The thesis investigates management control as social and organizational practice from three paradigms of research. Ethnography in a Brazilian company was carried out by using shadowing, grounded theory, interviews, observation, rhetoric analysis, documents and visual analysis. In the neo-functionalist paradigm develops grounded theory on constructionist in order to understand how socio-technical controls interact with socio-ideological. Despite having socio-technical technologies, such as \"activity-based costing\", \"balanced scorecard\", \"budget\", \"strategic planning\", which are not used as provided in managerial literature. Instead, subtle forms of socio-ideological controls, like rhetoric, recruiting policies, social controls, charismatic leadership, aligned with technology of hybrid control developed by company, enables employees to evaluate implicitly costs and economic feasibility of their actions. This technology was first introduced as an innovation tool; nevertheless, no study has revealed as a totalizing control, more rigid than the ones existing in literature. The management role of accounting is given by corporate statements results summarized for the analysis of participation over profits. Thus, socio-ideological controls replace management accounting. Three conceptual categories were developed to explain the research findings: equifinality of costs and economic management, hybrid control technology and structures of economic consciousness. The remaining paradigms study the hybrid technology. In the interpretivist paradigm, the theory of Schatzki´s practice investigates how employees perform the practices, by identifying the learning, arrangements, memories, rules and guidance for action. In the critical, the post-structuralist paradigm analysis political, historical, institutions, power and conflict with the post-structuralist discourse theory of Laclau and Mouffe, based on Lacan´s psychoanalysis, linguistics, structuralism, deconstruction, genealogy and critical theory. Three groups of logics were developed through the logic of Glynos and Howarth critical explanation. In the political logics, it is possible to identify how a company converted a channel of communication in the 1980s into technology of control in the 2000s. The concept of political institutions of control is being developed, as to relate to political, macroeconomics, institutional and regulatory Brazilian scenario between 1980 to 2010. Its relation with management control was identified and, as managers, used universal discourses such as \"quality\" and \"innovation\", in actions to legitimate the hybrid technology, turning them significantly without meaning. In social logics, the logics of collectivity, creative productivity, decentralized control, competition and economic came up. In the fantasmatic logics, consume fantasy, awards fetishes, management fashions, of the hero, family, care and attention by the superiors explain the reason why technology is well-succeed. Summarizing, intertextuality among paradigms is accomplished. The thesis also adds to international literature gaps of institutional and practice approaches, such as theorization of the subject and the relationship between universal and particular, introducing new typologies and questioning the capacity of those process explanation approaches. Besides that, it adds up the concepts to literature and challenges previous studies on the subject. It contributes with the research in Brazil, discussing alternative paradigms to positivism and functionalism, allowing the development of research lines. The concepts and categories generated enable theoretical generalization from the notion of \"family resemblances\" of Wittgeinstein. Three typologies for researches are developed. The study illustrates the need of the academia to engage in a critical debate about management fashions, theory of management accounting, the managerialism of textbooks as well as social and human aspects of the accounting.
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