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Envelhecimento no meio rural : condições de vida, saúde e apoio dos idosos mais velhos de Encruzilhada do Sul - RS

Morais, Eliane Pinheiro de January 2007 (has links)
O envelhecimento populacional é um fenômeno de abrangência mundial, traduzido pela diminuição progressiva das taxas de fecundidade, mortalidade e aumento da expectativa de vida. Dentre a população envelhecida (60 anos ou mais), são os idosos mais velhos (80 anos ou mais), a parcela que mais cresce, e com eles também aumentam as demandas sociais, de saúde e de infra-estrutura, para comportar e assegurar a qualidade de vida dessa “elite”. Os idosos que vivem em áreas rurais, 60% em todo o mundo, devem ter especial atenção, pois as doenças que apresentam podem ser diferentes, em função das condições do ambiente, da falta de serviços de ajuda e de saúde disponíveis, e das características socioeconômicas. Trata-se de um estudo transversal que teve por objetivo descrever e analisar as condições de vida e saúde dos idosos com 80 anos ou mais residentes no meio rural do município de Encruzilhada do Sul, Rio Grande do Sul (Brasil). A população constituiu-se de 137 idosos (87 mulheres e 50 homens), que estão distribuídos em 24 microáreas definidas no Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Os dados foram coletados utilizando-se um instrumento multidimensional, em entrevistas domiciliares, entre março e maio de 2006, conduzidas pelos Agentes Comunitários de Saúde que atuam no meio rural, previamente treinados pela pesquisadora. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP. A idade média das idosas foi de 84,1 (±3,8), e dos idosos, de 85,3% (±3,5), sendo que 58,3% encontram-se na faixa etária de 80-84 anos; 30,7%, na de 85-89 anos; 9,5%, na de 90-94 e 1,5% têm mais de 95 anos. A maioria, 83,9%, dos idosos define-se como brancos. Quanto ao estado civil e à escolaridade, existe diferença significativa entre homens e mulheres, pois, do total da população, 80,0% são idosas e viúvas (p<0,001), e 77,2%, analfabetas (p=0,013). Do total dos idosos, 94,2% recebem aposentadoria rural. A média dos escores do Mini Exame do Estado Mental (MEEM), foi de 19,01 (±6,81) nas idosas, de 21,86 (±6,10) nos idosos, e de 17,78 (±5,63) nos analfabetos, mais baixa que dos escolarizados. O comprometimento cognitivo está presente em 22,5% dos analfabetos e em 14,6% dos escolarizados. A maioria, 91,2%, tem a posse das propriedades onde vivem. As moradias são de alvenaria em 76,6% dos casos; 89,1% possuem água encanada; e 74,5% possuem luz elétrica. A maioria (88,3%) dos idosos vive acompanhada. Houve diferença significativa (p<0,001) entre homens e mulheres quanto às pessoas que os acompanham, pois 75% das idosas vivem com familiares e 65,6% dos idosos vivem com as esposas. Quanto à auto-avaliação de saúde, 46,7% consideram-na regular, e 32,8%, boa; e, quando comparada com de outras pessoas da mesma faixa etária, 47,1% referem boa saúde. A maioria, 78,8%, faz uso de medicações. Do total dos idosos, 63,5% praticam alguma atividade física. Apenas 11,7% fumam, e 76,6% não consomem álcool. A maioria, 94,9%, faz mais de três refeições por dia. Problemas de audição são referidos por 40,9%, e 70,8% acusam problemas de visão. A maioria não possui nenhum dente e, destes, 29,2% não usam prótese dentária. O reumatismo é a principal patologia que interfere na vida diária, sendo a hipertensão arterial a mais relatada. Em 54,8% e em 15,3% os idosos têm as atividades básicas da vida diária e atividades instrumentais preservadas, respectivamente. O comprometimento das atividades é crescente com o avanço da idade. A procura por solução de problemas de saúde é prioritariamente dirigida a serviços particulares, em consultórios médicos. A maioria possui alguém que lhe preste cuidado em caso de doença, sendo as mulheres cuidadas pelos filhos, e os homens, pelas esposas. O grupo de idosos com comprometimento cognitivo tem maior possibilidade de apresentar sintomas de depressão clínica. Estudos como este, servem para dar maior visibilidade à parcela da população que, ao alcançar uma longevidade expressiva, pode contribuir para a compreensão da singularidade do processo de envelhecimento e da adequação das políticas públicas. / Population aging is a worldwide phenomenon, derived from the progressive decrease of fecundity and mortality rates, and from higher life expectancy. Among the elderly population (60 years of age or older), the highest increase is observed in the older elderly (80 or older) segment, which also results in higher social, health, and infrastructure demands to supply and to ensure the quality of life of this “elite”. 60% of the world elderly population lives in rural areas. These individuals deserve special attention, as they may suffer different diseases due to environmental conditions, lack of available aid and health care services, and social-economic conditions. This transversal study aimed at assessing the social-demographic and health conditions of elderly people (80 years of age or older) living in the rural area of the municipality of Encruzilhada do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil. The population included 137 elderly individuals (87 females and 50 males), distributed in 24 micro-areas, as defined by the Community Health Agents Program (PACS). Data were collected using a multidimensional tool in household interviews, performed by Community Health Agents, previously trained by the researcher, between March and May of 2006. The study was approved by the Ethics Committee of the School of Nursing of Ribeirão Preto/USP. Mean female and male ages were 84.1(±3.8), and 85.3% (±3.5), respectively, with age range distribution of 58.3% (80-84 years), 30.7% (85-89 years), 9.5% (90-94 years), and 1.5% were older than 95 years of age. In general (83.9%), individuals defined themselves as Caucasians. As to marital status and education level, there were significant gender differences: out of the total population, 80.0% were elderly women and widows (p<0.001), and 77.2% of the females were illiterate (p=0.013). Most elderly males (94.2%) received rural retirement pension. Mean scores in Mental Status Mini-Examination (MSME) were 19.01(±6.81) for females and 21.86(±6.10) for males, and 17.78(±5.63) for illiterates, which was lower as compared to literate subjects. Cognition was impaired in 22.5% and 14.6% of illiterate and literate individuals, respectively. Most of the elderly (88.3%) lived with someone. There was a significant difference (p<0.001) between males and females as to whom they lived with: 75% of females lived with relatives, whereas 65.6% of males lived with their wives. As to health self-assessment, 46.7% considered themselves reasonably healthy, and 32.8%, healthy, and as compared to people of the same age range, they considered themselves healthy. Most subjects (78.8%) used medicines, 63.5% practiced some physical activity, only 11.7% smoked, and 76.6% did not drink alcoholic beverages. Hearing and vision problems are reported by 40.9% and 70.8% of the individuals, respectively. Most did not have any teeth, and 29.2% of these individuals did not wear dentures. Rheumatism is the main pathology interfering with daily life activities, and high blood pressure is the most frequent reported condition. Basic daily life and instrumental activities were preserved in 54.8% and 15.3% of the cases, respectively. Activity impairment increased with age. Health problems resolution was mainly sought in private medical clinics. Most individuals had someone to care for them in case of illnesses, with females being cared by their children, and males by their wives. The elderly group with cognitive impairment has a greater possibility to present symptoms of clinical depression. This kind of study provides higher visibility to a part of the population that reaches significant longevity, and may contribute to the understanding of the singularity of the aging process and to the establishment of public policies. / El envejecimiento poblacional es un fenómeno de cobertura mundial, traducido por la disminución progresiva de las tasas de fecundidad, mortalidad y aumento de la expectativa de vida. Entre la población envejecida (60 años o más), son los ancianos más viejos (80 años o más), la parcela que más crece, y con ellos también aumentan las demandas sociales, de salud y de infra-estructura, para comportar y asegurar la calidad de vida de esa “élite”. Los ancianos que viven en áreas rurales, 60% en todo el mundo, deben tener atención especial, debido a que las enfermedades que presentan pueden ser diferentes, en función de las condiciones del ambiente, de la falta de servicios de ayuda y de salud disponibles, y de las características socioeconómicas. Se trata de un estudio transversal y tuvo por objetivo discrever y analizar las condiciones de vida y salud de los ancianos con 80 años o más residentes de medio rural del municipio de Encruzilhada do Sul, Rio Grande do Sul (Brasil). La población se constituyó de 137 ancianos (87 mujeres y 50 hombres), que están distribuidos en 24 micro-áreas definidas en el Programa de Agentes Comunitarios de Salud (PACS). Los datos fueron colectados utilizándose un instrumento multidimensional, en entrevistas domiciliares, entre marzo y mayo de 2006, conducidas por los Agentes Comunitarios de Salud que actúan en el medio rural, previamente entrenados por la entrevistadora. La entrevista fue aprobada por el Comité de Ética de la Escuela de Enfermería de Ribeirão Preto/USP. La edad media de las ancianas fue de 84,1 (±3,8), y de los ancianos, de 85,3% (±3,5), estando 58,3% dentro de un rango de edades entre 80 y 84 años; 30,7%, entre 85 y 89 años; 9,5%, entre 90 y 94 y un 1,5% con más de 95 años. La mayoría, 83,9%, de los ancianos se definen como blancos. En relación al estado civil y al grado de escolaridad, existe diferencia significativa entre hombres y mujeres, ya que, del total de la población 80,0% son ancianas y viudas (p<0,001), y 77,2%, analfabetas (p=0,013). Del total de los ancianos, 94,2% reciben pensión de jubilación rural. La media de los escores del Mini Examen del Estado Mental (MEEM), fue de 19,01 (±6,81) en las ancianas, de 21,86 (±6,10) en los ancianos, y de 17,78 (±5,63) en los analfabetos, más baja que la de los escolarizados. El comprometimiento cognitivo está presente en 22,5% de los analfabetos y en 14,6% de los escolarizados. La mayoría (88,3%) de los ancianos viven acompañados. Hubo diferencia significativa (p<0,001) entre hombres y mujeres en relación a las personas que los acompañan, ya que 75% de las ancianas viven con familiares y 65,6% de los ancianos viven con las esposas. En cuanto a la auto-evaluación de la salud, 46,7% la consideran regular, y 32,8%, buena; y, al ser comparada con la de otras personas del mismo rango de edad, 47,1% indican buena salud. La mayoría, 78,8%, hace uso de medicamento. Del total de los ancianos, 63,5% practican alguna actividad física. Apenas 11,7% fuman, y 76,6% no consumen alcohol. Problemas de audición son indicados por 40,9%, y 70,8% mencionan problemas de visión. La mayoría no posee ningún diente y, de estos, 29,2% no usan prótesis dentaria. El reumatismo es la principal patología que interfiere en la vida diaria, siendo la hipertensión arterial la más relatada. En 54,8% y en 15,3% los ancianos tienen las actividades básicas de la vida diaria y actividades instrumentales preservadas, respectivamente. El comprometimiento de las actividades es creciente con el avanzo de la edad. La búsqueda de soluciones a los problemas de salud es prioritariamente dirigida a servicios particulares, en consultorios médicos. La gran mayoría posee alguien que le presta cuidado en caso de enfermedad, estando las mujeres a cuidados de los hijos, y los hombres, por las esposas. El grupo de ancianos con comprometimiento cognitivo tiene mayor posibilidad de presentar síntomas de depresión clínica. Estudios como éste sirven para dar mayor visibilidad a la parcela de la población que, al alcanzar una longevidad expresiva, puede contribuir para la comprensión de la singularidad del proceso de envejecimiento y de la adecuación de las políticas públicas.
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Indicadores de saúde e saneamento no meio rural em oito municípios da "metade sul" do Rio Grande do Sul

Soder, Rafael Marcelo January 2007 (has links)
Trata-se de um estudo sobre indicadores de saúde e saneamento na área rural em oito municípios da “Metade Sul” do Rio Grande do Sul, que insere-se no programa interdisciplinar intitulado “Evolução e diferenciação da agricultura, transformação do meio natural e desenvolvimento sustentável em municípios da planície costeira e do planalto sul do Rio Grande do Sul: uma abordagem interdisciplinar”. Tem como objetivo caracterizar as condições de saneamento – cobertura populacional de abastecimento de água e sistemas de esgotamento sanitário - e as condições de saúde infantil – taxa de mortalidade infantil, morbimortalidade por enfermidades diarréicas e infecciosas e baixo peso ao nascer, na área rural de 8 municípios da “Metade Sul” do Rio Grande do Sul. Possui abordagem epidemiológica com delineamento ecológico transversal, de forma descritiva, utilizando variáveis de espaço e pessoa, e coleta por meio de dados secundários extraídos do DATASUS, IBGE e FEE referentes ao ano de 2000. A análise das relações entre saúde e saneamento demonstra a necessidade e a carência de ações voltadas a população rural, denotando ainda a complexidade em se avaliar as interfaces entre a saúde e o saneamento. A análise não revelou correlação linear entre os indicadores, devido a amostra ser restrita a apenas oito municípios. Mas mesmo assim, pode-se observar que a área estudada encontra-se estagnada socioeconomicamente e apresentando precários indicadores de saúde infantil e saneamento, em especial, o saneamento nas áreas rurais. Com isso, evidencia-se, a necessidade urgente de re-estruturação e planejamento de políticas públicas de saúde, direcionada a população rural nos oito municípios da “Metade Sul” do Rio Grande do Sul. / This paper is about a study on indicators health and rural sanitation in eight cities in southern Rio Grande do Sul, that is part of the interdisciplinary program called “Evolution and differentiation of agriculture, transformation of the rural means and sustainable development in offshore plain and southern plateau cities in Rio Grande do Sul: an interdisciplinary approach”. Its objective is to characterize sanitation conditions – population analyses of water supply and sewer sanitary systems – and the conditions of infant health – infant mortality rate, stillbirth due to diarrhea and infectious diseases and low birth weight, at the rural area of eight cities in southern Rio Grande do Sul. It has a epidemic approach with transversal ecologic outline, in a descriptive way, using variables of space and person, and collect using secondary data from DATASUS, IBGE, and FEE, referred to the year of 2000. The analyses of the relations between health and sanitation demonstrate the necessity and lack of actions for the rural population, showing the complexity of evaluating the interconnections between health and sanitation. The analyses did not reveal a linear relation among the indicators, because the sample is restricted just to eight cities. Even though, it was possible to see that the studied area is stagnant socio economically and showing precarious infant health and sanitation indicators, especially, the sanitation of rural areas. With that, the necessity of an urgent reconstruction is evident, and planning of health public policies, directed to the rural population of eight cities in southern Rio Grande do Sul. / Se trata de un estudo sobre indicadores de salud y saneamento en el área rural en ocho municipios de la “Mitad Sur” del Rio Grande del Sur, que se insere en el programa interdisciplinar intitulado “Evolución y diferenciación de la agricultura, transformación del medio natural y desarrollo sustentable en municipios de la planicie costera y del planalto sur del Rio Grande del Sur: un enfoque interdisciplinar”. Tiene como objetivo caracterizar las condiciones de saneamento – cobertura poblacional de abastecimento de agua y sistemas de desaguadero sanitario – y las condiciones de salud infantil – tasa de mortalidad infantil, morbimortalidad por enfermidades diarreicas e infecciosas y bajo peso al nascer, en el área rural de 8 municipios de “Mitad Sur” del Rio Grande del Sul. Posee enfoque epidemiológico con delineamento ecológico transversal, de forma descritiva, utilizando variables de espacio y persona, y por medio de dados secundarios extraidos del DATASUS, IBGE y FEE referentes al año de 2000. El análisis de las relaciones entre salud y saneamento demuestra la necesidad y la carencia de acciones voltadas a la población rural, denotando aún la complejidad en se evaluar las interfaces entre la salud y el saneamento. El análisis no reveló correlación linear entre los indicadores, debido la amuestra ser restrita a a penas ocho municipios. Pero asi mismo, se puede observar que el area estudiada se encuentra estagnada socioeconomicamente y presentando precarios indicadores de la salud infantil y saneamento, en especial, el saneamento en las areas rurales. Con eso, se evidencia, la necessidad urgente de restruturación y planeamiento de políticas públicas de salud, direccionada a la población rural en los ocho municipios de la “Mitad Sur” de Rio Grande del Sur.
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A outra face dos determinantes sociais de saúde : subjetividades na construção do cotidiano individual e coletivo em uma comunidade rural

Riquinho, Deise Lisboa January 2009 (has links)
Com este estudo procurou-se conhecer e compreender as necessidades de saúde constitutivas das práticas e do apoio social, considerando as desigualdades sociais presentes na Comunidade rural de Rincão dos Maia, Canguçu/RS. Utilizou-se a triangulação de métodos por meio de um estudo quantitativo e qualitativo com diferentes técnicas de coleta de dados. Na análise quantitativa utilizaram-se a estatística descritiva no software SPSS 13.0 e a associação entre variáveis de interesse do estudo. A população foi composta por 814 pessoas e 241 famílias. Os dados foram coletados em um inquérito domiciliar, contendo questões sociodemográficas, socioeconômicas e de saúde. Para a etapa qualitativa utilizou-se a análise de conteúdo do tipo temático. A amostra para as entrevistas semi-estruturadas foi intencional, com 20 famílias ilustrativas das características socioeconômicas encontradas, explorando as concepções de saúde e doença; a observação participante foi realizada com seis famílias, ilustrando as práticas em saúde. Os resultados apontaram para uma população de 51,2% do sexo masculino, 48,0% no grupo etário de 25-59 anos de idade, 42,6% possuíam de 1 a 4 anos de estudo, 45,0% tinham a ocupação de agricultor, 48,5% das famílias eram de composição nuclear e 63,6% referiram à pressão alta como morbidade. Em relação aos níveis de condições de vida, 34,8% das famílias estavam no nível inferior, 42,7%, no médio e 22,4%, no superior. Observou-se marcante desigualdade nesses níveis em relação às condições de domicílio, escolarização, ocupação e saúde. Apesar das diferenças socioeconômicas, esse grupo de trabalhadores rurais apresentou coesão social, especialmente em sua matriz cultural, evidenciada nas concepções de saúde e doença, incluindo dimensões físicas e subjetivas, nas quais as concepções biológicas incorporam conceitos de doenças com seus parâmetros biomédicos, e de enfermidade, como um processo vivido no cotidiano individual e coletivo. Os itinerários terapêuticos percorridos foram plurais, associando os três setores: informal, popular e profissional. Os recursos circulantes na rede de apoio social foram predominantemente mobilizados por elos familiares e de vizinhança, que procuravam atenuar os problemas sentidos e expressos em relação à reprodução física e social. Diante da complexidade da vida, conclui-se que os aspectos materiais traduzidos nas condições de vida precisam ser pensados na formulação de políticas públicas e de saúde, sem perder de vista a interação com os desejos e sonhos construídos em um contexto social e cultural local, pois os mesmos constituem e são constituídos nessa interação, entre material e imaterial, conjugando as dimensões subjetivas dos determinantes sociais de saúde. / The purpose of this study was to know and understand the needs in health, the therapeutic practices and social support in the community of Rincão dos Maia, Canguçu/RS, having social inequities as a background. Triangulation of methods was adopted by means of a quantitative and qualitative study with different data collection techniques. For quantitative analysis, descriptive statistics in the software SPSS 13.0 and the association of variables of interest were used. Population was composed by 814 subjects and 241 families. Data were collected through a domestic inquiry questioning sociodemographic, socioeconomic and health issues. For qualitative analysis, thematic content analysis was applied. The sample was intentional. 20 families portraying the socioeconomic features found participated in the semi-structured interviews, which explored the concepts of health and illness. Participant observation was performed with six families illustrating therapeutic practices. Results pointed to a population of 51.2% male; 48.0% aged 25-59 years old; years of study ranging from 1 to 4 years in 42.6%. 45.0% were agriculturers. 48.5% of families presented nuclear composition. 63.6% referred to high blood pressure. With regards to levels of life conditions, 34.8% of families were in low; 42.7% in middle and 22.4% in high levels. Marked inequity was observed among those levels concerning housing conditions, educational background, occupations and health. In spite of the socioeconomic differences, the group showed social cohesion, especially in the cultural matrix of rural worker, evidenced through its health and illness conceptions including physical and subjective dimensions. Biological conceptions incorporated illnesses concepts with their biomedical and infirmity parameters as a process lived both individually and collectively. The therapeutic itineraries were plural and associated with three sectors: informal, popular and professional. Circulating resources in the social net were predominantly mobilized by family and neighbors, which tried to attenuate problems resented and grieved with respect to physical and social reproduction. In face of life complexity, it is concluded that material aspects translated into life conditions must be considered in the formulation of public and health policies, without losing sight of their interaction with wishes and dreams build within a social and local culture context for they constitute and are constituted by such interaction between materiality e immateriality and conjugate the subject dimensions of social health determinants. / Con este estudio se buscó conocer y comprender las necesidades en salud, las prácticas terapéuticas y el apoyo social en la comunidad de Rincão dos Maia, Canguçu/ RS, teniendo como tema principal las desigualdades sociales. Se utilizó la triangulación de métodos por medio de una pesquisa cuanti-cualitativa con diferentes técnicas de colecta de datos. En el análisis cuantitativo se utilizaron la estadística descriptiva en el software SPSS 13.0 y la asociación entre variables de interés de la pesquisa. La populación fue compuesta por 814 personas y 241 familias. Los datos fueron colectados en una averiguación domiciliar, con cuestiones socio demográficas, socioeconómicas y de salud. Para la cualitativa se utilizó el análisis de contenido del tipo temático. La amuestra fue intencional, con 20 familias ilustrativas de las características socioeconómicas encontradas para las entrevistas semiestructuradas, explorando las concepciones de salud y enfermedad; la observación participante fue realizada con seis familias, ilustrando las prácticas terapéuticas. Los resultados apuntaron para una populación donde 51,2% eran del sexo masculino, 48,0% en el grupo etario de 25-59 años de edad, 42,6% poseen de 1 a 4 años de estudio, 45,0% tenían la ocupación de agricultor, 48,5% de las familias eran de composición nuclear y 63,6% refirieron presión alta. En relación a los niveles de condiciones de vida, 34,8% de las familias estaban en el inferior, 42,7%, en el medio y 22,4%, en el superior. Se observó tajante desigualdad en esos niveles en relación a las condiciones de domicilio, escolarización, ocupación y salud. A pesar de las diferencias socioeconómicas, ese grupo presentó una cohesión social, especialmente en su matriz cultural de trabajador rural, evidenciada en las concepciones de salud y enfermedad, incluyendo dimensiones físicas y subjetivas, en la cual las concepciones biológicas incorporan conceptos de enfermedades con sus parámetros biomédicos, y de enfermedad, como un proceso vivido en el cotidiano individual y colectivo. Los itinerarios terapéuticos recorridos fueron plurales, asociando los tres sectores: informal, popular y profesional. Los recursos circulantes en la red fueron predominantemente movilizados por eslabones familiares y de vecindad, que buscaban atenuar los problemas resentidos y expresados en relación a la reproducción física y social. Delante de la complexidad de la vida, se concluye que los aspectos materiales traducidos en las condiciones de vida precisan ser pensados en la formulación de políticas públicas y de salud, sin perder de vista la interacción con los deseos y sueños construidos en un contexto social y cultural local, pues los mismos constituyen y son constituidos por esa interacción, entre material y inmaterial, conjugando las dimensiones subjetivas de los determinantes sociales de salud.
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“Em Aracaju, todo mundo é tabaréu, exceto quem não é!” : um estudo acerca da disputa simbólica entre tabaréus e citadinos

Melo, Lucas Martins Santos 31 May 2016 (has links)
À Aracaju il est courant d’utiliser le terme Tabaréu pour se référer à une personne venant de l'intérieur, du champ, de la campagne, qui a un conduit en milieu urbain timide, naïf ou qui est étroit d'esprit. L'expression peut être utilisée de manière agressive comme une malédiction ou de manière facétieuse avec certains familier. Cependant, il a été observé au cours de la recherche, qui se produit lorsque l'utilisation du terme est de faire une distinction entre être moderne, sophistiqué, urbain, citadin et souhaitablement cosmopolite, ce qui ne fait pas partie de la catégorie tabaréu. Utilisation marquée pour la différenciation symbolique. Il est fréquent d'entendre des expressions qui se réferent à Tabaréu dans l'État de Sergipe, comme «le Tabaréu devrait avoir le temps d'aller en ville car il ne fait que ralentir l'écoulement de celui-ci» ou «Tabaréu est l'animal qui se ressemble le plus aux gens». De là, la présente étude vise la recherche sur les conflits symboliques impliquant les citadins et les tabaréus dans une ville conçue pour être la capitale, qui en elle-même alimenté la migration dans le sens campagne-ville. Aracaju est un cas particulier parce que nous avons l'impression que certains ses habitants sont prêts à nier ce passé, lorsque la ville est associée à la tradition agraire ou à la tradition provinciale, tout en conservant, par inadvertance, des pratiques et des coutumes "tabaréus" très probablement acquis par leurs ancêtres. Les éléments tels que la nourriture, les expressions verbales, les modes de divertissement (comme la Chevauchée d’Aribé), pour ne citer que quelques exemples. / Em Aracaju é utilizado corriqueiramente o termo tabaréu para se referir àquele oriundo do interior, da roça, do campo, que possua uma conduta, no meio urbano, acanhada, ingênua, tacanha. A expressão pode ser usada de forma agressiva, como um xingamento, ou de forma jocosa com algum conhecido. No entanto, tem sido observado durante a realização da pesquisa, que quando ocorre o uso do termo é para se fazer uma distinção entre o ser moderno, sofisticado, urbano, citadino e pretensamente cosmopolita, daquilo que não pertence a essas categorias. Um uso marcado para diferenciação simbólica. É comum se ouvir expressões a respeito do tabaréu no Estado de Sergipe, como: "o tabaréu deveria ter horário para entrar na cidade, porque só faz atrapalhar o fluxo dela" ou "o tabaréu é o bicho que mais se parece com gente". A partir disso, o presente trabalho tem como objetivo a investigação sobre as disputas simbólicas envolvendo citadinos e tabaréus numa cidade projetada para ser capital, o que por si só fomentou a migração no sentido interior-capital. Aracaju é um caso particular porque na capital sergipana, temos a impressão de que alguns dos habitantes da cidade fazem questão de renegar esse passado, quando associado à tradição agrária ou provinciana, embora ainda preservem, inadvertidamente, práticas e costumes considerados “tabaréus”, muito provavelmente adquiridos através dos seus ascendentes. Itens como gastronomia, expressões verbais, modos de entretenimento (como a Cavalgada do Aribé), para citar alguns exemplos.
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Violência física e homicídios em mulheres rurais : vulnerabilidades de gênero e iniquidades sociais

Paz, Potiguara de Oliveira January 2013 (has links)
Este estudo aborda as lesões corporais e os homicídios em mulheres rurais em oito municípios da metade sul do Rio Grande do Sul no período de 2006 a 2010. O objetivo geral é descrever e analisar o perfil epidemiológico e sócio demográfico dos crimes de lesão corporal e homicídios em mulheres rurais e reconstruir as histórias e as circunstâncias das mortes na perspectiva das vulnerabilidades de gênero, nos municípios da metade sul do Rio Grande do Sul, no período de 2006 a 2010. Tratase de um estudo epidemiológico descritivo com abordagem quanti-qualitativa realizado por meio da análise documental dos boletins de ocorrência de homicídios e lesões corporais com vítimas mulheres rurais no período de 2006 a 2010, arquivados do Departamento de Estatística Criminal da Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul. Nas denúncias de lesões corporais apontam que as mulheres rurais que sofrem mais agressão física são mulheres casadas, na faixa etária de 30 a 39 anos, baixo nível de escolaridade, o local de ocorrência das agressões, na maior parte, é no domicílio da vítima, sendo o agressor, na maioria das vezes, o próprio marido, companheiro, ou namorado. Os cinco homicídios ocorridos foram processados por meio da análise de conteúdo de entrevistas semiestruturadas com os familiares das vítimas, originando três temáticas: Vulnerabilidades de gênero ao homicídio abordando as narrativas de morte, apontando as suscetibilidades de cada vítima ao evento de morte, em que incluem o isolamento social, ciúme e cerceamento, a luta corporal entre homens, assalto a mão armada, estupro e consumo abusivo de álcool; Circunstâncias dos homicídios: o que evidenciam? apresenta o contexto social que culminou com o homicídio e as trajetórias de vida das vítimas antes do evento de morte; Redes de apoio, serviços e acesso à saúde aborda as estruturas de ajuda disponíveis às mulheres rurais no enfrentamento da violência e as dificuldades da gestão local no atendimento e planejamento de ações para a população rural. Conclui-se pela necessidade de conhecer o contexto das realidades rurais para a constituição de redes de apoio, planejando a execução de atividades ao atendimento adequado às demandas das mulheres rurais, requer investimentos quanto à descentralização dos serviços públicos para a área rural e a reorganização da agenda e do modelo de gestão, planejando e executando ações específicas adaptadas a responder a diversidade das situações. / This work addresses physical injuries and homicides on rural women from eight municipal districts of the southern part of Rio Grande do Sul in the period from 2006 to 2010. The objective general is describing and analyzing sociodemographic and epidemiological profiles of homicide and physical injury on rural women and (re)construction the accounts and the circumstances of homicides under the perspective of gender vulnerabilities, in municipal of the southern part of Rio Grande do Sul, in the period from 2006 to 2010. This is a descriptive epidemiological study with a quality quantitative approach through documentary analysis and through police reports on homicides and physical injuries of rural female victims in the period of 2006 to 2010, filed under the Department of Criminal Statistics and the Office of Public Security in Rio Grande do Sul. The denouncements of physical injuries show that married rural women with low level of education, in the age group of 30 to 39, are those that suffer more physical aggression; the location where most of the aggressions occur is in the victim’s home – the aggressor being, in most cases, her own husband, her companion or her boyfriend. The five homicides that occurred were processed through analysis of content of semi-structured interviews with the victim´s family, which originated three themes: Homicide gender based vulnerabilities – addressing death narratives, pointing out the susceptibilities of each victim towards the event of death, which include social isolation, jealously and curtailment of freedom, hand-to-hand combat among men, armed robbery, rape and abusive alcohol consumption; Circumstances surrounding homicide and its evidence – presenting the social context that culminated with the homicide and the course of the victim’s life before the event of death; Support networks, services and access to health – approaching aid structures available to rural women in the confrontation of violence, and the difficulties of the local administration to attend and plan actions for the rural peoples. It concludes by the need to know about the context of rural realities, as to develop support networks, planning the implementation of activities for adequate attendance towards the demands of rural women; to request investments on the decentralization of public service for the rural area and for the reorganization of the management model and schedule, planning and implementing actions specifically adapted to respond to the given diversity of situations. / Esta investigación aborda las lecciones corporales y los homicidios en mujeres de áreas rurales en ocho municipios de la mitad sur del Rio Grande do Sul entre los años de 2006 a 2010. El objetivo general es describir y analizar el perfil epidemiológico y sociodemográfico de los homicidios y de los crímenes con lesión corporal en mujeres de áreas rurales y reconstituir las historias y las circunstancias de muerte desde el ángulo de vulnerabilidad de género, en municipios de la mitad sur del Rio Grande do Sul, entre los años de 2006 a 2010. Se trata de un estudio epidemiológico descriptivo con un acercamiento cuantitativo y cualitativo realizado por intermedio del análisis documental de los informes policiales sobre los homicidios y las lesiones corporales de las víctimas mujeres de áreas rurales en el período de 2006 hasta 2010, archivados en el Departamento de Estadística Criminal de la Secretaria de Seguridad Pública del Rio Grande do Sul. Las denuncias de lesiones corporales apuntan a que las mujeres de áreas rurales que sufren más agresión física son las mujeres casadas, con edades entre 30 a 39 años, de bajo nivel escolar. El lugar de ocurrencia de las agresiones, en general, es en el domicilio de la víctima, siendo el agresor, en la mayoría de las veces, el propio marido, cónyuge, o novio. Los cinco homicidios ocurridos fueron procesados por intermedio del análisis del contenido de las entrevistas semi-estructuradas con los familiares de las víctimas, creando tres temas principales: Vulnerabilidad a los homicidios de género donde se abordan las narrativas de muerte, señalando las susceptibilidades de cada víctima en el evento de muerte, incluyendo el aislamiento social, los celos y la restricción, la lucha corporal entre hombres, asalto a mano armada, violación y consumo abusivo de bebidas alcohólicas; Circunstancias de los homicidios: ¿Qué nos muestran? presenta el contexto social que culminó con el homicidio y las trayectorias de vida de las víctimas antes del evento de muerte; Redes de apoyo, servicios y el acceso a la salud aborda las estructuras de apoyo disponibles para las mujeres de áreas rurales en el enfrentamiento con la violencia y con las dificultades de organización local en el atendimiento y planeamiento de acciones para la población rural. Concluyendo por una necesidad de conocer el contexto de las realidades de áreas rurales para el establecimiento de redes de apoyo, planeando la ejecución de actividades para el atendimiento adecuado de las demandas de las mujeres de áreas rurales, se requieren investimentos en cuanto a la descentralización de los servicios públicos para el área rural y la reorganización de la agenda y del modelo de gestión, planeando y ejecutando acciones específicas adaptadas para responder a la diversidad de situaciones.
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Mediação Social em Angola : relações de interfaces entre ONGs e camponeses na região do planalto central, província do Huambo, município Caàla

Calundungo, Antônio Joaquim de Assis Zeferino January 2013 (has links)
Cette étude examine la relation entre renforcement de la souveraineté de l'Etat angolais et l'action des organisations non gouvernementales (ONG) dans les initiatives pour le développement rural de l'Angola, après la fin du conflit armé, en 2002. Dans les années 90, l'ouverture du pays au multipartisme et la mise en oeuvre de l'accord de paix entre le gouvernement angolais et les forces militaires de l'UNITA ont mis fin au conflit qui a suivi l’indépendance, et ont commencé un processus de redressement et de reconstruction d’aprés-guerre. Dans ce contexte, différentes forces politiques et sociales émergèrent en l’Angola et, simultanément, de plusieurs institutions et organisations internationales ainsi que institutions religieuses liées à des questions d'aide humanitaire d'urgence et de l'aprèsguerre se sont établies dans le pays. Ces organisations ont commencé à développer des actions en faveur des populations les plus vulnérables, en particulier en milieu rural. La fin de la guerre en 2002 a donné lieu à un processus de réarrangement entre les différents acteurs de la réalité sociale angolaise, tandis que dans le contexte international, les flux financiers visant à l'aides humanitaire et de développement ont été l'objet d'importants changements.. Le nouveau contexte, en contrepartie, a permis l'expansion des agences gouvernementales dans les régions rurales du pays qui étaient jusque-là en dehors du contrôle de l'Etat. Cela a a permis de renforcer progressivement la souveraineté et le contrôle de l'Etat sur les populations et les zones rurales, notamment par le biais de programmes et projets de développement rural, parfois en partenariat avec d'autres acteurs du développement comme les ONG. Cette thèse est proposé d'étudier la relation supposée entre le renforcement de la souveraineté de l'Etat sur les zones rurales et le rôle des ONG dans ces régions. La recherche visait à comprendre, en particulier: quel genre de relations sont établies entre les ONG, les agriculteurs, les organismes gouvernementaux et d'autres agents liés aux questions rurales? Comment ces relations influencent le renforcement de la souveraineté dans les processus de construction de l'État en Angola? Les programmes et projets d’ONGs visant au développement rural souvent ont précédé la présence de l'État dans les communautés rurales, en se positionnant comme une «agence» qui précède l'action des organes de l'administration de l'Etat dans la campagne. A travers l'examen de deux projets de développement rural coordonnés par des ONG et un programme de crédit agricole du gouvernement, nous avons cherché à comprendre le réseau des relations qui existent dans les processus de développement rural, ainsi que des discontinuités dans les perceptions des différents acteurs et les interactions entre les forces et les intérêts endogène et exogène, et la marge de manoeuvre des différents acteurs impliqués dans ces processus. La recherche a indiqué que les processus d’intervention pour le développement socio-économique dans les régions rurales portent des tensions fondamentales: l'arrivée des organes de l'administration publique a les communautés et les zones rurales se produit souvent à la suite des projets des ONG, bien que cela ne signifie pas nécessairement renforcer la souveraineté paysan et populaire dans la conduite des programmes et projets en cours; le financement public destiné aux activités rurales ont privilégié l'agro-industrie au détriment de l'amélioration des capacités des agriculteurs pour construire une vie plus satisfaisante pour eux-mêmes ; la fin de la guerre a ramené, dans les zones rurales, les intérêts élitistes qui lient les élites nationales à des intérêts internationaux visant à l'obtention de biens et de ressources ruraux telles que de vastes étendues de terres rurales. Parmi les différents médiateurs, la défense de la souveraineté communautaire constitue également un champ de bataille où les intérêts liés aux élites politiques et économiques (nationaux ou étrangers) sont plus susceptibles de réussir. / O presente estudo analisa a relação existente entre o aumento da soberania do Estado angolano e a ação das organizações não governamentais (ONGs) nas iniciativas voltadas ao desenvolvimento rural em Angola, após o fim do conflito armado, que o país alcançou em 2002. No começo dos anos 90, a abertura do país ao sistema multipartidário e a concretização do acordo de paz entre o governo angolano e as forças militares da UNITA, puseram fim aos anos de conflito pós-independência e deram início a um processo de recuperação e reconstrução pós-bélica. Neste contexto, emergiram em Angola diferentes forças políticas e sociais internas e, simultaneamente, estabeleceram-se no país diversas agências e organizações internacionais e instituições religiosas ligadas a questões de ajuda humanitária, emergencial e a processos de recuperação pós-bélica, que passaram a desenvolver ações de apoio às populações mais vulneráveis, especialmente as rurais. Em 2002, o fim da guerra deu origem a processos de reposicionamento dos diferentes atores da realidade social angolana, ao mesmo tempo em que no contexto internacional observaramse mudanças nos fluxos financeiros da ajuda internacional humanitária e para o desenvolvimento. O novo contexto oportunizou o avanço dos órgãos governamentais a regiões do país até então fora do controle do Estado, possibilitando o aumento gradual da soberania e do controle do Estado sobre populações e territórios rurais, particularmente através de programas e projetos de desenvolvimento rural, por vezes em parceria com outros agentes de desenvolvimento, com as ONGs. Este tese se propôs investigar a possível relação entre o crescimento da soberania do Estado sobre as áreas rurais e a ação das ONGs nessas regiões. A pesquisa buscou entender, particularmente: que tipo de relações se estabelecem entre ONGs, camponeses, órgãos governamentais e demais agentes relacionados às questões rurais? De que maneira estas relações influenciam o crescimento da soberania nos processos de construção do Estado em Angola? Os programas e projetos das ONGs de desenvolvimento rural, muitas vezes, anteciparam-se à presença do Estado junto às populações rurais, posicionando-se como um “braço avançado” que precede a atuação dos órgãos da administração estatal no rural. Através do exame de dois projetos de desenvolvimento rural coordenados por ONGs e de um programa governamental de crédito agrícola, buscou-se entender a trama de relações existentes nos processos de desenvolvimento rural, as descontinuidades nas percepções dos diferentes atores e as interações entre forças e interesses endógenos e exógenos, bem como as margens de manobra dos diferentes atores envolvidos nesses processos. A pesquisa permitiu concluir que os processos de intervenção socioeconômica no meio rural comportam algumas tensões básicas: a chegada dos órgãos de administração estatal junto das populações e territórios rurais ocorre, muitas vezes através das ONGs, embora isto não implique, necessariamente, aumento da soberania camponesa e popular na condução dos programas e projetos em curso; os financiamentos públicos voltados para o meio rural têm privilegiado as atividades de agronegócio, em detrimento da capacitação dos camponeses para construírem vidas mais satisfatórias para si; o fim da guerra trouxe de volta ao meio rural interesses elitistas que vinculam grupos e elites nacionais a interesses internacionais voltados para a obtenção de ativos e recursos rurais como amplas extensões de terra. Entre os diferentes mediadores, a defesa da soberania comunitária também se constitui numa arena de luta na qual, os interesses ligados às elites políticas e econômicas (nacionais ou externas) têm mais chances de serem bem sucedidos. / This study examines the relationship between the strengthening of state sovereignty and the action by non-governmental organizations (NGOs) through rural development initiatives in Angola, after the end of the armed conflict, attained in 2002. The political opening conducted in the country in the early '90s, which allowed for a multiparty system, and the implementation of the peace agreement between the Angolan government and the UNITA military forces have put an end to years of post-independence conflicts and started up a process of post-war recovery and reconstruction. In this context, various political and social forces have emerged in Angola. Concurrently, many international agencies, NGOs and religious institutions aimed at humanitarian and emergency aid and at post-war recovery have set offices in the country and began to develop actions in support of the most vulnerable populations, especially rural people. The end of the war, in 2002, gave rise to a process of rearrangement among the different actors of the Angolan social reality, whereas, in the international context, the financial flows aimed at humanitarian and development aid were undergoing significant changes. The new context, however, allowed for the expansion of government agencies to the rural regions of the country which were hitherto outside the control of the state. This has made room for gradual strengthening of both sovereignty and state control over populations and rural areas, particularly by means of rural development programs and projects, sometimes in partnership with other development actors such as NGOs. This thesis has proposed to investigate the hypothesized relationship between the strengthening of sovereignty and state control upon rural areas and the role of NGOs in these regions. The research sought to understand, particularly: what kind of relationships are established between NGOs, farmers, government agencies and other agents related to rural issues? How these relationships influence the growth of sovereignty in the processes of state-building in Angola? The programs and projects of NGOs aimed at rural development often preceded the presence of the state in rural communities, positioning itself as a “branch office” that precedes the action of the organs of state administration in the country. Through the analysis of two rural development projects coordinated by NGOs and a government-led agricultural credit program, it was sought to understand the network of relationships that exist in rural development processes, as well as the discontinuities in the perceptions of distinct actors and the interactions between both the endogenous and exogenous forces and interests, and the room for maneuver of the different actors involved in these processes. Research findings pointed that the processes of socio-economic intervention in the rural comprise some fundamental tensions: the establishment of state entities in rural areas often occurs in the wake of NGOs projects, although this does not necessarily imply increasing peasant and people’s sovereignty in the coordination of ongoing programs and projects; the public funding aimed at rural activities have focused agribusiness at the expense of improving farmers’ capabilities for building more satisfying lives for themselves; the end of the war brought back to the rural zones those elitist interests that link national elites to international interests aimed at obtaining rural assets and resources such as vast tracts of rural land. Among the different mediators, the defense of community sovereignty also constitutes an arena of struggle in which the interests linked to political and economic elites (domestic or foreign) are more likely to be successful.
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Violência contra mulheres rurais, agendas públicas municipais e práticas profissionais de saúde : o visível e o invisível na inconsciência do óbvio

Costa, Marta Cocco da January 2012 (has links)
Neste estudo aborda-se a violência contra as mulheres e a saúde em áreas rurais da Metade Sul do Rio Grande do Sul. Os objetivos gerais incluíram: conhecer e analisar, em cenários rurais as representações sociais da violência contra as mulheres na perspectiva de gestores municipais, profissionais e trabalhadores da saúde e as influências dessas representações na implementação de decisões políticas e técnicas em ações de saúde; analisar as agendas públicas locais de saúde direcionadas ao enfrentamento da violência contra mulheres rurais; analisar, por meio do domínio epistemológico das relações de gênero e das representações sociais balizadas pelo principio da integralidade (SUS), as formas concretas de atenção às mulheres rurais vítimas de violência e o potencial de efetividade do enfrentamento local considerando-se o contexto rural e as pequenas municipalidades. O estudo, de cunho qualitativo, englobou 56 participantes: gestores, profissionais e trabalhadores dos serviços de saúde, que atuam em áreas rurais. As ferramentas de geração das informações abarcaram: questões-estímulo de evocações, entrevista semiestruturada e busca documental, analisadas pela modalidade temática e com auxílio do software Nvivo, e para análise das associações de palavras o software EVOC. As evocações dos participantes reconhecem essa problemática em cenário rural considerando-a “destino de gênero” que advêm do consentimento/resignação, culpa/medo, o que resulta em “naturalização” e “banalização” social marcados pelas relações hierárquicas de gênero. Nas representações constatou-se que a mulher rural é vista sob a ótica da “subordinação” e da “obediência”, da responsabilidade exclusiva pela reprodução biológica, dos afazeres domésticos e da lavoura, com pouca ou nenhuma legitimidade para desconformidades. Na dimensão política, a fragilidade da gestão das políticas e dos recursos atestam o despreparo dos municípios para conduzir o processo de gestão pautados nas diretrizes e princípios do SUS. As especificidades e as dinâmicas socioculturais das comunidades rurais intensificam essa fragilidade da gestão, porque não são exploradas na dimensão do planejamento em saúde. O resultado do “não reconhecimento” da violência como problemática “da e de saúde” foi a constatação da inexistência de agenda local direcionada à violência contra as mulheres rurais, a desresponsabilização e o descompromisso da gestão local frente a esse fenômeno. Nas práticas dos profissionais da saúde (dimensão técnica), em particular as rurais, essa problemática apareceu invisível, não reconhecida e a “centralidade na doença” impossibilita a inclusão da violência como problema de saúde complexo, oriundo de “outro tipo de sofrimento”. A saúde das populações rurais é um fenômeno amplo, com suas especificidades, e o desafio das políticas públicas é o de reconhecer o cenário rural como espaço de cuidado que demanda intervenções singulares. Desvelar a violência contra as mulheres rurais no interior dos serviços de saúde é fundamental para compreendê-la, exigindo transformação de saberes e práticas, reconhecimento e responsabilização de serviços coletivos de atenção em saúde, e de profissionais, para além do técnico, como cidadãos comprometidos com deveres de cidadania na luta pela integralidade da atenção e contra as práticas inaceitáveis de violência. / The study approaches the of violence against women and health in rural areas from the South Half region of Rio Grande do Sul. The general objectives were: learning and analyzing, within rural sceneries, the social representations of violence against women in the perspective of the municipal management staff, health professionals and workers and the influences of these representations in implementing political and technical decisions on health actions; analyzing the local public health agendas addressed to coping violence against rural women; analyzing by means of the epistemological domain of gender relations and of social representations marked out by the SUS integrality principle, the concrete forms of caring rural women victims of violence and the potential of effectiveness of the local coping by considering the rural context and the small municipalities. It is a qualitative study with the participation of the managerial staff, professionals and workers from health services that perform in rural areas totaling 56 participants. Different kinds of tools were used to generate the information such as: instrument with questions-stimuli of evocations, semi-structured interview and documental survey analyzed by the thematic mode by using the Nvivo software and, for the analysis of the connection of words, the EVOC software. The evocations of the participants are turned to recognizing this problem in the rural environment as being “a gender destiny” that derives from consent and resignation, guilt and fear, what results in the social “naturalization” and “banality” marked by the hierarchic relations of gender. The representations have also evidenced that the rural woman is seen from the points of view of “subordination” and “obedience”, the exclusive responsibility for the biological reproduction, the care of the home, the housekeeping and the tillage with few or no legitimacy for non-conformities. As to the political dimension, the study showed the fragility of the management of the policies of the resources, evidencing the lack of preparation of the municipalities to conduct the management process based on SUS guidelines and principles. The specificities and social and cultural dynamics of the rural communities intensify this management fragility since they are not exploited in the dimension of health planning. The result of the “non-recognition” of violence as a problem “of the and of health” was observing the non-existence of a local agenda addressed to the of violence against rural women, as well as the lack of responsibility and non-commitment of the local administration before this phenomenon. Regarding the practices of the health professionals (technical dimension), particularly the rural ones, this problem appeared as invisible and non-recognized and, yet, the “central focus on the disease” that makes it impossible to include violence as a complex health problem, derived from “other type of suffering”. The health of rural populations is a broad phenomenon with its specificities while the disease and the challenge of the public policies are recognizing the rural scenery as a space of care that requires unique interventions. Unveiling violence against the rural women within the walls of the health services is fundamental for its comprehension what therefore requires transformation of knowledge and practices, recognition and responsibility of the services as meanings of health care and of the professionals as well but beyond of the technician level as citizens committed with citizenship duties in the struggle for the care integrality and against the non-acceptable practices of violence. / En este estudio aborda la violencia contra las mujeres y la salud en áreas rurales de la Mitad Sur del Rio Grande do Sul. Los objetivos fueron: conocer y analizar, en escenarios rurales, las representaciones sociales de la violencia contra las mujeres en la perspectiva de los gestores municipales, profesionales y trabajadores de la salud influencias de esas representaciones en la implementación de decisiones políticas y técnicas en acciones de salud; analizar las agendas públicas locales de salud direccionadas al enfrentamiento de la violencia contra mujeres rurales; analizar, por medio del dominio epistemológico de las relaciones de género y de las representaciones sociales balizadas por el principio de la integralidad (SUS), las formas concretas de atención a las mujeres rurales víctimas de violencia y el potencial de efectividad del enfrentamiento local considerando el contexto rural y las pequeñas municipalidades. El studio cualitativo, con participación de gestores, profesionales y trabajadores de los servicios de salud, que actúan en áreas rurales, totalizando 56 participantes. Las diferentes herramientas de generación de las informaciones, tales como: instrumento con cuestiones-estímulos de evocaciones, entrevista semi-estructurada y búsqueda documental, siendo analizadas por la modalidad temática utilizándose el software Nvivo y, para el análisis de las asociaciones de palabras, el software EVOC. Las evocaciones de los participantes están vueltas para el reconocimiento de esa problemática en escenario rural como siendo “destino de género”, que adviene del consentimiento/resignación, culpa/miedo, lo que resulta en la “naturalización” y “banalización” social marcada por las relaciones jerárquicas de género. También se evidenciaron en las representaciones que la mujer rural es vista por la óptica de la “subordinación” y de la “obediencia”, la responsabilidad exclusiva por la reproducción biológica, de las tareas domésticas y de labranza, con poca o ninguna legitimidad para disconformidades. En la dimensión política, fragilidad de la gestión de las políticas y de los recursos, lo que atesta la falta de preparación de las municipalidades para conducir el proceso de gestión pautado en las directrices y principios del SUS. Las dinámicas sociales y culturales de las comunidades rurales intensifican esa fragilidad de la gestión, visto que ellas no son exploradas en la dimensión del planeamiento en salud. El resultado del “no reconocimiento” de la violencia como problemática “de la y de salud” fue la constatación de la inexistencia de agenda local direccionada la violencia contra las mujeres rurales, como también la falta de responsabilización y el descompromiso de la gestión local delante ese fenómeno. Ya en las prácticas de los profesionales de la salud (dimensión técnica), en particular las rurales, esa problemática presentó invisibilidad y no reconocida y, aún, la “centralidad en la enfermedad” que imposibilita la inclusión de la violencia como un problema de salud complejo con origen en “otra clase de sufrimiento”. La salud de las poblaciones rurales es un fenómeno con especificidades amplias, que la enfermedad y el desafío de las políticas públicas son reconocer el escenario rural como espacio de cuidado que demanda intervenciones singulares. Desvelar la violencia contra las mujeres rurales en el interior de los servicios de salud es fundamental para su comprensión, exigiendo, por lo tanto transformación de saberes y prácticas, reconocimiento y responsabilización de servicios como colectivos de atención en salud, y de profesionales para allá del técnico, como ciudadanos comprometidos con deberes de ciudadanía en la lucha por la integralidad de la atención y contra las prácticas inaceptables de violencia.
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Levantamento do padrão de consumo de tabaco e outras drogas na gestão de cuidados em saúde em assentamentos de uma comunidade rural / Standard lifting smoking and other drugs in health care management in setting of a rural community

Silva, Andrécia Cósmem da 27 November 2015 (has links)
Submitted by Marlene Santos (marlene.bc.ufg@gmail.com) on 2018-07-17T18:16:10Z No. of bitstreams: 2 Dissertação - Andrécia Cósmem da Silva - 2015.pdf: 4410143 bytes, checksum: da6e776a7f801cabd930b826d97c81fa (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) / Approved for entry into archive by Luciana Ferreira (lucgeral@gmail.com) on 2018-07-18T11:30:48Z (GMT) No. of bitstreams: 2 Dissertação - Andrécia Cósmem da Silva - 2015.pdf: 4410143 bytes, checksum: da6e776a7f801cabd930b826d97c81fa (MD5) license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) / Made available in DSpace on 2018-07-18T11:30:48Z (GMT). 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The target population was composed of 200 members of the 84 families over 18 years of age who lived in the settlement. The data were collected between September and November 2014. We used a semi-structured questionnaire and instruments such as Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test (ASSIST), Family APGAR and the Self-Report Questionnaire 20 (SRQ-20), which assessed the consumption of tobacco and other drugs, family functioning and screening of common mental suffering, respectively. The data were analyzed through the Stata Software Package, version 12.0. Prevalence indexes for consumption of substances were calculated with 95% confidence interval (95% CI). In order to estimate the factors associated with the consumption of tobacco and illicit drugs, we implemented multivariable models, thereby obtaining the prevalence ratio (PR) as an effect measure. The evidence of effectiveness of ASSIST was concentrated on the assistance in identifying and classifying psychoactive substances, in different audiences and age groups, and made up an effective instrument in Health Care. We have found high indexes of prevalence in patterns of tobacco consumption, and the associated factors were: higher age, low schooling level, evangelical religion, marijuana consumption, consumption of hypnotics and/or sedatives and male gender. Regarding the use of illicit drugs, the prevalence of lifetime use was significant in the surveyed individuals, with associated variables such as: male gender, tobacco consumption and disfunctionality in the family environment. The results of this study allowed us to confirm the use of psychoactive substances in the surveyed population, thereby corroborating the production of knowledge that subsidize health promotion actions and elaboration of health care policies for this population. / O aumento nos índices de uso e abuso de tabaco e outras drogas, tanto no Brasil quanto no mundo, constitui-se uma realidade vigente. A constância de danos sociais, psíquicos e biológicos decorrentes desse uso e suas potenciais implicações na saúde configuram-se em uma inquietação mundial. Nesse sentido, este estudo objetivou investigar os padrões do consumo de tabaco e outras drogas em assentados de uma comunidade rural. Foi realizada uma Revisão Integrativa (RI) e, posteriormente, um estudo transversal no assentamento Olga Benário, localizado na área rural do município de Ipameri, Região Sudeste do Estado de Goiás. A população alvo foi constituída por 200 membros das 84 famílias com idade acima de 18 anos que fazem parte do assentamento. Os dados foram coletados entre setembro e novembro de 2014. Utilizou-se um questionário semiestruturado e instrumentos como Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test (ASSIST), APGAR de Família e o Self Report Questionnaire 20 (SRQ-20), que avaliaram o consumo de tabaco e outras drogas, funcionalidade familiar e triagem de sofrimento mental comum, respectivamente. Os dados foram analisados no programa Stata Software Package, versão 12.0. Prevalências para consumo de substâncias foram calculadas com intervalo de confiança de 95% (IC 95%). Para estimar os fatores associados ao consumo de tabaco e drogas ilícitas, foram implementados modelos de multivariáveis, obtendo-se como medida de efeito a razão de prevalência (RP). A evidência da efetividade do ASSIST concentrou-se no auxílio da identificação e da classificação de substâncias psicoativas, em diversos públicos e faixas etárias, e configurou-se um instrumento efetivo na Atenção à Saúde. Foram verificados elevadas prevalências nos padrões de consumo de tabaco, e os fatores associados, foram: idade mais elevada, escolaridade baixa, religião evangélica, consumo de maconha, consumo de hipnóticos e/ou sedativos e sexo masculino. Em relação ao uso de drogas ilícitas, a prevalência de uso na vida foi significante nos investigados, com variáveis associadas como: sexo masculino, consumo de tabaco e disfuncionalidade no âmbito familiar. Os resultados deste estudo permitiram confirmar o uso de substâncias psicoativas na população investigada, corroborando na produção de conhecimentos que subsidiem ações de promoção à saúde e constituição de políticas de atenção a essa população.
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Violência contra mulheres rurais, agendas públicas municipais e práticas profissionais de saúde : o visível e o invisível na inconsciência do óbvio

Costa, Marta Cocco da January 2012 (has links)
Neste estudo aborda-se a violência contra as mulheres e a saúde em áreas rurais da Metade Sul do Rio Grande do Sul. Os objetivos gerais incluíram: conhecer e analisar, em cenários rurais as representações sociais da violência contra as mulheres na perspectiva de gestores municipais, profissionais e trabalhadores da saúde e as influências dessas representações na implementação de decisões políticas e técnicas em ações de saúde; analisar as agendas públicas locais de saúde direcionadas ao enfrentamento da violência contra mulheres rurais; analisar, por meio do domínio epistemológico das relações de gênero e das representações sociais balizadas pelo principio da integralidade (SUS), as formas concretas de atenção às mulheres rurais vítimas de violência e o potencial de efetividade do enfrentamento local considerando-se o contexto rural e as pequenas municipalidades. O estudo, de cunho qualitativo, englobou 56 participantes: gestores, profissionais e trabalhadores dos serviços de saúde, que atuam em áreas rurais. As ferramentas de geração das informações abarcaram: questões-estímulo de evocações, entrevista semiestruturada e busca documental, analisadas pela modalidade temática e com auxílio do software Nvivo, e para análise das associações de palavras o software EVOC. As evocações dos participantes reconhecem essa problemática em cenário rural considerando-a “destino de gênero” que advêm do consentimento/resignação, culpa/medo, o que resulta em “naturalização” e “banalização” social marcados pelas relações hierárquicas de gênero. Nas representações constatou-se que a mulher rural é vista sob a ótica da “subordinação” e da “obediência”, da responsabilidade exclusiva pela reprodução biológica, dos afazeres domésticos e da lavoura, com pouca ou nenhuma legitimidade para desconformidades. Na dimensão política, a fragilidade da gestão das políticas e dos recursos atestam o despreparo dos municípios para conduzir o processo de gestão pautados nas diretrizes e princípios do SUS. As especificidades e as dinâmicas socioculturais das comunidades rurais intensificam essa fragilidade da gestão, porque não são exploradas na dimensão do planejamento em saúde. O resultado do “não reconhecimento” da violência como problemática “da e de saúde” foi a constatação da inexistência de agenda local direcionada à violência contra as mulheres rurais, a desresponsabilização e o descompromisso da gestão local frente a esse fenômeno. Nas práticas dos profissionais da saúde (dimensão técnica), em particular as rurais, essa problemática apareceu invisível, não reconhecida e a “centralidade na doença” impossibilita a inclusão da violência como problema de saúde complexo, oriundo de “outro tipo de sofrimento”. A saúde das populações rurais é um fenômeno amplo, com suas especificidades, e o desafio das políticas públicas é o de reconhecer o cenário rural como espaço de cuidado que demanda intervenções singulares. Desvelar a violência contra as mulheres rurais no interior dos serviços de saúde é fundamental para compreendê-la, exigindo transformação de saberes e práticas, reconhecimento e responsabilização de serviços coletivos de atenção em saúde, e de profissionais, para além do técnico, como cidadãos comprometidos com deveres de cidadania na luta pela integralidade da atenção e contra as práticas inaceitáveis de violência. / The study approaches the of violence against women and health in rural areas from the South Half region of Rio Grande do Sul. The general objectives were: learning and analyzing, within rural sceneries, the social representations of violence against women in the perspective of the municipal management staff, health professionals and workers and the influences of these representations in implementing political and technical decisions on health actions; analyzing the local public health agendas addressed to coping violence against rural women; analyzing by means of the epistemological domain of gender relations and of social representations marked out by the SUS integrality principle, the concrete forms of caring rural women victims of violence and the potential of effectiveness of the local coping by considering the rural context and the small municipalities. It is a qualitative study with the participation of the managerial staff, professionals and workers from health services that perform in rural areas totaling 56 participants. Different kinds of tools were used to generate the information such as: instrument with questions-stimuli of evocations, semi-structured interview and documental survey analyzed by the thematic mode by using the Nvivo software and, for the analysis of the connection of words, the EVOC software. The evocations of the participants are turned to recognizing this problem in the rural environment as being “a gender destiny” that derives from consent and resignation, guilt and fear, what results in the social “naturalization” and “banality” marked by the hierarchic relations of gender. The representations have also evidenced that the rural woman is seen from the points of view of “subordination” and “obedience”, the exclusive responsibility for the biological reproduction, the care of the home, the housekeeping and the tillage with few or no legitimacy for non-conformities. As to the political dimension, the study showed the fragility of the management of the policies of the resources, evidencing the lack of preparation of the municipalities to conduct the management process based on SUS guidelines and principles. The specificities and social and cultural dynamics of the rural communities intensify this management fragility since they are not exploited in the dimension of health planning. The result of the “non-recognition” of violence as a problem “of the and of health” was observing the non-existence of a local agenda addressed to the of violence against rural women, as well as the lack of responsibility and non-commitment of the local administration before this phenomenon. Regarding the practices of the health professionals (technical dimension), particularly the rural ones, this problem appeared as invisible and non-recognized and, yet, the “central focus on the disease” that makes it impossible to include violence as a complex health problem, derived from “other type of suffering”. The health of rural populations is a broad phenomenon with its specificities while the disease and the challenge of the public policies are recognizing the rural scenery as a space of care that requires unique interventions. Unveiling violence against the rural women within the walls of the health services is fundamental for its comprehension what therefore requires transformation of knowledge and practices, recognition and responsibility of the services as meanings of health care and of the professionals as well but beyond of the technician level as citizens committed with citizenship duties in the struggle for the care integrality and against the non-acceptable practices of violence. / En este estudio aborda la violencia contra las mujeres y la salud en áreas rurales de la Mitad Sur del Rio Grande do Sul. Los objetivos fueron: conocer y analizar, en escenarios rurales, las representaciones sociales de la violencia contra las mujeres en la perspectiva de los gestores municipales, profesionales y trabajadores de la salud influencias de esas representaciones en la implementación de decisiones políticas y técnicas en acciones de salud; analizar las agendas públicas locales de salud direccionadas al enfrentamiento de la violencia contra mujeres rurales; analizar, por medio del dominio epistemológico de las relaciones de género y de las representaciones sociales balizadas por el principio de la integralidad (SUS), las formas concretas de atención a las mujeres rurales víctimas de violencia y el potencial de efectividad del enfrentamiento local considerando el contexto rural y las pequeñas municipalidades. El studio cualitativo, con participación de gestores, profesionales y trabajadores de los servicios de salud, que actúan en áreas rurales, totalizando 56 participantes. Las diferentes herramientas de generación de las informaciones, tales como: instrumento con cuestiones-estímulos de evocaciones, entrevista semi-estructurada y búsqueda documental, siendo analizadas por la modalidad temática utilizándose el software Nvivo y, para el análisis de las asociaciones de palabras, el software EVOC. Las evocaciones de los participantes están vueltas para el reconocimiento de esa problemática en escenario rural como siendo “destino de género”, que adviene del consentimiento/resignación, culpa/miedo, lo que resulta en la “naturalización” y “banalización” social marcada por las relaciones jerárquicas de género. También se evidenciaron en las representaciones que la mujer rural es vista por la óptica de la “subordinación” y de la “obediencia”, la responsabilidad exclusiva por la reproducción biológica, de las tareas domésticas y de labranza, con poca o ninguna legitimidad para disconformidades. En la dimensión política, fragilidad de la gestión de las políticas y de los recursos, lo que atesta la falta de preparación de las municipalidades para conducir el proceso de gestión pautado en las directrices y principios del SUS. Las dinámicas sociales y culturales de las comunidades rurales intensifican esa fragilidad de la gestión, visto que ellas no son exploradas en la dimensión del planeamiento en salud. El resultado del “no reconocimiento” de la violencia como problemática “de la y de salud” fue la constatación de la inexistencia de agenda local direccionada la violencia contra las mujeres rurales, como también la falta de responsabilización y el descompromiso de la gestión local delante ese fenómeno. Ya en las prácticas de los profesionales de la salud (dimensión técnica), en particular las rurales, esa problemática presentó invisibilidad y no reconocida y, aún, la “centralidad en la enfermedad” que imposibilita la inclusión de la violencia como un problema de salud complejo con origen en “otra clase de sufrimiento”. La salud de las poblaciones rurales es un fenómeno con especificidades amplias, que la enfermedad y el desafío de las políticas públicas son reconocer el escenario rural como espacio de cuidado que demanda intervenciones singulares. Desvelar la violencia contra las mujeres rurales en el interior de los servicios de salud es fundamental para su comprensión, exigiendo, por lo tanto transformación de saberes y prácticas, reconocimiento y responsabilización de servicios como colectivos de atención en salud, y de profesionales para allá del técnico, como ciudadanos comprometidos con deberes de ciudadanía en la lucha por la integralidad de la atención y contra las prácticas inaceptables de violencia.
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Envelhecimento no meio rural : condições de vida, saúde e apoio dos idosos mais velhos de Encruzilhada do Sul - RS

Morais, Eliane Pinheiro de January 2007 (has links)
O envelhecimento populacional é um fenômeno de abrangência mundial, traduzido pela diminuição progressiva das taxas de fecundidade, mortalidade e aumento da expectativa de vida. Dentre a população envelhecida (60 anos ou mais), são os idosos mais velhos (80 anos ou mais), a parcela que mais cresce, e com eles também aumentam as demandas sociais, de saúde e de infra-estrutura, para comportar e assegurar a qualidade de vida dessa “elite”. Os idosos que vivem em áreas rurais, 60% em todo o mundo, devem ter especial atenção, pois as doenças que apresentam podem ser diferentes, em função das condições do ambiente, da falta de serviços de ajuda e de saúde disponíveis, e das características socioeconômicas. Trata-se de um estudo transversal que teve por objetivo descrever e analisar as condições de vida e saúde dos idosos com 80 anos ou mais residentes no meio rural do município de Encruzilhada do Sul, Rio Grande do Sul (Brasil). A população constituiu-se de 137 idosos (87 mulheres e 50 homens), que estão distribuídos em 24 microáreas definidas no Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Os dados foram coletados utilizando-se um instrumento multidimensional, em entrevistas domiciliares, entre março e maio de 2006, conduzidas pelos Agentes Comunitários de Saúde que atuam no meio rural, previamente treinados pela pesquisadora. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da USP. A idade média das idosas foi de 84,1 (±3,8), e dos idosos, de 85,3% (±3,5), sendo que 58,3% encontram-se na faixa etária de 80-84 anos; 30,7%, na de 85-89 anos; 9,5%, na de 90-94 e 1,5% têm mais de 95 anos. A maioria, 83,9%, dos idosos define-se como brancos. Quanto ao estado civil e à escolaridade, existe diferença significativa entre homens e mulheres, pois, do total da população, 80,0% são idosas e viúvas (p<0,001), e 77,2%, analfabetas (p=0,013). Do total dos idosos, 94,2% recebem aposentadoria rural. A média dos escores do Mini Exame do Estado Mental (MEEM), foi de 19,01 (±6,81) nas idosas, de 21,86 (±6,10) nos idosos, e de 17,78 (±5,63) nos analfabetos, mais baixa que dos escolarizados. O comprometimento cognitivo está presente em 22,5% dos analfabetos e em 14,6% dos escolarizados. A maioria, 91,2%, tem a posse das propriedades onde vivem. As moradias são de alvenaria em 76,6% dos casos; 89,1% possuem água encanada; e 74,5% possuem luz elétrica. A maioria (88,3%) dos idosos vive acompanhada. Houve diferença significativa (p<0,001) entre homens e mulheres quanto às pessoas que os acompanham, pois 75% das idosas vivem com familiares e 65,6% dos idosos vivem com as esposas. Quanto à auto-avaliação de saúde, 46,7% consideram-na regular, e 32,8%, boa; e, quando comparada com de outras pessoas da mesma faixa etária, 47,1% referem boa saúde. A maioria, 78,8%, faz uso de medicações. Do total dos idosos, 63,5% praticam alguma atividade física. Apenas 11,7% fumam, e 76,6% não consomem álcool. A maioria, 94,9%, faz mais de três refeições por dia. Problemas de audição são referidos por 40,9%, e 70,8% acusam problemas de visão. A maioria não possui nenhum dente e, destes, 29,2% não usam prótese dentária. O reumatismo é a principal patologia que interfere na vida diária, sendo a hipertensão arterial a mais relatada. Em 54,8% e em 15,3% os idosos têm as atividades básicas da vida diária e atividades instrumentais preservadas, respectivamente. O comprometimento das atividades é crescente com o avanço da idade. A procura por solução de problemas de saúde é prioritariamente dirigida a serviços particulares, em consultórios médicos. A maioria possui alguém que lhe preste cuidado em caso de doença, sendo as mulheres cuidadas pelos filhos, e os homens, pelas esposas. O grupo de idosos com comprometimento cognitivo tem maior possibilidade de apresentar sintomas de depressão clínica. Estudos como este, servem para dar maior visibilidade à parcela da população que, ao alcançar uma longevidade expressiva, pode contribuir para a compreensão da singularidade do processo de envelhecimento e da adequação das políticas públicas. / Population aging is a worldwide phenomenon, derived from the progressive decrease of fecundity and mortality rates, and from higher life expectancy. Among the elderly population (60 years of age or older), the highest increase is observed in the older elderly (80 or older) segment, which also results in higher social, health, and infrastructure demands to supply and to ensure the quality of life of this “elite”. 60% of the world elderly population lives in rural areas. These individuals deserve special attention, as they may suffer different diseases due to environmental conditions, lack of available aid and health care services, and social-economic conditions. This transversal study aimed at assessing the social-demographic and health conditions of elderly people (80 years of age or older) living in the rural area of the municipality of Encruzilhada do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil. The population included 137 elderly individuals (87 females and 50 males), distributed in 24 micro-areas, as defined by the Community Health Agents Program (PACS). Data were collected using a multidimensional tool in household interviews, performed by Community Health Agents, previously trained by the researcher, between March and May of 2006. The study was approved by the Ethics Committee of the School of Nursing of Ribeirão Preto/USP. Mean female and male ages were 84.1(±3.8), and 85.3% (±3.5), respectively, with age range distribution of 58.3% (80-84 years), 30.7% (85-89 years), 9.5% (90-94 years), and 1.5% were older than 95 years of age. In general (83.9%), individuals defined themselves as Caucasians. As to marital status and education level, there were significant gender differences: out of the total population, 80.0% were elderly women and widows (p<0.001), and 77.2% of the females were illiterate (p=0.013). Most elderly males (94.2%) received rural retirement pension. Mean scores in Mental Status Mini-Examination (MSME) were 19.01(±6.81) for females and 21.86(±6.10) for males, and 17.78(±5.63) for illiterates, which was lower as compared to literate subjects. Cognition was impaired in 22.5% and 14.6% of illiterate and literate individuals, respectively. Most of the elderly (88.3%) lived with someone. There was a significant difference (p<0.001) between males and females as to whom they lived with: 75% of females lived with relatives, whereas 65.6% of males lived with their wives. As to health self-assessment, 46.7% considered themselves reasonably healthy, and 32.8%, healthy, and as compared to people of the same age range, they considered themselves healthy. Most subjects (78.8%) used medicines, 63.5% practiced some physical activity, only 11.7% smoked, and 76.6% did not drink alcoholic beverages. Hearing and vision problems are reported by 40.9% and 70.8% of the individuals, respectively. Most did not have any teeth, and 29.2% of these individuals did not wear dentures. Rheumatism is the main pathology interfering with daily life activities, and high blood pressure is the most frequent reported condition. Basic daily life and instrumental activities were preserved in 54.8% and 15.3% of the cases, respectively. Activity impairment increased with age. Health problems resolution was mainly sought in private medical clinics. Most individuals had someone to care for them in case of illnesses, with females being cared by their children, and males by their wives. The elderly group with cognitive impairment has a greater possibility to present symptoms of clinical depression. This kind of study provides higher visibility to a part of the population that reaches significant longevity, and may contribute to the understanding of the singularity of the aging process and to the establishment of public policies. / El envejecimiento poblacional es un fenómeno de cobertura mundial, traducido por la disminución progresiva de las tasas de fecundidad, mortalidad y aumento de la expectativa de vida. Entre la población envejecida (60 años o más), son los ancianos más viejos (80 años o más), la parcela que más crece, y con ellos también aumentan las demandas sociales, de salud y de infra-estructura, para comportar y asegurar la calidad de vida de esa “élite”. Los ancianos que viven en áreas rurales, 60% en todo el mundo, deben tener atención especial, debido a que las enfermedades que presentan pueden ser diferentes, en función de las condiciones del ambiente, de la falta de servicios de ayuda y de salud disponibles, y de las características socioeconómicas. Se trata de un estudio transversal y tuvo por objetivo discrever y analizar las condiciones de vida y salud de los ancianos con 80 años o más residentes de medio rural del municipio de Encruzilhada do Sul, Rio Grande do Sul (Brasil). La población se constituyó de 137 ancianos (87 mujeres y 50 hombres), que están distribuidos en 24 micro-áreas definidas en el Programa de Agentes Comunitarios de Salud (PACS). Los datos fueron colectados utilizándose un instrumento multidimensional, en entrevistas domiciliares, entre marzo y mayo de 2006, conducidas por los Agentes Comunitarios de Salud que actúan en el medio rural, previamente entrenados por la entrevistadora. La entrevista fue aprobada por el Comité de Ética de la Escuela de Enfermería de Ribeirão Preto/USP. La edad media de las ancianas fue de 84,1 (±3,8), y de los ancianos, de 85,3% (±3,5), estando 58,3% dentro de un rango de edades entre 80 y 84 años; 30,7%, entre 85 y 89 años; 9,5%, entre 90 y 94 y un 1,5% con más de 95 años. La mayoría, 83,9%, de los ancianos se definen como blancos. En relación al estado civil y al grado de escolaridad, existe diferencia significativa entre hombres y mujeres, ya que, del total de la población 80,0% son ancianas y viudas (p<0,001), y 77,2%, analfabetas (p=0,013). Del total de los ancianos, 94,2% reciben pensión de jubilación rural. La media de los escores del Mini Examen del Estado Mental (MEEM), fue de 19,01 (±6,81) en las ancianas, de 21,86 (±6,10) en los ancianos, y de 17,78 (±5,63) en los analfabetos, más baja que la de los escolarizados. El comprometimiento cognitivo está presente en 22,5% de los analfabetos y en 14,6% de los escolarizados. La mayoría (88,3%) de los ancianos viven acompañados. Hubo diferencia significativa (p<0,001) entre hombres y mujeres en relación a las personas que los acompañan, ya que 75% de las ancianas viven con familiares y 65,6% de los ancianos viven con las esposas. En cuanto a la auto-evaluación de la salud, 46,7% la consideran regular, y 32,8%, buena; y, al ser comparada con la de otras personas del mismo rango de edad, 47,1% indican buena salud. La mayoría, 78,8%, hace uso de medicamento. Del total de los ancianos, 63,5% practican alguna actividad física. Apenas 11,7% fuman, y 76,6% no consumen alcohol. Problemas de audición son indicados por 40,9%, y 70,8% mencionan problemas de visión. La mayoría no posee ningún diente y, de estos, 29,2% no usan prótesis dentaria. El reumatismo es la principal patología que interfiere en la vida diaria, siendo la hipertensión arterial la más relatada. En 54,8% y en 15,3% los ancianos tienen las actividades básicas de la vida diaria y actividades instrumentales preservadas, respectivamente. El comprometimiento de las actividades es creciente con el avanzo de la edad. La búsqueda de soluciones a los problemas de salud es prioritariamente dirigida a servicios particulares, en consultorios médicos. La gran mayoría posee alguien que le presta cuidado en caso de enfermedad, estando las mujeres a cuidados de los hijos, y los hombres, por las esposas. El grupo de ancianos con comprometimiento cognitivo tiene mayor posibilidad de presentar síntomas de depresión clínica. Estudios como éste sirven para dar mayor visibilidad a la parcela de la población que, al alcanzar una longevidad expresiva, puede contribuir para la comprensión de la singularidad del proceso de envejecimiento y de la adecuación de las políticas públicas.

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