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COMO O PROFESSOR MÉDICO PERCEBE A SUA FORMAÇÃO AO LONGO DA TRAJETÓRIA: EM BUSCA DAS MARCAS CONSTITUINTES DO PROCESSO DE FORMAÇÃO DOCENTE / HOW THE MEDICAL PROFESSOR PERCEIVES HIS EDUCATIONAL PROCESS THROUGHOUT THE COURSE: IN SEARCH OF MARKS THAT MAKE UP THE EDUCATIONAL PROCESS FOR PROFESSORS

Bassi, Luis Augusto Peukert 27 March 2006 (has links)
The present study is linked to a research line: Formation, Knowledges and Professional Development. Their aim is to gain access to the perceptions of a group of medical professors at the Federal University of Santa Maria in regard to their educational process. As is well known in the literature, one of the main characteristics of university professors is that they were selected to teach in a specific area, and their technical competence in this area is almost exclusively the basis for their selection. The teaching dimension is, almost always, relegated to a less important plane, considered much more as a natural ability that each one possesses, rather than a skill that can, and should, be perfected. Medical professors are not an exception to this rule. Most complete their course in constant interaction with students, colleagues, the institution where they work and the social group of which they make part. With the intention of identifying the constituent marks of this process, this study is based on auto-biographical reconstructions, complemented by narrative interviews carried out with five professors from the medical school of the Federal University of Santa Maria, each one of the five representing one of five main departments of the medical school. From the Analysis Content emerge five categories: (1) Medical professors are persons, too; (2) To be a physician; (3) To be a medical professor; (4) To be a medical professor is different than to be a physician and (5) The curricular reform in the Federal University of Santa Maria. The conclusions of the study, which do not differ greatly from those found in the literature, show that the professors initially chose to study medicine, with great support of this choice from their families, and as a second choice, chose a teaching career. The choice to become professors, in most cases, came about from the influence of older professors, whose teaching models were initially copied and adopted as references, being that there was no teacher education offered, nor was it ever demanded or valued by the institution. Improvement in this area, as well as the study of teaching theory and techniques was only effectuated at the moment that these individuals began post-graduate work, where they had access to material written by professionals in the area of education. To conclude, the work brings to light some conceptions and impressions of these professors as to the curricular reform of the course of medicine at the Federal University of Santa Maria, specially that it is necessary, it is well conducted but it needs a constant attention with the intent that old habits of the institution do not lead the proposal to an end. One last finding was that despiting their original area, most of the subjects impressions was very similar, sugesting that it is necessary to think about the development of the "professorality", a common identity to the professors. / O presente estudo está ligado à Linha de Pesquisa: Formação, Saberes e Desenvolvimento Profissional. Seu objetivo é acessar as percepções de um grupo de professores médicos, da Universidade Federal de Santa Maria, em relação ao processo de formação docente. Como já é sabido da literatura os professores de ensino superior têm, como principal característica, o fato de serem selecionados para atuar dentro de uma área específica, seleção esta baseada de forma quase exclusiva na sua competência científica ou técnica. A dimensão didática é, de forma quase uniforme, relegada a um segundo plano, considerada muito mais como um pendor natural, próprio de cada indivíduo e não como algo que possa ou necessite ser aperfeiçoada. Os docentes médicos não são exceção à esta regra. E como a quase totalidade dos seus colegas de ensino superior acabam por formar-se ao longo da sua trajetória docente, em constante interação com alunos, colegas, instituição onde trabalham e conjuntura social na qual estão imersos. Com a intenção de perceber quais são as marcas constituintes deste processo, este estudo de cunho qualitativo e de viés narrativo, baseou-se em auto-reconstruções biográficas complementadas por entrevistas narrativas realizadas com cinco professores do curso médico da UFSM, sendo um representante de cada um dos cinco grandes departamentos implicados no curso de medicina. Da análise de conteúdo deste material emergiram cinco categorias: (1) Professores médicos também são pessoas; (2) Ser médico(a); (3) Ser professor(a) de medicina; (4) Ser professor(a) de medicina é diferente de ser médico(a); (5) A reforma curricular na UFSM. As conclusões do estudo, que não diferem substancialmente da literatura, mostram que os professores optaram inicialmente por medicina, com um grande apoio familiar para tal, sendo a docência uma opção secundária. A entrada destes professores na carreira docente, na sua maioria, deu-se por influência de professores mais antigos, cujos modelos foram inicialmente copiados e adotados como referencias por não terem estes professores formação didática inicial, que por sinal nunca foi cobrada, valorizada ou oferecida pela instituição. O aperfeiçoamento nesta área, bem como o estudo de teorias e técnicas de ensino aconteceram apenas no momento em que estes indivíduos investiram nas suas pós-graduações (mestrados ou doutorados) quando tiveram acesso a material escrito e profissionais da área de educação. Por fim o trabalho traz à luz algumas das concepções e impressões dos professores sobre a reforma curricular do curso de medicina da UFSM, especialmente a de que a reforma é necessária, está sendo bem conduzida, mas necessita de uma atenção constante a fim de evitar que a adoção de velhos hábitos dentro da instituição façam a proposta fracassar. Um último achado foi surpreendente: ao contrário do que prega o senso comum professores de diferentes áreas técnicas não tiveram opiniões ou posições realmente diferentes sobre os diversos aspectos do ser professor, o que acaba por reforçar a necessidade de desenvolvimento de uma identidade de professor médico em detrimento de uma mais antiga, voltada para a atuação em uma determinada área específica.

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