Orientador: Cláudio Bertolli Filho / Banca: Maximiliano Martin Vicente / Banca: Ângela Cristina Salgueiro Marques / Resumo: Nos últimos 20 anos, observa-se no Brasil um fenômeno particular quanto à relação estabelecida entre grupos minorizados e meios de comunicação de massa: a tendência de deslocamento da figura da prostitutra das páginas policiais dos jornais para editorias de cultura nos anos 2000. Exerceram um papel significativo nessa mudança as ações de visibilidade promovidas pela organização não-governamental (ONG) "Davida", dirigida pela ex-prostituta Gabriela Leite. Desde 1988, a "Davida" utiliza-se da mídia para divulgar imagens da profissional do sexo diferentes do esteriótipo de sujeito marginalizado. O uso das mídias pela ONG "Davida" foi feito de duas formas distintas ao longo de sua trajetória: por meio da utilização de veículos particulares e através da criação de eventos com potencial noticiável. A essa última merece destaque a grife de moda "Daspu", lançada em 2005 com o objetivo de confeccionar roupas inspiradas nas mulheres da vida. Tendo como objeto de análise as matérias sobre a "Daspu", o presente estudo é uma reflexão sobre o modo como: (1) As marcas identitárias de um grupo minorizado estão sendo veiculadas por sua militância e apropriadas pelos meios de comunicação de massa; (2) as influências desse processo na representação social desse grupo. Para isso, será utilizada a análise de conteúdo das matérias que abordaram a grife nos portais virtuais "Universo Online" (UOL), "Terra" e "Internet Group" (iG), durante os anos de 2006 e 2010. O quadro referencial adotado é a teoria do espaço social de Pierre Bourdieu (1983) e a teoria das representações sociais de Denise Jodelet (2001). Enquanto a primeira possibilita a reflexão sobre a imposição de uma nova visão da realidade social a partir do uso do capital simbólico da mídia, a segunda aponta nas representações sociais funções identitárias. Os resultados indicam que a representação ... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo / Abstract: Over the past 20 years, it is witnessed in Brazil a particular phenomenon regarding the relationship established between minority groups and means of mass communication: the tendency to shift prostitute's figure from newspapers' police pages to cultural pages during the 2000s. This shift is mainly due to visibility actions promoted by nongovernmental organization (NGO) "Davida", run by ex-prostitute Gabriela Leite. Since 1988, "Davida" has been using the media to disseminate sex workers' images other than their stereotype, in which they are portrayed as marginalized people. Throughout its existence, NGO "Davida" has been using the media in two different ways: working with its own means of communication and creating newsworthy events. Among these events, it can be outlined the launching of fashion line "Daspu" in 2005, aiming the creation of outfits inspired by prostitutes' way of life. As "Daspu" is a genuine action from prostitutes' group, the information submitted by its outfits makes reference to an identity by the prostitutes, which is permeated by particular meanings. Considering articles about "Daspu" as an object of analysis, this research aims to reflect (1) how the identity required by the militancy of a minority group is being appropriated by means of mass communication; and (2) how this required identity could influence the social representation of this group. In order to prove this reflection, a content analysis of articles about "Daspu" published on the Internet was made. The articles selected were published on news provider services, such as "Universo Online" (UOL), "Terra" e "Internet Group" (iG), from 2006 to 2010. Theories used are Pierre Bourdieu's social space theory (1983) and Denise Jodelet's social representations theory (2001). While the former allows the reflection about imposing a new vision of social reality based on the uses of the media symbolical capital, the ... (Complete abstract click electronic access below) / Mestre