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Surdos e ouvintes em uma sala de aula inclusiva : interações sociais, representaçõe e construções de identidades

Felix, Ademilde 20 February 2008 (has links)
Orientador: Terezinha de Jesus Machado / Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-10T20:54:21Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Felix_Ademilde_D.pdf: 1079434 bytes, checksum: 150ba0ba7c5f4b960f365d06d0c657b3 (MD5) Previous issue date: 2008 / Resumo: Discuto, nesta tese, como se caracteriza a interação social, em uma escola inclusiva, entre surdos e ouvintes e faço reflexões sobre as representações que são construídas sobre surdez e língua de sinais, bem como sobre identidades surdas. O que torna esse ambiente sociolingüisticamente complexo é o fato de haver, na sala de aula pesquisada, quatro alunos surdos não usuários do português oral, sendo que a grande maioria dos alunos ouvintes e a professora não sabem LIBRAS. Por se tratar de um trabalho de cunho etnográfico (Erickson, 1984 e 1986, Van Lier, 1990; Mason, 1997; Winkin, 1998; Cavalcanti, 2000), o corpus provém de registros (Mason, 1997; Cavalcanti, 2000) gerados por observação não-participante. Tais registros foram feitos por meio de anotações e diário de campo, gravação em áudio e posterior transcrição, entrevistas e conversas formais e informais, bem como diário retrospectivo. A fundamentação teórica se alicerça em reflexões da Lingüística Aplicada (Cavalcanti, 1999; Canagarajah, 1999 e 2004; Maher, 1997 e 2007; Silva, 2005; Favorito, 2006), da Educação Intercultural (McLaren, 2000; Moreira, 2002; Maher, 2007); da Educação Bilíngüe para Minorias (Souza, 1998 e 2007; Souza & Góes, 1999) e dos Estudos Surdos (Perlin, 2006). Dada sua importância para a discussão, conceitos de representação e identidade foram buscados nos Estudos Culturais (Hall, 1997; da Silva, 2000 e 2005) e o de resistência na Antropologia e História (Certeau, 1994), enquanto que a noção de estabelecidos e outsiders foi trazida da Sociologia (Elias & Scotson, 2000). Os resultados mostram que a interação social entre a professorasujeito e seus alunos surdos ocorria de diversas maneiras. Por ter uma representação positiva da língua de sinais, da surdez e desses alunos, a professora utilizou diversos meios para com eles interagir. Já a comunicação entre os alunos surdos ocorria com freqüência pelo fato de os quatro serem usuários da língua de sinais. Além disso, naqueles momentos em que, devido à diferença lingüística, não lhes era possível participar das atividades da sala de aula, eles se valiam da tática (Certeau, op. cit.) de se comunicarem em LIBRAS em espaços definidos como 'zonas de refúgio¿ (Canagarajah, op. cit.), o que lhes permitia atribuir, a si próprios, identidades mais positivas. Por outro lado, embora os momentos de interação entre alunos surdos e ouvintes não tenham ocorrido com muita freqüência, com exceção daqueles que se realizavam com uma aluna ouvinte bilíngüe, as representações que os aprendizes ouvintes construíram da língua de sinais e da surdez, assim como as identidades que atribuíram aos alunos surdos eram, na maioria das vezes, positivas / Abstract: This dissertation discusses the ways in which social interaction occurs among four deaf students, a hearing teacher and hearing students at an inclusive public school. It also reflects about the representations of sign language and deafness built by the subjects, as well as about deaf identities constructions in this context. The classroom where the actions take place can be classified as sociolinguistically complex due to the fact that, in such school, the deaf students use sign language, and neither the teacher nor most of the other students know it. Following ethnographic perspectives (Erickson, 1984 and 1986, Van Lier, 1990; Mason, 1997; Winkin, 1998; Cavalcanti, 2000) the registers for this study were generated (Mason, 1997; Cavalcanti, 2000) by non participant observation. These registers took the form of field notes, diaries, audio recordings and their transcriptions, interviews and formal and informal talks, as well as retrospective diary. The theoretical discussion was grounded on contributions from Applied Linguistics (Maher, 1997, Cavalcanti, 1999; Canagarajah, 1999 and 2004; Silva, 2005; Favorito, 2006); Intercultural Education (McLaren, 2000, Moreira, 2002; Maher, 2007); Bilingual Studies for Minorities (Maher, 2007; Souza, 1998 and 2007; Souza e Góes, 1999), and Deaf Studies (Perlin, 2006). Concepts such as representation and identity ¿ as observed in Cultural Studies (Hall, 1998; da Silva, 2000) ¿ and that of resistance ¿ as seen in Anthropology and History (Certeau, 1994) ¿ and the notion of participants and outsiders ¿ as proposed in Sociology (Elias & Scotson, 2000) ¿ were specifically focused. The results show that the nature of social interaction among the hearing teacher and her deaf students occurred in different ways. As she had not only a positive representation of sign language and deafness, but also of her deaf students, the teacher developed different ways for interacting with them. Communication among the four deaf students frequently occurred, since all of them were users of sign language. Besides, in moments when linguistic difference prevented them from taking part in classroom activities, they used the tactic (Certeau, op. cit.) of talking to each other in sign language in spaces defined as safe houses (Canagarajah, op. cit.). Such strategy allowed them to attribute more positive identities to themselves. On the other hand, the moments of social interaction between deaf students and hearing students were not frequent, except for those that occurred with a hearing bilingual student. Nevertheless, the representations that the hearing students constructed of sign language and deafness, as well as the identities that they attributed to their deaf peers were, most of the time, positive / Doutorado / Multiculturalismo, Plurilinguismo e Educação Bilingue / Doutor em Linguística Aplicada

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