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Manejo de fármacos antiepilépticos após hemisferotomia: implicações em recorrência de crises, aspectos práticos, neuropsicológicos e do desenvolvimento / Manegement of antiepileptic drugs after hemispherotomy: implications for seizures recurrence, practical, neuropsychological and development aspects

Batista, Larissa Aparecida 29 May 2018 (has links)
Introdução: a cirurgia de epilepsia é uma opção de tratamento para pacientes com epilepsia refratária. A hemisferotomia pode produzir um controle notável da epilepsia hemisférica clinicamente intratável em crianças. O resultado final desejável, após a hemisferotomia, é o controle de crises e a redução ou retirada de fármacos antiepiléticos, visando a melhora cognitiva e do desenvolvimento da criança. Objetivos: verificar a efetividade da hemisferotomia no controle de crises e na retirada ou redução de fármacos antiepilépticos em pacientes classificados como Engel 1, e analisar os desfechos cognitivo e de desenvolvimento após a abordagem cirúrgica e redução de fármacos antiepilépticos. Métodos: revisão de prontuários médicos e banco de dados de pacientes crianças e adolescentes, com idade inferior a 19 anos no momento da cirurgia, submetidos a hemisferotomia para tratamento de epilepsia refratária no Centro de Epilepsia de Ribeirão Preto do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, entre anos de 1995 e 2015. Resultados: foram avaliados 120 prontuários médicos, dos quais foram considerados aptos 82. Amostra sem diferença significativa entre sexos. Para o manejo de fármacos foram considerados 44 pacientes que eram classificados como Engel 1 no segundo ano pós cirúrgico. Para estes pacientes foram avaliadas variáveis como retirada ou redução de fármacos antiepilépticos, bem como o tempo para que esse manejo fosse realizado, além do desfecho cognitivo e de desenvolvimento. Conclusão: A hemisferotomia é uma cirurgia eficaz para pacientes com doença hemisférica, possibilitando que paciente fique livre de crises e, eventualmente, livre de fármacos antiepilépticos. O desfecho de sucesso cirúrgico é dependente de inúmeras variáveis e o manejo de fármacos é realizado conforme experiência de profissionais de cada serviço. / Introduction: Epilepsy surgery is a treatment option for patients with refractory epilepsy. Hemisferotomy can produce a remarkable control of clinically intractable hemispheric epilepsy in children. The intended outcome, after hemispherotomy, is the seizure control and the reduction or withdrawal of antiepileptic drugs, aiming at the cognitive and developmental improvement of the child. Objectives: To verify the effectiveness of the hemispherotomy in the crisis control and in the withdrawal or reduction of antiepileptic drugs in patients classified as Engel 1, and to analyze the cognitive and developmental outcomes after the surgical approach and reduction of antiepileptic drugs. Methods: review of medical records and database of children and adolescents under 19 years of age at the time of surgery submitted to hemispherotomy for the treatment of refractory epilepsy at the Epilepsy Center of Ribeirão Preto, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina of Ribeirão Preto between 1995 and 2015. Results: 120 medical records were evaluated, of which 82 were considered suitable. Sample with no significant difference between gender. For the management of drugs, 44 patients were classified as Engel 1 in the second postoperative year. For these patients, variables such as withdrawal or reduction of antiepileptic drugs were evaluated, as well as the time for this management to be performed, in addition to the cognitive and developmental outcome. Conclusion: Hemispherotomy is an effective surgery for patients with hemispheric disease, allowing patients to be seizure free and eventually free of antiepileptic drugs. The outcome of surgical success depends on innumerable variables and the management of drugs is performed according to the experience of professionals of each service.
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Epilepsia experimental e fármacos antiepilépticos : efeito na memória espacial e na potenciação de longa duração induzida in vitro

Pedroso, Michele Franzen January 2005 (has links)
JUSTIFICATIVA: A epilepsia do lobo temporal é foco de grande interesse devido sua alta prevalência e refratariedade ao tratamento medicamentoso. Embora o déficit cognitivo decorrente da epilepsia seja multifatorial, o tratamento com fármacos antiepilépticos (FAEs), importante para o controle das crises epilépticas, pode agravar as alterações cognitivas e comportamentais. OBJETIVO: Avaliar a influência da epilepsia e de fármacos antiepilépticos na memória espacial e na indução do fenômeno de potenciação de longa duração (LTP) na região CA1 hipocampal, em ratos com epilepsia induzida pela pilocarpina. METODOLOGIA: Os animais foram divididos em grupos conforme o tempo que permaneceram em status epilepticus (SE): Pilocarpina A (15minutos) e Pilocarpina B (90minutos). Previamente a aplicação da pilocarpina (250mg/kg i.p.), os animais receberam metilescopolamina (1mg/kg i.p.) para minimizar os efeitos colinérgicos periféricos, decorrido o tempo de SE, receberam diazepan (4mg/kg) para atenuar as manifestações comportamentais. Após 24horas da indução do SE, os animais que permaneceram 90 minutos em SE, iniciaram o tratamento crônico com FAEs (45 dias). Os FAEs escolhidos, a carbamazepina (CBZ) e o fenobarbital (FNB), amplamente utilizados no tratamento clínico das epilepsias, foram administrados em doses terapêutica e elevada (60 e 150mg/kg e 35 e 100mg/kg respectivamente). A memória espacial foi avaliada no labirinto aquático de Morris (LAM), seguindo o protocolo de 4 dias de treino (24 sessões) com a plataforma fixa e invisível. Posteriormente, foi realizado o estudo eletrofisiológico in vitro de LTP. RESULTADOS: Verificamos a necessidade de um período longo de SE (90 minutos), para ocorrer repercussões na memória espacial, assim, encontramos diferença significativa entre o grupo que permaneceu longo período em SE e o controle, durante todos os dias de treinamento (p<0,05 em ANOVA). Não houve diferença no desempenho dos ratos normais no LAM entre os grupos que receberam tratamento crônico com FAEs em dose terapêutica (DE50). Também não encontramos diferença entre os ratos epilépticos que receberam tratamento crônico com FAEs e aqueles que receberam solução salina, porém diferiram significativamente do controle (p<0,05 em ANOVA). O tratamento crônico em doses elevadas de FAEs não apresentou diferença entre os ratos epilépticos tratados com salina, no entanto, houve diferença entre as diferentes doses de CBZ (p=0,034 em ANOVA). Com relação aos dados eletrofisiológicos, encontramos dificuldade na obtenção de LTP em fatias hipocampais de ratos submetidos a diferentes tempos de SE. O tratamento crônico com FAEs (DE50), interferiu de forma significativa na indução da LTP em fatias hipocampais de ratos normais (χ2 =11,74 Qui-quadrado, p=0,01 em Teste t), e dificultou a obtenção de LTP em fatias hipocampais de ratos epilépticos. O tratamento crônico de ratos epilépticos com FAEs em doses elevadas, impediu a indução de LTP, independente do fármaco. CONCLUSÕES: O déficit cognitivo está diretamente relacionado com o tempo de duração do SE, sendo necessário 90 minutos para verificar repercussões no labirinto aquático de Morris. O tratamento crônico com FAEs (CBZ ou FNB), em DE50, não interfere no aprendizado espacial de rato controle, nem de epiléptico, e em doses elevadas também não interfere no desempenho de ratos epilépticos. Com relação aos dados eletrofisiológicos, podemos inferir que a epilepsia induzida pelo modelo experimental da pilocarpina interfere na indução da LTP, independente do tempo de SE, porém, quanto maior a duração, maior a dificuldade na obtenção de LTP. O tratamento crônico com CBZ ou FNB (DE50), interfere na indução da LTP, tanto em ratos controle, quanto em epilépticos, e em doses elevadas impedi a obtenção do fenômeno de LTP. / JUSTIFICATION: The study of temporal lobe epilepsy is of great interest since its prevalence is high and not all patients can achieve acceptable seizure control. Even if the cognitive deficit due to epilepsy is multifactorial, the use of antiepileptic drugs (AEDs), important in controlling the seizures, can aggravate cognitive and behavioral alterations. OBJETIVE: To evaluate how epilepsy and antiepileptic drugs influence spatial memory and the induction of the long term potentiation (LTP) phenomenon, in the CA1 hippocampal region, in pilocarpine-treated epileptic rats. METHODOLOGY: Animals were divided into groups according to the period of time in which they remained in status epilepticus (SE): Pilocarpine A (15minutes) and Pilocarpine B (90minutes). Previous to pilocarpine (250mg/kg i.p.), animals received methylescopolamine (1mg/kg i.p.) in order to attenuate peripheral cholinergic effects. Diazepan (4mg/kg) was administered 15 and 90 minutes after the SE onset to attenuate behavior manifestations. Animals that remained 90 minutes in SE started the chronic treatment with AEDs (45 days) 24 hours after SE induction. The drugs of choice were carbamazepine (CBZ) and Phenobarbital (PB), administered in both therapeutic and elevated doses (60mg/kg, 150mg/kg and 35mg/kg; 100mg/kg respectively). Learning and spatial memory were evaluated in the Morris Water Maze (MWM), according to the protocol of 4 training days (24 sessions). Later, the electrophysiological study of LTP was performed in vitro. RESULTS: We noted a long period of SE (90 minutes) is necessary for repercussions in spatial memory to occur. We verified significant difference between the group that remained in SE for a long period of time and the control group, in every day of training (p<0,05 ANOVA). There was no significant difference in the performance of control rats between the groups that received AEDs (ED50). No significant difference was found between pilocarpine-treated rats receiving AEDs and those which received saline, but there was significant difference when compared to control animals (p<0,05 ANOVA). No significant difference was found between chronic treatment epileptic and control animals, but there was a difference between the two doses of CBZ (p=0,034 ANOVA). Concerning electrophysiological recordings, it was difficult to obtain LTP in hippocampal slices from animals that underwent SE. Chronic treatment with AEDs (ED 50), significantly interfered in LTP induction in hippocampal slices from normal rats (χ2 =11,74 , p=0,01 in t Test), and makes it difficult to obtain LTP in slices from epileptic animals. LTP could not be induced in slices from rats that underwent chronic treatment with AEDs in elevated doses. CONCLUSIONS: Cognitive deficit is directly related to time of SE, 90 minutes of SE are necessary in order to note repercussion in MWM. AEDs (CBZ ou FNB), in ED50, do not interfere in learning of control or epileptic rats, and in elevated dose does not interfere in the performance of epileptic animals. Pilocarpine-induced epilepsy interferes in induction of LTP, and the longer the time of SE the more difficult it is to obtain LTP. Chronic treatment with CBZ or PB (ED50) interferes in LTP induction, for both control and pilocarpine-treated animals, and in elevated doses LTP cannot be obtained.
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Epilepsia experimental e fármacos antiepilépticos : efeito na memória espacial e na potenciação de longa duração induzida in vitro

Pedroso, Michele Franzen January 2005 (has links)
JUSTIFICATIVA: A epilepsia do lobo temporal é foco de grande interesse devido sua alta prevalência e refratariedade ao tratamento medicamentoso. Embora o déficit cognitivo decorrente da epilepsia seja multifatorial, o tratamento com fármacos antiepilépticos (FAEs), importante para o controle das crises epilépticas, pode agravar as alterações cognitivas e comportamentais. OBJETIVO: Avaliar a influência da epilepsia e de fármacos antiepilépticos na memória espacial e na indução do fenômeno de potenciação de longa duração (LTP) na região CA1 hipocampal, em ratos com epilepsia induzida pela pilocarpina. METODOLOGIA: Os animais foram divididos em grupos conforme o tempo que permaneceram em status epilepticus (SE): Pilocarpina A (15minutos) e Pilocarpina B (90minutos). Previamente a aplicação da pilocarpina (250mg/kg i.p.), os animais receberam metilescopolamina (1mg/kg i.p.) para minimizar os efeitos colinérgicos periféricos, decorrido o tempo de SE, receberam diazepan (4mg/kg) para atenuar as manifestações comportamentais. Após 24horas da indução do SE, os animais que permaneceram 90 minutos em SE, iniciaram o tratamento crônico com FAEs (45 dias). Os FAEs escolhidos, a carbamazepina (CBZ) e o fenobarbital (FNB), amplamente utilizados no tratamento clínico das epilepsias, foram administrados em doses terapêutica e elevada (60 e 150mg/kg e 35 e 100mg/kg respectivamente). A memória espacial foi avaliada no labirinto aquático de Morris (LAM), seguindo o protocolo de 4 dias de treino (24 sessões) com a plataforma fixa e invisível. Posteriormente, foi realizado o estudo eletrofisiológico in vitro de LTP. RESULTADOS: Verificamos a necessidade de um período longo de SE (90 minutos), para ocorrer repercussões na memória espacial, assim, encontramos diferença significativa entre o grupo que permaneceu longo período em SE e o controle, durante todos os dias de treinamento (p<0,05 em ANOVA). Não houve diferença no desempenho dos ratos normais no LAM entre os grupos que receberam tratamento crônico com FAEs em dose terapêutica (DE50). Também não encontramos diferença entre os ratos epilépticos que receberam tratamento crônico com FAEs e aqueles que receberam solução salina, porém diferiram significativamente do controle (p<0,05 em ANOVA). O tratamento crônico em doses elevadas de FAEs não apresentou diferença entre os ratos epilépticos tratados com salina, no entanto, houve diferença entre as diferentes doses de CBZ (p=0,034 em ANOVA). Com relação aos dados eletrofisiológicos, encontramos dificuldade na obtenção de LTP em fatias hipocampais de ratos submetidos a diferentes tempos de SE. O tratamento crônico com FAEs (DE50), interferiu de forma significativa na indução da LTP em fatias hipocampais de ratos normais (χ2 =11,74 Qui-quadrado, p=0,01 em Teste t), e dificultou a obtenção de LTP em fatias hipocampais de ratos epilépticos. O tratamento crônico de ratos epilépticos com FAEs em doses elevadas, impediu a indução de LTP, independente do fármaco. CONCLUSÕES: O déficit cognitivo está diretamente relacionado com o tempo de duração do SE, sendo necessário 90 minutos para verificar repercussões no labirinto aquático de Morris. O tratamento crônico com FAEs (CBZ ou FNB), em DE50, não interfere no aprendizado espacial de rato controle, nem de epiléptico, e em doses elevadas também não interfere no desempenho de ratos epilépticos. Com relação aos dados eletrofisiológicos, podemos inferir que a epilepsia induzida pelo modelo experimental da pilocarpina interfere na indução da LTP, independente do tempo de SE, porém, quanto maior a duração, maior a dificuldade na obtenção de LTP. O tratamento crônico com CBZ ou FNB (DE50), interfere na indução da LTP, tanto em ratos controle, quanto em epilépticos, e em doses elevadas impedi a obtenção do fenômeno de LTP. / JUSTIFICATION: The study of temporal lobe epilepsy is of great interest since its prevalence is high and not all patients can achieve acceptable seizure control. Even if the cognitive deficit due to epilepsy is multifactorial, the use of antiepileptic drugs (AEDs), important in controlling the seizures, can aggravate cognitive and behavioral alterations. OBJETIVE: To evaluate how epilepsy and antiepileptic drugs influence spatial memory and the induction of the long term potentiation (LTP) phenomenon, in the CA1 hippocampal region, in pilocarpine-treated epileptic rats. METHODOLOGY: Animals were divided into groups according to the period of time in which they remained in status epilepticus (SE): Pilocarpine A (15minutes) and Pilocarpine B (90minutes). Previous to pilocarpine (250mg/kg i.p.), animals received methylescopolamine (1mg/kg i.p.) in order to attenuate peripheral cholinergic effects. Diazepan (4mg/kg) was administered 15 and 90 minutes after the SE onset to attenuate behavior manifestations. Animals that remained 90 minutes in SE started the chronic treatment with AEDs (45 days) 24 hours after SE induction. The drugs of choice were carbamazepine (CBZ) and Phenobarbital (PB), administered in both therapeutic and elevated doses (60mg/kg, 150mg/kg and 35mg/kg; 100mg/kg respectively). Learning and spatial memory were evaluated in the Morris Water Maze (MWM), according to the protocol of 4 training days (24 sessions). Later, the electrophysiological study of LTP was performed in vitro. RESULTS: We noted a long period of SE (90 minutes) is necessary for repercussions in spatial memory to occur. We verified significant difference between the group that remained in SE for a long period of time and the control group, in every day of training (p<0,05 ANOVA). There was no significant difference in the performance of control rats between the groups that received AEDs (ED50). No significant difference was found between pilocarpine-treated rats receiving AEDs and those which received saline, but there was significant difference when compared to control animals (p<0,05 ANOVA). No significant difference was found between chronic treatment epileptic and control animals, but there was a difference between the two doses of CBZ (p=0,034 ANOVA). Concerning electrophysiological recordings, it was difficult to obtain LTP in hippocampal slices from animals that underwent SE. Chronic treatment with AEDs (ED 50), significantly interfered in LTP induction in hippocampal slices from normal rats (χ2 =11,74 , p=0,01 in t Test), and makes it difficult to obtain LTP in slices from epileptic animals. LTP could not be induced in slices from rats that underwent chronic treatment with AEDs in elevated doses. CONCLUSIONS: Cognitive deficit is directly related to time of SE, 90 minutes of SE are necessary in order to note repercussion in MWM. AEDs (CBZ ou FNB), in ED50, do not interfere in learning of control or epileptic rats, and in elevated dose does not interfere in the performance of epileptic animals. Pilocarpine-induced epilepsy interferes in induction of LTP, and the longer the time of SE the more difficult it is to obtain LTP. Chronic treatment with CBZ or PB (ED50) interferes in LTP induction, for both control and pilocarpine-treated animals, and in elevated doses LTP cannot be obtained.
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Epilepsia experimental e fármacos antiepilépticos : efeito na memória espacial e na potenciação de longa duração induzida in vitro

Pedroso, Michele Franzen January 2005 (has links)
JUSTIFICATIVA: A epilepsia do lobo temporal é foco de grande interesse devido sua alta prevalência e refratariedade ao tratamento medicamentoso. Embora o déficit cognitivo decorrente da epilepsia seja multifatorial, o tratamento com fármacos antiepilépticos (FAEs), importante para o controle das crises epilépticas, pode agravar as alterações cognitivas e comportamentais. OBJETIVO: Avaliar a influência da epilepsia e de fármacos antiepilépticos na memória espacial e na indução do fenômeno de potenciação de longa duração (LTP) na região CA1 hipocampal, em ratos com epilepsia induzida pela pilocarpina. METODOLOGIA: Os animais foram divididos em grupos conforme o tempo que permaneceram em status epilepticus (SE): Pilocarpina A (15minutos) e Pilocarpina B (90minutos). Previamente a aplicação da pilocarpina (250mg/kg i.p.), os animais receberam metilescopolamina (1mg/kg i.p.) para minimizar os efeitos colinérgicos periféricos, decorrido o tempo de SE, receberam diazepan (4mg/kg) para atenuar as manifestações comportamentais. Após 24horas da indução do SE, os animais que permaneceram 90 minutos em SE, iniciaram o tratamento crônico com FAEs (45 dias). Os FAEs escolhidos, a carbamazepina (CBZ) e o fenobarbital (FNB), amplamente utilizados no tratamento clínico das epilepsias, foram administrados em doses terapêutica e elevada (60 e 150mg/kg e 35 e 100mg/kg respectivamente). A memória espacial foi avaliada no labirinto aquático de Morris (LAM), seguindo o protocolo de 4 dias de treino (24 sessões) com a plataforma fixa e invisível. Posteriormente, foi realizado o estudo eletrofisiológico in vitro de LTP. RESULTADOS: Verificamos a necessidade de um período longo de SE (90 minutos), para ocorrer repercussões na memória espacial, assim, encontramos diferença significativa entre o grupo que permaneceu longo período em SE e o controle, durante todos os dias de treinamento (p<0,05 em ANOVA). Não houve diferença no desempenho dos ratos normais no LAM entre os grupos que receberam tratamento crônico com FAEs em dose terapêutica (DE50). Também não encontramos diferença entre os ratos epilépticos que receberam tratamento crônico com FAEs e aqueles que receberam solução salina, porém diferiram significativamente do controle (p<0,05 em ANOVA). O tratamento crônico em doses elevadas de FAEs não apresentou diferença entre os ratos epilépticos tratados com salina, no entanto, houve diferença entre as diferentes doses de CBZ (p=0,034 em ANOVA). Com relação aos dados eletrofisiológicos, encontramos dificuldade na obtenção de LTP em fatias hipocampais de ratos submetidos a diferentes tempos de SE. O tratamento crônico com FAEs (DE50), interferiu de forma significativa na indução da LTP em fatias hipocampais de ratos normais (χ2 =11,74 Qui-quadrado, p=0,01 em Teste t), e dificultou a obtenção de LTP em fatias hipocampais de ratos epilépticos. O tratamento crônico de ratos epilépticos com FAEs em doses elevadas, impediu a indução de LTP, independente do fármaco. CONCLUSÕES: O déficit cognitivo está diretamente relacionado com o tempo de duração do SE, sendo necessário 90 minutos para verificar repercussões no labirinto aquático de Morris. O tratamento crônico com FAEs (CBZ ou FNB), em DE50, não interfere no aprendizado espacial de rato controle, nem de epiléptico, e em doses elevadas também não interfere no desempenho de ratos epilépticos. Com relação aos dados eletrofisiológicos, podemos inferir que a epilepsia induzida pelo modelo experimental da pilocarpina interfere na indução da LTP, independente do tempo de SE, porém, quanto maior a duração, maior a dificuldade na obtenção de LTP. O tratamento crônico com CBZ ou FNB (DE50), interfere na indução da LTP, tanto em ratos controle, quanto em epilépticos, e em doses elevadas impedi a obtenção do fenômeno de LTP. / JUSTIFICATION: The study of temporal lobe epilepsy is of great interest since its prevalence is high and not all patients can achieve acceptable seizure control. Even if the cognitive deficit due to epilepsy is multifactorial, the use of antiepileptic drugs (AEDs), important in controlling the seizures, can aggravate cognitive and behavioral alterations. OBJETIVE: To evaluate how epilepsy and antiepileptic drugs influence spatial memory and the induction of the long term potentiation (LTP) phenomenon, in the CA1 hippocampal region, in pilocarpine-treated epileptic rats. METHODOLOGY: Animals were divided into groups according to the period of time in which they remained in status epilepticus (SE): Pilocarpine A (15minutes) and Pilocarpine B (90minutes). Previous to pilocarpine (250mg/kg i.p.), animals received methylescopolamine (1mg/kg i.p.) in order to attenuate peripheral cholinergic effects. Diazepan (4mg/kg) was administered 15 and 90 minutes after the SE onset to attenuate behavior manifestations. Animals that remained 90 minutes in SE started the chronic treatment with AEDs (45 days) 24 hours after SE induction. The drugs of choice were carbamazepine (CBZ) and Phenobarbital (PB), administered in both therapeutic and elevated doses (60mg/kg, 150mg/kg and 35mg/kg; 100mg/kg respectively). Learning and spatial memory were evaluated in the Morris Water Maze (MWM), according to the protocol of 4 training days (24 sessions). Later, the electrophysiological study of LTP was performed in vitro. RESULTS: We noted a long period of SE (90 minutes) is necessary for repercussions in spatial memory to occur. We verified significant difference between the group that remained in SE for a long period of time and the control group, in every day of training (p<0,05 ANOVA). There was no significant difference in the performance of control rats between the groups that received AEDs (ED50). No significant difference was found between pilocarpine-treated rats receiving AEDs and those which received saline, but there was significant difference when compared to control animals (p<0,05 ANOVA). No significant difference was found between chronic treatment epileptic and control animals, but there was a difference between the two doses of CBZ (p=0,034 ANOVA). Concerning electrophysiological recordings, it was difficult to obtain LTP in hippocampal slices from animals that underwent SE. Chronic treatment with AEDs (ED 50), significantly interfered in LTP induction in hippocampal slices from normal rats (χ2 =11,74 , p=0,01 in t Test), and makes it difficult to obtain LTP in slices from epileptic animals. LTP could not be induced in slices from rats that underwent chronic treatment with AEDs in elevated doses. CONCLUSIONS: Cognitive deficit is directly related to time of SE, 90 minutes of SE are necessary in order to note repercussion in MWM. AEDs (CBZ ou FNB), in ED50, do not interfere in learning of control or epileptic rats, and in elevated dose does not interfere in the performance of epileptic animals. Pilocarpine-induced epilepsy interferes in induction of LTP, and the longer the time of SE the more difficult it is to obtain LTP. Chronic treatment with CBZ or PB (ED50) interferes in LTP induction, for both control and pilocarpine-treated animals, and in elevated doses LTP cannot be obtained.
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Manejo de fármacos antiepilépticos após hemisferotomia: implicações em recorrência de crises, aspectos práticos, neuropsicológicos e do desenvolvimento / Manegement of antiepileptic drugs after hemispherotomy: implications for seizures recurrence, practical, neuropsychological and development aspects

Larissa Aparecida Batista 29 May 2018 (has links)
Introdução: a cirurgia de epilepsia é uma opção de tratamento para pacientes com epilepsia refratária. A hemisferotomia pode produzir um controle notável da epilepsia hemisférica clinicamente intratável em crianças. O resultado final desejável, após a hemisferotomia, é o controle de crises e a redução ou retirada de fármacos antiepiléticos, visando a melhora cognitiva e do desenvolvimento da criança. Objetivos: verificar a efetividade da hemisferotomia no controle de crises e na retirada ou redução de fármacos antiepilépticos em pacientes classificados como Engel 1, e analisar os desfechos cognitivo e de desenvolvimento após a abordagem cirúrgica e redução de fármacos antiepilépticos. Métodos: revisão de prontuários médicos e banco de dados de pacientes crianças e adolescentes, com idade inferior a 19 anos no momento da cirurgia, submetidos a hemisferotomia para tratamento de epilepsia refratária no Centro de Epilepsia de Ribeirão Preto do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, entre anos de 1995 e 2015. Resultados: foram avaliados 120 prontuários médicos, dos quais foram considerados aptos 82. Amostra sem diferença significativa entre sexos. Para o manejo de fármacos foram considerados 44 pacientes que eram classificados como Engel 1 no segundo ano pós cirúrgico. Para estes pacientes foram avaliadas variáveis como retirada ou redução de fármacos antiepilépticos, bem como o tempo para que esse manejo fosse realizado, além do desfecho cognitivo e de desenvolvimento. Conclusão: A hemisferotomia é uma cirurgia eficaz para pacientes com doença hemisférica, possibilitando que paciente fique livre de crises e, eventualmente, livre de fármacos antiepilépticos. O desfecho de sucesso cirúrgico é dependente de inúmeras variáveis e o manejo de fármacos é realizado conforme experiência de profissionais de cada serviço. / Introduction: Epilepsy surgery is a treatment option for patients with refractory epilepsy. Hemisferotomy can produce a remarkable control of clinically intractable hemispheric epilepsy in children. The intended outcome, after hemispherotomy, is the seizure control and the reduction or withdrawal of antiepileptic drugs, aiming at the cognitive and developmental improvement of the child. Objectives: To verify the effectiveness of the hemispherotomy in the crisis control and in the withdrawal or reduction of antiepileptic drugs in patients classified as Engel 1, and to analyze the cognitive and developmental outcomes after the surgical approach and reduction of antiepileptic drugs. Methods: review of medical records and database of children and adolescents under 19 years of age at the time of surgery submitted to hemispherotomy for the treatment of refractory epilepsy at the Epilepsy Center of Ribeirão Preto, Hospital das Clínicas, Faculdade de Medicina of Ribeirão Preto between 1995 and 2015. Results: 120 medical records were evaluated, of which 82 were considered suitable. Sample with no significant difference between gender. For the management of drugs, 44 patients were classified as Engel 1 in the second postoperative year. For these patients, variables such as withdrawal or reduction of antiepileptic drugs were evaluated, as well as the time for this management to be performed, in addition to the cognitive and developmental outcome. Conclusion: Hemispherotomy is an effective surgery for patients with hemispheric disease, allowing patients to be seizure free and eventually free of antiepileptic drugs. The outcome of surgical success depends on innumerable variables and the management of drugs is performed according to the experience of professionals of each service.
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Avaliação dos efeitos das medicações antiepilépticas na conectividade cerebral de pacientes com epilepsia do lobo temporal por meio da neuroimagem / Analysis of the antiepileptic medications effects on the cerebral connectivity of patients with temporal lobe epilepsy through neuroimaging

Bellentani, Fernanda Furlanetto [UNESP] 17 February 2017 (has links)
Submitted by Fernanda Furlanetto Bellentani null (fernandafbelle@gmail.com) on 2017-03-07T01:02:32Z No. of bitstreams: 1 Tese Bellentani FF.pdf: 1557146 bytes, checksum: 788737393ee9b836ba8bd34728ed2c3d (MD5) / Approved for entry into archive by Juliano Benedito Ferreira (julianoferreira@reitoria.unesp.br) on 2017-03-10T16:53:16Z (GMT) No. of bitstreams: 1 bellentani_ff_dr_bot.pdf: 1557146 bytes, checksum: 788737393ee9b836ba8bd34728ed2c3d (MD5) / Made available in DSpace on 2017-03-10T16:53:16Z (GMT). No. of bitstreams: 1 bellentani_ff_dr_bot.pdf: 1557146 bytes, checksum: 788737393ee9b836ba8bd34728ed2c3d (MD5) Previous issue date: 2017-02-17 / A conectividade funcional é anormal na epilepsia do lobo temporal mesial (ELTm). O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos de fármacos antiepilépticos (FAES) na conectividade funcional de pacientes com ELTm. Para isso, 31 pacientes com ELTm (16 à direita e 15 à esquerda) e 36 controles foram investigados. Sequências 3D volumétricas T1 e imagens funcionais a partir de sinal BOLD foram adquiridas em um equipamento 3T. Os dados da ressonância magnética funcional (RMf) em repouso foram processados e analisados utilizando o programa CONN. Para cada sujeito, duas formas de análise foram realizadas: uma de correlação entre as várias regiões de interesse e outra de região interesse para todos os voxels. A análise de grupos foi feita utilizando um modelo linear geral com nível de significância de p < 0,05 corrigido para múltiplas comparações. Foram realizadas comparações entre pacientes com ELTm (direita ou esquerda) e controles, seguidas de comparações de acordo com a carga de FAEs. A partir dessas análises, foi constatado uma redução de conectividade com volume total de 9092 mm3 (p<0,0001), em pacientes com ELTm esquerda e 5234 mm3 (p<0,0001), em pacientes com ELTm direita . Quando considerada a carga de medicação, pacientes com ELTm esquerda, recebendo doses altas, apresentaram redução de conectividade nas regiões temporais. Nos pacientes que recebiam doses baixas, essa redução atingiu uma área total mais extensa, no córtex frontal medial, na região posterior do cíngulo e pré-cúneo. Para o lado direito, em pacientes recebendo doses altas, a redução de conectividade foi observada apenas na área do cótex frontal medial. Nos que receberam doses baixas, 2 áreas com redução foram observadas (córtex frontal medial e região posterior do cíngulo) e com uma extensão maior. A análise de correlação envolvendo regiões de interesse mostrou, para ambos os lados, que o circuito amígdalo-hipocampal e a rede de modo padrão apresentaram maior conectividade quando utilizadas maiores doses de FAEs. Com base nesses resultados, foram confirmadas áreas de conectividade funcional anormal em pacientes com ELTm e que se apresentam mais difusas em pacientes com ELTm esquerda. Conclui-se também que as doses de medicamentos podem influenciar nestas observações, uma vez que o aumento de dose tende a normalizar a conectividade funcional cerebral. / The functional connectivity is abnormal in mesial temporal lobe epilepsy (MTLE). The objective of this study was to investigate the effects of antiepileptic drugs (AED) laterality and medication effect in the functional connectivity of MTLE. For this, 31 patients with MTLE (16 right and 15 left) and 36 controls were investigated. 3D volumetric sequences T1 and functional images from BOLD signal were acquired in a 3T equipment. Functional magnetic resonance imaging (fMRI) data were processed and analyzed using the CONN program. Two forms of analysis were performed for each patient: one of correlation between the various regions of interest and other of region of interest for all the voxels. The group analyzes was done following a general linear model with a level of significance of p < 0,05 corrected for the multiple comparisons. Comparisons were made between patients with MTLE (right or left) and controls, following of comparisons according to the AED. From these analysis, it was observed that in patients with left MTLE, there was a reduction in connectivity with total volume of 9092 mm³ (p<0,0001) and in patients with right MTLE, the areas of decreased connectivity totaled 5234 mm³ (p<0,0001). When considering the medication load, patients with left MTLE receiving high doses presented reduced connectivity in the temporal regions and in patients receiving low doses, this reduction reached a more extensive total area, in the medial frontal cortex, in the posterior region of the cingulate and pre-cuneous. To the right side, in patients receiving high doses, a reduced connectivity was observed only in the area of the medial frontal cortex, whereas in those receiving low doses, 2 areas with reduction were observed (medial frontal cortex and posterior cingulate region). The analysis of correlation involving regions of interest showed, to both sides that the amygdalo-hippocampal circuit and the network pattern mode presented greater connectivity when higher doses of AED. Based on these results were confirmed areas of abnormal functional connectivity in patients with MTLE and are more difuse in patients with left MTLE. It was also concluded that drug doses can influence these observations, once the doses increase tends to normalize functional brain connectivity.
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Avaliação dos efeitos das medicações antiepilépticas na conectividade cerebral de pacientes com epilepsia do lobo temporal por meio da neuroimagem.

Bellentani, Fernanda Furlanetto. January 2017 (has links)
Orientador: Luiz Eduardo Gomes Garcia Betting / Resumo: A conectividade funcional é anormal na epilepsia do lobo temporal mesial (ELTm). O objetivo deste estudo foi investigar os efeitos de fármacos antiepilépticos (FAES) na conectividade funcional de pacientes com ELTm. Para isso, 31 pacientes com ELTm (16 à direita e 15 à esquerda) e 36 controles foram investigados. Sequências 3D volumétricas T1 e imagens funcionais a partir de sinal BOLD foram adquiridas em um equipamento 3T. Os dados da ressonância magnética funcional (RMf) em repouso foram processados e analisados utilizando o programa CONN. Para cada sujeito, duas formas de análise foram realizadas: uma de correlação entre as várias regiões de interesse e outra de região interesse para todos os voxels. A análise de grupos foi feita utilizando um modelo linear geral com nível de significância de p < 0,05 corrigido para múltiplas comparações. Foram realizadas comparações entre pacientes com ELTm (direita ou esquerda) e controles, seguidas de comparações de acordo com a carga de FAEs. A partir dessas análises, foi constatado uma redução de conectividade com volume total de 9092 mm3 (p<0,0001), em pacientes com ELTm esquerda e 5234 mm3 (p<0,0001), em pacientes com ELTm direita . Quando considerada a carga de medicação, pacientes com ELTm esquerda, recebendo doses altas, apresentaram redução de conectividade nas regiões temporais. Nos pacientes que recebiam doses baixas, essa redução atingiu uma área total mais extensa, no córtex frontal medial, na região posterior do cíngulo e p... (Resumo completo, clicar acesso eletrônico abaixo) / Doutor
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Efeito dos anticonvulsivantes aromáticos (carbamazepina, fenitoína e fenobarbital) e de seus areno-óxidos na função e no estresse oxidativo mitocondrial em fígado de rato / Aromatic antiepiletic drugs and mitochondrial toxicity: effects on mitochondria isolated from rat liver

Medina, Wanessa Silva Garcia 06 June 2008 (has links)
O fígado desempenha um papel central na disposição metabólica de vários agentes químicos endógenos e exógenos, incluindo quase todos os fármacos. Neste processo de biotransformação pode ocorrer a formação de metabólitos intermediários altamente reativos que se não forem convenientemente eliminados podem interagir com macromoléculas celulares lesando o órgão. A hepatotoxicidade idiossincrática associada ao uso de antiepilépticos aromáticos (AEA) é bem conhecida e tem sido atribuída ao acúmulo de intermediários tóxicos (areno-óxidos) formados durante a bioativação hepática. Embora a participação de processos imunológicos no mecanismo de ação tóxica dos AEA tenha sido demonstrada, existe a possibilidade de mecanismos adjuvantes envolvendo a toxicidade mitocondrial, evento ainda não explorado na literatura científica. Neste estudo avaliou-se, in vitro, o efeito dos AEA: carbamazepina, fenitoína e fenobarbital, bem como dos seus respectivos metabólitos na função mitocondrial e na indução do estresse oxidativo em mitocôndrias de fígado de rato, como possível mecanismo de ação hepatotóxica desses fármacos. Sistema microssomal hepático de rato foi utilizado para bioativação dos fármacos e produção dos respectivos metabólitos in vitro. Sem a bioativação, somente o fenobarbital (em concentrações elevadas) apresentou efeitos inibidores sobre o estado 3 da respiração, síntese de ATP e potencial de membrana, sem, contudo induzir o estresse oxidativo. Quando bioativados, todos os fármacos apresentaram efeitos sobre a função mitocondrial através de processo mediado por estresse oxidativo. Todos os fármacos bioativados afetaram a respiração mitocondrial, causando diminuição do consumo de oxigênio no estado 3, diminuição do RCR e aumento do consumo de oxigênio no estado 4. Foram também evidenciadas alterações na captação/liberação de cálcio, inibição da síntese de ATP, diminuição do potencial de membrana e inibição do intumescimento mitocondrial induzido pelo cálcio. A oxidação de proteínas e lipídeos mitocondriais foi demonstrada pela formação de proteínas carboniladas, diminuição de proteínas com grupamentos sulfidrila, aumento de malondialdeído (MDA) e pela oxidação da cardiolipina. O sistema de defesa antioxidante mitocondrial também foi afetado, como evidenciado pela diminuição da relação GSH/GSSG (glutationa reduzida/glutationa oxidada). Os resultados sugerem fortemente a participação do dano mitocondrial, mediado pelo estresse oxidativo causado pelos metabólitos dos AEA, no desenvolvimento da hepatotoxicidade idiossincrática induzida por esses fármacos. / The liver plays a central role in the metabolic disposition of various endogenous and exogenous chemicals, including almost all drugs. During the biotransformation process, highly reactive metabolites can be produced, and if they are not detoxified, they can interact with cellular macromolecules and cause organ injury. Idiosyncratic hepatotoxicity is a well-known complication associated with aromatic antiepileptic drugs (AAED), and it has been suggested to occur due to the accumulation of toxic arene oxide metabolites. Although the participation of an immune process in the toxic action mechanism of AAED has been demonstrated, adjuvant mechanisms involving mitochondrial toxicity is also possible and such event has not been studied yet. Therefore, we investigated, in vitro, the effects of carbamazepine (CB), phenytoin (PT), phenobarbital (PB) and their respective metabolites on the hepatic mitochondrial function as well as their ability to induce oxidative stress in rat liver mitochondria, as a possible hepatotoxic action mechanism. The murine hepatic microsomal system was used to bioactivate the drugs and to produce the anticonvulsant metabolites in vitro. As an unaltered drug, only phenobarbital (in high concentrations) presented inhibitory effects on state 3 respiration, ATP synthesis, and membrane potential; however, it did not induce oxidative stress. All the bioactivated drugs affected mitochondrial function through an oxidative stress-mediated process. All the bioactivated drugs affected mitochondrial function causing decrease in state 3 respiration, decrease in RCR and increase in state 4 respiration. They also caused impairment of Ca+2 uptake /release, decrease in ATP synthesis, decrease in membrane potential and inhibition of calcium-induced swelling. Oxidation of proteins and lipids was evidenced by carbonil proteins formation, decrease in thiol proteins, increase in malonaldehyde (MDA) and cardiolipin oxidation. The mitochondrial antioxidant defense system was also affected, as evidenced by the decreased GSH/GSSG ratio (reduced glutathione/oxidized glutathione). Results strongly suggest the involvement of mitochondrial damage, which is mediated by the oxidative stress caused by the AAED metabolites, in the development of AAED-induced idiosyncratic hepatotoxicity.
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Desenvolvimento e validação de métodos analíticos, estudo preliminar de estabilidade e ensaio de dissolução do antiepléptico triazínico lamotrigina na forma farmacêutica comprimido / Development and validation of analytical methods, preliminary study of stability and dissolution test to determination of the triazine antiepileptic lamotrigine in tablets

Martins, Magda Targa January 2007 (has links)
A lamotrigina é um fármaco relativamente novo que tem se mostrado útil no tratamento de diferentes crises epilépticas. Este fármaco encontra-se no mercado na forma de comprimidos e, apesar de seu amplo uso na terapêutica, não há descrição de métodos analíticos em códigos oficiais para o controle de qualidade da lamotrigina em sua forma farmacêutica. Estudos de estabilidade não foram encontrados na literatura científica, apenas dados fornecidos pela indústria. No FDA (2006) estão descritas as condições para o teste de dissolução dos comprimidos de lamotrigina, mas não há relatos sobre a forma de quantificação dos mesmos. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivos o desenvolvimento e validação de métodos analíticos qualitativos e quantitativos, realização de estudo preliminar de estabilidade e o desenvolvimento e validação de método de dissolução para o controle de qualidade da lamotrigina em comprimidos.A caracterização da substância química de referência foi realizada através de calorimetria diferencial exploratória (DSC) e espectrofotometria na região do infravermelho (IV). A cromatografia em camada delgada (CCD), espectrofotometria de absorção no ultravioleta (UV) e cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) foram utilizadas para identificação da lamotrigina em comprimidos. Para a quantificação dos comprimidos, foram utilizadas a espectrofotometria de absorção no ultravioleta (UV) e cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). O estudo preliminar de estabilidade térmica foi realizado submetendo-se as amostras ao calor seco de 80ºC. A fotoestabilidade foi avaliada em soluções de lamotrigina armazenadas em câmara de luz a 254 nm por um período de até quinze dias, demonstrando que o fármaco é sensível à luz. As amostras também foram submetidas à hidrólise ácida por um período de 54 horas, observando-se decaimento no teor do fármaco. Foi desenvolvido e validado um método de dissolução simples e rápido para o controle de qualidade dos comprimidos de lamotrigina. / Lamotrigine is a relative new antiepileptic drug that seems useful in the treatment of different seizures. Lamotrigine can be found in the market in tablets. Despite being used in therapeutics, methods for quality control of lamotrigine in tablets are not available in the official codes. Stability studies were just informed by the producer. FDA (2006) described the conditions of dissolution test to lamotrigine in tablets, but there is nothing about the quantification method. In this way, the aim of this work was the development and validation of analytical methods, preliminary study of stability and the development and validation of a dissolution method to quality control of lamotrigine in tablets. The characterization of the reference standard was carried out by differential scanning calorimetry (DSC) and infrared spectroscopy (IR). Thin-layer chromatography (CCD), ultraviolet spectroscopy (UV) and high performance liquid chromatography (HPLC) was performed to lamotrigine qualitative analysis. UV and HPLC were performed to lamotrigine quantitative analysis. The sample solutions were submitted under UV-light at 254 nm during 15 days, showing degradation and decrease in the labeled amount. Thermal degradation was carried by dry heat at 80°C in solid powder. The solution samples was also submitted to acid condition with HCL 1 M during 54 hours. Rapid and simple dissolution method to routine quality control of lamotrigine was developed and validated.
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Desenvolvimento e validação de métodos analíticos, estudo preliminar de estabilidade e ensaio de dissolução do antiepléptico triazínico lamotrigina na forma farmacêutica comprimido / Development and validation of analytical methods, preliminary study of stability and dissolution test to determination of the triazine antiepileptic lamotrigine in tablets

Martins, Magda Targa January 2007 (has links)
A lamotrigina é um fármaco relativamente novo que tem se mostrado útil no tratamento de diferentes crises epilépticas. Este fármaco encontra-se no mercado na forma de comprimidos e, apesar de seu amplo uso na terapêutica, não há descrição de métodos analíticos em códigos oficiais para o controle de qualidade da lamotrigina em sua forma farmacêutica. Estudos de estabilidade não foram encontrados na literatura científica, apenas dados fornecidos pela indústria. No FDA (2006) estão descritas as condições para o teste de dissolução dos comprimidos de lamotrigina, mas não há relatos sobre a forma de quantificação dos mesmos. Desta forma, o presente trabalho teve como objetivos o desenvolvimento e validação de métodos analíticos qualitativos e quantitativos, realização de estudo preliminar de estabilidade e o desenvolvimento e validação de método de dissolução para o controle de qualidade da lamotrigina em comprimidos.A caracterização da substância química de referência foi realizada através de calorimetria diferencial exploratória (DSC) e espectrofotometria na região do infravermelho (IV). A cromatografia em camada delgada (CCD), espectrofotometria de absorção no ultravioleta (UV) e cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) foram utilizadas para identificação da lamotrigina em comprimidos. Para a quantificação dos comprimidos, foram utilizadas a espectrofotometria de absorção no ultravioleta (UV) e cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE). O estudo preliminar de estabilidade térmica foi realizado submetendo-se as amostras ao calor seco de 80ºC. A fotoestabilidade foi avaliada em soluções de lamotrigina armazenadas em câmara de luz a 254 nm por um período de até quinze dias, demonstrando que o fármaco é sensível à luz. As amostras também foram submetidas à hidrólise ácida por um período de 54 horas, observando-se decaimento no teor do fármaco. Foi desenvolvido e validado um método de dissolução simples e rápido para o controle de qualidade dos comprimidos de lamotrigina. / Lamotrigine is a relative new antiepileptic drug that seems useful in the treatment of different seizures. Lamotrigine can be found in the market in tablets. Despite being used in therapeutics, methods for quality control of lamotrigine in tablets are not available in the official codes. Stability studies were just informed by the producer. FDA (2006) described the conditions of dissolution test to lamotrigine in tablets, but there is nothing about the quantification method. In this way, the aim of this work was the development and validation of analytical methods, preliminary study of stability and the development and validation of a dissolution method to quality control of lamotrigine in tablets. The characterization of the reference standard was carried out by differential scanning calorimetry (DSC) and infrared spectroscopy (IR). Thin-layer chromatography (CCD), ultraviolet spectroscopy (UV) and high performance liquid chromatography (HPLC) was performed to lamotrigine qualitative analysis. UV and HPLC were performed to lamotrigine quantitative analysis. The sample solutions were submitted under UV-light at 254 nm during 15 days, showing degradation and decrease in the labeled amount. Thermal degradation was carried by dry heat at 80°C in solid powder. The solution samples was also submitted to acid condition with HCL 1 M during 54 hours. Rapid and simple dissolution method to routine quality control of lamotrigine was developed and validated.

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