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Uma educação da alma: literatura e imagem arquetípica / An education of the soul: Literature and archetypal image

Atihé, Eliana Braga Aloia 03 April 2006 (has links)
Esta tese procura registrar uma história de vida articulada por imagens da literatura apropriadas pela subjetividade no sentido de uma educação do cultivo da alma. Para isso, lanço-me, a partir de alguns trajetos de leitura, a um percurso teórico-analítico de cunho antropoliterário, no qual o texto é compreendido como mito e incorporado à história de vida do leitor como mediador simbólico inter e intrasubjetivo, cuja abertura semântica deve-se justamente à presença da imagem arquetípica segundo noção de James Hillman (1995:10). Os potenciais pedagógicos da literatura são veiculados pelas imagens portadoras do arquétipo como \"janelas de aprendizagem\" (Paula Carvalho) que permitem que o leitor transite do texto à existência e de volta, num circuito que o auxilia a promover a equilibração de polaridades e a elaboração criativa da alteridade representada, em última instância, pelo inconsciente, no sentido da construção da identidade do ego e em direção à individuação. São eixos organizadores: (1) a Arquetipologia Geral no contexto da Teoria Geral do Imaginário, de Gilbert Durand; (2) a noção de imagem no contexto da Psicologia Arquetípica, segundo James Hillman e (3) a noção de Educação Fática em José Carlos de Paula Carvalho. A partir de uma perspectiva hermenêutica que procura a abertura do discursivo rumo ao existencial (Paula Carvalho, 1998:59), recolho imagens de três obras clássicas da literatura, lidas por mim aos treze anos de idade, e que me conduziram na direção da descoberta da imagem essencial - a da educadora -, processo no qual enxergo a finalidade última da educação. As referidas obras lidas à margem da escola tornaram-se especialmente significativas devido à dinâmica proposta pela dimensão escolar oficial, também ela imprescindível para que a experiência com o significado se construísse. Retorno assim a Madame Bovary, de Gustave Flaubert, como exemplo de uma literatura para a formação da sensibilidade heróica; ao Decamerão, de Giovanni Boccaccio, como exemplo de uma literatura para a formação da sensibilidade mística e a O morro dos ventos uivantes, de Emily Brontë, como exemplo de uma literatura para a formação da sensibilidade dramática. / This present study tries to register images of a life history articulated by images of the literature - these latter ones appropriated by the subjectivity towards an education of the soul. Being so, I launch myself, starting from my experiences as a reader, into a theoretical-analytical path based on an anthropo-literary view in which literature is understood as myth and life history, i.e., as inter and intra-subjective symbolic mediator whose semantic openness is due mostly to the presence of the archetypal image - according to James Hillman\'s denomination ( 1995, 10). The pedagogical potentials of the literature are, in this way, transmitted by the images bearing an archetypal meaning that circulates from the text towards the life of the reader, to promote the equilibrium of the polarities, through the creative elaboration of alterity represented by the unconscious, in the construction of the ego´s identity. The thematic axe\'s that organize this study are: 1) The General Archetypology, of Gilbert Durand (1997); 2) the notion of image according to the Archetypal Psychology, of James Hillman (1997b). From an hermeneutic perspective, which looks for an openness that goes from the discourse towards the existential (Paula Carvalho, 1998, 59), I get images from three classical novels, in order to understand themselves in the convergence of life with reading, even guiding me to the direction of the discovery of my own essential image or daimon - in which I recognize the objective of education. The mentioned novels were read apart from school. Nevertheless, they became specially significant in my educational process due to the dynamism proposed by the official schooling dimension - also completely necessary so that this experience with meaning could be built. So, I come back to Madame Bovary, by Gustave Flaubert, as an example of a literature that forms the heroic sensibility; to Decameron, by Giovanni Bocaccio, as an example of a literature that forms the mystic sensibility; to O morro dos ventos uivantes, by Emily Brontë, as an example of a literature that forms the dramatic sensibility.
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Uma educação da alma: literatura e imagem arquetípica / An education of the soul: Literature and archetypal image

Eliana Braga Aloia Atihé 03 April 2006 (has links)
Esta tese procura registrar uma história de vida articulada por imagens da literatura apropriadas pela subjetividade no sentido de uma educação do cultivo da alma. Para isso, lanço-me, a partir de alguns trajetos de leitura, a um percurso teórico-analítico de cunho antropoliterário, no qual o texto é compreendido como mito e incorporado à história de vida do leitor como mediador simbólico inter e intrasubjetivo, cuja abertura semântica deve-se justamente à presença da imagem arquetípica segundo noção de James Hillman (1995:10). Os potenciais pedagógicos da literatura são veiculados pelas imagens portadoras do arquétipo como \"janelas de aprendizagem\" (Paula Carvalho) que permitem que o leitor transite do texto à existência e de volta, num circuito que o auxilia a promover a equilibração de polaridades e a elaboração criativa da alteridade representada, em última instância, pelo inconsciente, no sentido da construção da identidade do ego e em direção à individuação. São eixos organizadores: (1) a Arquetipologia Geral no contexto da Teoria Geral do Imaginário, de Gilbert Durand; (2) a noção de imagem no contexto da Psicologia Arquetípica, segundo James Hillman e (3) a noção de Educação Fática em José Carlos de Paula Carvalho. A partir de uma perspectiva hermenêutica que procura a abertura do discursivo rumo ao existencial (Paula Carvalho, 1998:59), recolho imagens de três obras clássicas da literatura, lidas por mim aos treze anos de idade, e que me conduziram na direção da descoberta da imagem essencial - a da educadora -, processo no qual enxergo a finalidade última da educação. As referidas obras lidas à margem da escola tornaram-se especialmente significativas devido à dinâmica proposta pela dimensão escolar oficial, também ela imprescindível para que a experiência com o significado se construísse. Retorno assim a Madame Bovary, de Gustave Flaubert, como exemplo de uma literatura para a formação da sensibilidade heróica; ao Decamerão, de Giovanni Boccaccio, como exemplo de uma literatura para a formação da sensibilidade mística e a O morro dos ventos uivantes, de Emily Brontë, como exemplo de uma literatura para a formação da sensibilidade dramática. / This present study tries to register images of a life history articulated by images of the literature - these latter ones appropriated by the subjectivity towards an education of the soul. Being so, I launch myself, starting from my experiences as a reader, into a theoretical-analytical path based on an anthropo-literary view in which literature is understood as myth and life history, i.e., as inter and intra-subjective symbolic mediator whose semantic openness is due mostly to the presence of the archetypal image - according to James Hillman\'s denomination ( 1995, 10). The pedagogical potentials of the literature are, in this way, transmitted by the images bearing an archetypal meaning that circulates from the text towards the life of the reader, to promote the equilibrium of the polarities, through the creative elaboration of alterity represented by the unconscious, in the construction of the ego´s identity. The thematic axe\'s that organize this study are: 1) The General Archetypology, of Gilbert Durand (1997); 2) the notion of image according to the Archetypal Psychology, of James Hillman (1997b). From an hermeneutic perspective, which looks for an openness that goes from the discourse towards the existential (Paula Carvalho, 1998, 59), I get images from three classical novels, in order to understand themselves in the convergence of life with reading, even guiding me to the direction of the discovery of my own essential image or daimon - in which I recognize the objective of education. The mentioned novels were read apart from school. Nevertheless, they became specially significant in my educational process due to the dynamism proposed by the official schooling dimension - also completely necessary so that this experience with meaning could be built. So, I come back to Madame Bovary, by Gustave Flaubert, as an example of a literature that forms the heroic sensibility; to Decameron, by Giovanni Bocaccio, as an example of a literature that forms the mystic sensibility; to O morro dos ventos uivantes, by Emily Brontë, as an example of a literature that forms the dramatic sensibility.
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Animês e mangás: o mito vivo e vivido no imaginário infantil / Animes and mangas: the living and lived myth in childhood imagination

Noronha, Fernanda Silva 31 October 2013 (has links)
Animês e mangás: o mito vivo e vivido no imaginário infantil é uma análise hermenêutico-figurativa do mangá Naruto. O trabalho procura lançar questões sobre a importância da figura do herói do mangá shonen nos processos iniciáticos de crianças e adolescentes estudantes da rede pública paulistana. Para tanto, apoia-se, sobretudo, na teoria do imaginário de Gilbert Durand e da jornada do herói de Joseph Campbell. A pesquisa que teve como corpus de análise a primeira temporada do mangá Naruto e o animê de mesmo título, as produções imagéticas dos estudantes e as diferentes versões de narrativas tradicionais japonesas extraídas de sites otakus e de livros infanto-juvenis sustenta a ideia de que mangás são derivações, por empobrecimento, de mitos japoneses, que enformam as produções imagéticas dos apreciadores desse gênero literário. Com efeito, e por meio do método de convergência simbólica, a análise destaca o simbolismo ambíguo das figuras da raposa e dos meninos-heróis, recorrentes nas narrativas tradicionais e na iconografia japonesa. Importante ressalva é indicar não se tratar de uma abordagem comparativa entre a cultura japonesa e as culturas ocidentais que convivem com este gênero literário. A conclusão a que se chega ao final deste estudo é que o mangá Naruto constitui uma literatura iniciática que presentifica o arquétipo do herói no imaginário infantil e apresenta valor heurístico para pensarmos a construção de uma pedagogia do psiquismo imaginante proposta por Bruno Duborgel, assim como a dinâmica do imaginário de nossa própria época. / Animes and mangas: the living and lived myth in childhood imagination is an hermeneutic-figurative analysis of the Naruto manga, that launches questions about the importance of the shonen manga hero figure in the initiatory processes of children and adolescents students of São Paulo public schools network. For that, it relies, mainly, in the imaginary theory of Gilbert Durand and in the hero journey of Joseph Campbell. The research which had as its analysis corpus the first season of Naruto manga and the anime with the same title, the imagistic productions of students and the different versions of traditional Japanese narratives extracted from otakus sites and books for children and teenagers supports the idea that mangas are derivations by impoverishment of Japanese myths that shape the imagistic productions of enthusiasts of this literary genre. In effect, and by means of the symbolic convergence method, the analysis highlights the ambiguous symbolism of the fox and boy-heroes figures, recurrent in traditional narratives and in the Japanese iconography, although it is not to be confused with an eminently comparative approach between the Japanese culture and occidental cultures that coexist with this literary genre. The conclusion reached at the end of this study is that the Naruto manga constitutes an initiatory literature that makes present the hero archetype in the childhood imagination and that has an heuristic value to make us think about the construction of a pedagogy of imaginative psyche proposed by Bruno Duborgel, as well as the dynamics of our own epochs imaginary.
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Uma perspectiva multinível e plural em psiquiatria: a esquizofrenia como exemplar / A multilevel and plural perspective in psychiatry:schizophrenia as exemplar

Stephan Malta Oliveira 02 April 2014 (has links)
Assim como a medicina, a psiquiatria não consiste em uma disciplina teórica, mas sim, em uma práxis, um projeto teórico que somente se justifica pelo projeto prático. Trata-se, portanto, de um campo de intervenção. A psiquiatria utiliza diversas abordagens teóricas e científicas com uma finalidade prática. O objeto de estudo do campo, entretanto, não se confunde com o objeto destas abordagens. O objeto da psiquiatria pode ser definido em vertentes reducionistas e não-reducionistas. No contexto atual, há uma tendência a uma polarização. Por um lado, o objeto da psiquiatria é concebido como o objeto das demais especialidades médicas, enquanto doença mental, localizado no cérebro e resultando em práticas que privilegiam as abordagens biológicas. Por outro, em vertentes mais amplas de definição, ele consiste no sofrimento psíquico e social ou em disfunções internas socialmente inapropriadas, o que envolve múltiplos níveis e dimensões biológico, fenomenológico, cultural. Esta concepção do objeto da psiquiatria demanda uma multiplicidade e pluralidade de abordagens tanto no plano teórico quanto no plano prático. A presente tese afirma que uma perspectiva multinível e plural é imperiosa à práxis psiquiátrica. A tese está dividida em duas partes. Na primeira, realiza-se uma discussão filosófica na psiquiatria, mediante o método da investigação conceitual, visando um refinamento teórico do campo, que tende a gerar práticas mais efetivas. Três problemas filosóficos que perpassam a psiquiatria são discutidos: a distinção explicação-compreensão; o problema mente-cérebro e a distinção fato-valor. Aponta-se uma solução pragmatista para cada um destes problemas. Na segunda parte, realiza-se um estudo de caso com o exemplar esquizofrenia, analisando os múltiplos níveis do fenômeno mediante a apresentação das abordagens biológicas, fenomenológicas e antropológicas da esquizofrenia na contemporaneidade, enfocando, respectivamente, as hipóteses neurodesenvolvimentais, as alterações na consciência pré-reflexiva de si e as concepções do fenômeno em contextos não-ocidentais. A esquizofrenia corresponde a uma categoria de alta validade, tendo uma importante participação de fatores genético-biológicos. Ainda assim, o modelo biomédico se mostra insuficiente para dar conta da complexidade da experiência do adoecimento nesta condição. Portanto, uma perspectiva multinível e plural se faz mandatória. E se esta perspectiva se aplica à esquizofrenia, aplicar-se-á também a todos os transtornos mentais, com importantes implicações para a práxis psiquiátrica, seja no âmbito da teoria e pesquisa, seja no âmbito da clínica e da elaboração de políticas públicas de saúde mental, ajustando-se melhor, por exemplo, aos propósitos do Global Mental Health. / Just as medicine, psychiatry does not consist in a theoretical discipline, but in praxis, a theoretical project that is only justified by practical project. Therefore, it is a field of intervention. Psychiatry uses various theoretical and scientific approaches with a practical purpose. However, the subject of this field cannot to be confused with the subject of these approaches. The subject of psychiatry can be defined in reductionist and non-reductionist strands. In the current context, there is a tendency to polarization. On the one hand, the subject of psychiatry is conceived as the subject of other medical specialities, as a mental disease, located in the brain and resulting in practices that favor biological approaches. On the other hand, in broader strands of definition, it consists on psychic and social suffering or socially inappropriate internal dysfunctions, which involves multiple levels and dimensions - biological, phenomenological, cultural. This conception of the subject of psychiatry demands a multiplicity and plurality of approaches in both theoretical and practical plans. This thesis affirms that a multilevel and plural perspective is imperative to psychiatric praxis. The thesis is divided into two parts. In the first part, there is a philosophical discussion in psychiatry, by the method of conceptual investigation, aiming a theoretical refinement of the field, which tends to generate more effective practices. Three philosophical problems that pass through psychiatry are discussed: the explanation-understanding distinction, the mind-brain problem and the fact-value distinction. A pragmatist solution for each of these problems is pointed. In the second part, there is a case study of schizophrenia as exemplar, analyzing the multiple levels of the phenomenon upon presentation of biological, phenomenological and anthropological approaches to schizophrenia in contemporary times. This case study is focusing on neurodevelopmental hypothesis, changes in pre-reflective self-consciousness and conceptions of the phenomenon in non-Western contexts, respectively. Schizophrenia represents a category of high validity, with an important contribution of genetic-biological factors. Still, the biomedical model is insufficient to account for the complexity of the experience of suffering this condition. Therefore, a multilevel and plural perspective becomes mandatory. And if this perspective applies to schizophrenia, also will apply to all mental disorders, with important implications for psychiatric praxis, either within the theory and research, either within the clinical and mental health policy development, adjusting better, for example, to the purposes of the Global Mental Health.
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Uma perspectiva multinível e plural em psiquiatria: a esquizofrenia como exemplar / A multilevel and plural perspective in psychiatry:schizophrenia as exemplar

Stephan Malta Oliveira 02 April 2014 (has links)
Assim como a medicina, a psiquiatria não consiste em uma disciplina teórica, mas sim, em uma práxis, um projeto teórico que somente se justifica pelo projeto prático. Trata-se, portanto, de um campo de intervenção. A psiquiatria utiliza diversas abordagens teóricas e científicas com uma finalidade prática. O objeto de estudo do campo, entretanto, não se confunde com o objeto destas abordagens. O objeto da psiquiatria pode ser definido em vertentes reducionistas e não-reducionistas. No contexto atual, há uma tendência a uma polarização. Por um lado, o objeto da psiquiatria é concebido como o objeto das demais especialidades médicas, enquanto doença mental, localizado no cérebro e resultando em práticas que privilegiam as abordagens biológicas. Por outro, em vertentes mais amplas de definição, ele consiste no sofrimento psíquico e social ou em disfunções internas socialmente inapropriadas, o que envolve múltiplos níveis e dimensões biológico, fenomenológico, cultural. Esta concepção do objeto da psiquiatria demanda uma multiplicidade e pluralidade de abordagens tanto no plano teórico quanto no plano prático. A presente tese afirma que uma perspectiva multinível e plural é imperiosa à práxis psiquiátrica. A tese está dividida em duas partes. Na primeira, realiza-se uma discussão filosófica na psiquiatria, mediante o método da investigação conceitual, visando um refinamento teórico do campo, que tende a gerar práticas mais efetivas. Três problemas filosóficos que perpassam a psiquiatria são discutidos: a distinção explicação-compreensão; o problema mente-cérebro e a distinção fato-valor. Aponta-se uma solução pragmatista para cada um destes problemas. Na segunda parte, realiza-se um estudo de caso com o exemplar esquizofrenia, analisando os múltiplos níveis do fenômeno mediante a apresentação das abordagens biológicas, fenomenológicas e antropológicas da esquizofrenia na contemporaneidade, enfocando, respectivamente, as hipóteses neurodesenvolvimentais, as alterações na consciência pré-reflexiva de si e as concepções do fenômeno em contextos não-ocidentais. A esquizofrenia corresponde a uma categoria de alta validade, tendo uma importante participação de fatores genético-biológicos. Ainda assim, o modelo biomédico se mostra insuficiente para dar conta da complexidade da experiência do adoecimento nesta condição. Portanto, uma perspectiva multinível e plural se faz mandatória. E se esta perspectiva se aplica à esquizofrenia, aplicar-se-á também a todos os transtornos mentais, com importantes implicações para a práxis psiquiátrica, seja no âmbito da teoria e pesquisa, seja no âmbito da clínica e da elaboração de políticas públicas de saúde mental, ajustando-se melhor, por exemplo, aos propósitos do Global Mental Health. / Just as medicine, psychiatry does not consist in a theoretical discipline, but in praxis, a theoretical project that is only justified by practical project. Therefore, it is a field of intervention. Psychiatry uses various theoretical and scientific approaches with a practical purpose. However, the subject of this field cannot to be confused with the subject of these approaches. The subject of psychiatry can be defined in reductionist and non-reductionist strands. In the current context, there is a tendency to polarization. On the one hand, the subject of psychiatry is conceived as the subject of other medical specialities, as a mental disease, located in the brain and resulting in practices that favor biological approaches. On the other hand, in broader strands of definition, it consists on psychic and social suffering or socially inappropriate internal dysfunctions, which involves multiple levels and dimensions - biological, phenomenological, cultural. This conception of the subject of psychiatry demands a multiplicity and plurality of approaches in both theoretical and practical plans. This thesis affirms that a multilevel and plural perspective is imperative to psychiatric praxis. The thesis is divided into two parts. In the first part, there is a philosophical discussion in psychiatry, by the method of conceptual investigation, aiming a theoretical refinement of the field, which tends to generate more effective practices. Three philosophical problems that pass through psychiatry are discussed: the explanation-understanding distinction, the mind-brain problem and the fact-value distinction. A pragmatist solution for each of these problems is pointed. In the second part, there is a case study of schizophrenia as exemplar, analyzing the multiple levels of the phenomenon upon presentation of biological, phenomenological and anthropological approaches to schizophrenia in contemporary times. This case study is focusing on neurodevelopmental hypothesis, changes in pre-reflective self-consciousness and conceptions of the phenomenon in non-Western contexts, respectively. Schizophrenia represents a category of high validity, with an important contribution of genetic-biological factors. Still, the biomedical model is insufficient to account for the complexity of the experience of suffering this condition. Therefore, a multilevel and plural perspective becomes mandatory. And if this perspective applies to schizophrenia, also will apply to all mental disorders, with important implications for psychiatric praxis, either within the theory and research, either within the clinical and mental health policy development, adjusting better, for example, to the purposes of the Global Mental Health.
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Animês e mangás: o mito vivo e vivido no imaginário infantil / Animes and mangas: the living and lived myth in childhood imagination

Fernanda Silva Noronha 31 October 2013 (has links)
Animês e mangás: o mito vivo e vivido no imaginário infantil é uma análise hermenêutico-figurativa do mangá Naruto. O trabalho procura lançar questões sobre a importância da figura do herói do mangá shonen nos processos iniciáticos de crianças e adolescentes estudantes da rede pública paulistana. Para tanto, apoia-se, sobretudo, na teoria do imaginário de Gilbert Durand e da jornada do herói de Joseph Campbell. A pesquisa que teve como corpus de análise a primeira temporada do mangá Naruto e o animê de mesmo título, as produções imagéticas dos estudantes e as diferentes versões de narrativas tradicionais japonesas extraídas de sites otakus e de livros infanto-juvenis sustenta a ideia de que mangás são derivações, por empobrecimento, de mitos japoneses, que enformam as produções imagéticas dos apreciadores desse gênero literário. Com efeito, e por meio do método de convergência simbólica, a análise destaca o simbolismo ambíguo das figuras da raposa e dos meninos-heróis, recorrentes nas narrativas tradicionais e na iconografia japonesa. Importante ressalva é indicar não se tratar de uma abordagem comparativa entre a cultura japonesa e as culturas ocidentais que convivem com este gênero literário. A conclusão a que se chega ao final deste estudo é que o mangá Naruto constitui uma literatura iniciática que presentifica o arquétipo do herói no imaginário infantil e apresenta valor heurístico para pensarmos a construção de uma pedagogia do psiquismo imaginante proposta por Bruno Duborgel, assim como a dinâmica do imaginário de nossa própria época. / Animes and mangas: the living and lived myth in childhood imagination is an hermeneutic-figurative analysis of the Naruto manga, that launches questions about the importance of the shonen manga hero figure in the initiatory processes of children and adolescents students of São Paulo public schools network. For that, it relies, mainly, in the imaginary theory of Gilbert Durand and in the hero journey of Joseph Campbell. The research which had as its analysis corpus the first season of Naruto manga and the anime with the same title, the imagistic productions of students and the different versions of traditional Japanese narratives extracted from otakus sites and books for children and teenagers supports the idea that mangas are derivations by impoverishment of Japanese myths that shape the imagistic productions of enthusiasts of this literary genre. In effect, and by means of the symbolic convergence method, the analysis highlights the ambiguous symbolism of the fox and boy-heroes figures, recurrent in traditional narratives and in the Japanese iconography, although it is not to be confused with an eminently comparative approach between the Japanese culture and occidental cultures that coexist with this literary genre. The conclusion reached at the end of this study is that the Naruto manga constitutes an initiatory literature that makes present the hero archetype in the childhood imagination and that has an heuristic value to make us think about the construction of a pedagogy of imaginative psyche proposed by Bruno Duborgel, as well as the dynamics of our own epochs imaginary.

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