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Quem tem medo de matemática? estudo sobre como a atitude em relação à matemática impacta estudantes das áreas de negócios / Who is afraid of mathematics? study on how attitude toward math impacts business students.Bittar-Godinho, Denise de Freitas 17 July 2019 (has links)
Quem tem medo da matemática? Essa pergunta me intrigou a vida inteira, eu que sou uma amante dos números. Mas, para além de meu interesse pessoal, estudos anteriores apontam que a dificuldade em lidar com conceitos matemáticos tem se refletido de forma expressiva nos erros conceituais cometidos pelos estudantes de Ciências Contábeis (Sanchez, 2013) em exames de suficiência do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). Na formação em áreas de negócio, como Administração e Contabilidade, a carga das disciplinas obrigatórias da grade curricular do curso de graduação que envolvem matemática, pode alcançar 42% em Contabilidade e 29% em Administração na instituição estudada. Assim, o objetivo deste trabalho é investigar o impacto que a atitude em relação à matemática tem sobre estudantes de áreas de negócios, ao buscar identificar e entender os mecanismos de compensação que adotam para sobrepujar suas dificuldades ao longo da sua formação. A estratégia de pesquisa adotada foi qualitativa interpretativista. Para isso, foi selecionado um grupo de estudantes de uma disciplina introdutória de contabilidade, de uma instituição pública de ensino. Para esse grupo, apliquei um questionário que mede a atitude em relação à matemática, usando o modelo adaptado e validado por Brito (1998), além de questões adicionais para compreender o perfil de cada estudante e sua relação precedente com a matemática. O questionário permitiu obter, em uma escala de atitudes em relação a matemática, o nível de aversão ou afinidade matemática do respondente. A partir do cruzamento entre os resultados da aplicação do questionário de atitude em relação à matemática e do rendimento acadêmico do estudante na disciplina, classifiquei-os em seis grupos. Em um segundo momento, alguns dos estudantes foram entrevistados de forma a aprofundar a compreensão de sua relação com a matemática e as estratégias adotadas para obter aprovação nas disciplinas do primeiro e segundo semestres do curso, identificadas como tendo maior grau de conceitos matemáticos. As entrevistas realizadas permitiram ilustrar, exemplificar e corroborar os conceitos apresentados no referencial teórico diretamente ligados à manifestação da afinidade ou aversão à Matemática, que são: o reforço da percepção de ser um bom ou mau aluno de acordo com o rendimento acadêmico; a reprodução na forma de crenças de que a aptidão matemática é inata e que a matemática é exata; a associação de questões emocionais a situação adversas durante os estudos da matemática; o consenso entre os respondentes de que a repetição de exercícios é a forma mais eficaz de aprendizado em temas que envolvem a matemática; o entendimento de que as atuações profissionais futuras, bem como as possibilidades de escolhas de carreira, são limitadas pelo rendimento pregresso em matemática, e outras disciplinas; e uma falta de consenso sobre o curso de administração ser restrito ao desenvolvimento de capacidades instrumentais em detrimento do ato de pensar. O estudo dá subsídios para trabalhos futuros que buscarão formas de auxiliar os estudantes no processo de aprendizagem de conceitos matemáticos necessários para minimizar a ocorrência de erros conceituais em sua formação e, depois e como decorrência, em sua atuação profissional. Assim, quem sabe um dia, todos poderão amar matemática tanto quanto eu. / Who is afraid of mathematics? This question puzzled me all my life, I who am a lover of numbers. But, beyond my personal interest, previous studies (Sanchez, 2013) have pointed out that the difficulty in dealing with math concepts has been reflected in the conceptual errors made by Accounting students in the Brazilian Accounting Professional Body (Conselho Federal de Contabilidade [CFC]) professional accreditation exam. In business graduation, such as Administration and Accounting, a large load subjects at compulsory curriculum involves math, it may reach 42% at Accounting and 29% at Administration at the institution which is object of this study. The objective of this work is to investigate the impact that Mathophobia has on business students, in seeking to identify and understand the compensation mechanisms that the students use to overcome their difficulties throughout their formation. It applies a questionnaire to measures each student\'s attitude towards math, using the model adapted and validated by Brito (1998), and additional questions to understand the profile of each student and their previous relationship with math. This research adopted an interpretative qualitative strategy. The questionnaire allows to obtain, on a scale of attitudes towards mathematics, the highest level of mathematical anxiety of the student. From the results obtained by questionnaire, the student\'s academic performance at accounting discipline of the first semester is used to classify him/her into six groups. Next, some of the students are interviewed for understanding of their relationship with math and which strategies are adopted to obtain approval in the first and second semester courses identified with some level of math knowledge requirement. The interviews allowed to illustrate, to exemplify and to corroborate with the concepts presented in the theoretical framework that are directly related to the manifestation of affinity or aversion to Mathematics, such as: reinforcing of the perception of being a good or bad student according to academic achievement; reproduction in the form of beliefs, that mathematical aptitude is innate and that mathematics is accurate; emotional association with adverse situations during mathematics studies; consensus among respondents that repetition of exercises is the most effective form of learning in subjects involving mathematics; that future professional performances as well as the possibilities of career choices, are limited by the previous achievement in mathematics, and other disciplines; and a lack of consensus about the course of administration being restricted to the development of instrumental abilities rather than the act of thinking. The study provides insights for future work that will seek ways to assist students in the process of learning mathematical concepts necessary to minimize the occurrence of conceptual errors in their training and, consequently, in their professional performance. So, maybe someday, everyone can love math as much as I do.
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