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Geographical variation and current knowledge on breeding patterns of Neotropical accipitrid raptorsMonsalvo, Julio Amaro Betto 20 March 2018 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Ecologia, 2018. / Submitted by Raquel Viana (raquelviana@bce.unb.br) on 2018-08-21T21:28:02Z
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Previous issue date: 2018-08-21 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). / Estudos de história de vida em aves frequentemente restringem-se ao paradigma latitudinal de variação nos tamanhos de ninhada, ignorando o valor dos trade-offs entre os diferentes parâmetros, como o comprimento da estação reprodutiva (breeding season length; BSL). Acredita-se que este parâmetro apresente também uma clina latitudinal, com um aumento da duração em direção aos trópicos. Também há evidências de variação latitudinal nas estações reprodutivas entre táxons próximos, mas há muito se debate a capacidade de aves de baixas latitudes responder a mudanças no comprimento do dia. Resultados de estudos feitos na América do Sul e no Hemisfério Sul como um todo desafiam o paradigma latitudinal de BSLs. A maioria dessas pesquisas foca em comunidades de Passeriformes, ignorando espécies de maior tamanho corporal como rapinantes, mas é essencial verificar se os padrões se sustentam entre diferentes clados de aves. Além disso, esse conhecimento pode ser relevante para o manejo e conservação das espécies. Analisei a ocorrência de variações geográficas em parâmetros reprodutivos de Accipitridae neotropicais. No primeiro Capítulo, motivado pela ausência de uma revisão recente e abrangente do estado-da-arte que englobasse toda a região Neotropical, examinei lacunas no conhecimento sobre a biologia reprodutiva dessas aves. Compilei 457 referências bibliográficas, produzidas desde a última revisão similar (Bierregaard 1995), com registros reprodutivos de 56 espécies. Ainda que 66% destas espécies tenham apresentado incrementos no estado de conhecimento, para sete o ninho ainda não foi descrito, e/ou há uma completa ausência de informação sobre comportamentos reprodutivos. Dentre estas, o antigo “clado Leucopternis” segue como o caso mais problemático. Forneço uma classificação atualizada de níveis de conhecimento sobre a biologia reprodutiva dos Accipitriformes neotropicais, e apresento uma lista de 24 espécies prioritárias para estudos sobre biologia reprodutiva, considerando tanto lacunas no conhecimento quanto atual relevância para a conservação. A revisão realizada no Capítulo 1 serviu de base e viabilizou as análises do Capítulo 2, usando dados do clado ‘buteonines’, um diversificado grupo monofilético de Accipitridae, com biologia reprodutiva relativamente bem conhecida. Verifiquei nesse Capítulo se esses raptores apresentam padrões de variação geográfica nas estações reprodutivas. Obtive 1541 registros de ninhos de 27 espécies da região Neotropical, da literatura e também de 16 coleções de ovos em museus. Os registros foram divididos em amostras (‘units’), entre diferentes faixas latitudinais, de acordo com a filogenia e atributos ecológicos e biogeográficos relevantes, e também entre ecorregiões. Diferenças significativas foram encontradas entre as estimativas de início da estação reprodutiva (initiation of the breeding season; IOB) de diferentes faixas latitudinais: as médias de populações tropicais do sul divergiram daquelas tanto das populações tropicais do norte (ANOVA; Q = 5,987; P < 0,001) quanto das temperadas do sul (Q = 6,731; P < 0,001). Estimativas de IOB são negativamente correlacionadas com a latitude (r = -0,667, r² = 0,445, P = 0,018). Valores de BSL variaram significativamente menos que os de IOB (testes a posteriori Fligner-Kileen para coeficientes de variação), e não encontrei suporte para a predição de que duração das estações reprodutivas das populações de diferentes espécies em uma mesma faixa latitudinal divergem significativamente das de outras faixas. Além disso, populações migrantes e não-migrantes não tiveram BSLs significativamente distintos, e nenhum tipo de “efeito de ilha” ocorreu com os BSLs de populações insulares em vários níveis de isolamento. As estações reprodutivas de buteonines iniciam muito mais cedo que as de Passeriformes, e provavelmente também que as de outros Accipitridae, tanto em uma mesma área quanto em outras regiões do globo. Há um padrão de clinas latitudinais nos IOBs, com as estações reprodutivas começando até 100 dias antes do equinócio em ambas as faixas tropicais, porém mais atrasadas na faixa temperada. Essas conclusões sugerem que estímulos de comprimento dos dias sejam a principal causa proximal definindo o início das estações reprodutivas dessas aves. Também sugiro que imprevisibilidade climática não necessariamente selecionaria maiores estações reprodutivas em aves; e demonstrei que, entre buteonines neotropicais, BSLs de migrantes de curtas distâncias são muito similares aos de não-migrantes, indicando ausência de restrições temporais para sua reprodução. Isolamento reprodutivo e/ou evolutivo de populações insulares por si só pode não levar a uma maior divergência em parâmetros reprodutivos em relação a populações continentais. Devido a escassez de dados comportamentais e ecológicos para a maioria destas espécies, especialmente no norte e centro da América do Sul, ressalto a relevância de conduzir estudos detalhados com populações distintas, e evidencio como a cuidadosa análise de coleções oológicas pode preencher algumas lacunas de conhecimento. Também demonstro como pesquisas podem prover novas evidências e postular hipóteses testáveis, mesmo com dados muito distantes do ideal. / Avian life-history studies are mostly restricted to the latitudinal paradigm of clutch-size variation, ignoring the value of trade-offs between the different parameters. One of these parameters is the breeding season length (therefore, BSL), considered to also present a latitudinal cline, increasing toward the tropics. Moreover, there is evidence that nesting seasons diverge latitudinally among closely-related taxa, but the perception of day-length variation by birds at lower latitudes has long been debated. Results from studies conducted in South America and through the Southern Hemisphere challenges BSL’s latitudinal paradigm. Most of these studies focus on passerine communities, overlooking larger species such as raptors, but it is essential to verify if patterns hold true across bird clades. Also, such knowledge about breeding biology is relevant for species’ management and conservation. I analyzed the occurrence of geographical variation in breeding parameters of Neotropical accipitrid raptors. In the first Chapter, motivated by the lack of a recent, comprehensive survey of the state-of-the-art spanning the entire Neotropics, I examined gaps of knowledge on these birds’ breeding biology. I compiled 457 references, produced since the last similar review (Bierregaard 1995), that reported breeding of 56 species. Although 66% of the evaluated species had an improvement on the state of knowledge, for seven species nests have not been described yet, and/or there is a complete absence of information about their breeding behavior. Among these, the former “Leucopternis clade” remains the most problematic case. I provide an update of current levels of knowledge about the breeding biology of Neotropical Accipitriformes, and present a list of 24 priority species for breeding biology studies, considering both information gaps and current conservation relevance. The review performed on Chapter 1 was the baseline and allowed the analyses made in Chapter 2, that used data of the buteonines clade, a diversified monophyletic group of accipitrid raptors, with relatively well-known breeding biology. In the second Chapter, I verified whether these raptors present patterns of geographical variation in breeding seasonality. I obtained 1541 nest records from 27 species of the Neotropical region, from literature and also 16 museum egg collections. Records were divided between samples (‘units’), among latitudinal ranges, according to phylogeny and relevant ecological and biogeographical traits, and also between ecoregions. Significant differences were found between estimates of initiation of the breeding season (IOB) from different latitudinal ranges: the means of southern tropical units differed from those of both northern tropical (ANOVA; Q = 5.987; P < 0.001) and southern temperate ones (Q = 6.731; P < 0.001). Estimates of IOB are also negatively correlated with latitude (r = -0.667; r² = 0.445; P = 0.018). Values of BSL varied significantly less than those of IOB (a posteriori Fligner-Kileen tests for coefficients of variation), and I found no support for the prediction that breeding season lengths of populations of different species within a same latitudinal range will significantly diverge from other ranges’. Also, migrants and non-migrant units had no significantly different BSLs, and no kind of “island effect” occured with BSLs of units on islands, in any level of isolation. Neotropical buteonine’s breeding seasons start earlier than those of passerines, and probably earlier than other accipitrids, either in the same range or elsewhere. There is a pattern of latitudinal clines in the IOBs as their seasons start up to 100 days before vernal equinox in both tropical ranges, but later on the temperate range. These findings suggest that day-length stimuli are the main proximate clues determining the onset of their breeding seasons. I also suggest that unpredictability on climate do not necessarily select for longer breeding seasons in birds, and demonstrate that among Neotropical buteonines, short-distance migrants have BSLs very similar to those of non-migrants, indicating no substantial time-constraints for their breeding activities. Reproductive and/or evolutionary isolation of insular populations alone may not select for increasing divergence in breeding parameters, relative to mainland populations. Due to the scarcity of ecological and behavioral data for most of these species, particularly in northern and central South America, I highlight the relevance of conducting detailed studies with different populations, and also how scrutiny of oological collections could fill some gaps of knowledge. I also demonstrate how, even with data far from ideal, research can provide new evidence and put forward testable hypotheses.
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Ecologia e conservação das aves campestres do bioma CerradoBraz, Vívian da Silva January 2008 (has links)
Tese (doutorado)—Universidade de Brasília, Instituto de Ciências Biológicas, Departamento de Ecologia, Programa de Pós-Graduação em Ecologia, 2008. / Submitted by Fernanda Weschenfelder (nandaweschenfelder@gmail.com) on 2009-09-29T17:54:58Z
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Previous issue date: 2008 / Atualmente existem poucos campos nativos em qualquer lugar da região Neotropical, sendo que todos estão ameaçados em algum grau, e como resultado da perda e da degradação desses habitats ao redor do mundo, as aves campestres, como grupo, experimentaram um dos maiores declínios populacionais conhecidos. O Cerrado, segundo maior bioma brasileiro, abriga em sua área 78% das aves de campos que ocorrem no Brasil, e 41% do total relacionado para a América do Sul, e apesar disso pouco se sabe sobre as espécies campestres, principalmente as ameaçadas de extinção, sendo que muitas vezes são desconhecidas informações sobre sua biologia básica. Este trabalho teve como objetivo estudar a comunidade de aves campestres do Cerrado, investigando aspectos ecológicos como riqueza, sazonalidade e resposta ao fogo, e realizar estimativas populacionais para fundamentar estratégias de conservação. Para obtenção dos parâmetros de abundância relativa de indivíduos, variação sazonal e efeito do fogo, foi utilizado o método de transeções lineares, e as densidades e tamanhos populacionais foram obtidos pelo método de amostragem de distâncias. O Cerrado abriga 117 espécies de aves campestres, sendo 48 consideradas especialistas obrigatórias, 17 em alguma categoria de ameaça de extinção, e 13 endêmicas do bioma. A riqueza nas áreas de estudo apresentou pouca variação ao longo do ano, enquanto a abundância relativa foi menor nos meses mais secos. As espécies apresentaram respostas diferentes com relação ao fogo, sendo que Xolmis cinereus e Geositta poeciloptera tiveram taxas de encontro maiores nas áreas recém-queimadas, enquanto para a maioria das espécies foi observado um efeito de curto prazo, com as taxas de encontro diminuindo logo após o fogo e se normalizando nos três meses seguintes. Foi possível realizar uma estimativa da densidade populacional para onze espécies campestres no PN Chapada dos Veadeiros (Coryphaspiza melanotis D=23.19 indiv/km2 Emberizoides herbicola D=14.82 indiv/km2 , Sicalis citrina D=10.02 indiv/km2 , Culicivora caudacuta D=7.92 indiv/km2, Ammodramus humeralis D=6.58 indiv/km2, Cistothorus platensis D=5.81 indiv/km2 , Alectrurus tricolor D=4.47 indiv/km2, Xolmis cinereus D=3.1 indiv/km2 , Taoniscus nanus D=2.92 indiv/km2 , Rynchotus rufescens D=1.84 indiv/km2 e Nothura maculosa D=1.77 indiv/ km2) e seis no PN Brasília (Cistothorus platensis D=14.64 indiv/km2, Emberizoides herbicola D=9.59 indiv/km2 , Culicivora caudacuta D=7.17 indiv/km2, Sicalis citrina D=4.49 indiv/km2 Ammodramus humeralis D=3.36 indiv/km2, Rynchotus rufescens D=1.68 indiv/km2). Os resultados indicam ainda não haver um padrão claro para as densidades das aves campestres em todo o bioma, com áreas sendo mais representativas para algumas espécies e menos para outras. Foram analisadas 21 Unidades de Conservação do Cerrado com relação à representação das aves campestres, a partir de um banco de dados de ocorrência das espécies. Levando em conta o objetivo da simples representação, o conjunto das áreas foi importante tanto na preservação da riqueza da avifauna campestre do Cerrado, como na proteção das espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Contudo, apesar da boa representatividade, uma grande porcentagem das espécies presentes está restrita a poucas áreas, e esse padrão é marcante principalmente para as aves endêmicas e ameaçadas de extinção. Considerando as espécies campestres obrigatórias, 90% estão representadas em pelo menos uma Unidade de Conservação, e 42% estão restritas a até no máximo cinco áreas. As Unidades de Conservação mais representativas para a avifauna campestre do Cerrado foram o Parque Nacional das Emas, Parque Nacional Serra da Canastra, Parque Nacional Chapada dos Veadeiros, Parque Nacional de Brasília, Estação Ecológica de Águas Emendadas e Parque Nacional Serra do Cipó. Os principais critérios utilizados para classificação das espécies campestres ameaçadas de extinção foram o declínio populacional, inferida com base na redução de habitat. Este trabalho apresenta novas informações sobre a ecologia, distribuição e estimativas populacionais das espécies ameaçadas de extinção, que reduzem o grau de incerteza na avaliação de risco das espécies. Dadas as grandes perdas de habitat campestre no bioma Cerrado, e os nítidos declínios populacionais da fauna associados, as espécies de campos se justificam como um grupo que necessita de atenção urgente dentre as aves do Cerrado, e as estimativas populacionais apresentadas nesse estudo são subsídios fundamentais para a avaliação do grau de risco real das espécies ameaçadas de extinção.
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