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A camada de gordura das toninhas, Pontoporia Blainvillei (Mammalia, Cetacea) no litoral sul do RS: variação na espessura e na composição de ácidos graxos em resposta a fatores ambientais e fisiológicosAraujo, Denise Mirian de January 2005 (has links)
Dissertação(mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande, Programa de Pós–Graduação em Oceanografia Biológica, Instituto de Oceanografia, 2005. / Submitted by Cristiane Gomides (cristiane_gomides@hotmail.com) on 2013-10-09T16:00:18Z
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Previous issue date: 2005 / A camada de gordura das toninhas, Pontoporia blainvillei, foi estudada partir de medidas de espessura e análise da composição de ácidos graxos. Os animais analisados foram capturados acidentalmente pele frota pesqueira de emalhe do Rio Grande (32º 05’S e 52º 08’W), entre 1999 e 2003. Com objetivo de investigar a possibilidade do uso da espessura da camada de gordura na estimativa da condição corporal nesta espécie, foram tomadas medidas de espessura em 116 indivíduos. As medidas de espessura foram obtidas nas regiões dorsal, ventral e lateral de uma mesma circunferência do corpo, localizada entre as nadadeiras peitoral e dorsal. A maturidade sexual dos animais foi determinada a partir do exame macroscópico e histológico das gônadas. A composição e a estratificação de ácidos graxos (AG) foi estudada a partir de amostras da região médio-ventral da camada de gordura de 30 indivíduos, sendo a idade destes estimada através dos grupos de camadas de crescimento dos dentes. As amostras da camada de gordura foram subdivididas em três estratos de profundidade (pele-músculo). Os lipídios de cada estrato foram extraídos utilizando-se solução (2:1) de clorofórmiometanol e os ésteres metílicos de ácidos graxos foram extraídos com solução BF3 – metanol e posteriormente analisados por cromatografia gás-líquida. A identificação de cada ácido graxo foi feita pela comparação dos tempos de retenção das amostras com o de misturas-padrão comercializadas. Os filhotes apresentaram menor espessura de camada de gordura na região dorsal em relação aos maduros e imaturos. Enquanto os machos não apresentaram diferenças entre maduros e imaturos com relação à espessura, fêmeas maduras possuíram maior espessura da camada de gordura dorsal do que as imaturas. Foi detectada variação sazonal a partir da espessura da camada de gordura apenas na região ventral, sendo que as menores espessuras foram registradas no outono e as maiores no inverno. A variação interanual foi evidenciada na espessura dorsal da camada, sendo que os indivíduos capturados em 2002 apresentaram melhor condição corporal do que os indivíduos capturados em 2000 e 2001, o que possivelmente foi resultante de mudanças nas condições ambientais e na disponibilidade de presas. Um total de 27 ácidos graxos foram identificados, sendo que o 16:1n-7 e o 18:1n-9 estiveram presentes em maiores concentrações (em média 37,14% e 19,70%, respectivamente). A maioria dos AG apresentou gradiente contínuo através dos estratos, aumentando ou diminuindo de concentração do sentido externo (adjacente à pele) para o interno (adjacente ao músculo). Os AG saturados e monoinsaturados de cadeias mais curtas (12:0, 18:0, 14:1n-5 e 15:1) apresentaram os maiores graus de estratificação, aumentando de concentração no sentido do estrato externo. Já os AG poliinsaturados (PUFAs) 20:3, 20:5n-3, 22:6n-3, 20:4n-6 e 22:2 e o monoenóico 24:1n-9 apresentaram maior estratificação no sentido do estrato interno. A composição e a estratificação dos AG também foram diferentes entre as classes etárias e entre os sexos. O total de PUFAs no estrato interno aumentou com a idade e esta relação foi mais forte em machos. O total de AG saturados presentes no estrato externo diminuiu com a idade, sendo esta relação mais forte em fêmeas. Não foram encontradas correlações entre a idade e a
razão de omega-3/ omega-6 para os estratos externo ou interno. Entre os adultos, os machos apresentaram maior grau de estratificação do que fêmeas. O presente estudo mostra a possibilidade de utilizar-se a espessura da camada de gordura na região dorsal como um indicador da condição corporal em toninhas e evidencia variabilidade na composição de AG dos indivíduos, dando aporte para futuras investigações sobre análises de dieta ou diferenciação de estoques populacionais nesta espécie através da composição de AG. / In order to investigate the usefullness of blubber thickness to estimate the body fat
condition in Pontoporia blainvillei, axillary girth measurements were taken from dorsal,
ventral and lateral regions, between the pectoral flipper and the dorsal fin. Blubber measurements were obtained for 116 franciscana dolphins, accidentally caught by the coastal artisanal fishery from Rio Grande (32º 05’S e 52º 08’W), between 1999 e 2003. Sexual maturity was determined from macroscopic and histological analysis of gonads. Dorsal blubber thickness (DBT) had the highest variation among the 3 measurements taken, and was considered the best measurement assess body fat condition in this species. DBT was lowest for pups and highest for mature females. Immature and mature males did not differ in DBT measurements. Dorsal blubber thickness also exhibited inter-annual variation such that 2002 individuals had thicker layers and thus better body condition that those accidentally caught in 2000 and 2001. Ventral blubber thickness (VBT) did not vary as much as DBT but seemed to be affected by seasonality. VBT was lowest in the fall and highest in the winter. Interannual variation in blubber thickness may be the result of changing environment conditions and/or prey composition, condition and availability. This study showed the potential use of blubber thickness as a proxy to estimate body fat condition in franciscana dolphins. Additionally, the fatty acid composition and stratrification of the blubber layer (skin-muscle) at the middle-ventral region was studied in 30 franciscanas. The lipids were extracted using chloroform-methanol and fatty acids methyl esters were obtained using BF3-methanol. Analyses were performed by gas-liquid chromatography. Fatty acids were identified by comparison of the retention time against commercial standards. Age determination estimated by counting GLGs (Growth Layer Groups) from teeth. Twenty-seven fatty acids were quantified (27/37), of which 16:1n-7 (37,14%) and 18:1n-9 (19,70%) exhibited the highest concentrations. Stratification of fatty acid concentration across the blubber layer was found where a continuous gradient of FA concentrations was evident either increasing or decreasing from the inner layer towards the skin. The shorter-chain saturated and monounsaturated fatty acids (12:0, 18:0, 15:1 and 14:1n-5) exhibited the highest relative amounts in the outer layer whereas polyunsaturated fatty acids (PUFA) 20:3, 20:5n-3, 22:6n-3, 20:4n-6 and 22:2 and the monounsaturated fatty acid 24:1n-9 exhibited the highest relative amounts in the inner blubber layer. The array of fatty acids identified differed among age categories and between females and males. Total PUFA in the inner layer increased with the age and this relationship was stronger for male franciscanas. On the other hand, total saturated fatty acids found in the outer layer decreased with the age an this relationship was stronger for females. There was no correlation between the ratio omega-3/ omega-6 and the age of the individuals for either the outer or inner blubber layer. The strongest degree of stratification was exhibited by adult males. This study describes for the first time the existence of stratification and the fatty acid composition of the blubber layer of franciscana dolphins from FMA IIIs.
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