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Bonequeiras: fazedoras de sonhosPEIXOTO, Virgília de Moura Ribeiro 06 1900 (has links)
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Previous issue date: 1987-06 / Este trabalho teve como objetivo estudar e identificar algumas bonequeiras do Estado de Pernambuco. Estudo que constitui uma tentativa de tirar do anonimato artesãos que contribue para enriquecer a lúdica infantil deste Estado e de outros lugares.
A pesquisa situou-se como um estudo de caráter exploratório, descritivo e documental. Acrescente-se a isso uma pesquisa de cultura material, uma vez que adquiriu-se um acervo do produto das bonequeiras – as bonecas. Acrescente-se ainda um cadastro dessas pessoas, e, um catálogo fotográfico das bonecas, anexo a este estudo.
Fez-se a opção de questionários que enviou-se às bonequeiras e bonequeiros que residem no Estado de Pernambuco.
Em virtude de não ser possível conhecer o número exato de sujeitos que integram o universo das bonequeiras, não foi definida a população a ser abrangida. A amostra foi intencional e circunstancial, porque pretendia-se escolher as pessoas de acordo com os interesses da pesquisa. Ao todo, o grupo estudado compreendeu 80 pessoas, das quais a maioria é constituída de mulheres, algumas residentes em zonas rurais ou periferia urbana, mas, com predominância das procedentes da Região Metropolitana do Recife.
Quanto ao cronograma, compreendeu o seguinte programa: 1º semestre de 1984 – elaboração de projeto, elaboração dos instrumentos e pré-teste; nos 3º e 4º trimestres: realização da coleta de dados; 1º trimestre de 1985 – apuração e inicio de relatório; 2º trimestre: conclusão de relatório preliminar.
Do presente trabalho, os resultados contidos, revelam que as bonequeiras fazem parte do universo de artesãos e vivem no anonimato. Somente algumas bonequeiras vêm procurando sair deste estado anônimo, procurando uma identificação própria.
O nível sócio-econômico do grupo estudado é bastante diversificado, assim como o nível de instrução, a mesma variação sendo observada em relação à idade.
A sua produção e comercialização ainda continuam a nível pessoal e apenas um pequeno grupo mantém uma atividade comercial dos seus produtos.
Estes produtos – as bonecas – têm uma diversificação quanto ao material do qual é confeccionado; quanto ao tipo de bonecas e ao destino das mesmas; percebeu-se que o produto de origem urbana é diferente do produto de origem rural e de periferia.
A escolha artesanal é, na sua maioria, feita por livre vontade e a motivação principal é o gostar de fazer bonecas.
A satisfação das mesmas como bonequeiras, revela motivações lúdicas e econômicas.
Neste trabalho as bonecas de pano, de palha de milho, de papelão, de bola de gude e outros materiais encontrados, tiraram as suas autoras do anonimato da fonte popular, num impulso que sustenta e se transfere por inteiro para as pessoas simples, na sua comovente e insuperável capacidade de amar e de sonhar.
Tem-se a sensação de prorrogar a finitude da criação artística e transformá-la numa referência cultural, pois, ilustra os férteis caminhos de sonhar novos sonhos e ter o direito de realizá-los. E isto conta muito, porque reverte para a existência coletiva afirmada plenamente.
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