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Caracterização da ação hipotensora do veneno de Bothrops alternatus em ratos anestesiados

Melo, Silvia Elaine de Sousa Ferreira Carvalho de 31 January 2002 (has links)
Orientador: Stephen Hyslo / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas / Made available in DSpace on 2018-08-03T21:43:47Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Melo_SilviaElainedeSousaFerreiraCarvalhode_M.pdf: 20518302 bytes, checksum: 2c61842087a09767e6486f92531be39b (MD5) Previous issue date: 2002 / Resumo: Venenos de serpentes do gênero Bothrops produzem efeitos locais (dor, edema, inflamação, hemorragia, necrose), e sistêmicos (coagulopatias, hemorragia, hipotensão/choque, insuficiência renal aguda). Neste estudo, avaliamos a ação hipotensora do veneno da B. altematus em ratos anestesiados e investigamos os mediadores envolvidos neste fenômeno. Ratos Wistar machos anestesiadoscom pentobarbital sódico (40 mg/kg, Lp.) foram canulados para medição da pressão arterial (artéria carótida) e administração de veneno e de drogas (veia femora!). A pressão arterial e a freqüência cardíaca foram registradas continuamente durante o experimento. O veneno, suas frações e as drogas foram dissolvidos em salina e administrados in bolus (0,1 ml) após 15 minutos para a estabilização da pressão. Em alguns experimentos o veneno foi dialisado utilizando-se membranas de celulose (limites de filtração de 2 kDa e 12 kDa) antes de ser administrado aos ratos. Para identificar a fração hipotensora, o veneno foi fracionado por gel filtração em resina Superdex 75 e as frações testadas na pressão arterial. O veneno causou hipotensão de ormadose-dependente(1-100j.lg/kg)com quedamáximade 69,8.:!::6,2%na maior dose (média:t desvio padrão, n=5) e com retorno da pressão a 80% dos níveis basais em 30 minoO pré-tratamento de ratos com atropina (antagonista muscarínico; 4 mg/kg, Lv.) ou glibenclamida (antagonista de canais de K+ ATP-dependentes; 50 mg/kg, Lv.) não alterou de forma significativa a hipotensão causada pelo veneno (100 j.lg/kg, Lv.). Por outro lado, o N'úJ-L-nitro-argininameti! éster (L-NAME, 20 mg/kg, Lv.), inibidor da biossíntese de óxido nítrico (NO), reduziu a hipotensão máxima causada pelo veneno (100 j.lg/kg) de 69,8.:!:6,2%para 29,1.:!::16,6%(n=5, p<0,05). Ratos prétratados com captopril (2 mg/kg), um inibidor da enzima conversora da angiotensina e potencializador do efeito da bradicinina, apresentaram acentuação da hipotensão máxima causada pelo veneno (50 j.lg/kg) de 51,2:t5,5% para 80,8:t9,4% (n=5, p<0,05). A indometacina (inibidor da ciclooxigenase, 10 mg/kg, Lv.) causou pequena redução na hipotensão máxima, e potencializou a recuperação da pressão para níveis basais; também aumentou a resistência dos ratos a doses maiores. A pré-incubação do veneno com antiveneno comercial aboliu totalmente a atividade hipotensora enquanto que a administração separada do antiveneno antes ou após o veneno não afetou a hipotensão subseqüente. O veneno dialisado produziu hipotensão de 46,9::t6,8% e 30,3::t5,5% com a dose de 100 ~g/kg após diálise em membranas com limites de filtração de 2 kDa e 12 kDa, respectivamente (p<0,05 comparados à queda de 69,8:!:6,2% com veneno não dialisado). Das frações obtidas por gel filtração do veneno, nenhuma sozinha (100 ~g/kg) reproduziu o efeito observado com o veneno total. Na combinação de frações, apenas as frações 2 e 4 reproduziram o quadro hipotensor do veneno, sendo que a fração 4 potencializou a fração 2. A ação da fração 2 também foi potencializada (p<0,05) pelo captopril enquanto que a fração 4 potencializou (p<0,05) a hipotensão causada pela bradicinina (1 mg/kg, Lv.). Estes resultados mostram que o veneno da B. altematus produziu resposta hipotensora dose-dependente em ratos que foi parcialmente mediada por NO, o qual pode ter sido liberado pela bradicinina proveniente da atividade cininogênica do veneno e presente na fração 2. A ação potencializadora da fração 4 sugere a presença de peptídeos potencializadores da bradicinina no veneno. Metabólitos do ácido araquidônico parecem estar envolvidos mais na manutenção da hipotensão do que na queda inicial. A via muscarínica e os canais de K+ATPdependentes parecem não estar envolvidos na hipotensão induzida pelo veneno / Abstract: The venoms of Bothrops snakes produce systemic effects characterized by disseminated bleeding, coagulopathies, shock and acute renal failure. In this study, we investigated the mediators involved in hypotension induced by Bothrops altematus snake venom. Male Wistar rats anesthetized with sodium pentobarbital were cannulated for measurement of blood pressure and heart rate, and for administration of drugs and venom. Venom (1-100 j.!g/kg) produced dosedependent hypotension with no effect on heart rate; a higher dose (200 j.!g/kg)also produced progressive cardiac depression. L-NAME attenuated the venom-induced hypotension whereas captopril potentiated the fali in blood pressure. Indomethacin enhanced the recovery to normal values and prolonged the survival of rats at venom doses up to 200 og/kg, but atropine and glibenclamide had no effect on the hypotensive response. Preincubating venom with commercial antivenom abolished the hypotensive activity. Fractionation of venom by gel filtration chromatography resulted in four peaks, of which only peaks 2 and 4 in combination reproduced the hypotension caused by whole venom. Peak 2 was also potentiated by captopril while peak 4 potentiated the response to bradykinin. These results indicate that the hypotension produced by B. altematus venom is mediated partly by nitric oxide whose formation may be stimulated by bradykinin and potentiated by captopril. Arachidonic acid metabolites may contribute to sustaining the hypotension whereas muscarinic receptors and ATP-dependent K+channels are not involved. / Mestrado / Mestre em Farmacologia

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