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A interação de uma sala de aula de Química de nível médio com o hipermídia etnográfico sobre o sabão de cinzas vista através de uma abrodagem socio(trans)cultural de pesquisa. / The interaction of a secondary level chemistry classroom with the ethnographic hypermedia of the ash soap seen through a socio(cross)cultural approach.Pinheiro, Paulo Cesar 18 June 2007 (has links)
Os conhecimentos culturais ao redor do sabão de cinzas foram escolhidos como tema de um instrumento hipermídia visando inseri-los em uma sala de aula de Química de nível médio. A inspiração na etnografia foi a via considerada nessa direção, partindo da hipótese de trabalho para a etnociência proposta por D\'Olne Campos (2000) com ênfase em um guia êmico e de acordo com a \"teia de relações\" presente no discurso das produtoras do sabão de cinzas (FOUCAULT, 1986). O instrumento criado reuniu textos, fotografias, vídeos, vozes e perguntas/atividades para a interpretação dos alunos. A investigação em sala de aula buscou perceber a natureza da instrução baseada na inserção de um modo de conhecer distinto nas aulas e seus diálogos com outros conhecimentos. A base teórica da pesquisa procurou integrar a abordagem sociocultural da ação mediada (WERTSCH, 1997) com algumas perspectivas dos estudos (trans) culturais no ensino de ciências, como a noção de travessias de fronteiras culturais (AIKENHEAD, 1996), o modelo genérico para a compreensão holística do aluno de ciências (COSTA, 1995) e a teoria das visões de mundo aplicada na pesquisa no ensino de ciências (COBERN, 1991, 2000a). Os alunos interagiram com o Hipermídia inicialmente em grupos durante quatro aulas, respondendo ao mesmo com receptividade, curiosidade, interesse, exibindo diferentes trânsitos pela narrativa etnográfica e integrando os seus recursos. Os movimentos interpretativos dos alunos se basearam nos diálogos com os colegas de grupo, em pesquisas usando a internet e livros e mediante entrevistas envolvendo a comunidade, havendo evidências de respostas mais produtivas aos processos de significação por pares simétricos. Os alunos manifestaram duas tendências principais de respostas para as perguntas propostas no Hipermídia: o conhecimento químico e os modos de explicar das produtoras do sabão. Essas tendências foram associadas às visões de mundo de ciência escolar dos alunos, levando-os a se inclinarem na direção da ciência que explica (tendência dos alunos do tipo \"Cientista em Potencial\") ou em direções consideradas como sendo mais fáceis de compreender (caso dos \"Outros Alunos Espertos\"). Alunos com pressuposições emocionais, religiosas e utilitárias mostraram trânsitos mais engajados na direção da ciência popular e menor interesse pelas explicações da ciência escolar. Existiram barreiras na direção dos dois conhecimentos envolvidos destacando-se as de linguagem, mas essas foram sendo vencidas pela maioria dos alunos com o desenvolvimento das aulas, através do trabalho colaborativo e do suporte oferecido. A professora desenvolveu 14 aulas a partir da exploração do Hipermídia pelos alunos e foi necessário oferecer um suporte teórico e material para o trabalho da mesma: um texto sobre o construtivismo contextual e o hipermídia das \'Visões de Mundo\', um segundo instrumento criado para promover a interanimação com as vozes dos alunos. Tal suporte implicou em uma mudança do paradigma normal das aulas de Química, sugerindo uma direção contrária à assimilação dos conteúdos pelos alunos e apontando para a compreensão como práxis vinculada à explicitação dos contextos culturais de significação dos conhecimentos envolvidos. Isso conduziu a uma comparação entre conhecimentos, sugerindo que a tarefa da demarcação é difícil e delicada. A comparação entre linguagens e algumas crenças específicas das produtoras do sabão de cinzas, no entanto, pareceram facilitar essa tarefa. / The cultural knowledge around the ash soap was chosen as the theme of a hypermedia instrument aiming to insert it into a Chemistry classroom in the secondary level of education. The ethnographic inspiration was considered in this way according to the work hypothesis to ethnoscience proposed by D\'Olne Campos (2000) with an emics guide emphasis and by considering the \"web of relations\" of the ash soap makers\' discourse (FOUCAULT, 1986). The instrument designed joined texts, photographs, videos, voices and questions/activities to the students\' interpretation. The enquiry tried to perceive the nature of an instruction based on the insertion of a different way of knowing into the classes and its dialogues with other knowledge. The theoretical support attempted to integrate the sociocultural approach to mediated action (WERTSCH, 1997) with some perspectives from the (cross) cultural studies in science education, as the cultural border crossings approach (AIKENHEAD, 1996), the generic model for holistically understanding the science student (COSTA, 1995) and the world view theory applied to the science education research (COBERN, 1991, 2000a). In the beginning, the students interacted with the hypermedia into groups using four classes, answering to it with receptivity, curiosity, showing interest and different border crossings into the ethnographic narrative. Their interpretative movements were based on the dialogues with pairs, in the research using internet and books and by doing interviews with the community. There was evidence that more symmetric pairs respond in a more productive way on their meaning making processes. The students showed two main trends to answer the questions proposed in the hypermedia: the chemistry knowledge and the knowledge of the ash soap makers. These trends were associated to their school science world view, inclining them into the direction of the science that explains (trend of the \"Potencial Scientist\" students) or towards another direction seen as easier to understand (as was the case of the \"Other Smart Kids\" students). Students with emotional, religious and utilitarian presuppositions showed more engaged border crossings to popular science direction and lesser interest for the school chemistry explanations. There were barriers in the direction of both knowledge, highlighting the language ones, but these were figured out by the majority of the students as the teacher developed the classes, through the collaborative work and by the support offered. The teacher developed 14 classes since the students\' finished the hypermedia exploratory work, using different strategies to teach. It was necessary to offer theoretical and material support for her work: a text about the contextual constructivism and the \'World View\' hypermedia, a second instrument designed to promote the interanimation with the students\' voices. This support led to a change in the usual paradigm of the Chemistry classes, pointing to a contrary movement concerned to the students\' assimilation of the contents and towards the comprehension as praxis bridged to the knowledge contexts of meaning explanation. This guided to a comparative work between the knowledge involved, stating that the demarcation task is difficult and delicate. However, this task seemed to be easier to accomplish by comparing languages and through some specific beliefs of the ash soap makers.
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A interação de uma sala de aula de Química de nível médio com o hipermídia etnográfico sobre o sabão de cinzas vista através de uma abrodagem socio(trans)cultural de pesquisa. / The interaction of a secondary level chemistry classroom with the ethnographic hypermedia of the ash soap seen through a socio(cross)cultural approach.Paulo Cesar Pinheiro 18 June 2007 (has links)
Os conhecimentos culturais ao redor do sabão de cinzas foram escolhidos como tema de um instrumento hipermídia visando inseri-los em uma sala de aula de Química de nível médio. A inspiração na etnografia foi a via considerada nessa direção, partindo da hipótese de trabalho para a etnociência proposta por D\'Olne Campos (2000) com ênfase em um guia êmico e de acordo com a \"teia de relações\" presente no discurso das produtoras do sabão de cinzas (FOUCAULT, 1986). O instrumento criado reuniu textos, fotografias, vídeos, vozes e perguntas/atividades para a interpretação dos alunos. A investigação em sala de aula buscou perceber a natureza da instrução baseada na inserção de um modo de conhecer distinto nas aulas e seus diálogos com outros conhecimentos. A base teórica da pesquisa procurou integrar a abordagem sociocultural da ação mediada (WERTSCH, 1997) com algumas perspectivas dos estudos (trans) culturais no ensino de ciências, como a noção de travessias de fronteiras culturais (AIKENHEAD, 1996), o modelo genérico para a compreensão holística do aluno de ciências (COSTA, 1995) e a teoria das visões de mundo aplicada na pesquisa no ensino de ciências (COBERN, 1991, 2000a). Os alunos interagiram com o Hipermídia inicialmente em grupos durante quatro aulas, respondendo ao mesmo com receptividade, curiosidade, interesse, exibindo diferentes trânsitos pela narrativa etnográfica e integrando os seus recursos. Os movimentos interpretativos dos alunos se basearam nos diálogos com os colegas de grupo, em pesquisas usando a internet e livros e mediante entrevistas envolvendo a comunidade, havendo evidências de respostas mais produtivas aos processos de significação por pares simétricos. Os alunos manifestaram duas tendências principais de respostas para as perguntas propostas no Hipermídia: o conhecimento químico e os modos de explicar das produtoras do sabão. Essas tendências foram associadas às visões de mundo de ciência escolar dos alunos, levando-os a se inclinarem na direção da ciência que explica (tendência dos alunos do tipo \"Cientista em Potencial\") ou em direções consideradas como sendo mais fáceis de compreender (caso dos \"Outros Alunos Espertos\"). Alunos com pressuposições emocionais, religiosas e utilitárias mostraram trânsitos mais engajados na direção da ciência popular e menor interesse pelas explicações da ciência escolar. Existiram barreiras na direção dos dois conhecimentos envolvidos destacando-se as de linguagem, mas essas foram sendo vencidas pela maioria dos alunos com o desenvolvimento das aulas, através do trabalho colaborativo e do suporte oferecido. A professora desenvolveu 14 aulas a partir da exploração do Hipermídia pelos alunos e foi necessário oferecer um suporte teórico e material para o trabalho da mesma: um texto sobre o construtivismo contextual e o hipermídia das \'Visões de Mundo\', um segundo instrumento criado para promover a interanimação com as vozes dos alunos. Tal suporte implicou em uma mudança do paradigma normal das aulas de Química, sugerindo uma direção contrária à assimilação dos conteúdos pelos alunos e apontando para a compreensão como práxis vinculada à explicitação dos contextos culturais de significação dos conhecimentos envolvidos. Isso conduziu a uma comparação entre conhecimentos, sugerindo que a tarefa da demarcação é difícil e delicada. A comparação entre linguagens e algumas crenças específicas das produtoras do sabão de cinzas, no entanto, pareceram facilitar essa tarefa. / The cultural knowledge around the ash soap was chosen as the theme of a hypermedia instrument aiming to insert it into a Chemistry classroom in the secondary level of education. The ethnographic inspiration was considered in this way according to the work hypothesis to ethnoscience proposed by D\'Olne Campos (2000) with an emics guide emphasis and by considering the \"web of relations\" of the ash soap makers\' discourse (FOUCAULT, 1986). The instrument designed joined texts, photographs, videos, voices and questions/activities to the students\' interpretation. The enquiry tried to perceive the nature of an instruction based on the insertion of a different way of knowing into the classes and its dialogues with other knowledge. The theoretical support attempted to integrate the sociocultural approach to mediated action (WERTSCH, 1997) with some perspectives from the (cross) cultural studies in science education, as the cultural border crossings approach (AIKENHEAD, 1996), the generic model for holistically understanding the science student (COSTA, 1995) and the world view theory applied to the science education research (COBERN, 1991, 2000a). In the beginning, the students interacted with the hypermedia into groups using four classes, answering to it with receptivity, curiosity, showing interest and different border crossings into the ethnographic narrative. Their interpretative movements were based on the dialogues with pairs, in the research using internet and books and by doing interviews with the community. There was evidence that more symmetric pairs respond in a more productive way on their meaning making processes. The students showed two main trends to answer the questions proposed in the hypermedia: the chemistry knowledge and the knowledge of the ash soap makers. These trends were associated to their school science world view, inclining them into the direction of the science that explains (trend of the \"Potencial Scientist\" students) or towards another direction seen as easier to understand (as was the case of the \"Other Smart Kids\" students). Students with emotional, religious and utilitarian presuppositions showed more engaged border crossings to popular science direction and lesser interest for the school chemistry explanations. There were barriers in the direction of both knowledge, highlighting the language ones, but these were figured out by the majority of the students as the teacher developed the classes, through the collaborative work and by the support offered. The teacher developed 14 classes since the students\' finished the hypermedia exploratory work, using different strategies to teach. It was necessary to offer theoretical and material support for her work: a text about the contextual constructivism and the \'World View\' hypermedia, a second instrument designed to promote the interanimation with the students\' voices. This support led to a change in the usual paradigm of the Chemistry classes, pointing to a contrary movement concerned to the students\' assimilation of the contents and towards the comprehension as praxis bridged to the knowledge contexts of meaning explanation. This guided to a comparative work between the knowledge involved, stating that the demarcation task is difficult and delicate. However, this task seemed to be easier to accomplish by comparing languages and through some specific beliefs of the ash soap makers.
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História da Ciência, ensino e divulgação científica no Brasil: Ronaldo Mourão e a revista Ciência Popular (1950-1970)Chinellato, Juliana de Paula 02 September 2016 (has links)
Submitted by Filipe dos Santos (fsantos@pucsp.br) on 2016-11-30T11:41:27Z
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Juliana de Paula Chinellato.pdf: 6094025 bytes, checksum: f4e2f0936380c10d4a6a6690712d7b25 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-11-30T11:41:27Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2016-09-02 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / Pontifícia Universidade Católica de São Paulo / This work aims to analyze the views of science and history of science present in Astronomy content presented by Ronaldo Mourão in Popular Science Magazine, broadcast in Brazil between 1950 and 1970. We began our work with the discussion of what is meant by scientific communication currently and what are the terms of discussion in this field. Understanding the ways of dissemination of knowledge and the socio-cultural context of the time, we can also understand the relation between science and society, present in the American educational projects, had influenced the teaching of science in Brazil in the period of War Cold and as Popular Science magazine included the dissemination of science in this period. To develop this work, it was necessary to conduct a parallel between aspects presented by historians of science and education researchers, seeking to establish criteria that allow recognize that articles written by Ronaldo Mourão about astronomy are included in a broader problem, because although to be placed in the context of his time, often the researchers made approaches with a different perspective of the period in study, which probably resulted in the directions of his career and may also have influenced the vision of science and history of science of many readers magazine. It is at this juncture that we emphasize the need to rethink what kind of science education should be promoted, and the role of dissemination of science to the formation of critical citizens / Este trabalho tem como objetivo analisar as visões de ciência e história da ciência presentes nos conteúdos de Astronomia apresentados por Ronaldo Mourão na revista Ciência Popular, veiculada no Brasil entre 1950 e 1970. Iniciamos nosso trabalho com o debate sobre o que se entende por divulgação científica atualmente e quais são os termos de discussão neste campo. Por sabermos que, ao compreendermos as maneiras de difusão do conhecimento e o contexto sociocultural de uma época, podemos também entender a relação estabelecida entre ciência e sociedade, apresentamos como os projetos educacionais norte-americanos influenciaram o ensino de ciências no Brasil no período da Guerra Fria e como a revista Ciência Popular contemplou a divulgação da ciência neste período. Para desenvolver este trabalho, foi necessário realizar um paralelo entre aspectos apresentados por historiadores da ciência e pesquisadores de educação, em busca de estabelecer critérios que permitissem reconhecer que os artigos escritos por Ronaldo Mourão sobre Astronomia são incluídos em uma problemática mais ampla, pois, apesar de estar inserido no contexto de sua época, muitas vezes o estudioso fez abordagens com uma perspectiva diferente do período em estudo, o que provavelmente implicou nos direcionamentos de sua carreira e também pode ter influenciado a visão de ciência e de história da ciência de muitos leitores da revista. É nesta conjuntura que reforçamos a necessidade de repensar que tipo de educação científica promovemos, bem como o papel da divulgação da ciência para a formação do cidadão crítico
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