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Avaliação da qualidade de concentrados de hemácias submetidos a temperaturas inadequadas de transporte / Assessment of the quality of red blood cell concentrates submitted to inadequate transport temperaturesGivisiez, Flávia Naves 28 June 2018 (has links)
Segundo a legislação brasileira e normas internacionais, os concentrados de hemácias (CH) devem ser mantidos sob controle rigoroso de temperatura, armazenados de 2 a 6°C e transportados de 1 a 10°C, por até 24 horas. Entretanto, não existem evidências científicas de que estes valores sejam relevantes para manutenção de qualidade, segurança e viabilidade dos CH. O objetivo deste trabalho foi monitorar parâmetros laboratoriais in vitro em dois tipos de CH (CPDA-1, preparado pela metodologia do plasma rico em plaquetas e em SAGM preparado pelo buffy-coat), no decorrer de condições normais de armazenamento e em temperaturas de transporte inadequadas. O trabalho foi executado em três etapas. Na primeira etapa, foram estabelecidos os valores de referência para os dois tipos de CH armazenados em condições normais, através de testes laboratoriais semanais para determinação de hematócrito, hemoglobina total, hemoglobina plasmática, grau de hemólise, glicose, lactato, desidrogenase lática e potássio. Na segunda etapa, amostras de CH foram submetidas a temperaturas entre -2°C e +1°C, ou entre 11 e 15°C, por um período de 6 horas ou 24 horas, no 14º dia de armazenamento. Na terceira etapa os CH foram expostos a condições de estresse extremo, submetendo-os a temperaturas entre -2°C e +1°C ou entre 22°C e 25°C, por período de 48 horas. Os resultados dos testes laboratoriais das segunda e terceira etapas foram comparados com controles e aos valores de referência da primeira etapa. Nas unidades de CH em CPDA-1 foram encontrados valores significativamente mais elevados de potássio, hemoglobina livre, grau de hemólise, lactato e LDH do que nos CH em SAGM, enquanto que a concentração de glicose foi muito mais baixa em CH-CPDA1. Na 2ª etapa, exposições por até 24 horas em temperaturas de até - 2°C ou até 15°C não causaram diferenças significativas nas dosagens de hemoglobina livre, grau de hemólise, glicose, lactato, LDH e potássio quando comparados aos controles. Amostras de CH-CPDA1, quando avaliadas imediatamente após período de 48 horas de exposição, apresentaram resultados de glicose superiores aos controles quando submetidas a -2°C e inferiores ao controle quando a 25°C. Exposições por até 48 horas em temperaturas de até -2°C ou até 25°C não causaram diferenças significativas na hemoglobina livre, grau de hemólise, lactato, LDH e potássio quando comparados aos controles, nos dois tipos de CH. Nesse trabalho foram elaborados perfis padrão de parâmetros laboratoriais para dois tipos de CH. Estes perfis padrão constituirão uma ferramenta de grande utilidade para controle de qualidade e monitoramento das lesões de armazenamento em bolsas de CH produzidas na Fundação HEMOMINAS. Nossos resultados demonstraram que bolsas dos dois tipos de CH submetidas a temperaturas de - 2°C ou 14°C por períodos inferiores a 24 horas não apresentam alterações significativas nos parâmetros laboratoriais avaliados in vitro e permitiram algumas elaboramos recomendações práticas e importantes para serviços de hemoterapia. Entretanto, ainda não existem ainda evidências suficientes na literatura para modificação das normas de temperatura e tempo de transporte atualmente preconizadas pela legislação nacional e internacional. / The Brazilian legislation and international guidelines require that red blood cell concentrates (RBC) are kept under a strict temperature control, stored between 2 and 6°C and transported between 1 and 10°C for up to 24 hours. Nevertheless, there is no scientific evidence that these values are relevant to maintain RBC quality, safety and viability. This study was performed in order to monitor in vitro laboratorial variables of two different RBC types (CPDA-1, prepared using the platelet-rich plasma methodology, or SAGM, prepared using the buffy-coat) stored under normal conditions or under inadequate temperatures during transportation. The study had three phases. In the first phase, weekly laboratorial tests were performed to establish the reference values of hematocrit, total hemoglobin, plasma hemoglobin, rate of hemolysis, glucose, lactate, lactic acid dehydrogenase (LDH) and potassium, for each of the RBC types stored under normal conditions. In the second phase, RBC samples were submitted to temperatures between -2°C and +1°C, or between 11 and 15°C, for 6 hours or 24 hours, on the 14th storage day. Laboratorial test results were compared to a control group (2-6°C) and to the reference values established in the 1st phase. In the third phase, RBCs were exposed to extreme stress, i.e., temperatures between -2°C and +1°C or between 22°C and 25°C, for 48 hours, and the laboratory test results were compared to a control group. CPDA1-RBC had higher levels of potassium, free hemoglobin, rate of hemolysis, lactate and LDH compared to SAGM-RBC, whereas glucose was significantly lower in CPDA1. In the second phase, exposure for up to 24 hours in temperatures until -2°C or 15°C had no effect on free hemoglobin, rate of hemolysis, glucose, lactate, LDH and potassium when compared to control. CPDA1 samples right after the 48-h exposure had higher glucose levels than controls when kept at -2°C and lower than control if exposed to 25°C. Exposures up to -2°C or 25°C for up to 48 hours had no effect on free hemoglobin, rate of hemolysis, lactate, LDH and potassium when compared to control groups, both for CPDA1-RBC and SAGM-RBC. In this study, it was established standards for laboratory analyses for two different RBC types. Such standards will comprise valuable and useful tools for the quality control and monitoring of storage lesions of RBC units produced by Fundação HEMOMINAS. Our results demonstrate that units from both RBC types submitted to -2°C or 14°C for up to 24 hours had no significant changes in in vitro laboratory variables and allow some practical and important recommendations for hemotherapy services. Nevertheless, there are not enough evidences in the literature to support changes in the current guidelines for transportation recommended by national and international legislation.
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Avaliação da qualidade de concentrados de hemácias submetidos a temperaturas inadequadas de transporte / Assessment of the quality of red blood cell concentrates submitted to inadequate transport temperaturesFlávia Naves Givisiez 28 June 2018 (has links)
Segundo a legislação brasileira e normas internacionais, os concentrados de hemácias (CH) devem ser mantidos sob controle rigoroso de temperatura, armazenados de 2 a 6°C e transportados de 1 a 10°C, por até 24 horas. Entretanto, não existem evidências científicas de que estes valores sejam relevantes para manutenção de qualidade, segurança e viabilidade dos CH. O objetivo deste trabalho foi monitorar parâmetros laboratoriais in vitro em dois tipos de CH (CPDA-1, preparado pela metodologia do plasma rico em plaquetas e em SAGM preparado pelo buffy-coat), no decorrer de condições normais de armazenamento e em temperaturas de transporte inadequadas. O trabalho foi executado em três etapas. Na primeira etapa, foram estabelecidos os valores de referência para os dois tipos de CH armazenados em condições normais, através de testes laboratoriais semanais para determinação de hematócrito, hemoglobina total, hemoglobina plasmática, grau de hemólise, glicose, lactato, desidrogenase lática e potássio. Na segunda etapa, amostras de CH foram submetidas a temperaturas entre -2°C e +1°C, ou entre 11 e 15°C, por um período de 6 horas ou 24 horas, no 14º dia de armazenamento. Na terceira etapa os CH foram expostos a condições de estresse extremo, submetendo-os a temperaturas entre -2°C e +1°C ou entre 22°C e 25°C, por período de 48 horas. Os resultados dos testes laboratoriais das segunda e terceira etapas foram comparados com controles e aos valores de referência da primeira etapa. Nas unidades de CH em CPDA-1 foram encontrados valores significativamente mais elevados de potássio, hemoglobina livre, grau de hemólise, lactato e LDH do que nos CH em SAGM, enquanto que a concentração de glicose foi muito mais baixa em CH-CPDA1. Na 2ª etapa, exposições por até 24 horas em temperaturas de até - 2°C ou até 15°C não causaram diferenças significativas nas dosagens de hemoglobina livre, grau de hemólise, glicose, lactato, LDH e potássio quando comparados aos controles. Amostras de CH-CPDA1, quando avaliadas imediatamente após período de 48 horas de exposição, apresentaram resultados de glicose superiores aos controles quando submetidas a -2°C e inferiores ao controle quando a 25°C. Exposições por até 48 horas em temperaturas de até -2°C ou até 25°C não causaram diferenças significativas na hemoglobina livre, grau de hemólise, lactato, LDH e potássio quando comparados aos controles, nos dois tipos de CH. Nesse trabalho foram elaborados perfis padrão de parâmetros laboratoriais para dois tipos de CH. Estes perfis padrão constituirão uma ferramenta de grande utilidade para controle de qualidade e monitoramento das lesões de armazenamento em bolsas de CH produzidas na Fundação HEMOMINAS. Nossos resultados demonstraram que bolsas dos dois tipos de CH submetidas a temperaturas de - 2°C ou 14°C por períodos inferiores a 24 horas não apresentam alterações significativas nos parâmetros laboratoriais avaliados in vitro e permitiram algumas elaboramos recomendações práticas e importantes para serviços de hemoterapia. Entretanto, ainda não existem ainda evidências suficientes na literatura para modificação das normas de temperatura e tempo de transporte atualmente preconizadas pela legislação nacional e internacional. / The Brazilian legislation and international guidelines require that red blood cell concentrates (RBC) are kept under a strict temperature control, stored between 2 and 6°C and transported between 1 and 10°C for up to 24 hours. Nevertheless, there is no scientific evidence that these values are relevant to maintain RBC quality, safety and viability. This study was performed in order to monitor in vitro laboratorial variables of two different RBC types (CPDA-1, prepared using the platelet-rich plasma methodology, or SAGM, prepared using the buffy-coat) stored under normal conditions or under inadequate temperatures during transportation. The study had three phases. In the first phase, weekly laboratorial tests were performed to establish the reference values of hematocrit, total hemoglobin, plasma hemoglobin, rate of hemolysis, glucose, lactate, lactic acid dehydrogenase (LDH) and potassium, for each of the RBC types stored under normal conditions. In the second phase, RBC samples were submitted to temperatures between -2°C and +1°C, or between 11 and 15°C, for 6 hours or 24 hours, on the 14th storage day. Laboratorial test results were compared to a control group (2-6°C) and to the reference values established in the 1st phase. In the third phase, RBCs were exposed to extreme stress, i.e., temperatures between -2°C and +1°C or between 22°C and 25°C, for 48 hours, and the laboratory test results were compared to a control group. CPDA1-RBC had higher levels of potassium, free hemoglobin, rate of hemolysis, lactate and LDH compared to SAGM-RBC, whereas glucose was significantly lower in CPDA1. In the second phase, exposure for up to 24 hours in temperatures until -2°C or 15°C had no effect on free hemoglobin, rate of hemolysis, glucose, lactate, LDH and potassium when compared to control. CPDA1 samples right after the 48-h exposure had higher glucose levels than controls when kept at -2°C and lower than control if exposed to 25°C. Exposures up to -2°C or 25°C for up to 48 hours had no effect on free hemoglobin, rate of hemolysis, lactate, LDH and potassium when compared to control groups, both for CPDA1-RBC and SAGM-RBC. In this study, it was established standards for laboratory analyses for two different RBC types. Such standards will comprise valuable and useful tools for the quality control and monitoring of storage lesions of RBC units produced by Fundação HEMOMINAS. Our results demonstrate that units from both RBC types submitted to -2°C or 14°C for up to 24 hours had no significant changes in in vitro laboratory variables and allow some practical and important recommendations for hemotherapy services. Nevertheless, there are not enough evidences in the literature to support changes in the current guidelines for transportation recommended by national and international legislation.
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