Made available in DSpace on 2019-03-30T00:23:52Z (GMT). No. of bitstreams: 0 Previous issue date: 2017-10-05 / Studies report the strong association between child sexual abuse and the emergence of eating disorders, but very little has been identified in national surveys. Above all, it has been observed that the evidence is mainly quantitative. Based on these findings, this research aimed to identify the possible consequences of sexual abuse on the self-esteem and the body self-image of the deponents. We chose the qualitative method, with which five women with eating disorders and a previous history of sexual abuse were interviewed in an outpatient clinic for eating disorders located in Fortaleza-CE. We perceived that the feeling of rape and the sense of fragility when facing abuse weakened the relationship of trust established by family ties with the aggressor and the ability to maintain a self sufficiently flexible and firm to sustain intra-familial contradictions. The innocence of the victims did not allow to clearly identify what was happening by reacting through the silence and fragility of the self. In adolescence, with the appearance of curves and sexual arousal, the deponents felt uncomfortable with self-image and the need for retraction. They identified their appearances as wrong and inadequate, what made them uncomfortable with themselves. This dissatisfaction has caused the victims of abuse to seek body changes through inappropriate eating behavior that can trigger an eating disorder. It is thus believed that the abused body may result in the onset of an eating disorder. / Estudos relatam a forte associação entre o abuso sexual infantil e a emergência dos transtornos alimentares, no entanto muito pouco tem sido identificado em pesquisas no âmbito nacional. Sobretudo tem-se observado que as evidências são principalmente de esfera quantitativa. A partir destas averiguações, esta pesquisa teve como objetivo identificar as possíveis consequências do abuso sexual na autoestima e na autoimagem corporal das depoentes. Optamos pelo método qualitativo, com o qual foram entrevistadas cinco mulheres com transtornos alimentares e com história prévia de abuso sexual em um ambulatório de transtornos alimentares situado em Fortaleza-CE. Percebemos que o sentimento de violação e a sensação de incapacidade diante do abuso enfraquecia a relação de confiança estabelecida pelos laços familiares com o agressor e a capacidade de manter um self suficientemente flexível e firme para sustentar as contradições intrafamiliares. Por não identificarem claramente o que estava acontecendo devido a inocência, as vítimas reagiam ao abuso por meio do silêncio e da fragilidade do self. Na adolescência, com o aparecimento de curvas e o despertar sexual, as depoentes se sentiam desconfortáveis com a autoimagem e com a necessidade de retração. Enxergavam-se com a aparência indevida e inadequada, tornando-se insatisfeitas consigo. Essa insatisfação fez com que as vítimas de abuso buscassem mudanças corporais através do comportamento alimentar inadequado, o que pode desencadear um transtorno alimentar. Acredita-se, assim, que o corpo abusado pode trazer como consequência o desencadeamento de um transtorno alimentar.