21 |
Do criador de civilização ao eu-abismo : uma leitura palimpsestuosa do Fausto de Fernando PessoaDuarte, Carina Marques January 2010 (has links)
Apesar da grande quantidade de estudos acerca da obra de Fernando Pessoa, um número ínfimo deles enfoca o Fausto, poema dramático no qual Pessoa trabalhou entre 1908 e 1933, deixando-o, inconcluso e fragmentário, depositado na famosa arca junto com todo o seu espólio. Este trabalho pretende, tomando por base a edição organizada por Teresa Sobral Cunha, analisar como se processa a retomada do Fausto de Goethe pelo texto do poeta português. Para tanto, servem como pressupostos teóricos os conceitos de dialogismo, intertextualidade e, especialmente, hipertextualidade. Fernando Pessoa se apropria do texto do poeta alemão para transformá-lo, ou seja, ainda que algumas cenas de Fausto: tragédia subjectiva sejam reminiscências goetheanas, há uma reelaboração dos elementos alheios e o texto é relançado em um novo circuito de sentido. Existem, é certo, analogias entre os textos; todavia, as diferenças – que aqui serão enfatizadas – são marcantes. O Fausto de Goethe é um drama de ação, já o de Fernando Pessoa se enquadra na categoria de teatro estático, ideal para a representação de uma tragédia anímica. O personagem de Pessoa, a exemplo do seu antecessor, deseja ultrapassar limites; tenciona fazê-lo, porém, através do pensamento. Aqui, uma vez que o pacto inexiste, não há ameaça de danação eterna. Além disso, o protagonista é abúlico, não age, não ama e não se transforma. Enquanto o Fausto de Goethe, na figura do seu herói, expressa o otimismo e a crença no progresso, o de Pessoa, por sua vez, é a representação do sentimento de crise, da descrença na ação e da falta de esperança, características próprias do Decadentismo. / Despite the large number of studies concerning the work of Fernando Pessoa, a small percentage of them focuses on Faust, a dramatic poem in which Pessoa worked between the years of 1908 and 1933, leaving it, incomplete and fragmentary, deposited in his famous ark along with all his estate. This study aims to, based on the edition organized by Teresa Sobral Cunha, examine how the Portuguese poet text processes the resumption of Goethe's Faust. To do so, were used as theoretical concepts dialogism, intertextuality, and especially hypertextuality. Fernando Pessoa appropriates the text of the German poet to transform it, that is, even if some scenes of Faust: subjective tragedy are goetheans reminiscences’, there is a reworking of the extraneous elements and the text is relaunched in a new circuit of meaning. There are, of course, analogies between the texts, however, the differences - which are emphasized here - are striking. Goethe's Faust is a drama of action while Fernando Pessoa’s fits in the category of static theater, ideal for the representation of a tragedy pertaining to the soul. Pessoa’s character, like his predecessor, would exceed limits, it intends to do so, however, through thought. Here, since the pact does not exist, there is no threat of eternal damnation. Moreover, the protagonist is apathetic and does not act, love and transform. While Goethe's Faust, in the figure of his hero, expressed optimism and belief in progress, Pessoa’s, in turn, is the representation of the sense of crisis, of disbelief in action and lack of hope, characteristics of Decadence.
|
22 |
Do criador de civilização ao eu-abismo : uma leitura palimpsestuosa do Fausto de Fernando PessoaDuarte, Carina Marques January 2010 (has links)
Apesar da grande quantidade de estudos acerca da obra de Fernando Pessoa, um número ínfimo deles enfoca o Fausto, poema dramático no qual Pessoa trabalhou entre 1908 e 1933, deixando-o, inconcluso e fragmentário, depositado na famosa arca junto com todo o seu espólio. Este trabalho pretende, tomando por base a edição organizada por Teresa Sobral Cunha, analisar como se processa a retomada do Fausto de Goethe pelo texto do poeta português. Para tanto, servem como pressupostos teóricos os conceitos de dialogismo, intertextualidade e, especialmente, hipertextualidade. Fernando Pessoa se apropria do texto do poeta alemão para transformá-lo, ou seja, ainda que algumas cenas de Fausto: tragédia subjectiva sejam reminiscências goetheanas, há uma reelaboração dos elementos alheios e o texto é relançado em um novo circuito de sentido. Existem, é certo, analogias entre os textos; todavia, as diferenças – que aqui serão enfatizadas – são marcantes. O Fausto de Goethe é um drama de ação, já o de Fernando Pessoa se enquadra na categoria de teatro estático, ideal para a representação de uma tragédia anímica. O personagem de Pessoa, a exemplo do seu antecessor, deseja ultrapassar limites; tenciona fazê-lo, porém, através do pensamento. Aqui, uma vez que o pacto inexiste, não há ameaça de danação eterna. Além disso, o protagonista é abúlico, não age, não ama e não se transforma. Enquanto o Fausto de Goethe, na figura do seu herói, expressa o otimismo e a crença no progresso, o de Pessoa, por sua vez, é a representação do sentimento de crise, da descrença na ação e da falta de esperança, características próprias do Decadentismo. / Despite the large number of studies concerning the work of Fernando Pessoa, a small percentage of them focuses on Faust, a dramatic poem in which Pessoa worked between the years of 1908 and 1933, leaving it, incomplete and fragmentary, deposited in his famous ark along with all his estate. This study aims to, based on the edition organized by Teresa Sobral Cunha, examine how the Portuguese poet text processes the resumption of Goethe's Faust. To do so, were used as theoretical concepts dialogism, intertextuality, and especially hypertextuality. Fernando Pessoa appropriates the text of the German poet to transform it, that is, even if some scenes of Faust: subjective tragedy are goetheans reminiscences’, there is a reworking of the extraneous elements and the text is relaunched in a new circuit of meaning. There are, of course, analogies between the texts, however, the differences - which are emphasized here - are striking. Goethe's Faust is a drama of action while Fernando Pessoa’s fits in the category of static theater, ideal for the representation of a tragedy pertaining to the soul. Pessoa’s character, like his predecessor, would exceed limits, it intends to do so, however, through thought. Here, since the pact does not exist, there is no threat of eternal damnation. Moreover, the protagonist is apathetic and does not act, love and transform. While Goethe's Faust, in the figure of his hero, expressed optimism and belief in progress, Pessoa’s, in turn, is the representation of the sense of crisis, of disbelief in action and lack of hope, characteristics of Decadence.
|
23 |
FHC e LULA : a construção do político ideal através das crônicas de Fausto Wolff no jornal O Pasquim 21 / FHC e LULA : The construction of the ideal politician through the articles of Fausto Wolff on the O Pasquim 21 newspaperFavari, Odair Aparecido Lourenço, 1977- 26 August 2018 (has links)
Orientador: Mónica Graciela Zoppi Fontana / Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Estudos da Linguagem / Made available in DSpace on 2018-08-26T03:51:09Z (GMT). No. of bitstreams: 1
Favari_OdairAparecidoLourenco_M.pdf: 8308819 bytes, checksum: 784c42eb41e57e634392ae1146a213cf (MD5)
Previous issue date: 2014 / Resumo: Este trabalho de mestrado tem por finalidade mostrar as diferenças encontradas na formação discursiva ¿ por meio da análise de discurso ¿ da produção textual do jornalista e escritor Fausto Wolff durante a sua colaboração no jornal O Pasquim 21. Dividida em dois momentos, a análise terá início com as crônicas produzidas no ano de 2002 e, em seguida, com as de 2003 e 2004 ¿ divididas igualmente em um montante de 13 textos para cada período. As crônicas serão analisadas de acordo com suas condições de produção levando em conta os preceitos da Análise de Discurso Francesa. Por se tratar de um momento histórico, devido a uma sucessão presidencial disputada por dois grandes partidos (PT e PSDB) que se opunham e tentavam demarcar um lugar nas urnas, o que se pretende com os textos analisados, além de definir o lugar da fala do autor e caracterizar a posição de seu discurso, é revelar através das imagens construídas no discurso de FW o político ideal / Abstract: This paper of Master¿s Degree aims to show the differences found at the discursive formation ¿ through the analysis of discourse ¿ of the textual production by the journalist and writer Fausto Wolff during his collaboration on the O Pasquim 21 newspaper. Split in two moments, the analysis will begin with the chronicles produced in 2002 and then with those from 2003 and 2004 ¿ equally split in an amount of 13 texts for each period. The chronicles will be analyzed according to their conditions of production taking into consideration the precepts of the French Analysis of Discourse. As it is a historical moment, due to a presidential succession disputed by two major parties (PT and PSDB) that were antagonists and tried to take their place at the ballot box, the analyzed texts intend, besides defining the place of the author¿s speech and characterizing the position of his discourse, to reveal the ideal politician through the images built in Fausto Wolff¿s discourse / Mestrado / Divulgação Científica e Cultural / Mestre em Divulgação Científica e Cultural
|
24 |
O Fausto pessoano segundo a compreensão freudiana de melancolia / Le Faust de pessoa selon la compréhension freudienne de la mélancolieSilva, Marcela Ìtalo Rodrigues e 03 May 2013 (has links)
Submitted by Marlene Santos (marlene.bc.ufg@gmail.com) on 2014-09-26T21:35:11Z
No. of bitstreams: 2
Silva, Marcela Italo Rodrigues e..pdf: 722458 bytes, checksum: f4cf6d1bc2c1db766599cd5a3968f7d8 (MD5)
license_rdf: 23148 bytes, checksum: 9da0b6dfac957114c6a7714714b86306 (MD5) / Approved for entry into archive by Jaqueline Silva (jtas29@gmail.com) on 2014-09-26T21:41:18Z (GMT) No. of bitstreams: 2
Silva, Marcela Italo Rodrigues e..pdf: 722458 bytes, checksum: f4cf6d1bc2c1db766599cd5a3968f7d8 (MD5)
license_rdf: 23148 bytes, checksum: 9da0b6dfac957114c6a7714714b86306 (MD5) / Made available in DSpace on 2014-09-26T21:41:19Z (GMT). No. of bitstreams: 2
Silva, Marcela Italo Rodrigues e..pdf: 722458 bytes, checksum: f4cf6d1bc2c1db766599cd5a3968f7d8 (MD5)
license_rdf: 23148 bytes, checksum: 9da0b6dfac957114c6a7714714b86306 (MD5)
Previous issue date: 2013-05-03 / La présente dissertation se propose à analiser de quelle forme la compréhension freudienne de la mélancolie est présente dans le Faust de Pessoa. On vera de quelle forme la mélancolie comme caractéristique de la modernité projete dans le Faust de Pessoa une autre phase du mythe faustique. On va analiser le retour subjectif sur soi-même comme une issue rencontré par le sujet poétique pour exprimer les temps modernes, dans la transformation/construction du Faust de Pessoa. On commence notre travail présentant um bref parcours historique des principales lectures du mythe de Faust dans la littérature ocidental, de Spiess, Marlowe, Goethe et Mann. À partir de ce parcours, on va vérifier comment le mythe de Faust s’apréhende dans la modernité par Fernando Pessoa. À propos du Faust de Pessoa, on découvre de quelle manière l’oeuvre est construite dans ses trois organisations, par les editeurs Freitas da Costa, Duílio Colombini et Teresa Sobral Cunha. Dans le chapitre suivant, on commence en présentant un embasement théorique des conceptions freudiennes du malaise dans la culture et la mélancolie. On va voir de quelle manière la mélancolie apparaît comme marque d’une époque orienté par la malaise. On va comprendre comment le malaise provoque dans l’être humain un délaissement hériter de sa subjetivité et caractéristique de la modernité. À la fin de notre travail, on va analiser comment les poèmes se relacionnent avec les thématiques de la mélancolie présente dans l’oeuvre du Faust de Pessoa. Nous comprenons le Faust de Pessoa comme une expression, à la fois, de la mélancolie et le génie de l’artiste. / A presente dissertação se propõe a analisar de que forma a compreensão freudiana de melancolia está presente no Fausto pessoano. Veremos de que forma a melancolia como característica da modernidade projeta, no Fausto de Pessoa, outro momento do mito fáustico. Analisaremos o retorno subjetivo para si como a saída encontrada, pelo sujeito poético, para expressar os tempos modernos, na transformação/construção do Fausto pessoano. Iniciamos nosso trabalho apresentando um breve percurso histórico sobre as principais leituras do mito de Fausto na Literatura Ocidental, em Spiess, Marlowe, Goethe e Mann. A partir desse
percurso, verificamos como o mito de Fausto passa a ser apreendido na modernidade por Fernando Pessoa. Sobre o Fausto pessoano, percebemos como a obra é construída em suas três organizações pelos editores Freitas da Costa, Duílio Colombini e Teresa Sobral Cunha. No capítulo seguinte, iniciamos apresentando um embasamento teórico sobre as concepções freudianas de mal-estar na modernidade e melancolia. Observamos a maneira pela qual a melancolia aparece como traço de uma época orientada pelo mal-estar. Compreendemos de que forma o mal-estar provoca, no ser humano, um desamparo legado à sua subjetividade, traço da modernidade. Na parte final de nosso trabalho, analisamos como os poemas se
relacionam com a temática da melancolia presente na obra do Fausto pessoano. Entendemos o Fausto de Pessoa como expressão, ao mesmo tempo, de melancolia e genialidade do artista.
|
25 |
Distorções elásticas no cinema digital de Alexandr Sokurov / Elastic distortions in the digital cinema of Alexandr SokurovAro, Fabrício Mesquita de [UNESP] 27 October 2016 (has links)
Submitted by FABRICIO MESQUITA DE ARO null (farotransmidia@gmail.com) on 2016-12-14T14:39:43Z
No. of bitstreams: 1
Distorções-Elásticas-no-Cinema-Digital-de-Alexandr-Sokurov.pdf: 4048829 bytes, checksum: 607a1b260496bee0c99b0555423dc805 (MD5) / Approved for entry into archive by Felipe Augusto Arakaki (arakaki@reitoria.unesp.br) on 2016-12-19T17:36:29Z (GMT) No. of bitstreams: 1
aro_fm_me_bauru.pdf: 4048829 bytes, checksum: 607a1b260496bee0c99b0555423dc805 (MD5) / Made available in DSpace on 2016-12-19T17:36:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1
aro_fm_me_bauru.pdf: 4048829 bytes, checksum: 607a1b260496bee0c99b0555423dc805 (MD5)
Previous issue date: 2016-10-27 / O presente trabalho pretende elucidar os mecanismos que negaram a perspectiva linear por meio da distorção da imagem no cinema de Alexandr Sokurov. A partir da teoria da Dobra de Deleuze e dos preceitos da Perspectiva Inversa de Pável Floriênski, serão analisadas obras pictóricas, que vão do Barroco, passando pela Bauhaus, chegando até Francis Bacon. Tais obras entrarão em sintonia com a filmografia de Sokurov utilizando o termo da “distorção elástica”, pressupondo um deslocamento não-espacial e temporal-não-linear através da análise fílmica e estética das obras. A adaptação de Fausto de Goethe realizada pelo cineasta russo em 2012, será o elemento condutor ao elucidar o trânsito imagético do suporte analógico para o digital e suas potencialidades estéticas de subversão à perspectiva linear. / The present work intends to elucidate the mechanisms that denied the linear perspective inherited from Ancient Greece and emphasized in the Renaissance period, to undergo the process of distortion of this mechanism of representation. From the theory of Deleuze's Dobra and the precepts of the Inverse Perspective of Pável Floriênski, will be analyzed pictorial works, ranging from the Baroque, passing by the Bauhaus, reaching Francis Bacon. Such works will be in tune with the filmmaking of the Russian filmmaker Alexandr Sokurov using the term "elastic distortion", presupposing a non-spatial and non-linear displacement through the filmic and aesthetic analysis of works. Goethe's Faust's adaptation by the Russian filmmaker in 2012 will be the driving element in elucidating the imaginary transit from analog to digital support and its aesthetic potential from subversion to linear perspective.
|
26 |
"La estética de la crueldad" : una lectura sobre De sobremesa de J. A. Silva a la luz del Fausto de W. J. GoetheLevy Wolfenzon, Jennifer 10 April 2013 (has links)
Si bien la crítica latinoamericana contemporánea ha estudiado buena parte de las
referencias literarias, plásticas y filosóficas de De Sobremesa (1895) de José
Asunción Silva, aún queda por investigar con mayor profundidad cuál es la
relación que se establece entre esta novela típicamente modernista y la mitología
faustiana. La mayoría de estudiosos de la obra de Silva han señalado las fuertes
influencias europeas de fines del siglo XIX enfatizando en las de Joris-Karl
Huysmans, Charles Baudelaire, el novelista y psicólogo Paul Bourget, el pintorpoeta
Dante Gabriel Rossetti, Friedrich Nietzsche e incluso Arthur Schopenhauer.
Sin embargo, no se ha considerado con seriedad el influjo que sin lugar a dudas
tuvo Johann Wolfgang von Goethe (1749-1832) en la obra de José Asunción Silva
(1865-1896).
El Modernismo fue un movimiento literario que surgió en Latinoamérica a fines del
siglo XIX y cuya estética estuvo determinada en gran parte por la necesidad de
instituir un nuevo modelo de hombre intelectual moderno que estuviera al margen
de los discursos del poder político y educativo. Durante casi todo el siglo XIX el
letrado era un intelectual ligado al dominio de lo público y a las más altas esferas
del poder político. La literatura constituía un dispositivo puesto al servicio del
Estado que, en ese entonces, buscaba educar a una gran parte de la población
americana considerada como “bárbara” y “salvaje”. Son los casos del Facundo
(1845) de Domingo Faustino Sarmiento, Amalia (1851) de José Mármol y María
(1867) de Jorge Isaacs, textos narrativos realistas con fines didácticos. Con la
emancipación de la metrópoli, la literatura latinoamericana empieza a tomar
distancia de sus obligaciones pedagógicas–morales y, como consecuencia de ello,
los escritores se repliegan en la soledad de sus despachos para crear desde su yo
interior. De aquí se entiende por qué en la poesía como en la narrativa modernista
hay una repetición de imágenes alusivas a los espacios interiores como las
habitaciones de las amadas, los despachos, las tertulias entre amigos cercanos y
los consultorios médicos. En este “interior”, perfumado del olor de los cigarrillos de
Oriente, colmado de exóticos objetos decorativos traídos desde China y tapizado
con finos terciopelos y pieles de origen ruso, las referencias librescas no pasan
desapercibidas. Bajo este mismo espíritu sofisticado y preciosista para describir
las atmósferas intimas, la novela de Silva podría ser considerada como un valioso
catálogo bibliográfico que recoge muchas de las inspiraciones artísticas y
científicas de su autor. De sobremesa es, entonces, no sólo una “autobiografía
novelada” donde el personaje principal es “un alter ego exacto” (Remedios Mataix,
111) de J. A. Silva, sino un homenaje a los autores y sus obras que más huella
dejaron en la corta vida del autor. . / Tesis
|
27 |
Pessoas Faust : Fragmente einer subjektiven TragödieLasch, Markus January 2006 (has links)
Zugl.: Berlin, Freie Univ., Diss., 2005
|
28 |
Mediale formen des Faust : von der mündlich tradierten legende zum filmBanach, Clemara January 2009 (has links)
Esta dissertação tem como objetivo investigar as relações entre os media - a imprensa, a fotografia, o filme, a Internet - e a literatura, focalizando especificamente as diversas formas que a matéria Fausto assumiu durante nos últimos 500 anos e suas inter-relações com as outras áreas sociais. Parte-se da convicção que estes medias exercem um papel central na formação das estruturas sociais e nas suas características, conforme Wilhelm Voßkamp¹ os medias são "culturas de comunicação que co-definem a realidade social" (Stanitzek e Voßkamp 2001). A história de Fausto é traçada a partir de sua origem como lenda oral. Convém lembrar que a figura faustiana como base o verdadeiro Fausto que viveu aproximadamente de 1480/1 - 1510/1 na Alemanha. Georg ou Johann Faust era tido como um mágico, um astrólogo e um alquimista e suas histórias fantásticas circulavam oralmente até que foram registradas em manuscritos no início do séc. XVI. Enquanto Fausto era vivo já surgiram várias lendas a seu respeito e após sua morte, que se deu numa experiência alquímica, correu a história que ele tinha um pacto com o demônio. Martin Luther, contemporâneo de Fausto, foi o primeiro a associá-lo ao satã (entidade demoníaca da tradição cristã) em sua obra Conversa de mesa² (1593). Assim, o mito que celebra um pacto com o diabo encontra suas raízes na realidade. Após a invenção de Gutenberg, surge em 1587 a primeira obra impressa, o livro popular Historia von D. Johann Fausten³, publicado por Johann Spies. Este livro, que foi escrito com intenção de assustar, amedrontar e alertar os leitores contra as tentações do "diabo", era de fácil leitura e logo cativou um grande público, tornando-se rapidamente conhecido em quase toda a Europa. Um dos motivos da grande popularidade desta obra é que apesar de literária as cenas eram tão bem descritas que era possível projetar mentalmente os quadros de horror e sobrenaturais que ali eram narrados. A descrição da personagem demoníaca desta obra, chamada de Mephistopheles, teve nítida influência das imagens diabólicas projetadas com a laterna mágica e a câmera obscura na idade média e a personagem principal Fausto é apresentada como uma figura negativa, pois trata-se aqui de uma obra de doutrinação protestante. A mesma servia como advertência para aqueles que possuíam curiosidade intelectual e queriam ir além dos limites estabelecidos pelas igrejas católica e protestante. O inglês Christopher Marlowe escreveu em 1587 uma peça teatral The Tragical History of Doctor Faustus4, no qual, assim como na Historia, Fausto é levado pelo demônio no final da história, pois havia selado um pacto assinado com o próprio sangue. Mephisto serviria ao Fausto durante 24 anos, se o mesmo no fim da vida lhe desse sua alma. A obra de Marlowe influenciou posteriormente as peças teatrais, apresentações, teatro de marionetes e grupos de teatro itinerante na Alemanha. Em aproximadamente 1600, grupos teatrais alemães passaram a exibir a peça Fausto, introduzindo a mesma elementos cômicos, como por exemplo a figura do "Hanswurst". Fausto tornara-se uma peça dirigida ao povo, com apresentações em feiras populares. Com Gothold Ephraim Lessing inicia-se uma redramatização em um nível mais elevado, seguido pelas diversas versões do Goethe (Urfaust5-1775; Faust, ein Fragment6- 1791; Faust. Der Tragödie Erster Teil7-1808 e Faust. Der Tragödie zweiter Teil8-1826). Johann Wolfgang von Goethe assistiu ao teatro de marionetes, peça inspirada no drama de Marlowe e começa a interessar-se e aprofundar-se no tema. Goethe, porém deu ao seu livro um final diferente, nele Fausto é salvo. E é justamente em Goethe, onde Fausto torna-se símbolo do homem moderno, que a obra atinge sua máxima expressão. O Fausto apresentado em teatro de marionetes na época de Goethe e as projeções com a laterna mágica, referentes ao Fausto e Mephisto, que influenciaram a própria obra de Goethe, podem ser vistos como precursores para a introdução do novo meio fílmico. Os primeiros fragmentos na matéria do Fausto, dos quais se têm notícias, foram filmados aproximadamente em 1895, (enfatizando elementos aventureiros, mágicos e cômicos da personagem). Sabe-se que Louis Lumières e George Méliés fizeram inúmeras filmagens com a temática faustiana. Estes filmes que eram fragmentados e de curta duração eram apresentados em feiras, mercados ou espaços alugados para apresentações de filmes, como um espetáculo técnico e pura diversão. Fausto, como obra cinematográfica, vai se desenvolvendo através dos séculos, passando pelas fases inerentes á própria evolução do filme, ou seja, pela câmera obscura, laterna mágica e a fantasmagoria, até chegar ao filme mudo e falado. A temática faustiana foi vastamente utilizada nas mais diversas produções filmicas. Conforme Lange-Fuchs9, filmes sobre Fausto foram produzidos na Alemanha, França Inglaterra, América, Itália e Dinamarca. Também encontramos variantes em espanhol, romeno, dinamarquês, holandês, tscheco, servocroata, húngaro e até em jiidisch. Acompanhar o desenvolvimento da obra literária de Fausto em obra cinematográfica é ao mesmo tempo acompanhar a história da evolução do filme propriamente dita. Os filmes de curta duração retratavam somente imagens, cenas ou elementos das obras de Fausto, porém a partir de 1912 surgem filmes de longa duração com a temática faustiana.O filme mudo que será analisado mais detalhadamente neste trabalho é o Faust. Eine Deutsche Volkssage¹º (1926) de Friedrich Wilhelm Murnau. Resumindo, pretende-se mostrar, como as diversas formas mediais trabalharam a figura do Fausto e como a mesma foi configurada, conforme seu respectivo medium em cada fase histórica. No que diz respeito às obras literárias, incluindo textos do treatro de marionetes, inicia-se este trabalho com a análise da já citada lenda oral, que foi inspirada pelo personagem histórico chamado Johannes "Georg" Faust, a qual surgiu manuscrita e foi impressa em 1587 (Volksbuch), após a invenção da imprensa de Gutenberg. Segue-se a estudo de Fausto no drama de Christopher Marlowe, no teatro de marionetes, que por sua vez também foram influenciados pelo escritor inglês Marlowe, o qual influenciou posteriormente as obras de Lessing e de Goethe. Apesar das obras literárias como as de Thomas e Klaus Mann abordarem a temática faustiana e serem de grande relevância para a literatura alemã, não serão foco de estudo neste trabalho. No que diz respeito ao cinema mudo alemão, o filme Faust. Eine deutsche Volkssage¹¹ de Friedrich Wilhelm Murnau será a última obra a ser analisada e estudada neste trabalho, por causa de sua grande importância para o cinema em geral. Quanto ao filme Mephisto¹² (1981) de István Szabó, o qual recorreu ao efeito do nacional-socialismo de Hitler, utilizando-se para isto da figura do ator Gustaf Gründgens, retratado primeiramente no livro de Klaus Mann; não será alvo deste trabalho. Em segundo lugar, será mostrado como o Fausto foi enriquecido de sentido diferenciado nos diversos momentos históricos: no Volksbuch com a presença da moral, no teatro de marionetes com a introdução da comicidade, na laterna mágica por sua qualidade visual e em Goethe com início da modernidade.
|
29 |
Mediale formen des Faust : von der mündlich tradierten legende zum filmBanach, Clemara January 2009 (has links)
Esta dissertação tem como objetivo investigar as relações entre os media - a imprensa, a fotografia, o filme, a Internet - e a literatura, focalizando especificamente as diversas formas que a matéria Fausto assumiu durante nos últimos 500 anos e suas inter-relações com as outras áreas sociais. Parte-se da convicção que estes medias exercem um papel central na formação das estruturas sociais e nas suas características, conforme Wilhelm Voßkamp¹ os medias são "culturas de comunicação que co-definem a realidade social" (Stanitzek e Voßkamp 2001). A história de Fausto é traçada a partir de sua origem como lenda oral. Convém lembrar que a figura faustiana como base o verdadeiro Fausto que viveu aproximadamente de 1480/1 - 1510/1 na Alemanha. Georg ou Johann Faust era tido como um mágico, um astrólogo e um alquimista e suas histórias fantásticas circulavam oralmente até que foram registradas em manuscritos no início do séc. XVI. Enquanto Fausto era vivo já surgiram várias lendas a seu respeito e após sua morte, que se deu numa experiência alquímica, correu a história que ele tinha um pacto com o demônio. Martin Luther, contemporâneo de Fausto, foi o primeiro a associá-lo ao satã (entidade demoníaca da tradição cristã) em sua obra Conversa de mesa² (1593). Assim, o mito que celebra um pacto com o diabo encontra suas raízes na realidade. Após a invenção de Gutenberg, surge em 1587 a primeira obra impressa, o livro popular Historia von D. Johann Fausten³, publicado por Johann Spies. Este livro, que foi escrito com intenção de assustar, amedrontar e alertar os leitores contra as tentações do "diabo", era de fácil leitura e logo cativou um grande público, tornando-se rapidamente conhecido em quase toda a Europa. Um dos motivos da grande popularidade desta obra é que apesar de literária as cenas eram tão bem descritas que era possível projetar mentalmente os quadros de horror e sobrenaturais que ali eram narrados. A descrição da personagem demoníaca desta obra, chamada de Mephistopheles, teve nítida influência das imagens diabólicas projetadas com a laterna mágica e a câmera obscura na idade média e a personagem principal Fausto é apresentada como uma figura negativa, pois trata-se aqui de uma obra de doutrinação protestante. A mesma servia como advertência para aqueles que possuíam curiosidade intelectual e queriam ir além dos limites estabelecidos pelas igrejas católica e protestante. O inglês Christopher Marlowe escreveu em 1587 uma peça teatral The Tragical History of Doctor Faustus4, no qual, assim como na Historia, Fausto é levado pelo demônio no final da história, pois havia selado um pacto assinado com o próprio sangue. Mephisto serviria ao Fausto durante 24 anos, se o mesmo no fim da vida lhe desse sua alma. A obra de Marlowe influenciou posteriormente as peças teatrais, apresentações, teatro de marionetes e grupos de teatro itinerante na Alemanha. Em aproximadamente 1600, grupos teatrais alemães passaram a exibir a peça Fausto, introduzindo a mesma elementos cômicos, como por exemplo a figura do "Hanswurst". Fausto tornara-se uma peça dirigida ao povo, com apresentações em feiras populares. Com Gothold Ephraim Lessing inicia-se uma redramatização em um nível mais elevado, seguido pelas diversas versões do Goethe (Urfaust5-1775; Faust, ein Fragment6- 1791; Faust. Der Tragödie Erster Teil7-1808 e Faust. Der Tragödie zweiter Teil8-1826). Johann Wolfgang von Goethe assistiu ao teatro de marionetes, peça inspirada no drama de Marlowe e começa a interessar-se e aprofundar-se no tema. Goethe, porém deu ao seu livro um final diferente, nele Fausto é salvo. E é justamente em Goethe, onde Fausto torna-se símbolo do homem moderno, que a obra atinge sua máxima expressão. O Fausto apresentado em teatro de marionetes na época de Goethe e as projeções com a laterna mágica, referentes ao Fausto e Mephisto, que influenciaram a própria obra de Goethe, podem ser vistos como precursores para a introdução do novo meio fílmico. Os primeiros fragmentos na matéria do Fausto, dos quais se têm notícias, foram filmados aproximadamente em 1895, (enfatizando elementos aventureiros, mágicos e cômicos da personagem). Sabe-se que Louis Lumières e George Méliés fizeram inúmeras filmagens com a temática faustiana. Estes filmes que eram fragmentados e de curta duração eram apresentados em feiras, mercados ou espaços alugados para apresentações de filmes, como um espetáculo técnico e pura diversão. Fausto, como obra cinematográfica, vai se desenvolvendo através dos séculos, passando pelas fases inerentes á própria evolução do filme, ou seja, pela câmera obscura, laterna mágica e a fantasmagoria, até chegar ao filme mudo e falado. A temática faustiana foi vastamente utilizada nas mais diversas produções filmicas. Conforme Lange-Fuchs9, filmes sobre Fausto foram produzidos na Alemanha, França Inglaterra, América, Itália e Dinamarca. Também encontramos variantes em espanhol, romeno, dinamarquês, holandês, tscheco, servocroata, húngaro e até em jiidisch. Acompanhar o desenvolvimento da obra literária de Fausto em obra cinematográfica é ao mesmo tempo acompanhar a história da evolução do filme propriamente dita. Os filmes de curta duração retratavam somente imagens, cenas ou elementos das obras de Fausto, porém a partir de 1912 surgem filmes de longa duração com a temática faustiana.O filme mudo que será analisado mais detalhadamente neste trabalho é o Faust. Eine Deutsche Volkssage¹º (1926) de Friedrich Wilhelm Murnau. Resumindo, pretende-se mostrar, como as diversas formas mediais trabalharam a figura do Fausto e como a mesma foi configurada, conforme seu respectivo medium em cada fase histórica. No que diz respeito às obras literárias, incluindo textos do treatro de marionetes, inicia-se este trabalho com a análise da já citada lenda oral, que foi inspirada pelo personagem histórico chamado Johannes "Georg" Faust, a qual surgiu manuscrita e foi impressa em 1587 (Volksbuch), após a invenção da imprensa de Gutenberg. Segue-se a estudo de Fausto no drama de Christopher Marlowe, no teatro de marionetes, que por sua vez também foram influenciados pelo escritor inglês Marlowe, o qual influenciou posteriormente as obras de Lessing e de Goethe. Apesar das obras literárias como as de Thomas e Klaus Mann abordarem a temática faustiana e serem de grande relevância para a literatura alemã, não serão foco de estudo neste trabalho. No que diz respeito ao cinema mudo alemão, o filme Faust. Eine deutsche Volkssage¹¹ de Friedrich Wilhelm Murnau será a última obra a ser analisada e estudada neste trabalho, por causa de sua grande importância para o cinema em geral. Quanto ao filme Mephisto¹² (1981) de István Szabó, o qual recorreu ao efeito do nacional-socialismo de Hitler, utilizando-se para isto da figura do ator Gustaf Gründgens, retratado primeiramente no livro de Klaus Mann; não será alvo deste trabalho. Em segundo lugar, será mostrado como o Fausto foi enriquecido de sentido diferenciado nos diversos momentos históricos: no Volksbuch com a presença da moral, no teatro de marionetes com a introdução da comicidade, na laterna mágica por sua qualidade visual e em Goethe com início da modernidade.
|
30 |
Mediale formen des Faust : von der mündlich tradierten legende zum filmBanach, Clemara January 2009 (has links)
Esta dissertação tem como objetivo investigar as relações entre os media - a imprensa, a fotografia, o filme, a Internet - e a literatura, focalizando especificamente as diversas formas que a matéria Fausto assumiu durante nos últimos 500 anos e suas inter-relações com as outras áreas sociais. Parte-se da convicção que estes medias exercem um papel central na formação das estruturas sociais e nas suas características, conforme Wilhelm Voßkamp¹ os medias são "culturas de comunicação que co-definem a realidade social" (Stanitzek e Voßkamp 2001). A história de Fausto é traçada a partir de sua origem como lenda oral. Convém lembrar que a figura faustiana como base o verdadeiro Fausto que viveu aproximadamente de 1480/1 - 1510/1 na Alemanha. Georg ou Johann Faust era tido como um mágico, um astrólogo e um alquimista e suas histórias fantásticas circulavam oralmente até que foram registradas em manuscritos no início do séc. XVI. Enquanto Fausto era vivo já surgiram várias lendas a seu respeito e após sua morte, que se deu numa experiência alquímica, correu a história que ele tinha um pacto com o demônio. Martin Luther, contemporâneo de Fausto, foi o primeiro a associá-lo ao satã (entidade demoníaca da tradição cristã) em sua obra Conversa de mesa² (1593). Assim, o mito que celebra um pacto com o diabo encontra suas raízes na realidade. Após a invenção de Gutenberg, surge em 1587 a primeira obra impressa, o livro popular Historia von D. Johann Fausten³, publicado por Johann Spies. Este livro, que foi escrito com intenção de assustar, amedrontar e alertar os leitores contra as tentações do "diabo", era de fácil leitura e logo cativou um grande público, tornando-se rapidamente conhecido em quase toda a Europa. Um dos motivos da grande popularidade desta obra é que apesar de literária as cenas eram tão bem descritas que era possível projetar mentalmente os quadros de horror e sobrenaturais que ali eram narrados. A descrição da personagem demoníaca desta obra, chamada de Mephistopheles, teve nítida influência das imagens diabólicas projetadas com a laterna mágica e a câmera obscura na idade média e a personagem principal Fausto é apresentada como uma figura negativa, pois trata-se aqui de uma obra de doutrinação protestante. A mesma servia como advertência para aqueles que possuíam curiosidade intelectual e queriam ir além dos limites estabelecidos pelas igrejas católica e protestante. O inglês Christopher Marlowe escreveu em 1587 uma peça teatral The Tragical History of Doctor Faustus4, no qual, assim como na Historia, Fausto é levado pelo demônio no final da história, pois havia selado um pacto assinado com o próprio sangue. Mephisto serviria ao Fausto durante 24 anos, se o mesmo no fim da vida lhe desse sua alma. A obra de Marlowe influenciou posteriormente as peças teatrais, apresentações, teatro de marionetes e grupos de teatro itinerante na Alemanha. Em aproximadamente 1600, grupos teatrais alemães passaram a exibir a peça Fausto, introduzindo a mesma elementos cômicos, como por exemplo a figura do "Hanswurst". Fausto tornara-se uma peça dirigida ao povo, com apresentações em feiras populares. Com Gothold Ephraim Lessing inicia-se uma redramatização em um nível mais elevado, seguido pelas diversas versões do Goethe (Urfaust5-1775; Faust, ein Fragment6- 1791; Faust. Der Tragödie Erster Teil7-1808 e Faust. Der Tragödie zweiter Teil8-1826). Johann Wolfgang von Goethe assistiu ao teatro de marionetes, peça inspirada no drama de Marlowe e começa a interessar-se e aprofundar-se no tema. Goethe, porém deu ao seu livro um final diferente, nele Fausto é salvo. E é justamente em Goethe, onde Fausto torna-se símbolo do homem moderno, que a obra atinge sua máxima expressão. O Fausto apresentado em teatro de marionetes na época de Goethe e as projeções com a laterna mágica, referentes ao Fausto e Mephisto, que influenciaram a própria obra de Goethe, podem ser vistos como precursores para a introdução do novo meio fílmico. Os primeiros fragmentos na matéria do Fausto, dos quais se têm notícias, foram filmados aproximadamente em 1895, (enfatizando elementos aventureiros, mágicos e cômicos da personagem). Sabe-se que Louis Lumières e George Méliés fizeram inúmeras filmagens com a temática faustiana. Estes filmes que eram fragmentados e de curta duração eram apresentados em feiras, mercados ou espaços alugados para apresentações de filmes, como um espetáculo técnico e pura diversão. Fausto, como obra cinematográfica, vai se desenvolvendo através dos séculos, passando pelas fases inerentes á própria evolução do filme, ou seja, pela câmera obscura, laterna mágica e a fantasmagoria, até chegar ao filme mudo e falado. A temática faustiana foi vastamente utilizada nas mais diversas produções filmicas. Conforme Lange-Fuchs9, filmes sobre Fausto foram produzidos na Alemanha, França Inglaterra, América, Itália e Dinamarca. Também encontramos variantes em espanhol, romeno, dinamarquês, holandês, tscheco, servocroata, húngaro e até em jiidisch. Acompanhar o desenvolvimento da obra literária de Fausto em obra cinematográfica é ao mesmo tempo acompanhar a história da evolução do filme propriamente dita. Os filmes de curta duração retratavam somente imagens, cenas ou elementos das obras de Fausto, porém a partir de 1912 surgem filmes de longa duração com a temática faustiana.O filme mudo que será analisado mais detalhadamente neste trabalho é o Faust. Eine Deutsche Volkssage¹º (1926) de Friedrich Wilhelm Murnau. Resumindo, pretende-se mostrar, como as diversas formas mediais trabalharam a figura do Fausto e como a mesma foi configurada, conforme seu respectivo medium em cada fase histórica. No que diz respeito às obras literárias, incluindo textos do treatro de marionetes, inicia-se este trabalho com a análise da já citada lenda oral, que foi inspirada pelo personagem histórico chamado Johannes "Georg" Faust, a qual surgiu manuscrita e foi impressa em 1587 (Volksbuch), após a invenção da imprensa de Gutenberg. Segue-se a estudo de Fausto no drama de Christopher Marlowe, no teatro de marionetes, que por sua vez também foram influenciados pelo escritor inglês Marlowe, o qual influenciou posteriormente as obras de Lessing e de Goethe. Apesar das obras literárias como as de Thomas e Klaus Mann abordarem a temática faustiana e serem de grande relevância para a literatura alemã, não serão foco de estudo neste trabalho. No que diz respeito ao cinema mudo alemão, o filme Faust. Eine deutsche Volkssage¹¹ de Friedrich Wilhelm Murnau será a última obra a ser analisada e estudada neste trabalho, por causa de sua grande importância para o cinema em geral. Quanto ao filme Mephisto¹² (1981) de István Szabó, o qual recorreu ao efeito do nacional-socialismo de Hitler, utilizando-se para isto da figura do ator Gustaf Gründgens, retratado primeiramente no livro de Klaus Mann; não será alvo deste trabalho. Em segundo lugar, será mostrado como o Fausto foi enriquecido de sentido diferenciado nos diversos momentos históricos: no Volksbuch com a presença da moral, no teatro de marionetes com a introdução da comicidade, na laterna mágica por sua qualidade visual e em Goethe com início da modernidade.
|
Page generated in 0.0457 seconds