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Utilização da ressonância magnética para o planejamento radioterápico dos tumores de colo de útero / Magnetic resonance imaging in the radiation treatment planning of uterine cervix cancersJustino, Pitagoras Baskara 28 March 2007 (has links)
OBJETIVOS: Verificar o índice de erros geográficos no planejamento radioterápico convencional de pacientes com carcinoma de colo uterino por meio da ressonância magnética (RM); comparar os dados de estadiamento da FIGO pelos exames físico e de RM e avaliar o estudo do Raio-X contrastado de reto na previsão do erro geográfico. MATERIAIS E MÉTODOS: Oitenta pacientes com diagnóstico histológico de carcinoma espinocelular de colo uterino, com indicação de radioterapia, foram analisadas. Após o estadiamento clínico (FIGO), foi realizada ressonância magnética da pelve e estas imagens comparadas aos campos clássicos de radioterapia, técnica de 4 campos em tijolo. Considerou-se erro geográfico, quando o volume alvo não foi englobado pelos campos, com margens mínimas de 1cm. Os dados de exame físico e RM foram comparados. RESULTADOS: Entre as 80 pacientes analisadas, os limites clássicos dos campos não foram adequados em 45 (56%). Os limites críticos foram as bordas anterior (1/3 anterior da sínfise púbica) ou posterior (limite em S2-S3) dos campos laterais de irradiação. Evidenciou-se grande discrepância entre o exame físico e a RM no que se refere à análise de informações para o estadiamento. Na maioria das vezes, o exame físico sub-estadiou as lesões, principalmente na detecção de doença vaginal e parametrial. Lesões com diâmetro antero-posterior maior que 6cm e volume acima de 100cm3 apresentaram correlação estatisticamente significante com o erro geográfico. O posicionamento da parede anterior do reto fora do limite posterior dos campos laterais, no raio-X contrastado mostrou correlação estatisticamente significante com o erro geográfico. CONCLUSÕES: Em relação aos limites dos campos de irradiação a RM foi decisória para adequação dos campos de radioterapia, na maioria das pacientes. O estadiamento por RM, comparado ao exame físico, mostrou-se preciso na avaliação de volume tumoral e extensão da doença. No presente estudo, a avaliação do deslocamento da parede anterior do reto na radiografia dos campos laterais de irradiação mostrou associação com o risco de erro geográfico. / OBJECTIVES The purposes of this study were to verify the chances of geographic miss in conventional 2-dimensional radiotherapy planning in patients with uterine cervix cancer, by means of magnetic resonance imaging (MRI); to compare the data from FIGO staging system with MRI findings; and to evaluate the influence of contrasted rectum X-ray in predicting geographic miss. MATERIAL AND METHODS: Eighty patients with uterine cervical carcinoma were analyzed. After clinical staging (FIGO), magnetic resonance imaging of the pelvis was performed. The images were compared to the classic 4-field technique (box) of radiotherapy. Geographic miss was considered when the tumor volume was not included in the irradiation fields with at least 1cm margins. Data of physical examination and RM were compared. RESULTS: In 45 (56,2%) of the 80 studied patients, fields? limits were not adequate. The anterior (anterior 1/3 of pubis) and posterior limits (S2-S3) of the lateral fields of irradiation were critical. Great discrepancy was observed when physical exam was compared to MRI findings. In most cases, physical exam tended to under-stage the tumors, mainly due to vaginal and parametrial extension. Tumors with antero-posterior diameter larger than 6cm and volume above 100cm3 presented statistically significant correlation with geographical miss. Displacement of the anterior rectal wall outside the posterior limit of the lateral fields in the contrasted X-ray was also significantly correlated with geographical miss. CONCLUSIONS: MRI findings detected and prevented geographic misses in the majority of the patients. When compared to physical examination, tumor volume and extension were better defined by MRI. In the present study, the evaluation of the anterior rectal wall displacement in the lateral x-ray of the irradiation fields was associated with the risk of geographical miss.
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Reconfiguração de redes primárias de distribuição de energia elétrica utilizando sistemas de informações geográficas. / GIS - based primary distribution feeder reconfiguration.Crispino, Ferdinando 19 December 2001 (has links)
Este trabalho apresenta um sistema de informações geográficas (SIG) como ferramenta de analise da reconfiguração de redes de distribuição de energia elétrica, juntamente com a evolução e tendências para os sistemas SIG. É utilizado um banco de dados relacional para armazenar dados geográficos e não geográficos e resultados de cálculo de fluxo de potência. A região em estudo é visualizada em forma de mapa sobrepondo a rede primária e os seus elementos elétricos. A simulação do novo estado da rede é feita, intuitivamente com o mouse, a partir dos elementos gráficos. O aplicativo apresenta graficamente os resultados de simulações de manobras na rede de distribuição e os valores resultantes do fluxo de potência para suas principais grandezas elétricas. / This work describes the implementation of a Geographical Information System (GIS) based reconfiguration system, aimed at primary distribution feeders (13.8 kV), together with an overview on the evolution and future trends of GIS applications. A relational database stores both spatial and non-spatial data, which are shown on the screen as a map on top of which all elements of the electrical system are displayed. An intuitive user interface, through the use of the mouse and graphical resources, allows the state of protective/switching devices to be easily changed (from closed to open and vice-versa). A load-flow routine can be executed at any time, allowing the evaluation of the impact of a particular operation. Simulation results are presented in two forms: graphical data shown directly on the screen and alphanumeric reports for later analysis.
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La Hoya de CastallaSantos Deltell, María José 11 November 1983 (has links)
No description available.
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Estrategias de desarrollo para la zona de montaña de la Comunidad Valenciana (Alicante)Martí Marco, María Rosario 01 March 1995 (has links)
No description available.
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Utilização da ressonância magnética para o planejamento radioterápico dos tumores de colo de útero / Magnetic resonance imaging in the radiation treatment planning of uterine cervix cancersPitagoras Baskara Justino 28 March 2007 (has links)
OBJETIVOS: Verificar o índice de erros geográficos no planejamento radioterápico convencional de pacientes com carcinoma de colo uterino por meio da ressonância magnética (RM); comparar os dados de estadiamento da FIGO pelos exames físico e de RM e avaliar o estudo do Raio-X contrastado de reto na previsão do erro geográfico. MATERIAIS E MÉTODOS: Oitenta pacientes com diagnóstico histológico de carcinoma espinocelular de colo uterino, com indicação de radioterapia, foram analisadas. Após o estadiamento clínico (FIGO), foi realizada ressonância magnética da pelve e estas imagens comparadas aos campos clássicos de radioterapia, técnica de 4 campos em tijolo. Considerou-se erro geográfico, quando o volume alvo não foi englobado pelos campos, com margens mínimas de 1cm. Os dados de exame físico e RM foram comparados. RESULTADOS: Entre as 80 pacientes analisadas, os limites clássicos dos campos não foram adequados em 45 (56%). Os limites críticos foram as bordas anterior (1/3 anterior da sínfise púbica) ou posterior (limite em S2-S3) dos campos laterais de irradiação. Evidenciou-se grande discrepância entre o exame físico e a RM no que se refere à análise de informações para o estadiamento. Na maioria das vezes, o exame físico sub-estadiou as lesões, principalmente na detecção de doença vaginal e parametrial. Lesões com diâmetro antero-posterior maior que 6cm e volume acima de 100cm3 apresentaram correlação estatisticamente significante com o erro geográfico. O posicionamento da parede anterior do reto fora do limite posterior dos campos laterais, no raio-X contrastado mostrou correlação estatisticamente significante com o erro geográfico. CONCLUSÕES: Em relação aos limites dos campos de irradiação a RM foi decisória para adequação dos campos de radioterapia, na maioria das pacientes. O estadiamento por RM, comparado ao exame físico, mostrou-se preciso na avaliação de volume tumoral e extensão da doença. No presente estudo, a avaliação do deslocamento da parede anterior do reto na radiografia dos campos laterais de irradiação mostrou associação com o risco de erro geográfico. / OBJECTIVES The purposes of this study were to verify the chances of geographic miss in conventional 2-dimensional radiotherapy planning in patients with uterine cervix cancer, by means of magnetic resonance imaging (MRI); to compare the data from FIGO staging system with MRI findings; and to evaluate the influence of contrasted rectum X-ray in predicting geographic miss. MATERIAL AND METHODS: Eighty patients with uterine cervical carcinoma were analyzed. After clinical staging (FIGO), magnetic resonance imaging of the pelvis was performed. The images were compared to the classic 4-field technique (box) of radiotherapy. Geographic miss was considered when the tumor volume was not included in the irradiation fields with at least 1cm margins. Data of physical examination and RM were compared. RESULTS: In 45 (56,2%) of the 80 studied patients, fields? limits were not adequate. The anterior (anterior 1/3 of pubis) and posterior limits (S2-S3) of the lateral fields of irradiation were critical. Great discrepancy was observed when physical exam was compared to MRI findings. In most cases, physical exam tended to under-stage the tumors, mainly due to vaginal and parametrial extension. Tumors with antero-posterior diameter larger than 6cm and volume above 100cm3 presented statistically significant correlation with geographical miss. Displacement of the anterior rectal wall outside the posterior limit of the lateral fields in the contrasted X-ray was also significantly correlated with geographical miss. CONCLUSIONS: MRI findings detected and prevented geographic misses in the majority of the patients. When compared to physical examination, tumor volume and extension were better defined by MRI. In the present study, the evaluation of the anterior rectal wall displacement in the lateral x-ray of the irradiation fields was associated with the risk of geographical miss.
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A construção de um saber geográfico na escola: possibilidades com as experiências vividasVieira, Fábio Pessoa 26 March 2013 (has links)
O objetivo deste estudo é investigar possibilidades de construção de um saber
geográfico na escola em processos de ensino e aprendizagem que consideram as
experiências dos sujeitos envolvidos no processo. Saber este, que está para além
do conhecimento científico acadêmico. Na relação entre os diversos conhecimentos
que compõem a geografia escolar e na diversidade de práxis pedagógica, a
construção de cada acontecer é singular, pois o universo escolar é composto de
diversas possibilidades existentes a partir dos conhecimentos científicos, populares
e das experiências. No caso da Geografia, a construção de um saber na escola,
passa necessariamente pela compreensão das principais categorias de análise da
Geografia, sobretudo o espaço geográfico e o lugar, com as quais os estudantes
possam entender as relações espaciais existentes no espaço-tempo em que vivem.
Assim, a perspectiva desta pesquisa é de uma ontologia no processo de ensino
aprendizagem da Geografia, que destaca as experiências de cada um dos
envolvidos neste processo. Os relatos de experiências que compõem esta
dissertação surgem como possibilidades de se dar voz e vez às experiências vividas
na construção de um saber geográfico na escola, sem perder o rigor na pesquisa e
na docência ao contrapor, criticar, estimular e principalmente, possibilitar condições
para que professores e estudantes sintam-se de fato, protagonistas no processo de
ensino aprendizagem com as suas experiências vividas. / This study aims at investigating possible ways to acieve a geographical knowledge at
ashcool through processes of teaching and learning which take in consideraton the
experiences of the individuals involed the process. Such knowledge goes beyond the
academic-scientific knowledge. In the relations involving the existing geographic
knowledges in the school and the various possible pedagogical praxis, the
construction of every event is unique for the school’s universe is made up by several
possibilities such as popular and scientific knowledge as well as personal
experiences. In the case of Geography, the construction of a given knowledge at
school is necessarily linked with the understanding of the main categories of analysis
of this discipline, especially the geographic space and the place with which the
students ay become able to understand the existing spacial relations with in the timespace
where they live. Therefore the perspective of this research is an ontology on
the teaching-learning process of Geography which highlights the experiences lived
by each individual involved. The reports of the experiences described in this article
are a possibility to give voice to the experiences lived in the construction of the
geographic knowledge at school but still focusing on the scientific method and on the
research method by subjecting to the critique, stimulating and making possible to
students and teachers feel like the real protagonists of the teaching-learning process
with their own experiences.
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A violência como paisagem: uma leitura do Quadros da Natureza de Alexander von Humboldt / Violence as landscape: a reading of Alexander von Humboldt\'s Views of natureLopes, Francisco Bahia 01 December 2015 (has links)
Em 1799, enquanto a Europa sacudia com as guerras napoleônicas, o naturalista prussiano Alexander von Humboldt e o botânico francês Aimé Bonpland embarcavam rumo à América do Sul para realizar uma expedição científica. Oficialmente, era a primeira vez que cientistas viajavam ao mundo colonial espanhol sem escolta militar. Durante a viagem, uma peste atinge a tripulação obrigando Humboldt a desembarcar em Cumaná, na Tierra Firme, área marginalizada pela colonização espanhola. Humboldt permaneceria na área (hoje território colombiano e venezuelano) até 1801; este trecho da viagem seria seu principal objeto de representação quando, em 1808, já de volta ao mundo metropolitano, publica o Quadros da Natureza. No prefácio, Humboldt dizia que a obra tinha a intenção de evocar, através da descrição paisagística, aquilo que vivenciou no mundo colonial; neste procedimento, porém, pintava a colônia como espetáculo natural regido pela harmonia do mundo; com o Quadros da Natureza, Humboldt aniquilava, na paisagem descrita, aquilo que unia a colônia à metrópole: a mais brutal violência. / In 1799, while Europe concussed by the Napoleonic wars, the Prussian naturalist Alexander von Humboldt and the French botanist Aimé Bonpland boarded to South America to perform a scientific expedition. Officially, was the first time that scientists travelled to the Spanish colonial world without military bodyguard. During the trip, a plague reaches the ship forcing the scientists to land in Cumana, in Tierra Firme, Spanish colonization\'s marginal area. Humboldt stays in Tierra Firme (now Colombian and Venezuelan territory) until 1801; this travel section would be his main representation object when, in 1808, having returned to the metropolitan world, publishes Views of Nature. In the preface, Humboldt said that the work was intended to evoke, through the landscape description, what he experienced in the colonial world; this procedure, however, painted the colony as natural spectacle governed by harmonic forces; with Views of Nature, Humboldt annihilated, in landscape description, what tied colony and metropolis: the most brutal violence.
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O lugar da fronteira na geografia de Pierre Monbeig / The place of the frontier in the Geography of Pierre MonbeigNogueira, Carlo Eugenio 16 December 2013 (has links)
Este trabalho procura avaliar a relação existente entre a expansão espacial do povoamento ocorrida no Brasil na primeira metade do século XX e o processo de formação territorial do país, trazendo a lume a importância das relações sociais que ocorriam na fronteira para a composição de uma explicação geográfica sobre o fenômeno do pioneirismo. Tomando como ponto de partida a análise da noção de frente pioneira explicitada na obra do geógrafo francês Pierre Monbeig entre as décadas de 1930 e 1950, busca-se apontar de que maneira a descrição explicativa das áreas de movimentação de fronteiras dinamizadas pela expansão espacial da colonização, que impulsionou a fundação de cidades, o desmatamento de florestas e a abertura de campos de cultivo e pastos, comporta uma análise sobre o processo de construção dos sistemas de engenharia que conseguiram consolidar nexos de solidariedade entre distintos lugares, garantindo maior fluidez e integração a um território que modificava sua organização espacial para se adequar às novas necessidades surgidas com a expansão do capitalismo no Brasil. Figura de destaque no ensino e pesquisa em geografia desenvolvidos no Brasil nas décadas de 1930 e 1940, especialmente na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo, onde foi um dos fundadores do curso de Geografia e História, Pierre Monbeig é um dos protagonistas da institucionalização acadêmica do campo geográfico no país, influenciando diretamente a formação da primeira geração de geógrafos brasileiros saídos dos bancos universitários. Assim sendo, este trabalho colocou como objetivo específico rastrear a influência do enquadramento oferecido por Monbeig em seus trabalhos sobre o pioneirismo nas pesquisas de autores como Ary França, José Ribeiro de Araújo Filho, Renato da Silveira Mendes, Nice Lecocq Müller e Pasquale Petrone, discípulos do francês que assumiram uma posição institucional de relevo no cenário da geografia brasileira a partir da década de 1950, tornando-se os continuadores do curso de Geografia da FFCL/USP. / The aim of this work is to analyze the relation between the spatial expansion of Brazilian settlement occurred in the first half of the twentieth century and the process of territorial formation, with a focus on the role of the frontiers social relations in the construction of a geographic approach for the pioneering phenomena. Based upon the analysis of the pioneer fringe as it is expounded in the work of French geographer Pierre Monbeig between the 1930s and the 1950s, we intend to point out in what ways the descriptive explanation of the moving frontier, which impelled, for its turn, the foundation of cities, the deforestation and the formation of agriculture fields and pastures, reveals an interpretation about the construction of engineering systems planned to consolidate spatial relations among different places in the Brazilian territory, ensuring the territorial integration necessary for the expansion of capitalism in Brazil. Pierre Monbeig is a distinguish figure of the Brazilian geographic movement, fulfilling an important role in the institutionalization of the geographic scientific field as one of the greatest scholar figures that ever worked in this country. The analysis of the influence brought together with his activities as a teacher and researcher developed in the Department of Geography of the São Paulo University during the 1930s and the 1940s, which he helped to organize and establish, can be taken in consideration as a demonstration of the reach of his works for the generation of students that came after him in the University. Thus, this work seeks to examine the influence of the explicative frame held in Monbeigs studies of the pioneer fringe on the research developed by authors like Ary França, José Ribeiro de Araújo Filho, Renato da Silveira Mendes, Nice Lecocq Müller and Pasquale Petrone, all of them future teachers in the same Department of Geography in São Paulo.
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Uso do território, normas e política: dos compartimentos quilombolas à comunidade Cafundó (Salto de Pirapora-SP) / Land use, standards and policy: of maroons compartments to Cafundó community (Salto de Pirapora-SP)Gomes, Andre Luis 20 January 2016 (has links)
A Dissertação trata do(s) uso(s) do território praticado(s) pela comunidade quilombola Cafundó, no município de Salto de Pirapora, Estado de São Paulo. Ao serem libertados da escravidão, os antepassados da comunidade atual receberam a doação de aproximadamente 80 alqueires de terra. A partir dos anos 1940, essas terras passaram a ser indevidamente apossadas por fazendeiros vizinhos, por meio de transações enganosas, com o apoio de cartórios ou pelo uso da violência. Por meio da pesquisa, constatamos que esse não foi um processo isolado, tendo ocorrido em outras comunidades negras com origem semelhante à do Cafundó. Dentro dos fundamentos teóricos adotados, tomamos como ponto de partida a ideia de que o uso do território é regido pelo sistema normativo, o qual se origina do atual sistema técnico, do território enquanto norma, e da política. Sendo assim, o Artigo 68 do ADCT e os Artigos 215 e 216 da Constituição Federal de 1988 consistiram nas primeiras normas voltadas para a garantia dos direitos étnicos e territoriais das comunidades quilombolas. Para sua efetivação, tais instrumentos vêm sendo regulamentados por normas mais detalhadas e específicas, que definem o papel dos órgãos estatais no processo de titulação dos territórios quilombolas, o que é objeto de disputas políticas envolvendo interesses contrários aos direitos das comunidades. Desse modo, desde os anos 1990 o Cafundó vem conquistando o reconhecimento enquanto território quilombola de valor histórico, cultural e social, através da atuação das suas lideranças e da mediação de agentes externos estatais e não estatais. A partir de 2002, foi criada a Associação Remanescente de Quilombo Kimbundu do Cafundó, entidade sem fins lucrativos que tem como propósito promover a integração dos quilombolas nas atividades coletivas, a luta pela melhoria das condições de vida e a recuperação da cultura negra. Apesar de na sua fundação terem participado a maioria das famílias da comunidade, ela não tem escapado dos conflitos que se seguiram aos desdobramentos do reconhecimento do território, particularmente a desapropriação das terras. Tampouco, da dispersão do grupo de acordo com interesses isolados e soluções individuais adotadas para o sustento das famílias. Nesse sentido, para uma parte dos moradores, a comunidade é moradia e não propriamente um projeto coletivo. Em alguns casos, o coletivo desses sujeitos pode se realizar na integração com agentes externos à comunidade; reflexo disso é a preponderância do trabalho externo sobre o trabalho dentro da comunidade. Ou seja, nota-se uma fragmentação da comunidade em relação à Associação, não obstante as normas que fundamentam o reconhecimento dos quilombos contemporâneos definirem que a propriedade coletiva desses territórios cabe à Associação, que possui também autonomia e autoridade soberana para a gestão do(s) uso(s) do território. Os conflitos envolvem desde fazendeiros e empresas, até famílias de posseiros vivendo em precárias condições socioeconômicas, além de descendentes de quilombolas que não residiam mais na comunidade, mas foram atraídos pela perspectiva da recuperação do território, agora valorizado e portador de novos conteúdos. As disputas no campo governamental e os conflitos locais contribuem para manter a comunidade em uma situação de incerteza. / This dissertation covers the subject of the use of territory practiced the territory by the quilombo community, in the county of Salto de Pirapora, State of São Paulo. When freed from slavery, the ancestors of the current community have received a donation of approximately 80 acres of land. From the 1940s, these lands have become unduly owned by neighboring farmers, through misleading transactions, with the support of registries or the use of violence. Through research sources, we found that this was not an isolated case, occurring in other black communities with origins similar to the one of Cafundó. Within the theoretical foundations accepted, we take as a starting point the idea that the use of the territory is governed by the legal system, which originates from the current technical system, the territory as a rule itself and politics. Thus, Article 68 of ADCT and Articles 215 and 216 of the Federal Constitution of 1988 consisted in the first standards aimed at guaranteeing the ethnic and territorial rights of the quilombo communities. For its effectiveness, such instruments have been regulated to the presente moment for more detailed and specific standards, which define the role of state agencies in the titling of quilombo territories, which is the subject of political disputes involving interests contrary to the communities rights. Therefore, since the 1990s, Cafundó has gained recognition as a quilombo historycal, cultural and social value territory, through the agency of its leaders and the mediation of state and non-state external agents. Starting in 2002, it was created the Cafundós quilombo Kimbundu Remnant Association, a nonprofit organization which aims to promote the integration of quilombo people in common corporate activities, to fight for the improvement of living conditions and to recover their black culture. Despite having participated in its Foundation, the majority of families in the community has not escaped the conflicts that followed the unfolding recognition of the territory, particularly the expropriation of land. Neither the group dispersion according to isolated interests and individual solutions adopted for the support of families. In that sense, for some of the residents, the community is a place to live but not really a collective project. In some cases, the sum of these subjects may be held as an integration with \"outsiders\" to the community; a reflection of this is the preponderance of external work as compared to the work within the community. In other words, there is indeed a fragmentation of the community in relation to the Association, regardless of the rules underlying the recognition of contemporary quilombos designating the collective ownership of these territories within the Association, which also is autonomous and owns sovereign authority for the management of the use of the territory. Conflicts involve from farmers and businesses companies, to squatter families living in poor socioeconomic conditions, and quilombo descendants who did not live in the community, but were attracted by the prospect of recovery of the territory, now valuable and bearer of new content. The disputes in the governmental field and the local conflicts contribute to maintaining the community in a situation of uncertainty.
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O zapatismo e a geografia histórica das comunidades indígenas mesoamericanas: um estudo a partir do conceito de metabolismo geográfico / The zapatismo and the historical geography of mesoamerican indigenous communities: a study by the concept of geographical metabolismCentelhas, João Paulo Rabello de Castro 07 March 2017 (has links)
O objeto geral desta pesquisa é o devir histórico-geográfico de largo espectro das sociedades mesoamericanas. Através dele se problematiza os fundamentos que animaram seu movimento de reprodução e formaram as condições objetivas de existência dos indígenas de Chiapas (México), onde o EZLN (Exército Zapatista de Libertação Nacional) tem por excelência seu campo de atuação. A investigação se concentra sobre a tendência integrativa do trabalho social em escalas progressivamente mais amplas, correpondendo a diferentes metabolismos geográficos em que as comunidades ameríndias eram configuradas ou mesmo descaracterizadas enquanto tais sob o imperativo de relações societárias supra-comunitárias, hierarquizadas e regionais. Este processo, em sua face colonial, desmontou e reestruturou radicalmente as territorialidades das sociedades ameríndias, atomizando e reduzindo sua organização territorial em comunidades locais de pequeno porte, ao passo que as articulava sob a ordem colonial da superexploração do trabalho a nível intercontinental. Esta integração-fragmentadora da formação territorial do México colonial engendrou elaborações étnico-identitárias, tanto singulares (grupos étnicos), quanto gerais (indígena), que se constituíram mediante tal geografia política colonial, muitas vezes radicando sua condição campesina, comunitária e autóctone como fundamento de sua própria etnicidade. A questão que se apresenta é a interrogação sobre o desenvolvimento histórico-geográfico das sociedades ameríndias na sua importância quanto ao entendimento do atual embate político em que os grupos e as comunidades estão inseridos em toda América Latina. A emergência e a atuação do movimento zapatista aparece como um ator insurgente, que permitiu um amplo processo de recuperação de terras indígenas mediante o levante armado de 1994, mas desde então tem sofrido uma feroz e sofisticada campanha de contra-insurgência protagonizada pelo Estado mexicano e seus apoiadores privados (nacionais e internacionais). O modo de vida indígena-comunitário passa a ser resignificado no âmbito de uma valorização étnico-cultural de sua ancestralidade, mas ao mesmo tempo é atravessado por processos fragmentadores que tensionam as bases e os laços da vida social comunitária. O metabolismo geográfico do capital monopolista transnacional reinsere os territórios indígenas sob uma geografia política altamente complexa, em que as configurações territoriais assumem um papel imperativo na normatização e no controle das práticas sociais e políticas. Por consequência da estrutura do metabolismo contemporâneo, a racionalização global-regional das geografias locais resulta em um grave problema cognitivo à elaboração da luta pelos atores locais, seja no campo ou na cidade, implicando dramaticamente sobre as possibilidades estratégicas do agir político. Este objeto específico é investigado em função do desenvolvimento das práticas políticas do EZLN, sobretudo, nos termos possíveis da ação regional e supra-comunitária. / The general object of this research is the broad historical and geographical becoming of Mesoamerican indigenous communities. Through it we discuss the fundamentals that inspired its playback movement and the formation of the objective conditions of existence of Chiapas\'s indigenous people (Mexico), where the EZLN (Zapatista Army of National Liberation) has quintessential their actuation\'s field. The investigation focuses on the integrative tendency of social work progressively in larger scales, the different geographical metabolisms in the Native American communities, largely were necessarily integrated. This process, in its colonial face, dismounted and seriously restructured the territoriality of Mesoamerican societies, atomizing and reducing its territorial organization in small local communities, while they were articulated under the colonial order of the overexploitation of labor in a inter-continental level. This fragmentary integration of the territorial formation of colonial Mexico engendered ethnic-identitarian elaborations, both singular (ethnic groups) and general (indigenous), which were constituted by such colonial political geography, often rooted in its peasant, communitarian and autochthonous condition as a foundation of their own ethnicity. The question that arises is the inquiry about the historical-geographic development of Amerindian societies in their importance in understanding the current political clash in which groups and communities are inserted throughout Latin America. The emergence and performance of the Zapatista movement appears later in this scenario as an insurgent actor, who allowed a broad process of recovery of indigenous lands by the armed uprising of 1994, but since has undergone a fierce and sophisticated campaign of counterinsurgency led by the Mexican State and its private backers (national and international). The Indian-communal way of life becomes reframed within an ethno-cultural appreciation of their ancestry, but at the same time is crossed by fragmenting processes tensioning the foundations and ties of community social life. The geographical metabolism of transnational monopolist capital reinserts indigenous territories in a highly complex political geography, where territorial settings play an imperative role in the regulation and control of social and political practices. As a result of the structure of contemporary metabolism, global-regional rationalization of local geographies results in a serious \"cognitive problem\" to the subjects in general, generating dramatic implications for strategic possibilities of political action. This particular object is investigated with the development of the EZLN\'s political practices, particularly on the possible terms of regional and supra-community action.
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