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Intimidações na adolescência : expressões da violência entre pares na cultura escolarMelo Trindade do Nascimento, Alcione 31 January 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009 / Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior / O presente estudo situa-se no debate sobre violências nas escolas a partir de uma abordagem
sociocultural da psicologia social e do desenvolvimento. Nele investigou-se uma modalidade de
violência que acontece no contexto escolar entre pares de adolescentes, denominada de bullying
e/ou intimidação assunto que vem conquistando visibilidade nas mais diversas mídias e campos de
pesquisa científica dados seu avanço e incidência em escolas públicas e privadas, frequentadas por
diferentes classes sociais. A intimidação é definida como um fenômeno que ocorre através de
ataques intencionais, físicos ou verbais, praticados por um ou mais sujeitos, ao longo do tempo,
contra uma ou mais pessoas que estejam em situação de desvantagem física ou psicológica. Tal
prática é considerada como uma violência relacional porque nega a alteridade e os direitos
fundamentais de expressão subjetiva num contexto escolar, que deveria ser seguro e acolhedor.
Portanto, o objetivo desta dissertação foi compreender os significados e sentidos produzidos por
adolescentes, sobre as práticas de intimidação. Para tanto, foram investigados estudantes
adolescentes de 16 a 18 anos (11 moças e 17 rapazes), que cursavam o 1º e o 2º ano do Ensino
Médio num colégio público de excelência na cidade do Recife/PE. Os referenciais teóricos do
estudo foram a psicologia sociohistórica, a psicologia cultural e a Rede de Significações. A
metodologia utilizada foi a qualitativa, com uso dos recursos da observação participante e grupos
focais. Nos grupos e entre pares, os adolescentes expressaram, através da técnica de construção de
imagens, dos comentários e do procedimento de autoscopia, reflexões, sentimentos, depoimentos e
preocupações sobre a intimidação. De todas as informações registradas, destacou-se o significado
das relações horizontais, construídas ao longo dos anos entre pares, circunscritas ao contexto
escolar. Principalmente as relações de amizade, base afetiva e instrumental, que configuravam
diversas dinâmicas de sustentação e silenciamento diante das práticas de intimidação entre os
colegas. O senso crítico as situações de exposição e desrespeito aos colegas era sacrificado a favor
da manutenção da homogeneidade e da cultura do grupo de amigos, da conservação da intimidade,
do apoio às práticas de intimidação, devido ao medo de perder a posição conquistada no grupo. Essa
rede de interações promovia intimidações a partir dos valores culturalmente significativos para
aquela escola. Intimidações que feriam e magoavam os intimidados, despertando conflitos internos
e externos, os quais eram relevados por serem iniciados por amigos e ao se apresentarem
mascarados pelo tom de brincadeiras, perpetuando um ciclo de violência relacional
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