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Relação entre níveis séricos de neurogranina e o desenvolvimento de delirium em pacientes criticamente enfermosWanderlind, Márcia Leopardi Zeferino January 2016 (has links)
Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, da Universidade do extremo Sul Catarinense, UNESC, para obtenção do título de Mestre em Ciências da Saúde. / Delirium é um problema grave e frequente em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva, prolongando o tempo de internação hospitalar, aumentando a taxa de mortalidade e ventilação mecânica prolongada. Neurogranina é uma proteína pós-sináptica, presente em altas concentrações na espinha dentrítica dos neurônios, está envolvida com a sinalização do cálcio e neuroplasticidade, é um biomarcador clínico para perca da função sináptica. O objetivo do presente estudo foi avaliar a relação dos níveis séricos de neurogranina e o desenvolvimento de delirium em pacientes criticamente enfermos. Pacientes maiores de 18 anos admitidos em Unidade de Terapia Intensiva e em uso de ventilação mecânica num período maior que 72horas entre fevereiro e maio de 2013 foram incluídos no presente estudo. Foram excluídos os pacientes com impossibilidade de avaliação de delirium durante a internação. A dosagem do biomarcador de lesão neuronal (neurogranina) foi determinada por ELISA, nas primeiras 24horas da internação, após 48horas da admissão e no dia do desenvolvimento de delirium. Os pacientes foram acompanhados até o desfecho da Unidade de Terapia Intensiva ou por no máximo 28 dias. O delirium foi diagnosticado pelo CAM-ICU. Níveis de neurogranina foram significativamente maiores no dia do desenvolvimento do delirium. Durante a internação, os níveis de neurogranina foram aumentados nos pacientes com delirium e nos controles sem delirium (no primeiro dia de coleta: r=0,015, p=0,92 e no segundo dia de coleta r=0,24, p=0,1). Comparando-se níveis do biomarcador inflamatório IL-1β e neurogranina, notou-se que ambos têm relação com a ocorrência de delirium (p<0,001 para IL-1β e p=0,24 para neurogranina). Comparando-se a relação entre níveis de neurogranina e disfunção cerebral, não houve correlação significativa, tão pouco, com pacientes em dias livres sem ventilação mecânica. E, também, níveis de neurogranina não conseguem predizer mortalidade nesses doentes. Nossos resultados sugerem que neurogranina indica um processo fisiopatológico que acontece durante a internação em Unidade de Terapia Intensiva, que gera disfunção sináptica e, posteriormente, delirium.
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