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Soroconversão de galinhas para antígenos salivares de L. Longipalpis: possibilidade de uso como sentinela em área endêmica para leishmaniose visceral.Soares, Bárbara Nascimento Rocha Ribeiro January 2012 (has links)
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Previous issue date: 2012 / Fundação Oswaldo Cruz. Centro de Pesquisa Gonçalo Moniz. Salvador, BA, Brasil / A Leishamaniose Visceral (LV) é transmitida pela picada de insetos da espécie vetora Lutzomyialongipalpis através da inoculação dos parasitas juntamente com a saliva na pele do hospedeiro durante a alimentação sanguínea. A saliva deste vetor desempenha um papel importante na obtenção do repasto, sendo também capaz de modular o sistema imune do hospedeiro. Algumas proteínas salivares são imunogênicas e podem induzir a produção de anticorpos específicos. Neste sentido, a presença de anticorpos anti-saliva pode ser utilizada como marcador de exposição ao vetor. Na LV, a presença de galinhas em área endêmica é considerada um fator importante na manutenção da fauna flebotomínica, além de ser citada como um importante fator de risco para a transmissão da doença. Entretanto, o papel da galinha na cadeia epidemiológica da LV ainda não é bem compreendido. Nosso objetivo neste estudo foi detectar nestes animais a presença de anticorpos contra o sonicado de glândula salivar (SGS) a serem utilizados como marcadores de exposição a L. longipalpis e investigar o potencial papel destas aves como sentinela para a presença do vetor em área endêmica. Para isso, quarenta galinhas foram distribuídas em cinco residências em Cavunge, área endêmica para LV na Bahia e naturalmente expostas a picadas de flebotomíneos durante oito meses. Para avaliar a densidade vetorial armadilhas luminosas foram distribuídas e monitoradas mensalmente nas mesmas residências. Amostras de sangue destas aves foram coletadas a cada dois meses e monitorada a soroconversão para SGS. O teste de ELISA foi realizado para avaliar o reconhecimento de SGS onde, após quatro meses do início da exposição 26% das aves se tornaram positivas e com seis meses de exposição detectamos uma soroconversão de 100% das galinhas. Após oito meses, todas apresentavam altos títulos de anticorpos anti-SGS, aumentado 2,7 vezes sobre o valor do cut-off. Além do SGS foram utilizadas as proteínas recombinantes LJM17 e LJM11 da saliva da L. longipalpisque apresentaram desempenho semelhante ao SGS. O teste de correlação aplicado entre a densidade flebotomínica e os níveis de anticorpos específicos após oito meses de exposição não foi positivo, porém pôde-se observar que independente da variação na densidade de vetores, após a soroconversão, galinhas são capazes de manter os níveis de anticorpos IgY anti-SGS constantes. Para avaliar a reatividade cruzada para o reconhecimento a saliva da L. longipalpis, foram utilizados soros de galinhas expostas a picadas de barbeiros e Aedes aegypti, onde identificamos o reconhecimento de duas proteínas da saliva da L. longipalpis com peso de 61 e 79kDa. A proteína recombinante LJM11 não apresentou reatividade cruzada quando testada. Estes resultados demonstram que a exposição natural de galinhas ao vetor L. longipalpis resulta na produção de anticorpos IgY específicos anti-saliva sugerindo o uso destes animais como indicadores da presença do vetor, levantando a possibilidade da utilização de galinhas como um animal sentinela para a detecção da L. longiplapisem áreas endêmicas. / Visceral Leishmaniasis (VL) is transmitted by Lutzomyia longipalpis , when saliva and parasites are injected into the host skin during blood feeding. Saliva has an important role not only in the blood meal process but it is also able to modulate the host’s immune response. Some salivary proteins are immunogenic inducing production of anti-saliva antibodies in the host that can be used as markers of exposure to the vector. In VL, the presence of chicken in the endemic area is indicated as an important source for a blood meal and is often considered as a risk factor for transmission. However the role of the chicken in the VL epidemiology has not been defined. Here we investigate if the detection of antibodies against salivary gland sonicate (SGS) from L. longipalpis could be used as exposure markers to L. longipalpis and the potential role of the chicken as a sentinel animal. Forty chickens were distributed in five houses in Cavunge, a VL endemic area in Bahia, where they were naturally exposed to sand flies during eight months. To evaluate vector density, light traps were distributed and monitored monthly in the same houses. Blood samples were collected every two months to monitor the development of anti-SGS antibodies. ELISA was performed for the recognition of SGS and, after 4 months 26% of the exposed chickens became positive and 6 months later 100% were positive. After 8 months all of them were positive with high antibodies titers against SGS, 2.7x above cut-off value. Beside SGS we also used LJM17 and LJM11 and these recombinants proteins showed similar performance as SGS. There was no correlation between specific anti-saliva antibody levels and sandfly density. Although a cross-reactivity test using sera from chicken exposed to triatomines and Aedes aegypti demonstrated that the proteins of 61 and 79 kDa salivary proteins were only detected in animals exposed to triatomines, LJM11 recombinant protein was shown to be specific to L. longipalpis exposure. Altogether these results show that chicken naturally exposed to the vector develop high titers of anti-saliva antibodies and may be used as important indicators of vector presence, raising the possibility of using chicken as a sentinel animal in endemics areas.
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