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Avaliação da qualidade da educação: aspectos críticos para a administração escolar / Evaluation of the quality of education: critical aspects to the school administrationGallani, Mariângela Rodrigues Borges 20 September 2012 (has links)
O desenvolvimento do conceito de número e de sistemas de medidas permitiu ao homem o controle sobre a produção de mercadorias e sobre o trabalho dos homens. Para a ciência, um sistema de medidas universal viabilizou o intercâmbio entre pesquisadores. Processos de padronização, normalização e certificação de qualidade foram desenvolvidos com o auxílio da ciência. Esta, ao ser incorporada pela indústria, torna-se também uma mercadoria. Para o capitalista, a qualidade constitui um diferencial diante da competitividade internacional intensificada com as inovações tecnológicas e a expansão do capitalismo. Esse cenário contribui para as críticas entre gestão pública e privada. A educação, nesse contexto, passa a ser considerada elemento importante para o desenvolvimento econômico e sua organização assemelha-se à da fábrica manufatureira. Os alunos são produzidos em lotes e descartados se não atendem às normas. Para esse controle de qualidade, a escola incorpora à sua prática os exames e a reprovação escolar. Esta, entretanto, é um mecanismo que descaracteriza o processo pedagógico, pois se pode educar sem reprovar. A expansão do acesso à escola associada à organização da educação básica em ciclos proporcionaram mais críticas à qualidade da escola pública. Nesse contexto, o Estado passa a utilizar as avaliações em larga escala para monitorar a escola por meio dos escores de desempenho dos alunos que são divulgados à sociedade. Essa opção consiste na aplicação de mecanismos de mercado e na responsabilização da administração escolar e professores pelos resultados da escola pública. A premissa é a de que a unidade escolar é responsável pelo desempenho dos alunos em testes e que as famílias, ao conhecerem esses escores, podem escolher a melhor escola e exigir melhores posições nos rankings divulgados. Trata-se da instauração da competição entre escolas. Considera-se que o Estado tem o dever de avaliar a qualidade da escola, mas também proporcionar as condições objetivas para que docentes realizem um trabalho de qualidade e para que alunos aprendam com dignidade. Nesse sentido, diferente de uma empresa capitalista que visa ao lucro, os fins da escola pública são a formação de personalidades histórico-humanas. A escola é um bem público e, sendo assim, não deve ser administrada como uma empresa capitalista, dessa forma, trata-se de um equívoco considerar como lucro o desempenho dos alunos. Em educação poucas coisas são mensuráveis e, portanto, são razoáveis as críticas à avaliação da qualidade da educação por meio de testes em alunos. Essa proposta de avaliação concebe qualidade como desempenho em testes, com isso incentiva fraudes e corrupções, assim como a exclusão de alunos que precisam de mais ajuda. Este trabalho, resultado de uma pesquisa empírica, procura explicar que a qualidade pode ser entendida como um valor relativo, identificado pelo sujeito em sua singularidade e individualidade, a partir de um sistema estruturado de referências pelo qual são estabelecidas relações de comparação entre objetos (produtos ou serviços) no tempo e no espaço. Esse conceito permite compreender porque para o senso comum a qualidade da educação reduziu como também empreender encaminhamentos mais democráticos para melhorar a qualidade da escola pública. / The development of the concepts of number and measurement systems allowed to men the control over the production of goods and over the work of men. For science, a system of universal measures facilitated exchanges between researchers. Processes of standardization, normalization and certification of quality have been developed based on science which, by being absorbed by the industry, becomes a commodity too. To capitalists, quality is a differential in the face of international competitiveness that is intensified by technological innovations and expansion of capitalism. This scenario contributes to the criticism among private and public management. Education, in this context, shall be considered an important element for economic development and its organization resembles that of the manufacturing factory. Students are \"produced\" in batches and discarded if they do not meet the standards. For this \"quality control\", the school incorporates exams and school failure to its practice. This, however, is a mechanism that mischaracterizes the pedagogical process, since it is possible to educate without fail. The expansion of access to school, associated to the organization of basic education in cycles, has raised further criticisms to the quality of public school. In this context, the State starts to use large-scale evaluations to monitor the school by means of the performance scores of students which are disclosed to society. This option consists in the application of market mechanisms and makes the school management and its team responsible for the school results. The premise is that the school unit is responsible for the students\' performance on tests and that the families, by knowing these scores, can choose the best school and require better positions of it in the rankings released. This is the introduction of competition between schools. It is considered that the State has the duty not only to evaluate the quality of the school, but also to provide the objective conditions for teachers to perform quality work and for students to learn with dignity. In this sense, other than a capitalist company that aims to profit, the purposes of the public school are the formation of human-historical personalities. The school is a public good and thus should not be administered as a capitalist enterprise. So, it is a mistake to consider as \"profit\" the performance of the students. In education, few things are measurable and, therefore, to criticize the evaluation of the education quality by means of tests on students are reasonable. This evaluation proposal designs quality as performance in tests, what encourages fraud and corruption, as well as the exclusion of students who need more help. This work, resulted from an empirical research, seeks to explain that the quality can be understood as a relative \"value\", identified by the individual in his/her uniqueness and individuality, from a structured system of references which establishes relations of comparison between objects (products or services) in time and space. This concept allows to understanding why, in common sense, the quality of education quality has decreased, as well as allows undertaking more democratic referrals in order to improve the quality of public school.
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Avaliação da qualidade da educação: aspectos críticos para a administração escolar / Evaluation of the quality of education: critical aspects to the school administrationMariângela Rodrigues Borges Gallani 20 September 2012 (has links)
O desenvolvimento do conceito de número e de sistemas de medidas permitiu ao homem o controle sobre a produção de mercadorias e sobre o trabalho dos homens. Para a ciência, um sistema de medidas universal viabilizou o intercâmbio entre pesquisadores. Processos de padronização, normalização e certificação de qualidade foram desenvolvidos com o auxílio da ciência. Esta, ao ser incorporada pela indústria, torna-se também uma mercadoria. Para o capitalista, a qualidade constitui um diferencial diante da competitividade internacional intensificada com as inovações tecnológicas e a expansão do capitalismo. Esse cenário contribui para as críticas entre gestão pública e privada. A educação, nesse contexto, passa a ser considerada elemento importante para o desenvolvimento econômico e sua organização assemelha-se à da fábrica manufatureira. Os alunos são produzidos em lotes e descartados se não atendem às normas. Para esse controle de qualidade, a escola incorpora à sua prática os exames e a reprovação escolar. Esta, entretanto, é um mecanismo que descaracteriza o processo pedagógico, pois se pode educar sem reprovar. A expansão do acesso à escola associada à organização da educação básica em ciclos proporcionaram mais críticas à qualidade da escola pública. Nesse contexto, o Estado passa a utilizar as avaliações em larga escala para monitorar a escola por meio dos escores de desempenho dos alunos que são divulgados à sociedade. Essa opção consiste na aplicação de mecanismos de mercado e na responsabilização da administração escolar e professores pelos resultados da escola pública. A premissa é a de que a unidade escolar é responsável pelo desempenho dos alunos em testes e que as famílias, ao conhecerem esses escores, podem escolher a melhor escola e exigir melhores posições nos rankings divulgados. Trata-se da instauração da competição entre escolas. Considera-se que o Estado tem o dever de avaliar a qualidade da escola, mas também proporcionar as condições objetivas para que docentes realizem um trabalho de qualidade e para que alunos aprendam com dignidade. Nesse sentido, diferente de uma empresa capitalista que visa ao lucro, os fins da escola pública são a formação de personalidades histórico-humanas. A escola é um bem público e, sendo assim, não deve ser administrada como uma empresa capitalista, dessa forma, trata-se de um equívoco considerar como lucro o desempenho dos alunos. Em educação poucas coisas são mensuráveis e, portanto, são razoáveis as críticas à avaliação da qualidade da educação por meio de testes em alunos. Essa proposta de avaliação concebe qualidade como desempenho em testes, com isso incentiva fraudes e corrupções, assim como a exclusão de alunos que precisam de mais ajuda. Este trabalho, resultado de uma pesquisa empírica, procura explicar que a qualidade pode ser entendida como um valor relativo, identificado pelo sujeito em sua singularidade e individualidade, a partir de um sistema estruturado de referências pelo qual são estabelecidas relações de comparação entre objetos (produtos ou serviços) no tempo e no espaço. Esse conceito permite compreender porque para o senso comum a qualidade da educação reduziu como também empreender encaminhamentos mais democráticos para melhorar a qualidade da escola pública. / The development of the concepts of number and measurement systems allowed to men the control over the production of goods and over the work of men. For science, a system of universal measures facilitated exchanges between researchers. Processes of standardization, normalization and certification of quality have been developed based on science which, by being absorbed by the industry, becomes a commodity too. To capitalists, quality is a differential in the face of international competitiveness that is intensified by technological innovations and expansion of capitalism. This scenario contributes to the criticism among private and public management. Education, in this context, shall be considered an important element for economic development and its organization resembles that of the manufacturing factory. Students are \"produced\" in batches and discarded if they do not meet the standards. For this \"quality control\", the school incorporates exams and school failure to its practice. This, however, is a mechanism that mischaracterizes the pedagogical process, since it is possible to educate without fail. The expansion of access to school, associated to the organization of basic education in cycles, has raised further criticisms to the quality of public school. In this context, the State starts to use large-scale evaluations to monitor the school by means of the performance scores of students which are disclosed to society. This option consists in the application of market mechanisms and makes the school management and its team responsible for the school results. The premise is that the school unit is responsible for the students\' performance on tests and that the families, by knowing these scores, can choose the best school and require better positions of it in the rankings released. This is the introduction of competition between schools. It is considered that the State has the duty not only to evaluate the quality of the school, but also to provide the objective conditions for teachers to perform quality work and for students to learn with dignity. In this sense, other than a capitalist company that aims to profit, the purposes of the public school are the formation of human-historical personalities. The school is a public good and thus should not be administered as a capitalist enterprise. So, it is a mistake to consider as \"profit\" the performance of the students. In education, few things are measurable and, therefore, to criticize the evaluation of the education quality by means of tests on students are reasonable. This evaluation proposal designs quality as performance in tests, what encourages fraud and corruption, as well as the exclusion of students who need more help. This work, resulted from an empirical research, seeks to explain that the quality can be understood as a relative \"value\", identified by the individual in his/her uniqueness and individuality, from a structured system of references which establishes relations of comparison between objects (products or services) in time and space. This concept allows to understanding why, in common sense, the quality of education quality has decreased, as well as allows undertaking more democratic referrals in order to improve the quality of public school.
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