Spelling suggestions: "subject:"mitanálise"" "subject:"microanálise""
1 |
MITOLOGIA DOS ORIXÁS E UMBANDA: DUAS BACIAS SEMÂNTICAS NA PERSPECTIVA DE DURANDFreitas, Cilma Laurinda 20 December 2016 (has links)
Submitted by admin tede (tede@pucgoias.edu.br) on 2017-03-30T12:06:42Z
No. of bitstreams: 1
CILMA LAURINDA FREITAS.pdf: 17585790 bytes, checksum: e5517f59d43d8ca95e09224d716ab706 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-03-30T12:06:42Z (GMT). No. of bitstreams: 1
CILMA LAURINDA FREITAS.pdf: 17585790 bytes, checksum: e5517f59d43d8ca95e09224d716ab706 (MD5)
Previous issue date: 2016-12-20 / According to some concepts of Gilbert Durand (sociocultural topic of the imaginary,
semantic basin, mythanalysis, day and night regimes of the imaginary), this doctoral
thesis searches for two cultural topics from the religious: the mythology of orixás
(African) and the Umbanda (Brazilian). Both considered having the same semantic
basins and typified as belonging to the same night regime of the imaginary (however,
Umbanda is in a phase of transition of regime). In the imaginary study of several
populations, Durand organized the mythological expression in two different regimes:
the night and the day regimes. The first is the regime of antithesis, the Manichaeism,
the universe divided in opposites (the good versus the evil, darkness versus light),
the tormented man, polemic, dual, divided in his psyche and his needs to put in order
the chaos. The second is the one that unifies and synthesizes the opposites of the
universe, the regime of the integral human and allayed with himself. The great family
of the orixás, with its thematic unity, his habitus and the euphemic ideology, it is the
example of the night regime. This reveals the ethos of a population psychically
allayed with itself that solves all of the existential problems by the oracle of Ifá and
the offering of gifts to the orixás that answers the demands for happiness, welfare
and fortune. Created by the oral collective tradition, memorized by the balalaôs and
repassed generation by generation, the mythology of the orixás is the set of
narratives of the orixás, the gods of the iorubá African people. The believers
receiving their gods in rituals typified with drum sounds, songs, dancing and parties
characterize the mediumistic phenomenon of possession, during the celebrations.
This is the tradition that arrived in Brazil with the slaves in the XVI century,
syncretized with the Catholicism, as a mechanism to avoid the discrimination that the
blacks have suffered from their white lords, therefore, resulting in many celebrations
of African matrices, which Candomblé and Umbanda stand out. In the present work,
the mythanalysis of orixás shows separately the meaning and significance (the two
parts of the linguistic sign and symbolic signs). To this reason, the significance is the
sensitive part, figurative, concrete and linked to the imaginary with narratives and
their contexts (characters, plot, action, time and space); the meaning is the thematic
aspect, abstract with some approaches of interpretation: anthropological, historical,
social, psychoanalytical and archetypical. The Umbanda, that was born in this
semantic basin, in modern times, in the XX century, is a Brazilian religion, which was
raised from the synthesis among these celebrations of African matrices, Catholicism,
Kardecism and the native indigenous rites, creating, yet, recent myths according to
the Brazilian reality. The Umbanda inherited many traces of the basin-mother and the
most remarkable of this religion is the practice of the mediumistic appointments with
mediums incorporated by spiritual entities that are similar to the oracles of the orixás,
taking care of people in existential difficulties, solving magically all the problems they
present. Thus, the discourse of legitimation and social acceptance is set, the
Umbanda follows its moral principles; practice the good and the good through charity,
like the Christian principles. / Com base em alguns conceitos de Gilbert Durand (tópica sociocultural do
imaginário, bacia semântica, mitoanálise, regimes diurno e noturno do imaginário),
esta tese de doutorado investiga duas tópicas socioculturais do campo religioso, a
mitologia dos orixás (africana) e a Umbanda (brasileira), ambas consideradas como
bacias semânticas e tipificadas como pertencentes ao regime noturno do imaginário
(estando, porém, a Umbanda em fase de transição de regime). No estudo do
imaginário de diversos povos, Durand organizou a expressão mitológica em dois
regimes diferentes, o regime diurno e o regime noturno, sendo o primeiro o regime
das antíteses, do maniqueísmo, do universo dividido em opostos (bem versus mal,
trevas versus luz), do homem atormentado, polêmico, dual, dividido em seu
psiquismo e que precisa colocar ordem no caos; e o segundo aquele que unifica e
sintetiza os opostos do universo, o regime do homem uno e apaziguado consigo
mesmo. A grande família dos orixás, com sua unidade temática, seu habitus e
ideologia eufemizante, é exemplo do regime noturno, revelando o ethos de um povo
psiquicamente apaziguado consigo mesmo, que resolve todos os seus problemas
existenciais por meio do oráculo de Ifá mediante oferendas aos orixás, que atendem
sempre aos pedidos por felicidade, bem-estar e fortuna. Fruto de criação coletiva
oral, memorizada pelos babalaôs e repassada de geração a geração, a mitologia
dos orixás é o conjunto das narrativas sobre os orixás, os deuses do povo africano
iorubá. Pelo fenômeno mediúnico da possessão, nos cultos os fiéis recebem seus
deuses em rituais marcados com sons de tambores, músicas, danças e festas,
tradição que chegou ao Brasil com os escravos a partir do século XVI, sincretizando-
se com o Catolicismo, como mecanismo para se evitar a discriminação que os
negros sofriam dos seus senhores brancos, e dando origem a diversos cultos de
matriz africana, dos quais se destacam hoje o Candomblé e a Umbanda. Em nosso
trabalho, a mitoanálise dos orixás vem com exposição separada em significante e
significado (as duas partes componentes do signo linguístico e dos signos
simbólicos), sendo o significante a parte sensível, figurativa, concreta e imagética,
com as narrativas e seus contextos (personagens, enredo, ação, tempo, espaço); já
o significado é o aspecto temático, abstrato, com algumas abordagens de
interpretação: antropológica, histórica, social, psicanalítica e arquetípica. Filha dessa
bacia semântica, a Umbanda, religião brasileira, nascida já em tempos modernos, no
século XX, é fruto da síntese entre esses cultos de matriz africana, Catolicismo,
Kardecismo e ritos indígenas nativos, criando ainda mitos recentes de acordo com a
realidade brasileira. A Umbanda herdou muitos dos traços da bacia-mãe, sendo o
mais marcante a prática de consultas em sessões mediúnicas, com médiuns
incorporados por entidades espirituais, que, à semelhança dos oráculos dos orixás,
atendem as pessoas em suas dificuldades existenciais, resolvendo magicamente
todos os problemas que se apresentem. Assim, constituindo um discurso de
legitimação e aceitação social, a Umbanda segue princípios morais, pratica o bem e
faz caridade, como indicam os preceitos cristãos, sendo essa a sua feição atual.
|
Page generated in 0.058 seconds