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A narrativa oral literária na educação infantil: quem conta um conto aumenta um pontoNery Barbosa de Araújo, Ana 31 January 2009 (has links)
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Previous issue date: 2009 / Prefeitura da Cidade do Recife / A presença da literatura sob a forma de narrativas orais, mesmo considerando o fascínio
que estas geram nas crianças, ainda não tem presença marcante na Educação Infantil, não
sendo explorada em toda a sua potencialidade. No estudo aqui apresentado procurou-se
articular experiências com narrativas orais, proporcionando deleite e encantamento a um
grupo de crianças. Além disso, buscou-se compreender seu papel enquanto mediadoras do
conhecimento da criança. A tese defendida é a de que a narrativa literária contada
oralmente num contexto instigante e envolvente para a criança, explorando a palavra
contada com voz, silêncios e pausas, é um instrumento de atuação docente, favorecedor
do desenvolvimento da narrativa nas crianças a partir da/ e potencializado pela interação
professor/narrador-criança e das crianças entre si. Diante dessas considerações, o objetivo
da presente investigação foi identificar e descrever processos de construção e
desenvolvimento do discurso narrativo literário em crianças a partir de experiência
sociointerativa com contação de histórias. O estudo foi realizado em um Centro de
Educação Infantil (CMEI), da cidade do Recife, com crianças de 5 e 6 anos. As situações
interacionais com histórias contadas oralmente foram registradas em vídeo. Foram
analisados dois momentos: o contar, realizado pelo narrador, e o recontar, realizado pelas
crianças. A partir da observação desses registros, foram selecionados trechos para análise
baseados na identificação dos momentos em que havia indícios de que as crianças
elaboravam os fatos narrados e os conflitos presentes na história, bem como evidências do
processo de desenvolvimento de narração das crianças, expressas a partir de suas
capacidades de narrar, de ouvir, de refletir e de recontar, na perspectiva das
transformações geradas a partir da interação criança-criança e crianças-narradora.
Também foi considerada a postura da narradora enquanto mediadora da contação. A
análise desses recortes conduziu aos seguintes aspectos, considerando os dois momentos.
No CONTAR: (a) o posicionamento diante da história - significados sendo construídos na
interação; (b) a interface entre o real e a fantasia - as experiências das crianças
circunscrevendo os fatos; (c) inferências construídas na interação; e no RECONTAR: (a)
recontar baseado nos fatos mais importantes; (b) o corpo e a incorporação dos personagens
apoiando o recontar; (c) o papel do narrador no recontar; (d) o recontar construído a partir
das negociações e ajustamentos criança-criança e crianças-narrador. Os achados sinalizam
que quando a criança tem uma participação ativa no contar e recontar, percebe-se que há
uma maior adesão à história, expressa nas reflexões e posicionamentos diante do que é
narrado. Discutiu-se a possível repercussão desses achados na prática pedagógica, seja no
reconhecimento da construção das crianças, que se apoiam mutuamente para resignificar
suas compreensões sobre fatos narrados, seja no reconhecimento do papel do
educador enquanto mediador nessa construção, a partir de uma intencionalidade
pedagógica. Dentro desse contexto, a narrativa literária torna-se, na educação infantil, uma
ferramenta com função transformadora pelo que possibilita à criança experimentar e
expressar sentimentos, caminhar em mundos distintos no tempo e no espaço, imaginar, a
partir de uma linguagem peculiar, que as desloca para um mundo incomum. Além de
potencializar o imaginário e a expressão lúdica, as narrativas orais literárias são a porta de
entrada para o mundo letrado
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