Resumo: Dentre as regiões do estado de Santa Catarina, a Serra Catarinense sempre foi assumida como a área formada pelo mosaico de campos e de florestas (Floresta com Araucária ou Floresta Ombrófila Mista). É consensual na literatura o intenso desmatamento ocorrido na região, reduzindo as florestas e impactando o ambiente. As forças direcionadoras que conduzem, ou tenham conduzido a paisagem até o seu estado atual, bem como sua dinâmica mais recente, devem ser investigadas, para que esforços de manejo sejam feitos adequadamente. Assim sendo, nesta tese buscou-se mapear a dinâmica de uso e ocupação dos solos usando técnicas de detecção de mudanças a partir de imagens de satélite; identificar rotas preferenciais de expansão e exploração da Floresta com Araucária, bem como identificar os fatores que interferiram na formação da paisagem da Serra Catarinense, com foco nos municípios de São Joaquim e Urubici, SC. A tese é dividida em quatro capítulos, além da introdução e das considerações finais. São abordadas técnicas de detecção de mudanças na biomassa capturada pelo NDVI, mapeamento das formas do terreno, e, por fim, a construção de cenários vegetacionais pretéritos e atuais. Considera-se que, dentre as potenciais áreas de expansão da floresta sobre os campos originados no período glacial, somente as áreas hidromórficas não estão aptas a serem ocupadas pela Floresta com Araucária. Disso decorre que a paisagem da Serra Catarinense é predominantemente uma paisagem cultural, composta por elementos característicos da identidade serrana. O manejo das paisagens culturais, em geral, deve contemplar cuidadosamente o equilíbrio entre o meio ambiente e a identidade cultural.