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Os pintores do Palacete Santa Helena: imagens da São Paulo entre 1935 e 1940 / The painters of the Palacete Santa Helena: images of São Paulo between 1935 and 1940Urcci, Michélle Yara 10 August 2009 (has links)
Nesta tese foi abordada a união dos pintores que estiveram juntos no Palacete Santa Helena por cerca de cinco anos, de 1935 a 1940, bem como as produções pictóricas dos mesmos, em especial as que se referem às pinturas de gênero produzidas neste período. Por meio da análise destas obras observamos como estes pintores construíram a imagem de São Paulo no período em que dividiram o ateliê no Palacete Santa Helena. Suas pinturas sugerem uma modernização às avessas da cidade, pois ao invés de produzirem imagens de uma São Paulo urbana, industrial, a partir de cenas nas quais há um ambiente atribulado, com muitas pessoas, carros e edifícios elementos que propõem diretamente a idéia de modernização da cidade notamos que as obras destes pintores nos mostram em grande parte os arrabaldes, as cercanias da cidade e não o centro. De maneira diferente, o pintor italiano Fulvio Pennacchi apresenta, em seus cartazes publicitários da década de 1930, a modernização da cidade de forma mais direta, pois enfatiza o crescimento e desenvolvimento de São Paulo por meio de imagens que mostram produtos decorrentes da industrialização, como o café, o cigarro, os chapéus, o carro e o pneu. Em contrapartida, a São Paulo apresentada pelos pintores do Palacete Santa Helena, incluso Pennacchi, é o lugar povoado por gente humilde, trabalhadores e trabalhadoras que vivem na roça ou em bairros mais afastados do centro de São Paulo, lugar onde muitas vezes também executam suas atividades laborais e inclusive desfrutam os momentos de lazer. Quando estes pintores abordam em suas obras a temática dos trabalhadores urbanos, retratam-nos como fazendo parte de uma engrenagem que auxilia na construção, crescimento e desenvolvimento da cidade e é quando aparecem nas telas destes pintores alguns elementos que sugerem mais diretamente a modernização da cidade, muito vinculada à industrialização. Desse modo, a partir da análise destas obras, podemos notar que a imagem que se tem de São Paulo é a da cidade que se deseja moderna, na qual a periferia está em contraposição ao centro, onde a presença do rural sugere uma etapa anterior ao urbano, e o popular presente principalmente nos arrabaldes sugere a tradição que na cidade vai sendo substituída pela modernização dos edifícios, pela substituição de comportamentos, pela aquisição de novos produtos, de novos modos de vida, hábitos e costumes. A São Paulo na pintura de gênero destes pintores é a cidade dos homens da prática, dos imigrantes e filhos de imigrantes, assim como eles o são. A raiz social é o que os conjumina como grupo. No que diz respeito às temáticas abordadas em suas obras, estes pintores, quando comparados entre si, se aproximam. Já quando se trata da linguagem visual utilizada em suas composições, há dissonâncias entre eles, pois utilizam referências diferentes. Estas referências têm como fonte alguns artistas modernistas do período, aos quais algumas vezes os pintores do Palacete se aproximam também no que concerne às temáticas tratadas. Assim, os pintores do Santa Helena apresentam as imagens da São Paulo de 1935 a 1940, nas quais observamos uma cidade que tem a modernização construída às avessas, pelo fato de os elementos compositivos muitas vezes não se relacionarem diretamente com a modernização da cidade, mas que sugerem esse processo. Desse modo, com originalidade e peculiaridades comuns e dissonantes, estes pintores produziram uma obra muito vinculada ao modernismo da segunda metade da década de 1930. / This work is about the union of painters who have been together in Palacete Santa Helena for roughly five years time, from 1935 to 1940, as well as the pictorial works made by them, particularly those referring to the genre scenes made in the period. Through the observation of these works, we see how painters built the image of São Paulo in the period they shared the Santa Helena studio. Their paintings suggest a backwards modernization of the city as they represent much more images from the suburbs instead of the urban and industrial São Paulo, based on busy scenarios, with lots of people, cars and buildings elements that suggest the idea of modernization of the city we observed that Santa Helena painters works and the majority of these paintings showed us the environs of the city not the downtown. Differently, the Italian painter Fulvio Pennacchi shows in his advertisement banners from the 1930s, the modernization of the city straight forward, as he focuses on the growth and development of São Paulo through pictures coming from industrialization at that time, such as coffee, tobacco, hats, cars and tires. On the another hand, the São Paulo showed in the screens of Palacete Santa Helenas painters is a place of humble people, workers who live either in the countryside or in the suburbs. This same place is scenario of labor and leisure activities. When urban workers are the thematic pictured by the painters, they are shown as part of an engine that pushes the construction, growth and development of the city. It is when some elements which suggest the modernization of the city pops up in their screens, pretty much involved with its industrialization. From the analysis of the paintings, it can be observed that São Paulo wants to be a modern city, in which the suburb is on opposite side of the town where the presence of agricultural elements suggest a previous stage to the urban ones, and the popular manifestation mainly in suburbs suggests the tradition in the city had being substituted by the modernization of the buildings, for the change of behaviors, the acquisition of new products, new ways of life and habits. The São Paulo seen from the genre painting of painters is a city of hands on men, of immigrants and immigrants sons as they are, indeed. The social root is what unite them as a group. Concerning the thematic in their paintings, these painters, when compared to each other, converge. However, there are differences regarding the visual identity employed in their paintings as different references are used among them. These references come from some modernist artists of the period which also show some similarity to Palacetes painters concerning the thematic approached. Then, the Santa Helenas painters show images of São Paulo from 1935 until 1940, which is possible to observe a city that has its modernization build backwards, by the fact the elements that compose the paintings frequently do not have direct relation with the modernization of the city but simply suggest it. This way, with originality and some common and dissonant particularities if compared among the painters, originally created paintings tied up to the modernism of the second half of the 1930s.
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Os pintores do Palacete Santa Helena: imagens da São Paulo entre 1935 e 1940 / The painters of the Palacete Santa Helena: images of São Paulo between 1935 and 1940Michélle Yara Urcci 10 August 2009 (has links)
Nesta tese foi abordada a união dos pintores que estiveram juntos no Palacete Santa Helena por cerca de cinco anos, de 1935 a 1940, bem como as produções pictóricas dos mesmos, em especial as que se referem às pinturas de gênero produzidas neste período. Por meio da análise destas obras observamos como estes pintores construíram a imagem de São Paulo no período em que dividiram o ateliê no Palacete Santa Helena. Suas pinturas sugerem uma modernização às avessas da cidade, pois ao invés de produzirem imagens de uma São Paulo urbana, industrial, a partir de cenas nas quais há um ambiente atribulado, com muitas pessoas, carros e edifícios elementos que propõem diretamente a idéia de modernização da cidade notamos que as obras destes pintores nos mostram em grande parte os arrabaldes, as cercanias da cidade e não o centro. De maneira diferente, o pintor italiano Fulvio Pennacchi apresenta, em seus cartazes publicitários da década de 1930, a modernização da cidade de forma mais direta, pois enfatiza o crescimento e desenvolvimento de São Paulo por meio de imagens que mostram produtos decorrentes da industrialização, como o café, o cigarro, os chapéus, o carro e o pneu. Em contrapartida, a São Paulo apresentada pelos pintores do Palacete Santa Helena, incluso Pennacchi, é o lugar povoado por gente humilde, trabalhadores e trabalhadoras que vivem na roça ou em bairros mais afastados do centro de São Paulo, lugar onde muitas vezes também executam suas atividades laborais e inclusive desfrutam os momentos de lazer. Quando estes pintores abordam em suas obras a temática dos trabalhadores urbanos, retratam-nos como fazendo parte de uma engrenagem que auxilia na construção, crescimento e desenvolvimento da cidade e é quando aparecem nas telas destes pintores alguns elementos que sugerem mais diretamente a modernização da cidade, muito vinculada à industrialização. Desse modo, a partir da análise destas obras, podemos notar que a imagem que se tem de São Paulo é a da cidade que se deseja moderna, na qual a periferia está em contraposição ao centro, onde a presença do rural sugere uma etapa anterior ao urbano, e o popular presente principalmente nos arrabaldes sugere a tradição que na cidade vai sendo substituída pela modernização dos edifícios, pela substituição de comportamentos, pela aquisição de novos produtos, de novos modos de vida, hábitos e costumes. A São Paulo na pintura de gênero destes pintores é a cidade dos homens da prática, dos imigrantes e filhos de imigrantes, assim como eles o são. A raiz social é o que os conjumina como grupo. No que diz respeito às temáticas abordadas em suas obras, estes pintores, quando comparados entre si, se aproximam. Já quando se trata da linguagem visual utilizada em suas composições, há dissonâncias entre eles, pois utilizam referências diferentes. Estas referências têm como fonte alguns artistas modernistas do período, aos quais algumas vezes os pintores do Palacete se aproximam também no que concerne às temáticas tratadas. Assim, os pintores do Santa Helena apresentam as imagens da São Paulo de 1935 a 1940, nas quais observamos uma cidade que tem a modernização construída às avessas, pelo fato de os elementos compositivos muitas vezes não se relacionarem diretamente com a modernização da cidade, mas que sugerem esse processo. Desse modo, com originalidade e peculiaridades comuns e dissonantes, estes pintores produziram uma obra muito vinculada ao modernismo da segunda metade da década de 1930. / This work is about the union of painters who have been together in Palacete Santa Helena for roughly five years time, from 1935 to 1940, as well as the pictorial works made by them, particularly those referring to the genre scenes made in the period. Through the observation of these works, we see how painters built the image of São Paulo in the period they shared the Santa Helena studio. Their paintings suggest a backwards modernization of the city as they represent much more images from the suburbs instead of the urban and industrial São Paulo, based on busy scenarios, with lots of people, cars and buildings elements that suggest the idea of modernization of the city we observed that Santa Helena painters works and the majority of these paintings showed us the environs of the city not the downtown. Differently, the Italian painter Fulvio Pennacchi shows in his advertisement banners from the 1930s, the modernization of the city straight forward, as he focuses on the growth and development of São Paulo through pictures coming from industrialization at that time, such as coffee, tobacco, hats, cars and tires. On the another hand, the São Paulo showed in the screens of Palacete Santa Helenas painters is a place of humble people, workers who live either in the countryside or in the suburbs. This same place is scenario of labor and leisure activities. When urban workers are the thematic pictured by the painters, they are shown as part of an engine that pushes the construction, growth and development of the city. It is when some elements which suggest the modernization of the city pops up in their screens, pretty much involved with its industrialization. From the analysis of the paintings, it can be observed that São Paulo wants to be a modern city, in which the suburb is on opposite side of the town where the presence of agricultural elements suggest a previous stage to the urban ones, and the popular manifestation mainly in suburbs suggests the tradition in the city had being substituted by the modernization of the buildings, for the change of behaviors, the acquisition of new products, new ways of life and habits. The São Paulo seen from the genre painting of painters is a city of hands on men, of immigrants and immigrants sons as they are, indeed. The social root is what unite them as a group. Concerning the thematic in their paintings, these painters, when compared to each other, converge. However, there are differences regarding the visual identity employed in their paintings as different references are used among them. These references come from some modernist artists of the period which also show some similarity to Palacetes painters concerning the thematic approached. Then, the Santa Helenas painters show images of São Paulo from 1935 until 1940, which is possible to observe a city that has its modernization build backwards, by the fact the elements that compose the paintings frequently do not have direct relation with the modernization of the city but simply suggest it. This way, with originality and some common and dissonant particularities if compared among the painters, originally created paintings tied up to the modernism of the second half of the 1930s.
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