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Memórias do "Velho" intendente: Antônio Lemos - 1869-1973

SARGES, Maria de Nazaré dos Santos 05 November 1998 (has links)
Submitted by Edisangela Bastos (edisangela@ufpa.br) on 2018-03-19T16:43:32Z No. of bitstreams: 2 license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Tese_MemoriasVelhoIntendente.pdf: 8600895 bytes, checksum: 71a4a3196d9cfa8aef53835e71236b48 (MD5) / Approved for entry into archive by Edisangela Bastos (edisangela@ufpa.br) on 2018-03-20T13:42:55Z (GMT) No. of bitstreams: 2 license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Tese_MemoriasVelhoIntendente.pdf: 8600895 bytes, checksum: 71a4a3196d9cfa8aef53835e71236b48 (MD5) / Made available in DSpace on 2018-03-20T13:42:55Z (GMT). No. of bitstreams: 2 license_rdf: 0 bytes, checksum: d41d8cd98f00b204e9800998ecf8427e (MD5) Tese_MemoriasVelhoIntendente.pdf: 8600895 bytes, checksum: 71a4a3196d9cfa8aef53835e71236b48 (MD5) Previous issue date: 1998-11-05 / Quero justificar, inicialmente, a temporalidade escolhida para discutir a construção da memória de Antonio Lemos. Ao contrário de uma escolha arbitrária, ela guarda o significado da "chegada". Por duas vezes, Lemos chegou a Belém. Num primeiro momento, em 1869, de maneira silenciosa e anônima, na condição de um simples escrevente da Armada Brasileira. Em 1973, pela segunda vez, Lemos chegava à cidade, agora como um mito consolidado. A urna que encerrava silenciosamente os restos mortais do "Velho" intendente, era recebida ruidosamente por uma multidão que esperava o momento da celebração da volta daquele que, mesmo "em pó", personificava um pedaço da história da cidade. No entremeio dessa cronologia, estruturei o trabalho como se segue. No primeiro capítulo da tese serão discutidas as biografias contemporâneas a Antonio Lemos produzidas nos anos de 1904 e 1913, e o ponto de intersecção entre elas, procurando entender o jogo que se estabeleceu na fixação de uma dada memória. Desse modo, não é somente a carreira política que buscarei nessas memórias, mas também as discussões que se estabeleceram sobre a vida privada, a condição social e as relações pessoais que permearam a vida do intendente. O segundo capitulo focaliza as medidas administrativas tomadas por Antonio Lemos durante os 14 anos de seu governo. Procuro recuperar o discurso legitimados de suas ações, as festas patrocinadas pela sua administração, a filantropia por ele exercitada, a proteção dispensada aos artistas e literatos e a preocupação em deixar nos escritos o testemunho de sua intervenção na cidade. Através dos Relatórios da Intendência (7 volumes), do Livro de Detalhes, das Atas do Conselho Municipal, dos Ofícios recebidos e expedidos pela Intendência, de jornais e revistas da época, entrevejo a possibilidade de alcançar o resultado desse embate que se travou entre as imagens produzidas e as manipuladas pelos diferentes grupos sociais da cidade de Belém. Explorando esse corpos documental, verifico a produção de um modelo de personagem ideal, a percepção de seu jogo na construção de imagens que deveriam ser absorvidas pela população e como essas camadas populares construíram a(s) imagem(s) do biografado. O terceiro capitulo tem por finalidade a procura de indícios que apontem para a permanência da memória do intendente, mesmo após os acontecimentos que resultaram em sua expulsão de Belém. Recorro a jornais a partir da década de 20, para demonstrar que após a expulsão de Antonio Lemos, o débâcle da borracha gerou um decréscimo na atividade econômica da região, vindo a refletir na cidade de Belém. Nesse momento, quando a cidade não tem mais o vigor econômico e urbano da administração lemista, críticos da administração pública utilizam-se da imprensa para expressar um "canto de saudade" pelo "Velho" Lemos. A figura de Lemos transformada em um mito político tornou-se mais forte a partir da década de 70, com a elaboração da biografia de autoria de Carlos Rocque, Antônio Lemos e sua época, encomendada pelo prefeito municipal, buscando recuperar uma memória que sempre esteve a serviço das elites intelectuais e políticas do Estado. O livro de Carlos Rocque marcava a transferência dos restos mortais do intendente para o vestíbulo do Palácio Antonio Lemos. O caminho percorrido por Carlos Rocque incorpora, em grande medida, a imagem pública de Antonio Lemos que foi pautada na memória construída pelo próprio intendente e pelos grupos que o cercavam, dando corpo ao que conhecemos como memória oficial.

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