Conselho Nacional de Desenvolvimento CientÃfico e TecnolÃgico / A perspectiva que orienta este trabalho faz uma anÃlise de discurso sobre as reformas policiais em Fortaleza (CE) na Era Vargas (1930-1945). Fundamentamos nossa anÃlise tomando como fontes principais os jornais locais, a Revista Policial e os RelatÃrios dos Chefes de PolÃcia, espaÃos discursivos de construÃÃo da legitimidade e credibilidade da instituiÃÃo policial em sua empreitada reformista na produÃÃo de uma ordem social. As reformas policiais realizadas nesse perÃodo, culminada com a construÃÃo do PalÃcio da PolÃcia Central, foram a tentativa prÃtica de uma ordem que vinha sendo demandada pela imprensa, proprietÃrios de estabelecimentos comerciais do centro da cidade, polÃticos conservadores catÃlicos e pelos âaltos funcionÃriosâ da polÃcia. O mundo da ordem/desordem foi nomeado, classificado e inventado discursivamente como aquele que se caracteriza pela presenÃa/ausÃncia da polÃcia. O desdobramento histÃrico desse processo foi repleto de descompassos, tensÃes, limites e insuficiÃncias de uma ordem fundada no investimento do Estado em reformas dos aparatos tÃcnicos-policiais no controle social da cidade e sua populaÃÃo. Em Fortaleza, desde entÃo, ordem social se confundiu com âsociedade policiadaâ. / The point of view that guides this work is a discourse analysis on reforms applied to the police force in the city of Fortaleza, State of Ceara, during the Vargas Era (1930-1945). The analysis is based on main sources from local newspapers, the Revista Policial (The Police Magazine) and Reports from Police Chiefs, which are discursive instances for the buildup of legitimacy and credibility involving the police institution in its reforming quest for production of social order. Reforms of the police structure that took place during this period, highlighted by construction of the Palacio da Policia Central (Palace of Central Police) were part of a practical attempt aiming at establishing an order that had been claimed by downtown stores, catholic conservative priests and âhighly placed public servantsâ attached to the police force. The world of order and lawlessness was nominated, classified and invented as a discourse that propounded presence and absence of police. The historical unfolding of this process is full of misunderstandings, tensions, breaking of deadlines and inadequacies of an order based on investments by the State involving reforms to the police-technical apparatus aimed at social control of the city and its population. Since then, in Fortaleza, social order is misapprehended as âpolice-controlled societyâ.