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Microbiota cervical anormal : diagnóstico e associação com fatores de risco, aspectos clínicos e citológicos

Silvestre, Fernanda Altino 08 August 2016 (has links)
Dissertação (mestrado)—Universidade de Brasília, Faculdade de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, 2016. / Submitted by Fernanda Percia França (fernandafranca@bce.unb.br) on 2016-12-20T11:21:28Z No. of bitstreams: 1 2016_FernandaAltinoSilvestre.pdf: 2180008 bytes, checksum: e91d14fde1dd7fbf1c10377f8fd0ed58 (MD5) / Approved for entry into archive by Raquel Viana(raquelviana@bce.unb.br) on 2017-01-27T16:01:17Z (GMT) No. of bitstreams: 1 2016_FernandaAltinoSilvestre.pdf: 2180008 bytes, checksum: e91d14fde1dd7fbf1c10377f8fd0ed58 (MD5) / Made available in DSpace on 2017-01-27T16:01:17Z (GMT). No. of bitstreams: 1 2016_FernandaAltinoSilvestre.pdf: 2180008 bytes, checksum: e91d14fde1dd7fbf1c10377f8fd0ed58 (MD5) / INTRODUÇÃO. A cultura de secreção vaginal e os diferentes métodos moleculares de identificação de micro-organismos são considerados de referência no diagnóstico das infecções. Contudo, muitas infecções do trato genital inferior são detectadas pela citologia cervical, por ser um método diagnóstico rotineiramente empregado na prevenção do câncer de colo de útero. OBJETIVOS. Avaliar a frequência de microbiota bacteriana anormal em secreção cervical através da citologia e cultura, verificar a concordância entre estes métodos diagnósticos e a associação da microbiota bacteriana anormal com inflamação e aspectos clínicos. MÉTODO. Foram analisadas 55 pacientes atendidas no ambulatório de ginecologia do Hospital Universitário de Brasília (HUB) nos anos de 2015 e 2016, as quais foram submetidas a exame clínico e coleta de secreção cervical para citologia cervical e cultura. A identificação das bactérias foi realizada por método automatizado (Vitek 2 - Biomeriéux). RESULTADOS. Crescimento de bactérias patogênicas foi detectado em 45,45% das amostras cervicais submetidas à cultura/VITEK. Das oito espécies isoladas, as mais frequentes foram Streptococcus agalactiae e Enterococcus faecalis (20% e 12,72% do total das amostras, respectivamente). Na citologia cervical, microbiota bacteriana anormal (caracterizada pela presença de cocos e/ou outros bacilos) foi observada em 52,72 % das amostras e inflamação em 78,18% das amostras. A concordância entre microbiota bacteriana anormal (presença de cocos e/ou outros bacilos) na citologia e crescimento de bactérias patogênicas na cultura/VITEK foi de 60% (Kappa= 0,2). A inflamação foi significativamente mais frequente nas amostras com microbiota bacteriana anormal em comparação com amostras com microbiota bacteriana normal na citologia cervical (Teste de Fisher, p=0,03). Apesar dos achados inflamatórios na citologia terem sido mais frequentes nas amostras de pacientes com crescimento de bactérias patogênicas em relação às amostras sem crescimento de bactérias na cultura cervical, a diferença não foi significativa. Com relação aos aspectos demográficos, antecedentes pessoais, atividades sexuais e hábitos de vida, apenas a média da idade das pacientes foi significativa entre os grupos com e sem crescimento de bactérias patogênicas na cultura de secreção cervical. CONCLUSÃO. A microbiota bacteriana anormal foi um achado frequente na citologia cervical e a taxa de concordância entre a presença desta microbiota anormal na citologia cervical e crescimento de bactérias patogênicas na cultura foi pobre. Os achados de inflamação na citologia cervical foram frequentes nas amostras com microbiota bacteriana anormal e sua presença nas amostras com microbiota normal sugere causas de origem não-infecciosa, embora a causa de origem infecciosa não possa ser excluída. Em contrapartida, a presença de microbiota bacteriana anormal em amostras sem inflamação na citologia cervical sugere que estas bactérias não são, necessariamente, patogênicas. A frequência baixa de sinais e sintomas e o número limitado de amostras do presente estudo não permitiram uma análise confiável sobre a associação entre crescimento de bactérias patogênicas na cultura de secreção cervical e suas possíveis repercussões clínicas. PALAVRAS-CHAVE: citologia cervical, cultura de secreção cervical, método automatizado de identificação de bactérias. / INTRODUCTION. The culture of vaginal secretions and different methods for molecular identification of microorganisms are considered as reference in the diagnosis of infections. However, many infections of the lower genital tract are detected by cervical cytology, which the routinely diagnostic method is used to prevention of cervical cancer. OBJECTIVE. Evaluate the abnormal bacterial microbiota frequency in cervical secretion by cytology and culture; evaluate the agreement between these diagnostic methods and the association between abnormal bacterial microbiota with inflammation and clinical aspects. METHOD. This study was done in 55 patients treated at Gynecology Service in the University Hospital of Brasilia (HUB) in the years 2015 and 2016. They were subjected to clinical examination and collection of cervical secretion for cytology and culture. The identification of bacteria was performed by automated method (Vitek 2 - Biomeriéux). RESULTS. The pathogenic bacteria grew up in 45.45% of cervical samples submitted to culture / VITEK. Between eight isolated species, the most common were Streptococcus agalactiae and Enterococcus faecalis (20% and 12.72% of the total samples, respectively). In cervical cytology, abnormal bacterial microbiota was observed in 52.72% of the samples and inflammation in 78.18% of the samples. The agreement between abnormal bacterial microbiota in cytology and growth of pathogenic bacteria in culture / VITEK was 60% (kappa = 0.2). The inflammation was significantly more frequent in samples with abnormal bacterial microbiota compared with normal samples bacterial microbiota in cervical cytology (Fisher's exact test, p = 0.03). Although the inflammation findings in cytology ere more frequent in samples from patients with growth of pathogenic bacteria compared to samples with no growth of bacteria in the cervical secretion culture, the difference was not significant. Regarding demographics aspects, medical history, sexual activity and lifestyle habits, only the age (mean) of patients it was significant between the groups with and without growth of pathogenic bacteria in the cervical secretion culture. CONCLUSION. Abnormal bacterial microbiota was a frequent finding in cervical cytology and the agreement rate between the presence of abnormal bacterial microbiota in cervical cytology and growth of pathogenic bacteria in cervical secretion culture was poor. The findings of inflammation in cervical cytology was common in the samples with abnormal bacterial microbiota and their presence in samples with normal microbiota suggests causes of non- infectious origin but causes of infectious origin cannot be excluded. In contrast, the presence of abnormal bacterial flora without inflammation in the cervical cytology samples suggests that these bacteria are not necessarily pathogenic. The low frequency of signs and symptoms and the limited number of samples of this study did not allow a reliable analysis of the association between growth of pathogenic bacteria in the cervical secretion culture and its possible clinical consequences.

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