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Os sinais de tempo e aspecto na LibrasFinau, Rossana Aparecida 31 August 2012 (has links)
Resumo: Diferentemente das línguas orais, principalmente as de origem Indo-Européia, que expressam a distinção temporal em termos de flexão verbal, a LIBRAS costuma ser citada como exemplo de sistema em que não há essa flexão, a qual é denotada apenas pelo emprego de advérbios temporais. Neste trabalho, procurou-se avaliar essa questão por meio de uma descrição de base semântico-pragmática dos dados. Tal descrição aponta para uma análise em que não apenas os advérbios fazem parte da referência temporal, mas muitos outros fatores, como a própria aspectualidade das sentenças, as diferentes situações discursivas, as implicaturas conversacionais decorrentes dessas situações, bem como as regras de inferências e, ainda, a possibilidade de interpretação de "quantização" de SNs. Para tanto, adotaram-se, como subsídio teórico da área da pragmática, principalmente, os trabalhos de Roberts (1995) e Levinson (2000), e da semântica, especificamente na área da aspectologia, as pesquisas de Godoi (1992), Lin (2002) e Verkuyl (1993). Esse exame mostrou que a referência temporal/aspectual, na LIBRAS, é expressada de forma dinâmica pela estrutura lingüística. Assim, o tempo pode ser denotado por operadores temporais específicos, pela flexão semântica dada pelo aktionsart dos verbos e por implicaturas conversacionais generalizadas. Por sua vez, a leitura aspectual é expressada por meio da organização flexional do sistema lingüístico mais a interpretação da composição sintático-semântica dos enunciados, em interação com princípios pragmáticos. Com relação à temporalidade, é possível sintetizar a organização do sistema da seguinte forma: o futuro é examinado como estrutura estereotipada, com emprego de operador temporal específico; o passado é observado pela ocorrência tanto do operador quanto do valor lexical dos verbos; o presente é dado por default, devido à ausência de marcas para passado ou futuro.
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