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Recife: entre a sujeira e a falta de (com)postura 1831-1845

SANTOS, Manuela Arruda dos 27 February 2009 (has links)
Submitted by (lucia.rodrigues@ufrpe.br) on 2016-06-16T13:26:20Z No. of bitstreams: 1 Manuela Arruda dos Santos.pdf: 2307198 bytes, checksum: dee3320c1158f62a85c2509ad9c1fe1d (MD5) / Made available in DSpace on 2016-06-16T13:26:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1 Manuela Arruda dos Santos.pdf: 2307198 bytes, checksum: dee3320c1158f62a85c2509ad9c1fe1d (MD5) Previous issue date: 2009-02-27 / This work intends to historicize the construction of the discourse of hygiene as a guide to structural changes of character, occurring in Recife, from 1831 to 1845. In considering the reports of travelers and chroniclers of the everyday reality, we have narrow streets and dirty, lack of drinking water and habits not civilized considered by the look of the "other". This scene contrasted with the ideas from Europe, in vogue at the time, which propagated the city as the "locus" of modernity, civility and hygiene. Examine the investment of public discourse and doctors in the construction of a new sensitivity on the dirt and the cleaning of Recife, in the first half of the nineteenth century. Embodied on the assumptions of Social Medicine, these words begin to materialize through the adoption of systematic measures directed to combat the garbage and sewage that infest the city, threatening the health of the population and hampering the economic transactions. It was around the discussion about the health conditions of the city that emerged answer some questions we are looking over the work. The edition of the Code of Municipal postures (1831) represented an attempt to standardize the urban space through devices prohibitive patterns occurring based as "unhealthy." We focus our analysis on the performance of doctors responsible for the creation of associations of consultative character, as the Council of Public Health (1845), which proposed establishing a constitution for the medical city. Observe that the legal provisions that were used in order to change habits on the health of urban space can tell us much about the subject and center on the very concept of health in the nineteenth century. / Este trabalho tem por objetivo historicizar a construção do discurso da higiene como elemento norteador de mudanças de caráter estrutural, ocorridas no Recife, entre 1831 a 1845. Ao analisar os relatos de cronistas e viajantes sobre a realidade cotidiana, deparamo-nos com ruas estreitas e sujas, falta de água potável e hábitos considerados incivilizados pelo olhar do “outro”. Tal cenário contrastava com o ideário vindo da Europa, em voga na época, que propagava a cidade como o "locus" de modernidade, civilidade e higiene. Examinamos os investimentos discursivos do poder público e dos médicos na construção de uma nova sensibilidade em relação à sujeira e à limpeza do Recife, durante a primeira metade do século XIX. Embasados nos pressupostos da Medicina Social, esses discursos começam a se materializar por meio da adoção de medidas sistemáticas direcionadas ao combate do lixo e imundícies que infestavam a cidade, comprometendo a saúde da população e dificultando as transações econômicas. Foi em torno da discussão acerca das condições de salubridade da cidade que surgiram algumas questões que procuramos responder ao longo do trabalho. A edição do Código de Posturas Municipais (1831) representou uma tentativa de normatizar o espaço urbano, por meio de dispositivos proibitivos aos hábitos corriqueiros, pautados como “insalubres”. Focamos nossa análise na atuação dos médicos, responsáveis pela criação de associações de caráter consultivo, como o Conselho de Salubridade Pública (1845), que propunha instituir uma constituição médica para a cidade. Consideramos que observar os dispositivos legais que foram utilizados com a finalidade de modificar hábitos acerca da salubridade do espaço urbano pode nos dizer bastante sobre os sujeitos históricos e sobre a própria concepção de saúde no século XIX.

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