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Discursos midiáticos e preconceito linguístico em disputa pelo dizer e silenciarViveiros, Danielle Christiane da Silva 20 December 2016 (has links)
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Previous issue date: 2016-12-20 / Não recebi financiamento / Taking into consideration that speaking differently does not mean speaking “wrongly”, and that,
many times, the linguistic heterogeneity is not acknowledge by the school and/or Portuguese language
teachers, this work aims at contributing to the development of studies linked to the linguistic
variables. The most common practices have been the prejudice and the intolerance in relation to the
popular speaking forms, which are stigmatized and excluded as wrong forms. Although, in the last
decade, the educational legislation has been making the guidelines that exclude the popular discourse
form less rigid, we can see resistance to this idea, which is not only reinforced, but also embraced by
the general press and by the means of communication. This work discusses the needs for adopting a
political posturs in relation to this subject, which acknowledges that the point cannot be simplified to
the adoption of a correct and true speaking form, whose arguments, in fact are in service of the
maintenance of an authoritarian order, based on privileges and that excludes all those who do not
practice the standardized form of the Portuguese language. Thus, the proposed aim for this work, as
a result of bibliographical and documented research, is a linguistic reflection concerning the relation
between: discourse, identity and alterity, as well as an analysis of the mediatic speeches produced
since 2001 up to current times referring to the thematic, seeing these speeches as power and
knowledge devices. The linguistic stigmatization remains as an impregnable beacon of inequality and
finds support among the professors and students of Language, Linguistic and Pedagogy who intend
to stablish a sort of monopoly over the national linguistic forms and manifestations. On the other
hand, many researchers in the linguistic field have dedicated their research to the valorization of the
popular speaking forms. Through a bibliographical study, the theoretical conceptions of the research
are presented inside the functionalist and sociolinguistic perspective, basically aiming the
communicative competence, a theory shown in: Bakhtin (1979 and 1992), Labov (2008), Neves
(1990, 1997, 2003, 2006 and 2010), Bagno (2003, 2009, 2010 and 2011), Leite (2005 and 2008),
Possenti (2005 and 2012), Gnerre (2009); Bortoni-Ricardo (2004 and 2005) among others; in addition
to the scholars linked to the Human Sciences who deals with the study of the discourse as language
is a social behavior and manifestation of the fight for power– Foucault (1995, 1996, 1999 and 2009),
of Philosophy and Bourdieu (1975, 1989, 1998, 2001 e 2008), of Sociology and Habermas (1987).
This way, the analysis focus in the real usages of the language and pursues the explanation of these
processes activated in various textual genres (journalistic, political debates, cartoons, charges,
paintings and pictures) to exemplify the analysis and the theoretical apparatus as well. Concerning
the teaching of the Portuguese language, speeches and documents related to the new forms to teach
grammar are not enough if these are not incorporated to the pedagogical practice. The grammar
teaching should be brought close to the reality of the usage and dynamism of the Portuguese language;
however, we cannot forget that the norms in the grammar compendium have a space, which,
necessarily, should be respected and taught. Furthermore, when we praise the standard practice of the
language and raise the view of “right” and “wrong”, without considering the other forms of the
language, the mediatic speeches help to spread the linguistic prejudice. The prejudiced metadiscourse
also report other prejudices of social, racial, political, religious order among others and the teachers
and school administrators need to know how to acknowledge them within the school scope in order
to, on one side, act in a critical and conscious way in the face of the occurrences of these phenomena
and to, on the other side, help to avoid its manifestation. Such attitude is part of the whole
development of citizenship, because it is also an indicative of respecting the differences of the other. / Considerando-se que falar diferente não é falar “errado” e que, muitas vezes, a heterogeneidade
linguística não é reconhecida pela escola e/ou pelos professores de Língua Portuguesa, elaborase
este trabalho a fim de contribuir com o desenvolvimento de estudos ligados à variabilidade
linguística. As práticas mais comuns têm sido o preconceito e a intolerância em relação às
formas de falar populares, que são estigmatizadas e excluídas como errôneas. Embora a
legislação educacional tenha, na última década, flexibilizado as diretrizes que excluiriam as
formas populares de linguagem, permanece a resistência a essa postura, que é não apenas
reforçada, como também exaltada pela imprensa em geral e pelos meios de comunicação. Neste
trabalho, discute-se a necessidade da adoção de uma postura política em relação a esse tema,
que reconheça que a questão não pode ser reduzida à adoção de uma forma correta e verdadeira
de se falar, cujos argumentos, na verdade, estão a serviço da manutenção de uma ordem
autoritária, fundada em privilégios e que exclui todos aqueles que não praticam a forma
normatizada da Língua Portuguesa. Dessa maneira, o objetivo que se propõe para este trabalho,
como resultado de uma pesquisa bibliográfica e documental, é uma reflexão linguística a
respeito do modo como os estudos da língua em uso podem contribuir para o ensino de língua
materna e para o equacionamento de questões relativas à política linguística no Brasil, assim
como uma análise dos discursos midiáticos impressos produzidos desde 2001 até meados de
dezembro de 2016 referentes à temática, compreendendo esses discursos como dispositivos de
poder e saber. A estigmatização linguística permanece como bastião inexpugnável da
desigualdade e ainda encontra apoio entre docentes e estudantes dos cursos de Letras,
Linguística e Pedagogia que pretendem estabelecer uma espécie de monopólio sobre as formas
e manifestações linguísticas nacionais. Por outro lado, não são poucos os pesquisadores do
campo linguístico que têm dedicado suas pesquisas à valorização das formas populares de fala
e escrita. Por meio de estudo de natureza bibliográfica, apresentam-se as concepções teóricas
da pesquisa sob a perspectiva funcionalista e sociolinguistas, tendo em vista, basicamente, a
competência comunicativa, teoria exposta por Bakhtin (1979 e 1992), Labov (2008), Neves
(1990, 1997, 2003, 2006 e 2010), Bagno (2003, 2009, 2010 e 2011), Leite (2005 e 2008),
Possenti (2005 e 2012), Gnerre (2009); Bortoni-Ricardo (2004 e 2005), entre outros. Além dos
estudiosos ligados às Ciências Humanas que tratam do estudo da linguagem considerando-a um
comportamento social e manifestação de luta pelo poder – Foucault (1995, 1996, 1999 e 2009),
da Filosofia e Bourdieu (1975, 1989, 1998, 2001 e 2008), da Sociologia e Habermas (1987)
especialmente através de suas teorias do agir comunicativo. Dessa maneira, a análise centra-se
nos usos reais da língua e busca a explicitação desses processos acionados em diversos gêneros
textuais (jornalístico, debates políticos, histórias em quadrinho, charges, quadros e ilustrações)
a fim de exemplificar a análise e também o aparato teórico. No que tange ao ensino da Língua
Portuguesa, não bastam discursos e documentos relativos às novas formas de ministrar
gramáticas se estes não forem incorporados ao fazer pedagógico. O ensino gramatical deve se
aproximar da realidade do uso e dinamismo da Língua Portuguesa, sem que, no entanto,
esqueça-se de que as normas contidas no compêndio gramatical ocupam um espaço que,
necessariamente, deve ser respeitado e ensinado. Ademais, ao exaltar a norma culta e suscitar
a visão de “certo” e “errado”, sem considerar as outras formas de uso da língua, os discursos
midiáticos ajudam a propagar o preconceito linguístico. A metalinguagem preconceituosa
também denuncia outros preconceitos de ordem social, racial, política, religiosa entre outros e
os educadores e gestores escolares precisam saber reconhecê-los no âmbito escolar para, de um
lado, atuar de maneira crítica e consciente diante de ocorrências desses fenômenos e, de outro,
para ajudar a evitar sua manifestação. Tal atitude faz parte da formação integral do cidadão,
pois é, também, indicativo de respeito às diferenças do outro.
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