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Criando gente no alto Rio Negro: um olhar waíkhanaPereira, Rosilene Fonseca 22 March 2013 (has links)
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Previous issue date: 2013-03-22 / Este trabalho trata dos processos de compartilhamento de conhecimentos na criação de gente na região do Alto Rio Negro, focando o período de 0 a 12 anos. Este é um tema pouco explorado na região, apesar de ser importante para compreendermos, entre outros aspectos, a dinâmica das relações de redes entre parentes que marcam a permanência de laços de parentesco da região do Alto Rio Negro. As análises partiram de meu acervo pessoal (diários, anotações diversas, gravações de entrevistas, caderno de campo) elaborado na fase kamuen, passagem de criança para adulta; e da exegese dos bharceyé, ação de proteção extremamente importante que acompanha os Waíkhana desde o nascimento; khenonõ-yurhíá, aconselhamento, importante recurso dos velhos para formação quando crianças; kirtí, narrativas curtas, criadas a partir de uma dada ocorrência durante a pesca, a caça, roça, entre outros afazeres; e, por fim, conversas com minha família Waíkhana e Arapaço. A construção dos conhecimentos de uma criança ocorre coletivamente, mas individualizado no grupo social de parentes. As crianças convivem com os pais, ficam
pequenas temporadas com as avós e avôs, tios, tias e outros membros da rede de parentes. Essa circulação temporária permite que elas convivam e compreendam outros saberes tais
como: novas espécies de mandioca, pontos de capturas de peixes e insetos. Os conhecimentos compartilhados são múltiplos, com algumas singularidades nos bharceyé, nos kirtí, criação dos utensílios domésticos, atividades do cotidiano familiar, entre as quais seleção de sementes e plantas para cultivo. Assim são construídos e circulados os saberes.
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