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(Des)legitimação: ações discursivo - cognitivas para o processo de categorização social

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Previous issue date: 2008 / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico / Este trabalho é movido por duas questões heurísticas: como concepções
específicas assumem a condição de verdade? Por que os discursos de determinados
atores/grupos sociais têm o poder de transformar versões em fatos ? Tais questões, em
linhas gerais, definem a forma como entendemos o mundo e agimos nele (Marcuschi,
2007b). Assim como estão atreladas a um fenômeno pouco explorado nas investigações
lingüísticas: o da (des)legitimação. Trata-se de uma construção coletiva, que envolve
distintas práticas sociais, que tem no discurso uma das suas forças propulsoras (Habermas
1999 [1973]; Rojo e van Dijk, 1997). Buscamos, ainda, dar conta de um outro problema:
grupos/atores sociais, em situação de exclusão social, sofrem as mais distintas formas de
discriminação e de preconceito, sendo a exclusão discursiva uma das práticas mais sutis
por isso mais eficientes no processo de deslegitimação desses grupos. Pelo seu poder
simbólico, o domínio jornalístico opera fortemente nesse processo, daí a relevância da
sua investigação. Grupos e atores sociais não são (des)legitimados a priori. A
(des)legitimação é uma atribuição, um ato social de categorização, por isso não é
estanque e sempre situada. É uma atividade que envolve operações mentais, em um
intenso processo de negociação social. Esta investigação está focada no processo de
construção de (des)legitimação de um movimento social que tem resistido à força dos
grupos poderosos e conseguido mudar um dos conceitos caros à elite brasileira: o da
propriedade. Trata-se do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Como
caso específico, investigamos a cobertura do jornal Folha de S. Paulo (FSP), entre os
anos de 1996 a 2006, sobre o massacre em Eldorado de Carajás, ocorrido em abril de
1996. Ao analisarmos as distintas orientações da cobertura, percebemos que o processo
de categorização do fato como algo (i)legítimo se dá por ações contínuas, que, se em
determinados momentos históricos, sofreu um maior controle discursivo, por parte dos
grupos do poder, em outros a pressão de vários movimentos e grupos sociais interfere e
atua nesse processo, democratizando o espaço discursivo do jornal, abrindo espaço para
outras versões e construindo modelos cognitivos diferenciados. Entretanto, o controle
discursivo opera fortemente no processo de categorização do MST e a elite se utiliza do
jornal para estabelecer seu discurso como um fato jornalístico , deslegitimando o
movimento. Nesta pesquisa, analisamos a cobertura da FSP tomando seis
macrocategorias de análise, denominadas frames de cobertura : 1) A Circulação das
Versões; 2) A Mobilização da Sociedade; 3) A Legalização de uma Versão: a cobertura
dos trâmites judiciais; 4) A Criminalização do MST; 5) A Partidarização do MST e 6) O
Reframing: a não-ocorrência. Assim, investigamos o texto jornalístico a partir das
distintas estratégias de construção de sentido, dos modelos contextuais variados e das
ações situadas dos elementos lingüístico-discursivos

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:repositorio.ufpe.br:123456789/7227
Date31 January 2008
CreatorsAZEVEDO, Karina Falcone De
ContributorsHOFFNAGEL, Judith Chambliss
PublisherUniversidade Federal de Pernambuco
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
LanguagePortuguese
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFPE, instname:Universidade Federal de Pernambuco, instacron:UFPE
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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