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AS Políticas da Insegurança: da Scuderie Detetive Le Cocq Às masmorras do Novo Espírito Santo

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Previous issue date: 2014-08-15 / A presente dissertação tem como objetivo a análise das políticas de segurança pública e
justiça criminal no Espírito Santo entre 1989 e 2013, utilizando metodologia historiográfica
e observando a distância entre os objetivos oficiais e as consequências práticas. Para
tanto, foi necessário iniciar pela discussão bibliográfica, no capítulo primeiro, no qual
foram discutidas as teorias sociais e políticas sobre crime, punição e desigualdades. No
segundo capítulo, me concentro na contextualização histórica das políticas criminais,
analisando a formação organizacional do sistema punitivo brasileiro. Coloco ênfase, de
um lado, no processo de militarização, isto é, a adoção de hierarquia, disciplina e
formação militares nas agências de segurança pública, e de outro lado, e nas sucessivas
legislações penais aprovadas pelo Congresso Nacional. Tais processos nacionais se
refletem no Espírito Santo, onde se difundiram grupos de extermínio como a Scuderie Le
Cocq, mas não havia política de segurança pública. A primeira surge em meio a grave
crise política, entre 1999 e 2002. Mas os seus propósitos são mais avançados com o
processo de reforma administrativa após 2003, quando o governo se esforça por impôr
modelos de gestão empresariais e parcerias público privadas à administração estadual,
incluindo a segurança pública e sistema penitenciário. Com isto, ocorre uma rápida
expansão do encarceramento seletivo em condições extremas de superlotação e
violência, desenvolvendo uma indústria carcerária. No terceiro capítulo, realizo uma
análise na qual relaciono informações criminais, penitenciárias, econômicas e
demográficas, tanto no contexto do Brasil quanto do Espírito Santo. Constato que a
repressão estatal tem preferência por homens, negros, jovens e de baixa escolaridade;
por crimes de drogas e contra o patrimônio, com a utilização cada vez maior da prisão
provisória. No Espírito Santo o encarceramento seletivo cresce em maior velocidade que
na média nacional, o que se reflete no perfil da população carcerária, sendo esta ainda
mais negra, jovem, de baixa escolaridade e presa por tráfico e drogas e em regime
provisório, com frequentes denúncias fundamentadas de torturas, mortes e
desaparecimentos forçados entre as populações criminalizadas.

Identiferoai:union.ndltd.org:IBICT/oai:dspace2.ufes.br:10/4340
Date15 August 2014
CreatorsBITTENCOURT, M. B.
ContributorsMISSE, M., MATOS, S. M., RODRIGUES, M. B. F., DADALTO, M. C.
PublisherUniversidade Federal do Espírito Santo, Mestrado em Ciências Sociais, Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, UFES, BR
Source SetsIBICT Brazilian ETDs
Detected LanguagePortuguese
Typeinfo:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/masterThesis
Formattext
Sourcereponame:Repositório Institucional da UFES, instname:Universidade Federal do Espírito Santo, instacron:UFES
Rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess

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