O realismo científico é uma concepção filosófica da ciência que assume uma atitude epistêmica positiva em relação às melhores teorias científicas disponíveis, recomendando, sob algumas circunstâncias (em geral o atendimento de princípios metodológicos bem estabelecidos), a crença nas afirmações que estas teorias fazem a respeito do observável e do inobservável. Hilary Putnam, um dos nomes mais salientes no atual cenário filosófico anglofônico, é um autor que, mesmo tendo mudado diversas vezes concepções centrais de suas propostas filosóficas, tem no realismo científico um interesse perene. Em sua mais recente produção, tem defendido que a relatividade conceitual (uma marca característica de muitas abordagens antirrealistas acerca da ciência) é compatível com o realismo científico (Putnam: 2012; p. 63). Esse trabalho procurará investigar a possibilidade de sustentar a proposta de Putnam, analisando a relatividade conceitual e os pressupostos realistas no campo que efetivamente separa as posições realistas e antirrealistas da ciência: o entendimento do que as melhores teorias científicas afirmam sobre o inobservável. Antirrealistas são em geral agnósticos em relação às proposições sobre o inobservável, ou instrumentalistas em relação a essa parte da teorização científica, ao passo que realistas (sob as circunstancias acima evocadas) afirmam que é epistemicamente justificável acreditar na existência dos ditos inobserváveis e que a descrição científica dos mesmos representa características desses eventos ou objetos. Concluímos que a proposta de Putnam leva ao que o mesmo chama em Ética Sem Ontologia a uma Objetividade sem Objetos, uma forma de realismo local (aqui entendido como envolvimento direto com o processo de mensuração/interação do objeto ou evento), de caráter eminentemente estrutural e cujo pronunciamento ontológico mais significativo é de que o mundo responde e restringe nossas ações, e esse responder (uma metáfora adequada seria ressoar) nos permite conhecê-lo. Construímos imagens do mundo, mas uma ontologia final assim como uma narrativa absoluta dos eventos está fora de nossas possibilidades cognitivas. / Scientific realism is a philosophical conception of science that assumes a positive epistemic attitude about the best available scientific theories, recommending, under some circumstances (usually the meeting of some well established methodological principles), the belief concerning what these theories claim about the observable and unobservable. Hilary Putnam, one of the most prominent names in the current Anglophonic philosophical scene, is an author even having changed central conceptions in their philosophical thought along time, keep scientific realism as an perennial interest. In his latest production, has argued that conceptual relativity (one hallmark of many anti-realists approaches about science) is compatible with scientific realism (Putnam 2012, p. 63). This work will seek to investigate the possibility of supporting what was proposed by Putnam, analyzing conceptual relativity and realistic assumptions in the field that effectively separates realistic and anti-realists conceptions of science: understanding what the best scientific theories say about unobservable. Anti-realists are at large agnostic about the unobservable or instrumentalists in relation to that part of scientific theorizing, while scientific realists ( under the circumstances mentioned above ) say the believe in the existence of said \"unobservable\" is epistemically justified, as the scientific description of that events or objects. We conclude the Putnam idea leads to what they call in \"Ethics Without Ontology\" for a \"Objectivity without objects\", a form of local realism (here understood as direct involvement with the measurement process / interaction with the object or event), eminently structural character and whose ontological statement more significant is the world responds and restricts our actions, and that answer (an apt metaphor would be resonate) allows us to meet him. We build images of the world, but an final ontology as well as an absolute narrative of events are out of our cognitive possibilities.
Identifer | oai:union.ndltd.org:usp.br/oai:teses.usp.br:tde-23042014-090728 |
Date | 07 February 2014 |
Creators | Assis, Emerson Ferreira de |
Contributors | Plastino, Caetano Ernesto |
Publisher | Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP |
Source Sets | Universidade de São Paulo |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | Tese de Doutorado |
Format | application/pdf |
Rights | Liberar o conteúdo para acesso público. |
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