O fim da Ditadura Militar (1964-1985), no Brasil, pois fim à censura? Que interferências a Geografia Escolar estaria sofrendo nos dias de hoje? Em que medida o Currículo Oficial e o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) continuam a impor o poder do Estado na seleção dos conteúdos educacionais? Em favor de quem? E os múltiplos atores sociais - professores, pais de alunos, autores de livros didáticos, editores, mídia, mercado editorial de que forma estariam interferindo nos temas e métodos tratados por essa disciplina escolar? As complexidades impostas por uma sociedade cada vez mais globalizada, interconectada e informacional no tocante à censura, à interdição e ao cerceamento aos conteúdos e métodos contidos nos livros didáticos de Geografia estão no centro deste debate. Por seu importante papel na efetivação curricular em sala de aula, o livro didático é um instrumento fundamental na prática docente. Por essa razão, nos últimos anos, o Estado ampliou significativamente a sua participação na avaliação e distribuição desses materiais no Brasil. Só em 2017, o PNLD atendeu cerca de 32 milhões e 135 mil alunos. No entanto, este programa é visto com ressalvas por parte de alguns autores, editores e da própria mídia, afinal em que medida esta avaliação não estabelece um cerceamento da liberdade de expressão e representa uma interferência autocrática do Estado na formulação dos conteúdos e métodos? Por outro lado, o mercado também atua no controle dessas produções didáticas como, por exemplo, nas restrições impostas pelas necessidades de lucro do mercado editorial e, principalmente, na ostensiva interferência dos meios de comunicação que promovem um patrulhamento ideológico dos programas educacionais. Daí surge o objetivo central dessa pesquisa que é o de avaliar de que forma o Estado, as mídias e os diferentes atores sociais de fato interferem - e até mesmo promovem a censura - nos conteúdos e métodos expressos nos livros didáticos e, consequentemente, nos conteúdos da Geografia Escolar. Com isso, pretendemos apresentar algumas evidências dessas interferências que o livro didático de Geografia vem sofrendo no Brasil nas primeiras décadas do século XXI. / The end of Military Dictatorship (1964-1985), in Brazil, therefore an end to censorship? What interferences Educational Geography is suffering nowadays? To what extent the Official Curriculum and the National Textbook Program (Programa Nacional do Livro Didático) continue to impose the state power in the selection of educational content? For whom? And the multiple stakeholders - teachers, parents, students, textbook authors, publishers, media, publishing - how they would be interfering with the themes and methods treated for this school discipline? The complexities imposed by an increasingly globalized, interconnected and informational society, regarding the censorship, the prohibition and restriction to the contents and methods contained in Geography textbooks are at the heart of this debate. Because of its important role in curricular effectiveness in the classroom, the textbook is a fundamental instrument in teaching practice. For this reason, in recent years the State has significantly increased its participation in the evaluation and distribution of these materials in Brazil. Only in 2017, the PNLD served about 32 million and 135 thousand students. However, this program is viewed with caveats by some authors, editors and the media itself, after all to what extent does this evaluation not establish a restriction of \"freedom of expression\" and represents an autocratic interference of the State in the formulation of contents and methods? On the other hand, the market also acts in the control of these didactic productions, for example, in the constraints imposed by the profit of the publishing market, and especially in the ostensive interference of the media that promote an ideological \"patrolling\" of educational programs. Hence the central objective of this research is to evaluate how the state, the media and the different social actors actually interfere - and even promote censorship - in the contents and methods expressed in textbooks and, consequently, in the contents of School Geography. With this, we intend to present some evidence of these interferences that the textbook of Geography has been suffering in Brazil in the first decades of the 21st century.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-14072017-143605 |
Date | 11 April 2017 |
Creators | Márcio Abondanza Vitiello |
Contributors | Nuria Hanglei Cacete, Gloria da Anunciação Alves, Circe Maria Fernandes Bittencourt, Claudia Valentina Assumpção Galian, José Eustáquio de Sene |
Publisher | Universidade de São Paulo, Educação, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | Portuguese |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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