Esta pesquisa busca traçar as rotas pelas quais deu-se a incorporação de categorias psicológicas na construção histórica da infância criminalizada no caso brasileiro. Ao reconstruir este percurso, defende-se a tese de que a emergência de determinados saberes psicológicos no Brasil foi estruturante nessa construção no período analisado, que compreende a Primeira República. Sob essa premissa, é analisado o lugar de categorias psicológicas na constelação que demarcou o discurso sobre a infância criminalizada, pretendendo-se assim apontar marcas da sedimentação de tais categorias. Para tanto, foi necessário investigar como o controle social de numerosas crianças gerou uma norma própria ao grupo classificado como objeto de ciência. A pesquisa indicou que o objeto infância criminalizada não é unívoco ao ser delineado nas sentenças jurídicas, nas medidas policiais, no diagnóstico psiquiátrico ou nos projetos pedagógicos. Procurou-se descrever a dispersão desses objetos durante a Primeira República, apreender os interstícios que os distinguem e apontar o jogo múltiplo de categorias psicológicas nessa dispersão. Nesse rumo, procurou-se também enfatizar em que medida o discurso psicológico foi permeável a opções filosóficas ou morais, e atravessado radicalmente pela prática política. / This research traces the routes through which psychological categories were incorporated into the historical construction of criminalized childhood, in Brazil. In this reconstruction, it is supported that the emergence of certain psychological knowledge in Brazil has served as a frame for the mentioned building in the First Republic. It is analyzed the role of psychological categories in the constellation that has circumscribed the discourse on criminalized childhood. We intended, in this way, to delineate the marks of sedimentation of such categories. In order to achieve that goal, it was necessary to investigate how the social control of numerous children, covering the same age ranges, originated a proper rule to the group classified as a scientific object. The research indicated that the meaning of the criminalized childhood object is not the same when outlined in legal sentences, police measures, psychiatric diagnosis or pedagogical projects. It was necessary to describe the scattering of such objects during the First Republic, to grasp with the interstices that distinguish them and to point out the multiple game of psychological categories in that scattering. Following this thread, we also try to stress in which way psychological discourse was exposed to philosophical or moral options and radically crossed by political practice.
Identifer | oai:union.ndltd.org:IBICT/oai:teses.usp.br:tde-08022007-123809 |
Date | 28 March 2001 |
Creators | Judith Zuquim |
Contributors | Iray Carone, Maria Luiza Marcilio, Sylvia Leser de Mello, Edson Passetti, Maria Helena Souza Patto |
Publisher | Universidade de São Paulo, Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano, USP, BR |
Source Sets | IBICT Brazilian ETDs |
Language | Portuguese |
Detected Language | English |
Type | info:eu-repo/semantics/publishedVersion, info:eu-repo/semantics/doctoralThesis |
Source | reponame:Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, instname:Universidade de São Paulo, instacron:USP |
Rights | info:eu-repo/semantics/openAccess |
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